In Love Again escrita por Natalie


Capítulo 1
New Feelings


Notas iniciais do capítulo

So open your eyes and see
The way our horizons meet
And all of the lights will lead
Into the night with me.



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Dor, era o que eu sentia agora.

Não a dor física, essa era a menos preocupante agora. Todos esses hematomas deixados pela grande guerra que ocorrera a poucas horas, eram irrelevantes.

A terrível lembrança da morte de Hershel me assombrava todo o tempo.

Eu me odiava.

Me odiava por ter tido a chance de aplicar minha vingança sob o Governador, e ter fraquejado.

Me perguntava frequentemente, como diabos eu conseguira dar uma bela surra em Tyreese, um homenzarrão muito maior do que eu, há um tempo atrás quando ele saiu de si pela morte de Karen, e a poucos instantes eu recebera uma bela surra do assassino de Merle, um mero homem magro e ossudo.

Se não fosse por ela, eu teria morrido ali, naquele momento.

Michonne tirou a vida de Brian, me salvando.

No momento em que vi que sua katana atravessou o peito do Governador, fui tomado por uma gratidão imensa.

Sei que Michonne tinha muitas contas para acertar com ele, mas não pude deixar de pensar que ela só fora até lá para me ajudar e acabar com meu sofrimento.

Com a ajuda dela, pude me levantar e procurar por meu filho.

Se consegui achar Carl? Consegui. Mas eu preferia ter morrido, a ter que ver uma cadeirinha cheia de sangue largada no pátio, que pertencia à minha doce Judith. Essa era uma dor que jamais iria embora.

Aqui estou eu, sem ela.

Após eu ter achado meu filho, perdi de vista minha melhor amiga e companheira, Michonne.

Meu peito queimava de preocupação, sem saber qual seu paradeiro.

Lembro-me quando a vi pela primeira vez...

Ela, suja de sangue, ferida, com a tão familiar cesta com mantimentos de Judith, do lado de fora das cercas, camuflada entre os zumbis.

Ela não parecia simpática. Não parecia amigável.

Me perguntei várias vezes se realmente era uma boa ideia trazê-la para dentro da prisão naquela época, e hoje vejo que foi a melhor decisão que tomei em muito tempo.

E a pensar que quase a entreguei para a morte, em troca de uma “paz” ridícula com o Governador.

Essa atitude era aquela que se encaixava em minha lista de piores decisões.

Mas me contento em dizer, que ela entendeu a razão, e continuou do meu lado, até...

Até tudo ir pelos ares.

Eu sentia sua falta, e tenho certeza que Carl também sentia.

O laço que se formara entre os dois, era inexplicável.

Carl a via como uma segunda mãe.

E eu me sentia bem com isso. Não que significasse que eu desmerecia todo o cuidado de Lori para com ele, mas Michonne era diferente.

Ela dava a liberdade certa a Carl, e sabia adverti-lo nas horas certas.

Carl não se cansava dela, e se sentia bem ao seu lado.

Um dia, se eu e ela fôssemos mais que amigos, não sei se Carl mudaria sua opinião.

Mas o que diabos eu estava pensando?

Não dava pra pensar que eu teria algo a mais com aquela mulher. A meu ver ela era muito fechada.

Mas as emoções e sensações que me preenchiam quando estávamos juntos, me diziam o contrário. Eu via em Michonne, um futuro amoroso, ao meu lado.

#

Carl e eu caminhamos em direção a uma casa branca, numa rua comum. Era o melhor que poderíamos achar por enquanto. Ambos estávamos exaustos.

Lá dentro, não encontramos qualquer ameaça. A casa estava vazia.

Carl foi explorar os armários e a geladeira. Enquanto isso, fui ao banheiro para avaliar os danos em meu corpo.

Era assombrosa, a quantidade de hematomas em meu rosto.

Arranhões, sujeira e olhos e boca inchados.

Rasguei as mangas de minha camiseta, e molhei-as na torneira. Fiz uma rápida limpeza, e tirei todo o sangue da superfície das áreas machucadas.

Quando voltei à cozinha, havia uma quantidade espantosa de cereais e latas de refrigerante lacradas em cima da mesa, onde Carl comia, fitando o vazio.

— Filho, quando comer, me ajude a fazer uma barricada contra a porta da frente, para podermos descansar em paz um minuto, está bem? — Sussurro.

Carl apenas assente, sem olhar-me nos olhos.

Determinado a não sair do lado dele mais um minuto sequer, sento-me de frente a ele, ignorando os pedidos de descanso de meus músculos.

— Como você está se sentindo? — pergunto.

A princípio ele me olha de uma forma tão hostil, que abaixo a cabeça e desvio o olhar de sua expressão furiosa, Mas depois sua voz sai calma, em resposta:

— Como você acha? Acabamos de perder o único lugar em que poderíamos ser felizes, criando Judith. Perdemos a única pessoa que nos fazia ter esperança de uma vida melhor! Tudo porque você não soube agir de maneira certa, e colocou tudo a perder! Estamos fodidos! Shane teria feito um trabalho melhor em nos manter em segurança, e não teria ficado de bobeira deixando as decisões daquela maldita prisão nas mãos de todos aqueles idiotas, enquanto plantava e cuidava de porcos! — Carl extravasou, com lágrimas nos olhos.

Me senti fraco, me senti derrotado. Não fazia ideia que meu filho pensava isso de mim.

Tais palavras me atingiram como uma bola de boliche arremessada direto no meu rosto, com uma força gigantesca.

Pisquei algumas vezes para ele, absorvendo tudo aquilo.

Uma fração de segundo depois, podia se ouvir a maçaneta da porta da sala se abrindo devagar.

Olhei para Carl e coloquei o dedo indicador sob meus próprios lábios, pedindo por silêncio.

Peguei minha arma do cinto, e apontei para a porta, esperando que se abrisse e revelasse o perigo.

Mas o que havia atrás da porta não era uma ameaça, era um milagre.

A luz que eu tanto esperei ver de novo.

Michonne, não Lori.

Ela me encarava de longe com a expressão chocada, e lágrimas nos olhos.

Lágrimas nos olhos!

Nunca, em um milhão de anos eu esperava ver esta cena.

Deixei a arma cair no chão, e corri para abraçá-la.

Enquanto que sua katana caia com estrépito no chão, e ela abria um sorriso maravilhoso à mim, juntamente com seus braços abertos prontos para me receber.

Assim que o corpo dela estava firmemente protegido ao meu, pude me permitir relaxar.

Sentir a eletricidade que passava sob meu corpo, e tentando desvendá-la.

Apertei ainda mais o abraço, expulsando qualquer sentimento ruim que ainda me incomodava, com os olhos bem fechados.

Ficamos assim durante alguns minutos, incapazes de nos separarmos, até que Carl veio à nosso encontro.

— Você voltou! — ele exclamou, com um sorriso e uma felicidade pura em sua voz.

Michonne soltou-me e deu um abraço maternal em Carl, com os olhos fechados, e o sorriso ainda ali.

Meu coração se enchia de esperança, e de repente, senti coragem e fé tomarem conta de mim.

Sim, eu estava amando novamente.

Sabia que de agora em diante, eu poderia construir uma vida de novo.

Tudo ficaria bem.


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Notas finais do capítulo

Hahaha, essa é minha primeira fanfiction Richonne.
Espero que gostem. Comentem e me digam como ficou :3
Beijos :*



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