Forget The Forever escrita por WhosCherry, Lily Chase Jackson


Capítulo 1
Defying Gravity




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POV. Korá:

Meu rosto queimava. Minha vista estava embaçada e eu corria loucamente atrás de Artie, meu melhor amigo com pernas de burro e Well, meu outro melhor amigo completamente maluco. Artie era baixo, com uma cabeleira espessa e de cor avermelhada, tinha a pele branca, era magro e tinha várias sardas espalhadas pelo nariz e pelas bochechas vermelhas. Ele era bonitinho, se você fosse o tipo de garota que gosta de caras com pernas de burro. Well é alto e tem a pele dourada pelo sol. Tinha o rosto mais másculo que um garoto de 16 anos poderia ter e era musculoso na medida certa. Tinha cabelos castanhos e lisos até a altura do queixo (Eu já tentara cortar, mas ele não me deixa nem tocar naquela coisinha) e olhos cor-de-mel. Well é bonito, por isso as meninas da escola viviam caindo em cima dele, mas ele só pensava em ficar na oficina de ferragem de seu padastro e sair comigo e Artie. Algumas pessoas já pensaram que éramos um casal, mas nunca nos vimos desta forma. Well era como um irmão mais velho pra mim. Bem mais velho e bem mais legal que o meu irmão de verdade.

Passamos a toda velocidade por um grande dragão enrolado em um enorme pinheiro acima da colina e vi algo brilhando em dourado por entre os galhos. Espera. DRAGÃO? Parei para conferir se meu cérebro me estavam pregando peças e, com seu jeitinho delicadode matar,Well esbarrou em mim e os dois rolamos pelo chão por alguns metros. Senti o ferimento em meu quadril arder com a mistura de terra e o veneno da Hidra que nos perseguia soltei um gemido de dor. Well se levantou e me jogou em suas costas, voltando a correr igual a um louco. Senti meu queixo bater contra seu pescoço e caí na escuridão total.

Acordei com um toque gentil e estranhamente molhado em meu quadril. Rangi os dentes de dor e finalmente abri os olhos. Duas garotas sorriam para mim. Em pé, estrava uma loira maravilhosa e uma morena com uma beleza perversa. Sentada na cama ao meu lado, uma morena limpava meu ferimento com um algodão molhado com uma das mãos e com a outra, segurava os cachos rebeldes para que não caíssem em seu rosto, me impedindo de vê-lo.

– Fique quieta. - Ordenou a morena sem tirar os olhos do ferimento. Foi só então que percebi que uma parte da minha calça estava abaixada, revelando os ossos do quadril saltado, resultado de minha magreza excessiva. Minhas bochechas arderam de vergonha.

Olhei em volta, em busca de um rosto conhecido. Well dormia tranquilamente em uma rede ao meu lado e uma pequena linha de baba escorria pelo canto de sua boca. Não havia nem sinal de Artie.

– Onde eu estou? - Perguntei para as meninas, tentando ao máximo permanecer parada, mas a dor era gritante, me fazendo mexer os quadris vez ou outra sem querer. A morena rangia os dentes e apertava os cachos com a mão sempre que isso acontecia, provavelmente direcionando sua raiva para si mesma, ao invés de me enfiar o algodão garganta abaixo.

– Na enfermaria do Acampamento, oras. Você, Artie e Wellington chegaram aqui fugindo de uma Hidra que feriu você. - Respondeu a loira bonita com um sorriso encantador. Ela tinha cabelos lisos e dourados como ouro, que terminavam em cachos largos nas pontas e olhos verdes. Sua pele era levemente bronzeada. Era alta e possuía curvas maravilhosas. Ela sorria tranquilamente, como se já tivesse dito isso para mil pessoas diferentes, fazendo covinhas extremamente fofas brotarem em suas bochechas. Ela era o tipo de garota que facilmente seria encontrada na praia, surfando e jogando vôlei a tarde inteira.
As lembranças começaram a voltar a minha mente. A Hidra. Artie quase sendo devorado e eu me jogando na frente, levando uma bela mordida no quadril. Well me pegando no colo e me carregando quando eu não conseguia mais andar. Minha mãe morrendo envenenada nos meus braços. Naquele instante, eu senti como se todo o meu chão tivesse desabado, lançando-me na escuridão eterna. Uma lágrima escorreu pelo canto do meu olho esquerdo e senti uma pontada em meu quadril. Gritei de dor, voltando ao mundo real. A morena agora suturava a ferida.

– O que foi, princesinha? Não aguenta uma simples sutu... - Ela debochou levantando o rosto e me encarando com aquele olhar superior. Nossos olhares se encontraram e senti uma onda elétrica percorrer meu corpo. Seus olhos azuis-elétricos brilharam com uma intensidade quase prazerosa. Seus lábios finos e vermelhos balbuciaram um "wow!". Ela era linda.

