Love Beyond Life escrita por black swan


Capítulo 1
Memories


Notas iniciais do capítulo

Faz um tempinho que não escrevo ones, essa é bem diferentes das outras que costumo fazer. Essa fic é para o concurso da página Fanfic Sasusaku.Espero que gostem



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– Sakura para aonde está indo? Volte aqui agora eu ainda não terminei. Haruno Sakura se sair por essa porta tenha certeza de uma coisa, não precisa mais voltar.

Um baque forte foi lhe dado como resposta...

As mãos firmes sobre o volante, as lágrimas desviavam seu olhar da estrada, os pingos grossos da chuva chocavam-se contra o para-brisa. As palavras frias que ouvira não paravam de ecoar dentro de sua cabeça, ecoava como uma voz dentro de uma caverna, e como machucava mesmo sendo apenas ecos de uma discussão casual.

Sentia falta da época que “brigavam”, porque ela acabou com o café, e como aquele moreno amava café; sentia saudades do tempo em que tudo era imperfeito, sim imperfeito, pois com o passar do tempo ela viu que quando se encontra a perfeição ela desvia e atrapalha tudo o que já era primoroso.

O descontrole a dominava por completo, a dor era gritante. Vozes dentro de sua cabeça atentavam pegar a garrafa de vodka escondia embaixo do banco.

Sua mente dizia só um gole para aliviar a dor, enquanto sua consciência a tentava fazê-la entender que era errado. Mas a mente insana falou mais alto que a razão conscientizada.

Solvia o líquido em altas doses, a vodka descia queimando seu interior e para si aquela sensação era deliciosamente satisfatória para inibir a aflição que sentia no momento. Os fragmentos tão vagos do rosto alvo mais que perfeito formavam lembranças de uma época que não voltaria mais. Ele a salvou de si mesma e sua vida agora pertencia a ele.

Os seus sentidos iam se esvaindo e dificultava seus olhos de ficarem abertos. A chuva foi engrossando e já não conseguia ver mais um palmo a sua frente.

O barulho do celular vibrando em seu bolso a fez ficar um pouco mais alerta, no visor o número dele chamando. Não atendeu, jogou o aparelho no banco de qualquer jeito e continuou a dirigir.

Não queria mais ouvir os mesmos pedidos de desculpa, estava tão cansada de discutirem por futilidades, por que as coisas não podiam ser como antes? O celular parou de tocar, mas na caixa postal o timbre rouco se fez presente.

– Sakura eu sei que está ai me diz onde você está? Querida eu sei não deveria ter gritado com você, me esqueço de que você é minha bonequinha frágil e sensível. Você sabe o quanto é importante na minha vida, e eu nunca faria nada que magoasse você. Sinto-me um babaca, sou orgulhoso demais, tão orgulhoso ao ponto de ver você pegar o carro nessa chuva desesperada por causa das besteiras que eu disse e simplesmente não fazer nada para impedi-la. Eu te amo tanto rosada que não consigo me imaginar mais num mundo a qual você não pertencesse você é única e senão for você comigo sinceramente não quero mais ninguém. Perdão por te fazer chorar e perder o controle volta Sakura estou te esperando na nossa casa. Amo-te

“Por que você torna a coisa mais simples dificultosa? Eu não suporto mais passar por isso, esperar você na nossa cama todas as noites e ver você chegar tarde pensando que estou dormindo (mal sabendo você que eu finjo) deitar ao meu lado como se tivesse lá a noite toda. Eu sei que só bebeu com os amigos, mas você nem sabe como tudo isso dói, mas mesmo com seus maiores defeitos eu...”.

A linha do seu pensamento foi cortada e não conseguiu terminar a frase, nunca pode voltar para casa, um clarão a fez perder o controle do carro assim o mesmo capotou e caiu no penhasco a impedindo de voltar.

