Mais um sonho escrita por Marcus Vini07


Capítulo 1
I




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E de repente estávamos nós. Parecia até que estavamos juntos há um longo tempo, eu chegava a sentir isso. Tinhamos que manter essa nossa paixão em segredo, até agora, ainda não sei o motivo. Era aniversário de um de nossos velhos amigos do ensino médio, acho que era o de "papai", Lucas Castro. A cidade estava diferente, me lembrava São Francisco com aquelas ruas em altos e baixos. Nós estavamos de mãos dadas, uma de suas pernas estava sobre a minha. Sua cabeça apoiada em meu ombro. Estavamos passeando por nossa cidade naqueles bondes, esperando a hora de descer. Era uma bela tarde. O sol e as nuvens pareciam sorrir para nós. Eu podia sentir a doçura de nosso sentimento, eu e ela.
Estavamos perto de sair. Era a próxima rua. Nos levantamos e descemos, logo comecei a reparar a paisagem. Grandes ruas movimentadas, vários edifiícios misturados as casas antigas de nossa cidades, com as mangueiras embelezando as calçadas. Andamos um pouco, era em um restaurante japonês. Logo vimos que estavamos no lugar certo, fomos recepcionados com confétis e balões. Entramos, não me lembro de muita coisa desde então. Arrumamos uma mesa e pedimos um prato. Podiamos ver nossos amigos vindo nos receber, todos muito animados. Enquanto ela olhava o cardápio, e a fitava e de repente dava um beijo naquele rosto. Vagamente começaram a vim memórias de um amor recente, eu acho. Não sei o por que, mas senti um incomodo. Se eram só memórias, porque eu me sentiria assim? Volto meus pensamentos a ela, esquecendo todo o resto. Olho para o fundo do salão e vejo a Laura, uma das minhas melhores amigas, fazendos as suas maluquices de sempre, fazendo todos a sua volta rirem até suas barrigas começarem a doer.
Começo a sentir desejo. Ela estava ao meu lado, comendo o que parecia uma torta. Inesperadamente, puxo seu braço. Vejo comida cair no chão do prato e de sua boca. Não ligo e começo a rir. Levei ela comigo até um banheiro masculino e entramos dentro de um toillet pequeno. Juro por tudo, que em nenhum momento pensei maldades. Peguei seu rosto com carinho, fitava aquele olhar apaixonante e então começei a beijar de modo amêno. Eu podia sentir toda a força daquele sentimento num só beijo. Apertava-a e acariciava seu corpo. Começo a beijar seu rosto. "Te amo", falo bem baixinho no seu ouvido. Voltamos as pressas para nossa mesa, com um sorriso que ia de orelha a orelha.
Percebemos que na mesa, agora somente nós dois. Nossos amigos, antes ali, agora estavam conversando com outros convidados. "Marcus, vou ali e já volto.", "Tá, amor. Vai la.". Era impossível conter o sorriso e a felicidade quando estamos juntos. Ponho a mão na testa sem acreditar. E pensar que um dia ela já foi minha melhor amiga, eu imaginava que ela seria a última pessoa com quem eu ficaria junto. Ela gostava do Patrick, um outro amigo nosso. Começo a forçar minha memória tentando lembrar como tudo havia começado. Eu estava sendo mais feliz do que nunca, com ela do meu lado. Tento puxar alguma coisa do prato, vejo que so há migalhas. Resmungo. Chamo alguém pra me atender e logo sou recebido. Indeciso do que comer, peço algo miúdio. Mini-salgados, coxinhas de frango. Pelo que me lembro, era isso. Depois de esperar ficarem prontos, sem demora começo a sabore-a-los. Quando menos espero, vejo alguns membros de minha familia acenando para mim, em uma mesa não muito longe da minha. Parecia que minha vida se passava alguns anos lá na frente. Provavelmente eu já deveria estar com meus 18 anos, ou mais.
