Causando CAOS na Terra Média escrita por GreenLaufeyson


Capítulo 25
Vivendo e aprendendo: Como destruir um relacionamento antes mesmo de começar


Notas iniciais do capítulo

Capítulo fresquinho, espero que gostem! E apareçam leitores fantasma, eu não mordo não ♡



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Ayla

É um belo dia, eu realmente tenho que admitir. O rio corre calmamente, as folhas das árvores balançam a leve brisa do vento, o céu está um azul profundo e sem nuvens e os elfos saltitam alegremente com suas famílias por aí  (?) Mas apesar disso tá...

—...tá tudo uma merda - resmungo, colhendo flores soltas do chão do jardim - Eu não sei jogar nem o detetive de tabuleiro, quanto mais pagar de um pra evitar morte alheia de verdade - observo novamente o imenso jardim, o mesmo que o espelho mostrou.

Mas infelizmente eu não estou na minha mentalidade correta no momento pra sequer conseguir apreciar. Sinceramente, não estive desde que cheguei mas agora tá pior.

Existem cerca de 12378875521 elfos aqui e são perfeitos pra um esquadrão de elite! Elfos sanguinários, adoradores de sangue e dispostos a tudo pela família real mas nãããão, Eru foi lá e escolheu quem? Três humanos que não sabem usar faca nem pra partir pão!

Sento na beira do rio, já tirando as botas e colocando os pés na água. Juntando as flores em um montinho em meu colo começo a uni-las numa tentativa de fazer uma coroa de flores.

O plano da Bela é simplesmente absurdo, onde já se viu seguir orcs como se fossem gatinhos perdidos? Tá que ninguém tem um melhor...mas poderíamos focar primeiramente em impedir as festas. Os orcs devem querer atacar quando tiver o maior número de elfos reunidos. Se a gente resolve emburrecer e seguir o plano da Bela vamos terminar sequestradas/mortas/torturadas. Não necessariamente nessa ordem.

— O que faz aqui? - uma voz familiar pergunta - Em meu jardim - me viro para encarar ninguém mais ninguém menos que Thranduil. É indiretamente mencionar ele que a praga já aparece.

Ele está vestido, surpreendentemente, com roupas simples (simples no conceito dele e SE comparadas com o que ele veste normalmente, porque mesmo assim custa mais que meus dois rins juntos). Uma túnica lisa verde musgo com um cinto de mithril e um par de botas pretas, seus cabelos estão soltos e ele não está usando a famosa coroa de folhas (COF GALHADA COF). 

Eu já revelei meu fetiche pelo cabelo do Thranduil? Parece um mar de ouro que escorre pelas costas e...não, foco Ayla. 

— Eu não sabia que era um jardim privado considerando a quantidade de gente que tem aqui - resmungo irônica e continuo a trabalhar com as flores tranquilamente - E você estragou a minha linha de raciocínio  

 Pensando em formas de te livrar da morte, idiota - era o que eu queria dizer  

— Majestade  

— O que? 

— É majestade, não "você". Se não se lembra, sou um rei, existe uma formalidade e obviamente um respeito - o elfo cruza os braços sobre o peito

— Ai tá bom - bufo - Seria menos trabalhoso o meu trabalho (?) se vc não fosse tão ignorante ô majestade 

— O que exatamente seu trabalho no palácio tem haver com isso?

— Desculpa, não estou com vontade de lidar com você agora. Além do mais, se meus cálculos pelo sol estão certos já está na hora do meu encontro - deixo minha coroa de flores, que poderia ser tudo menos uma coroa, no chão e me levanto - Passar bem

Sai andando, deixando para trás um Thranduil fervilhando de raiva.

*********** 

— Então Lady Ayla, minha proposta é muito simples - Glorfindel apoia a mão casualmente no cabo de sua espada presa a cintura - Só não espero levar um tapa por ela, porfavor - ele afaga as próprias bochechas

— Estou ouvindo - cruzo os braços, me recostando na cadeira da pequena taverna a qual ele me trouxe. Descobri recentemente que o palácio não é muito longe dos outros lugares do reino e que se eu estiver disposta a andar ou conseguir um cavalo ou alugar uma carruagem, posso vir explorar.

Estamos na mesa mais afastada, longe dos ouvidos e olhos alheios.