“Apesar de tudo isso eu te amo Sasuke”

O caixão ia descendo tão vagarosamente aos seus olhos que tornava aquela sensação mais dolorosa, as pessoas a sua volta tentando inutilmente consola-lo não faziam ideia que só pioravam tudo. O único que o entendia era o loiro ao seu lado que compartilhava da mesma dor que a sua.

Eles perderam a única flor de cerejeira de toda a árvore e mesmo que outra nascesse no lugar não seria a mesma coisa, pois não seria ela ali.

Aos poucos os montes de terra iam cobrindo a superfície negra do caixão, as gardênias que ela tanto amava foram enfeitando o túmulo que ele jamais desejou ter que ver. “Era para serem os dois enterrados juntos, por que foi sem mim Sakura”?

Logo restaram apenas ele e o melhor amigo no cemitério, em seu rosto somente havia o vazio, não esboçava emoção nenhuma, a máscara rustica estava presente e ninguém ousava perguntar, por que não havia lágrimas em seus olhos, seu pai dizia a única coisa que ele fazia questão de lembrar. Uchihas não choram, não em público.

– Vamos Sasuke, o enterro já acabou. Daqui a pouco vai chover. Venha eu acompanho você.

Sasuke seguiu o amigo sem dizer nada, entrou em seu carro em silêncio.

– Tem certeza que não quer que eu dirija?

– Tenho, quero ficar sozinho.

– Entendo. – Sasuke olhou para os dois anises a sua frente e o brilho genuíno que as ocupavam não estava lá, era apenas um mar morto. A dor o acompanhava também. – Se precisar de mim, por favor, não hesite em me ligar. Promete?

– Eu não sei...

– Promete Sasuke? – Insistiu o loiro.

– É tão importante assim para você?

– Sim.

– “Tá” eu prometo.

O loiro seguiu em direção ao carro dos pais, e Sasuke dirigiu para casa que agora nunca mais teria alguém o esperando e somente por lembrar-se desse fato foi impossível não deixar as lágrimas caírem.

– Uchihas não choram, não em público.

Quatro anos depois

O silêncio que preenchia a casa agora só conseguia ser ainda mais cumplice da solidão que o devastava. Não sabia se era o vazio sobre os lençóis ao seu lado todas as noites, ou a culpa que o atormentava tortuosamente que lhe machucava mais. Os hábitos comuns de dizer boa noite e a voz doce lhe retornar o noite se denunciavam ausentes.

Tudo parecia tão sereno com aquela presença quente e constante que se acostumar sem ela era um vicio que não conseguia se desintoxicar.

Haruno Sakura se sair por essa porta tenha certeza de uma coisa, não precisa mais voltar”.

E realmente ela nunca mais entrou por aquela porta. O orgulho agora era seu maior companheiro, tentava manter-se forte mediante a tudo o que aconteceu, mas mesmo que tentasse, mesmo que em suas feições aparecesse aquela postura gélida; em seu interior algo queimava ardorosamente.

Era a saudade dela.

Em cada cômodo da casa, cada pedacinho daquele lugar a lembrava. O jardim que fazia questão de cultivar e manter sempre belo ainda residiam lembranças de quando ele ficava a observando conversar com as plantas como se elas entendessem e fossem a responder, ria bobo com uma atitude tão simplória da menina do interior.

Podia ser um delírio de uma mente afetada, ou expectativa de um coração sôfrego, mas ao passar pela janela e olhar o jardim lá fora ele via nitidamente as mechas róseas presas a um chapéu voando com o vento, enquanto o sorriso inocente e alegre de garotinha adornava os lábios rosados e pequenos.

Ele ainda ligava no número dela mesmo sabendo que cairia na caixa postal, e tudo para poder ouvir a voz dela ao seu lado durante seu sono. Acostumou-se a dormir somente a ouvindo cantar.

Atravessando os quartos no andar de cima, a porta do meio em frente ao quarto dos dois chamou sua atenção, levou à mão a maçaneta e a abriu. O berço de marfim escuro, perto do roupeiro tom de creme ainda permanecia ali, limpo e cuidado.