Me encaminho para a outra parte do saguão, pequeno e apertado, agora grande e espaçoso. O lugar tinha muita onarmentação para o aniversário do Castro. Às vezes, parecia até que eu estava em uma festa infantil. Converso um pouco com minha família, todos muito alegres. Logo depois, saio em busca dela. Encontro-a com conversando com Castro, abraçando Gabi por trás. Chego perto deles, sem minha amada perceber. Dou um sorriso para o casal, eles respondem. Abraço-a do mesmo jeito que Casto, e beijo seu pescoço. Começamos a conversar.
Subitamente, num piscar de olhos, vejo-me na nossa antiga sala de aula do ensino médio. É como se por um momento eu tivesse voltado no tempo. Tudo era como de costume. Os alunos, os professores, e nossos lugares. De tempos em tempos eu olhava apaixonado pra ela no outro lado da sala, lendo Dom Casmurro. Sorria sempre que a via. Então, comecei a me perguntar se ela ainda sentia algo pelo Patrick, por mais insignificante que fosse. Eu sentia os ciúmes quando reparava os dois conversando.
Mais uma vez, me encontro em um lugar diferente. Agora no pátio de minha primeira casa, no meu antigo bairro. Poucos amigos nossos e pais.(o de que me lembro muito bem era o de Pedro) Ele parecia sempre estar olhando para nós com suspeitas. Isso não me agradava nem um pouco. Estavamos ao redor de uma porta no chão, parecia ser a entrada para um porão. Era possível ouvir algumas vozes lá embaixo. O que estariam fazendo ali? Thalita toma a atitude de seguir. E vou logo atrás. Não parecia ser fundo. Me senti como um daqueles baldes velhos descendo pelo poço. Era um lugar um tanto escuro. As poucas e fracas lampadas fluorescentes tentavam dar vida ao porão mofado. Pelo pouco que pude exergar, percebi que havia muitas prateleiras com livros antigos. Tinham poucos casais ali juntos, aproveitando o ambiente para namorarem enquanto podiam. "Hmmm. Agora sei o que vieram fazer aqui". Ela estava sentada ao chão, no canto do porão, ao lado do casal Castro e Gabi, perto de uma grande prateleira de madeira. Quando me aproximei deles, ela percebeu minha presença. Deu um sorriso. Respondi. Sentei ao seu lado e perguntei o que estava lendo. Não houve resposta. Estava muito concentrada na leitura ou simplesmente ignorou-me. Ficava olhando aquele rosto, louco pra encher de beijos carinhosos. De repente, tiro o livro de suas mãos delicadamente. Viro o seu rosto para o meu. Começo a dar selinhos rápidos e um tanto fortes. Ela começa a rir, eu também. Meu desejo só se acumula. Outra vez, já estamos nos beijando. Era um beijo bom demais. Diferente, mas, bom.
Depois desse momento, deixo que ela descanse sua cabeça em meu peito. Começei a fazer um cafuné, acariciei seu rosto e beijava sua cabeça. Eu tentava passar todo o meu carinho que podia. Meu afeto por ela, o que eu sentia era muito forte. Chegava a me surpriender. Então, de repente, o pai do Pedro descera, pedindo para que todos ali voltem. Num pulo, saio de perto dela. De modo algum alguém deveria suspeitar sobre nós dois. Logo saio do porão, e ela vem atrás.
Novamente estavamos na festa, no restaurante. Agora em um salão maior, onde o número de convidados era muito grande. Parecia até mesmo um evento de famosos. Haviam dezenas e dezenas de pessoas ali, comendo e bebendo. Lembro-me de sair correndo feito louco pelo grande salão, puxando-a. Ao fim, vimos uma única e grande escada de madeira em caracol. Subimos. Não havia ninguém. As paredes estavam pintadas em um rosa escuro, descascadas. O teto era absurdamente alto, com uma lampada ao meio. Não havia laje, era o último andar do restaurante. Era um local totalmente diferente. Era grande. Haviam pinturas e livros espalhados. Analisando o lugar, vejo uma espécie de arquibancada com no máximo 8 andares. Lá estava ela, rindo muito com um livro de capa dura, branco. "Meu Deus!!", exclamava. E então explodia nas risadas. "Ei, amor, o que tá vendo?". Ela cobre a boca com a mão esquerda e com a outra me mostra do que se tratava aquele livro grande, porém com poucas páginas. "Hmm!", dou uma risada, "Kamasutra?!". Ela começa rir outra vez, e eu junto.