Ouvi alguém tossir em algum canto da sala e ela desviou o olhar, com as bochechas corando. Olhei para as outras meninas, tentando tirar meus pensamentos dela, mas não consegui. A loirinha sorriu de novo, exibindo suas covinhas.

– Sou Hanna, e essa é a líder do chalé 11, Allie. - Disse ela, virando o rosto para a morena e fazendo seus cachinhos balançarem sobre seus ombros. Allie sorriu, fazendo seu rosto, que antes era perverso e com um traço de maldade, parecer dócil e até infantil. Não pude deixar de sorrir também. Allie era maravilhosa, mas de um jeito diferente. Sua pele cor de caramelo parecia brilhar a luz do sol que entrava pela janela. Tinha longos fios lisos e negros como granito, e grandes olhos cor de chocolate. Seu rosto era maldoso, porém seu sorriso era adocicado. Era alta e tinha curvas que deixariam a Megan Fox com inveja. Allie murmurou um "Oi" e acenou levemente. - E a mal-humorada aí é a Beatrice. - Continuou Hanna, apontando para a morena ao meu lado.

– Tris. - Corrigiu ela rispidamente.Ela nem tirava os olhos da ferida.- E eu não sou mal-humorada.

Allie e Hanna riram baixo, para que Tris não ouvisse. Não me ousei em rir também, já que ela estava enfiando uma agulha no meu quadril.

– KORÁ! - Artie entrou correndo e gritando na enfermaria, acordando o pobre Well, que caiu de cara no chão por conta do susto. Ele estava tão cansado que apenas olhou em volta, viu que não havia perigo e voltou a dormir ali mesmo. Artie se jogou em cima de mim, fazendo Tris puxar demais a linha pelo susto. Gritei de dor.

– Artie, você está me esmagando. - Disse eu com a voz rouca. Tris soltou as suturas e começou a estapear Artie onde quer que alcançasse e gritar "Se eu costurar a sua amiga errado, a culpa é sua!". Quando Artie se desculpou, Tris se sentou novamente bufando e voltou a costurar o ferimento em meu quadril.

Artie logo se recuperou do susto de ser espancado por uma garota bonita e levemente bipolar e se voltou para mim.

– Koraline Anna Montgomery, nunca mais me assuste assim. - Disse ele, balançando os braços loucamente. - Você ficou apagada por três dias!

– Três dias? - Perguntei surpresa. Tris terminou a sutura (Graças a Deus. Deuses. Sei lá!) e se levantou, limpando as mãos numa toalha com álcool (consegui sentir o cheiro de longe) e me entregou o que me parecia um cubo de açúcar.

– Coma. - Ordenou ela. Ela cruzou os braços e esperou. Enfiei o cubo de açúcar inteiro na boca e me surpreendi. Não tinha gosto do bolo de chocolate com recheio de creme de coco que a minha mãe fazia pra mim.

Senti o chão desabar sob meus pés novamente e lágrimas começaram a escorrer por minhas bochechas.

– Minha mãe...? - Murmurei para Artie, mas ele sabia que era uma pergunta que eu já sabia a resposta.

– Sinto muito. - Ele disse e um soluço me escapou. Tris me olhou intrigada, como se aquela não fosse a atitude que ela esperava de mim. 5 segundos. Eu só precisava de mais 5 segundos de fraqueza, então seguiria em frente.Um.Minha mãe sorrindo pra mim enquanto limpava meu joelho que eu ralara andando de patins.Dois.Seus olhos brilhando quando lhe dei meu primeiro presente de dias das mães.Três.O jeito como ela supria a minha necessidade de um pai com um simples sorriso.Quatro.Sua risada quando descobriu que eu iria ao baile de Halloween com Artie.Cinco.O sorriso calmo em seu rosto quando ela se foi, aconchegada meus braços como fazíamos nas noites frias de inverno.

Enxuguei os olhos e me levantei. Não queria mais ficar ali.

– Pra onde vamos? - Perguntei para Artie,mas meu olhar estava em Tris. Ela parecia tão cansada quanto eu.

– Pra Casa Grande. - Ele respondeu. Tris então voltou para sua careta habitual. Nossos olhos se encontraram novamente, azul no azul. Senti o familiar choque elétrico percorrer meu corpo, mas desta vez, senti como se pudesse me afogar naqueles olhos tão azuis. Senti como se estivesse sendo queimada, sufocada, enterrada, afogada e amassada ao mesmo tempo. E então ela desviou o olhar e tudo se quebrou. Não sei porque, mas senti um estranho vazio.

– Tchau Hanna. Tchau Allie. - Disse para as duas com a mesma expressão que eu sempre tinha: Dureza. E então um pequeno sorriso brotou em meus lábios sem a minha permissão. - E tchau, Tris.

Artie pegou minha mão e me puxou dali, me afastando da pessoa mais intrigante que eu já conhecera: Beatrice.


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