— Vou ser bem direto com você - a luz do candelabro faziam o cabelo loiro de Glorfindel brilhar - Quero que seduza o Thranduil 

— Oi? - pisco surpresa 

— Quero que seduza Thranduil

— Não tô entendendo mas tô compreendendo e gostando da ideia. Pode prosseguir 

— Não apenas seduza, quero que o faça se apaixonar por você. Se estiver disposta, claro, afinal é daquela mula teimosa que estamos falando - ele me lança um sorriso preguiçoso - Thranduil mais que qualquer um merece um pouquinho de diversão, ele já passou e ainda passa por muita coisa…Então, estou disposto a te dar todas as informações necessárias sobre ele,todas mesmo, para que você possa começar o jogo

— Informações é?

— Informações privilegiadas, querida - ele sorri maroto - Vai ter todas as peças do jogo, só vai ter que aprender a brincar sozinha 

— Deixa ver se entendi - deslizo lentamente meu dedo pela borda do meu copo, o cheiro forte da cerveja preenche minhas narinas - Você quer que eu, euzinha, faça seu amigo se apaixonar. Ok, captei. Mas porque exatamente eu?

— Vi que vocês dois tem uma...vivência bem complicada um com o outro, e ambos tem temperamentos bastante explosivos. Sabe, é legal jogar fogo contra fogo.  Se for fácil não tem graça, não concorda? 

— Vamos Glorfindel…não trabalho com meias verdades 

—Tudo bem. Porque você é diferente - o elfo dá de ombros, tirando a mão da espada e apontando para mim - E é humana, ou seja, é mortal. Ele não vai se deixar ter nada sério com você. Além de que, de paixão não vai passar. Um elfo só ama uma vez, e pra Thranduil já foi. A rainha já se foi a centenas de anos. Então, sem risco de corações partidos depois. Não vejo problemas já que você claramente não gosta muito dele

Vivendo e aprendendo: como destruir um relacionamento antes mesmo de começar.

Professor responsável: Glorfindel. Ele supostamente matou um Balrog. Sim, supostamente, porque agora tô duvidando das faculdades mentais dele.

— Você pensou em tudo, hein? - resmungo.  Realmente pesado o que ele disse...mas penso sobre  isso depois...foco, Ayla

— Se quer saber, não tinha que ser exatamente você. Mas minhas opções eram bem reduzidas, considerando que só tem duas humanas aqui. E se reduziram ainda mais depois que vi que a outra humana, Isabela, estava mais interessada em flertar com os elfos nos campos de treinamento e com Legolas, então acho que ela não iria querer o pai dele…

— Nisso você acertou - ri, me lembrando da pequena cena de Legolas e Bela mais cedo

— Essa mente aqui - ele aponta com o indicador para a própria cabeça - É brilhante 

— Tá, senhor narcisista…só me resta uma dúvida: Confia em mim pra isso? Quem garante que não vou sair por ai espalhando aos sete ventos que está praticamente me oferecendo o Thranduil numa bandeja?

— Porque não acho que vá querer compartilha-lo. E não estou te oferecendo ele em uma bandeja, eu estou somente lhe dando a bandeja, agora, colocar ele nela é trabalho seu (?)

— Essa mente brilhante aí pensou na possibilidade da humana aqui não aceitar? - ergo uma sobrancelha sugestivamente 

— Claro que pensou. Mas olhe, o não eu já tenho então o que custa tentar? - ele tamborila os dedos na mesa de madeira - Além de que ninguém faz uma proposta já esperando um sim, não acha?

Um sorriso lento começa a se formar em minha boca. 

— Quer saber? Acho que vou gostar muito de jogar - ergo a mão para Glorfindel, sorrindo com muita, muita malícia 

E mudar um pouquinho o que fazer com as informações…afinal, eu faço meu próprio jogo, jogo conforme minhas próprias regras. Thranduil vem sendo um babaca comigo, vou simplesmente adorar domar a fera. 

E tendo os recursos pra isso…cara, vai ser muito, muito divertido - e foi esse o pensamento que me fez sorrir muito ao apertar a mão de Glorfindel, selando nosso acordo. 

E o melhor...Ele me sugeriu algo que, consequentemente, vai ajudar muito na missão. Que a Salve Greenleaf comece.