Sento um degrau abaixo dela, em meio as suas pernas. Começo a beijá-la, logo percebo que ainda estou com o livro em mãos. Viro umas quatro páginas rapidamente e jogo em meio aquela bagunça. "Não preciso disso!", falei. Agarro o seu corpo ao meu e seguro sua nuca. Agora um beijo mais intenso, com mais desejo. Por alguns momentos ela parava, parecia estar incomodada com algo. Mas eu não fazia muita questão do que seria, eu só queria nós dois ali, naquele momento. Paramos um pouco e começamos a conversar. Eu estava segurando sua mão, e meu outro braço a envolvia, puxando ela a mim.
Após um bom tempo conversando, ela olha para sua frente e faz uma cara assustada. "O que foi amor?". Ela olha pra mim totalmente sem jeito, e então crio coragem para encarar o que a deixava daquele jeito. Por um momento meu queixo cai. "Droga...", sussurrei. Dou um sorriso sem graça para o pai de Pedro. Ele nos encarava com uma expressão não muito pacifica. "Thalita, pra baixo. Agora!", falou furiosamente, mas, calmo. Começo a tentar disfarçar falando de um assunto totalmente diferente do que estavamos falando. Comecei a falar sobre trabalhos. Andamos pela grande sala até a escada. Agora ela parece amedrontada, nervosa. Sei que era inútil, mas eu insistia em disfarçar. Descemos as escadas. Agora, a festa não parecia tão animada, alguns convidados tinham uma expressão séria ou de nervosismos quando passavamos. Outros nem mesmos ligavam. Quando percebo, vejo que ela o pai não estão mais ao meu lado. Corro pelo restaurante em desespero procurando-os. Depois de um bom tempo, me dirijo a saida. Antes que eu possa ir para a rua, olho para trás e vejo os dois conversando. Ele estava muito nervoso. Ela estava numa tentativa de explicar qualquer situação. Estavam numa mesa isolada, em um canto um pouco escuro. "Eu tenho que ir lá conversar com ele...". A covardia foi maior. Saio pela porta e corro. Logo depois, Castro já sabendo de todo o acontecido tenta me chamar:"Marcus, calma! Espera, cara!!"
Vou até uma sorveteria simples, onde encontro a Laura. Estavamos nós em uma mesa. Eu em desespero e preocupação. Ela aflita. Lágrimas começam a vir aos meus olhos. "Laura... Eu não sei o que eu faço se algo acontecer com ela. Eu não posso ter ela longe de mim.". Então de um instante para outro, começo a soltar soluços incontroláveis. Meu rosto começa a ser banhado pelas minhas doloridas lágrimas. Laura me abraça e tenta me acalmar. Mas, meu desespero acaba sendo maior. "Laura... Eu... Não... Posso.. Fi...car... Sem... Ela...". Minha tristeza era muito grande. Eu chorava como uma criança. Eu olhei pro céu e vi a noite triste e vazia. Fecho meus olhos com força e então começam a vim várias lembranças minhas com ela. Logo, posso ouvir o sereno choro da Laura, usando todas as palavras possíveis para me acalmar. Abro os meus olhos. Sinto uma grande sonolência. Puxo meu telefone debaixo do travesseiro. "6/6/2014 ; 3:55 PM", " Flavio - 3 novas mensagens".


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Notas finais do capítulo

Essa história conta sobre um sonho que tive hoje, enquanto eu dormia na casa da minha prima. Eu quis compartilhar esse sonho do qual o caso é que estava namorando (eu acho) uma amiga minha que já gostei muito, mas que nunca falei nada. Por algum motivo, juro que não sei, quis me lembrar desse sonho, e então escrevi. Ela é minha melhor amiga e sei que isso não tem chances de acontecer. Eu acredito que faria mais sentido se eu tivesse esse sonho na época em que eu gostava dela. rsrs' Mas enfim, eu creio que as vezes sonhos querem nos deixar uma mensagem ou algum aviso. Outros, porém, são apenas sonhos.



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