As roupinhas com cheiro de amaciante, os brinquedos organizados no baú, e nas prateleiras, a chegada do primeiro filho, que nunca viria.

Saiu do quarto e fechou a porta, dirigiu-se ao seu e se trancou.

Deitando na cama Sasuke ainda inalava o perfume de cerejeiras das fronhas e dos lençóis, amenizava a ausência? De certa forma sim.

Estava perdido dentro dos seus próprios pensamentos quando o celular tocou.

– Alô?

– Sasuke, como está?

– Isso importa?

– Sua arrogância não mudou em nada mesmo depois de anos.

– O que quer Naruto?

– Só queria saber como meu melhor amigo está. Eu não vejo você desde aquele dia, já faz quatro anos e você só se isolou no seu mundo isso me preocupa.

– Obrigado por sua preocupação, mas acho que deveria cuidar de si mesmo e tratar de esquecer-se de mim. Todos já se esqueceram, faça o mesmo.

[um suspiro longilíneo foi escutado pelo outro lado da linha] – Eu não sou todo mundo Sasuke! Não importa o que me digam de você eu sempre vou tentar te tirar dessa escuridão que se enfiou.

– Por que se importa tanto comigo?

– Porque você é meu amigo! – Se Naruto pudesse ver a expressão de Sasuke através do telefone ficaria rindo bobo, o amigo estava com os olhos arregalados e um semblante surpreso. – E nunca desistimos, ou esquecemo-nos dos amigos. Sakura-chan nunca desistiu de você, eu vou fazer o mesmo. Você precisa seguir em frente Sasuke, tenho certeza que ela não gostaria de ver o amor da vida dela parado no passado e se esquecendo de que ainda está vivo. Dói a ausência dela claro que sim, ela era minha melhor amiga, sempre presente quando precisava de ajuda eu jamais poderei agradecer, e pagar o que ela fez por mim, ou melhor, o que vocês dois fizeram. Ela te amava Sasuke, não foi sua culpa, ninguém te culpa então pare de fazer isso consigo mesmo, pare de se torturar e comece a viver de novo. Sua vida não para no tempo.

Sasuke havia se calado, escutado todas as palavras do melhor amigo e de certa forma ele estava certo, porém como ele poderia viver; seguir em frente se a única razão pela qual ele vivia era Sakura... Por mais que tentasse e como tentou não conseguiu apagar a culpa de si mesmo, ainda conseguia ver Sakura com o seu filho nos braços sorrindo para ele, um futuro que nunca chegaria. Se ele tivesse ido atrás dela, ou a segurado para que ela não pegasse o carro, se não tivesse gritado com ela, tudo se ele tivesse feito hoje a mulher que ele tanto amou ainda estaria viva ao seu lado. E se...

– Naruto, [ouve uma pausa] eu odeio admitir que você esta certo, mas o problema é que você está. Eu juro que queria me descongelar desse tempo que parou e seguir em frente, entretanto me diga o que faria se a Hinata morresse? O que faria se toda noite quando chega do trabalho e deita em sua cama você não tem mais a companhia do amor da sua vida? Você iria sorrir e dizer está tudo bem? Obviamente que não, pois não somos feitos de pedra para quando a vida nos dá um soco permanecemos lá intactos sem desmoronar. “Uchihas não choram, não em público” esta frase do meu pai passou a ficar comigo todos os dias e todas as noites desde a morte de Sakura, eu acordo e não tenho mais a visão daquelas esmeraldas se abrindo pela manhã sorrindo pra mim e dizendo Eu te amo isso é o que mais me dói saber que eu apaguei o brilho que tanto amava ver, eu Naruto levei embora de mim minha mulher e o filho que nem pude conhecer como acha que posso viver sem me sentir culpado? Diga-me como? – [a voz de Sasuke era cortada por pequenos soluços, ele estava chorando, demonstrando sua fraqueza e isso cortava o coração do loiro que ouvia tudo atentamente] Sabe o que mais me dói nisso tudo Naruto?

