Eu ando meio distraída, observando as palavras que risco no papel, que na verdade são muitas. Olho para os cantos desse mundo sujo, em busca de algo que me sirva de inspiração para oque quer que eu vá escrever. Nada flui de mim, como antigamente. Tenho que puxar as palavras de dentro do meu ser, mas elas são tão secas e vazias quanto o resto de mim. Acendo um cigarro, simplesmente por acender já que não fumo. Quero respostas. Procure-as em qualquer lugar, mas ache-as para mim. Ninguém jamais atendeu esse meu pedido.

Sinto aquela sensação. Aquela que te faz perguntar oque diabos você está fazendo nesse mundo. Esse não é o meu lugar. Eu não me encaixo aqui. As lágrimas não me deixam, mas deve ser só mais um dos vários efeitos que essa sensação causa.

Nada nunca fez muito sentido para mim, nada nunca me pareceu real. Queria saber como chegamos a isso, e quem foi o gênio que inventou o chá, e por que alguns quadros não fazem sentido para os meus olhos, e para quem Shakespeare escrevia seus belos sonetos, a para quem aquele meu vizinho estranho estava cantando aquela musica, e por que eu encontrei aquela rosa no lixo no dia dos namorados, e por que minha cabeça é cheia de "Por quês".

A conclusão para tudo isso: Nenhuma. Não á conclusão para nada. Eu simplesmente vou viajar em meio ao universo infinito que é minha mente, e mergulhar em minhas perguntas que nunca terão uma resposta, por que acho que é isso que eu devo fazer. E é oque vou fazer.