Glory days escrita por mikkaelinhah


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Desculpem - me a inatividade, mas aí está mais um capítulo novinho :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/510596/chapter/3

Será que eu fui muito maldosa ao falar aquilo para eles? Eu vejo o desespero nos olhos castanhos do Davi. Eu vejo medo na pele branca da Clary, mas vejo o sorrisinho na boca levemente avermelhada da Atacxa. São pessoas determinadas como ela que eu estou em busca.

Mesmo com esse receio, deixo que eles fiquem com esse pensamento na cabeça e se encaminharem para as portas brancas com os símbolos de suas respectivas facções. Selecionei cada simulação minuciosamente para que nada desse errado.

– Preciso que cada um vá depois do outro, para que eu possa acompanhar melhor o desempenho de todos.

Atacxa é a primeira a entrar na sala. Logo que aplicam o soro nela e entra na simulação, a imagem aparece no meu computador portátil que está em minhas mãos. A garota entra em desespero quando percebe que está dentro de uma caixa branca que não percebe que a caixa é aberta na parte de cima. Já estava pensando que ela desistiria, quando ela acha algumas irregularidades na caixa e começa a escala-la.

"Uma macaca modificada geneticamente", penso, ela sobe na caixa com uma rapidez que me abre os olhos para uma futura líder da audácia.

Atacxa fica parada na beira da caixa quando percebe que está com a frente cercada de leões, mas dessa vez ela é esperta. A garota de madeixas roxas olha por todo seu redor e acha um balde com bifes grandes. Vendo que os leões estavam esfomeados, ela pula da caixa perto da carne e leva uma boa porção da comida para perto dos animais, jogando bem longe para que ela pudesse fugir sem ser devorada. Ela acha uma porta no meio da floresta que se encontrava e sai por ela.

Ela sai da sala de simulação ofegante e com os olhos enraivecidos dizendo " não me faça passar por isso de novo, sua vadia". Olho para ela em resposta "vai agradecer a mim depois".

A vez agora é do Kallebe. Ele está ansioso demais e com medo também, porém entra na simulação com todo seu esforço. Ele se ver em pleno tribunal, onde ele estar sendo acusado de algo que ele sabe que fez e não pode mentir de modo algum. Algo relativamente grave. Ele morde o lábio tantas vezes com as perguntas que penso que seu labio inferior vai cair, mas ele responde todas as acusações com muita sinceridade. O medo de ser executado é seu maior motivo para falar a verdade naquele momento, deu para perceber.

Por ele ser tão sincero, seu eu da simulação recebe uma pena de 2 anos, apenas. Pedem para que ele se retire, com dois guardas o seguindo e ele volta para nós confiante.

– Essa foi moleza. - Ele diz, animado.

Mas logo corto as asinhas dele.

– Não cante vitória antes do tempo, Bunner.

Ele senta ao lado da Atacxa e solto um riso baixinho ao vê-la revirando os olhos e se distanciar.

A Clary, agora com o cabelo castanho solto, bem mais lindo desse jeito, vai até a terceira porta e olha pra mim, eu assinto e ela entra na sala. Logo sua simulação começa e Clary está em um corredor de hospital. Ela anda e só escuta gritos, gritos e mais gritos de pessoas agonizando, morrendo, adoecidas, sem expectativa de vida. Porém, como uma luz no fim do túnel, ela vê uma espécie de extintor de incêndio, mas que na verdade é um cilindro de soro de cura. Infelizmente, esse soro deve ser racionado e usado para algumas pessoas. Clary fica desnorteada, escolhendo quem vai salvar, então procura as pessoas mais jovens, como dois bebês que havia no quarto à esquerda, mães, 3 no caso, que são as portadoras de vida e um idoso. Ela oferece o soro aos seis e seus lamentos cessam. O choro dos outros também acabam, eles se curam com a escolha certa dela.

Sorrio largo para ela quando ela volta e limpa algumas lagrimas do rosto. Eu mesma não queria estar numa situação dessa.

Impaciente, Rilian vai até a sua porta sem ao menos pedir permissão. Acho bom, pois o tempo é pouco para todos nós.

Em sua simulação, o garoto engravatado está diante de milhares, senão milhões, de frascos de soro, em sua sala quase sem iluminação, fazendo parecer que os líquidos são de mesma cor. Seu corpo todo está fraco, efeito do soro da morte que deram na simulação. Ele precisa de um antídoto para sobreviver.

– Qual é a cor dele, Rilian, pensa! - Ele fala para si mesmo. - Lembra, por favor, lembra.

Nenhum frasco tem etiqueta ou fitas de nomeação, somente as cores dizem seu tipo. Ela só evita os soros de cor preta, que, claro, é o que está circulando pelo seu sangue.

– LEMBREI! - grita - Transparente, soro transparente, apareça.

Ele mal consegue andar pelas prateleiras, caindo ao chão algumas vezes, mas levanta e acha o tal soro. Bebe e volta a seu estado normal de saúde. Quando volta para o grupo, balança a cabeça.

– Prometam-me que não vão manipular soros, por favor. Eu quase morri.

Nós rimos em uníssono, até que Davi chega ao meu lado.

– Posso ir agora?

O medo ainda está estampado em seu olhar. Ela ainda está nervoso. Noto pelas suas mãos tremendo, suas pernas inquietas e sum cabeça de vez em quando olhando em direção ao chão, como um avestruz querendo um buraco para enfiar a cabeça.

– Davi, se acalme, você é tão bom quanto eu, acredito. Confie em si mesmo e entre naquela sala. Ninguém vai estar lá com uma metralhadora te esperando para te matar. Então, relaxe.

Ele respira fundo e entra na sala com o símbolo da árvore.

No vídeo aparece o Davi olhando para todos os lugares, mas não enxerga nada. Está completamente cego, mas com uma audição impecável.

À sua frente ele escuta a voz de um desconhecido, chamando-o, falando lorotas sobre a cura de sua cegueira. Às suas costas ouve a voz de um amigo dizendo que deve aceitar sua cegueira e confiar nele para acompanha-o nos obstáculos que estão por vir em sua vida. Ele continua confuso, louco para poder ver e saber em quem confiar, dando assim dois passos em direção ao desconhecido.

Entretanto, o cordial fala ao Davi que a verdadeira visão é aquela que vem de dentro de si mesmo. Ele pensa, respira fundo e dar mais um passo à frente, mas só para tapear o estranho e ir devagar até o amigo. Este o conduz para fora da sala.

– Eu te falei, ainda está vivo - Falo.

Ainda!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Glory days" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.