– Não.

– Eu não lembrar a porra do motivo pela qual brigamos. – [agora o choro era evidente na voz do Uchiha] – Eu espero que tenha sido importante.

– Eu sinto muito Sasuke, não sei como ajudar você.

– Já me ajudou. Precisava de um dobe para desabafar. – Os dois riram amargos e depois de poucos minutos a ligação se encerrou. – Obrigado.

Sakura eu realmente espero que tenha sido importante o motivo da nossa briga”

***

Tudo ainda permanecia da mesma forma, nada havia mudado a não serem as visitas impertinentes de um loiro irritante. Sasuke passou a se acostumar um pouco mais com a ausência de Sakura, mas era difícil dizer. Eu já superei.

Não entendia bem a razão, só que algo dentro de si queimava relutantemente para que ele subisse até o sótão, era como se alguém empurrasse suas costas, afim de que ele entrasse lá.

Fazia tanto tempo que não ia aquele “cômodo”, era o cantinho secreto de Sakura. Como ela gostava de chamar, “minha câmera secreta” Sasuke riu pelo nariz ao lembrar-se de como a esposa adorava a saga de Harry Potter. Subiu os pequenos degraus da escadinha e ao entrar deparou-se com tanta velharia.

“Como alguém pode guardar tanta tranqueira” – Pensou Sasuke.

Começou a revirar algumas caixas e eram tantos livros, tantos álbuns, objetos que Sasuke nem imaginava a existência. Sentou-se ao chão empoeirado, vasculhou os conteúdos dos livros, a maioria eram diários, folheava as páginas divertindo-se com as declarações inocentes vindas de sua rosada.

De repente um vento soprou pela pequena janelinha do sótão Sasuke, levantou-se para fecha-la, as folhas do diário começaram passar rapidamente. Um papel voou. Sasuke segurou.

Era e letra dela.

Eu o procurei por tanto, estava trilhando um caminho sem volta.

Mas ele me salvou.

Eu o amei por mil anos, e continuarei amando por mais mil.

S.H

Sasuke pegou o papel e o segurou em suas mãos, guardou os livros e os diários nas suas caixas e saiu do sótão. Passando pela janela viu que o tempo não estava ruim para uma saída breve, precisava espairecer. Pegou seu casaco, e as suas chaves, as palavras do papel ecoavam em sua cabeça.

Havia um parque na qual ele e Sakura sempre iam juntos, não era longe dali. Caminhou sem pressa até o local, uma brisa quente acariciou seu rosto.

Ao entrar no parque sentou-se ao banco perto da arvore de sakuras que sua rosada tanto gostava, os raios de sol fracos bateram em sua face, o aquecendo. Fechando os olhos ele deixou-se aproveitar pela tranquilidade e o silêncio do parque, até que sentiu uma mão sobre a sua, abriu os olhos devagar e sorriu ao contemplar o brilho das esmeraldinas.

Aquele olhar que tanto contemplava estava tão nítido, o sorriso doce e inocente da menina do interior adornava os lábios pequenos, levou suas mãos até o rosto dela, porém não pode toca-la. O olhar dela dizia alguma coisa para si, é como se dissessem está tudo bem eu não o culpo de nada, então pare de se culpar.

A figura translucida levantou-se do banco e apertou seu ombro sorrindo para ele, ele viu aquele sorriso pela última vez antes do vento leva-la embora, mas antes de partir ele ainda pode ouvir um sussurro dizendo. “Viva”

Obrigado por tudo, minha irritante.

“Para amar não precisa ter pressa, não precisa de tempo. Para amar você só precisa de um momento certo e da pessoa certa, e para amar você querida eu espero a vida toda, contanto que você me espere eu te amarei até além dessa vida”.

(Black Swan- L.B.L)


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado pessoal, super beijos e até a próxima.



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