Bela

Uma semana havia se passado desde o ocorrido na sala da passagem secreta e nós ainda não sabíamos direito o que fazer com as....as informações. A única coisa que sabíamos era que devíamos agir rápido, pois a previsão do espelho poderia se concretizar a qualquer momento.

Eu não conseguia olhar pra Legolas sem a cena de sua morte rodar de novo e de novo em minha mente, Ayla ficava lançando olhares sombrios na direção de Thranduil (nenhuma novidade aqui) que retribuía com sobrancelhas arqueadas até quase sumir da testa (Isso não devia ser humanamente nem elficamente possível) E o Tay sempre que encontrava qualquer um dos dois soprava um beijo e colocava a mão no coração com um olhar de pesar tão extremo que fazia as pessoas quase acreditarem na existência de sentimentos nele (?).

Então passamos a semana vigiando nossas queridas gazelas loiras pra evitar possíveis mortes e eventualmente descobrir o que eles fariam nos próximos dias.

Eu tinha dado uma idéia brilhante sobre o que fazer, digna de um nobel da paz, mas Ayla e Tay não concordaram, só reclamaram um monte de blá blá blá. "Não queremos ser o novo Esquadrão Suicida, obrigada" Hunf, eu teria sido uma Harley maravilhosa.

— Você ainda tá sentida porque não aceitamos seu plano? - pergunta Ayla, espalmando as mãos na mesa de madeira no canto da sala de jantar. 

Ayla insistiu que deveríamos nos sentar na mesa mais afastada, bem longe da mesa da família real (onde Leggy ô Las, Lindus, Thranduil e Thoronthur se encontram jantando). Ela teve uma conversa com Glorfindel a cerca de dois dias e se recusa a falar conosco sobre, disse apenas que seus planos ainda estão em curso e que não quer se aproximar de Thranduil antes que "tudo fique pronto". A vontade de entender é grande mas a de me fazer de planta e fingir que nada tá acontecendo é maior. 

— Não. Até porque eu tive um diferente - sorri um sorriso mais falso que propaganda de absorvente - Se joga ao mar como oferenda, que tal?

— Que diferença ia fazer se sou uma filha de Poseidon? 

— Na verdade, acho que o mar te cuspiria  de volta - Tay diz, bebendo de sua taça de vinho - Pensa em outra coisa

— Hum - Ayla estende a mão e pega um copo vazio, o levantando acima da cabeça como se para pegar algo invisível no ar. Ela tampa a boca do copo com a palma da mão.

— O que tá fazendo? - o ruivo indaga 

— Eu? Pegando sua inveja - a loira sorri - Antes que se espalhe por aí 

— Vocês, najas, estão com veneno em excesso - resmungo - tanto é que estão destilando ele por aí 

— Cobras só atacam quando se sentem ameaçadas - ela da de ombros - E nós estávamos em um embate aqui ENTÃO SHIU

— Elas também costumam ser sorrateiras então se sairiam muito bem no meu plano e...

Ayla olha pra mim, fazendo sinal de silêncio (algo sobre não esparrar a morte alheia por aí, é segredo né) e abre a boca, pronunciando as palavras devagar e sem emitir nenhum som:

"Não adianta resmungar, reclamar, dar aloka e eu sei lá mais o que! Só sei que ter contato direto com os orcs como você sugeriu continua não sendo uma opção, Isabela!"

Aponto para Legolas e Thranduil na mesa deles, conversando com Toronthur e mais alguns elfos. Ergo os braços simulando um arco e "atiro" em Legolas, em seguida me viro para Thranduil já preparando uma lança imaginária na mão. Pauso, fazendo uma falsa expressão confusa e erguendo os braços.

( Depois eles morrem e você não sabe porque!)

 Ayla aponta para mim e faz um coração com as mãos, então aperta as mãos no próprio pescoço simulando uma asfixia e fazendo expressões de morte dignas de uma framboesa de ouro.

(É né meu amor, nesse seu plano a gente morre junto!)

— ENTÃO CRIA UM PLANO MELHOR SUA PULGA BIDESTRA - berro batendo a mão na mesa, esquecendo completamente que estávamos em uma conversa de gestos e interpretação  

— O dia que eu aceitar esse tipo de plano  será um dia sombrio para a Terra Média - Ayla proclama calmamente - E, duplamente, por ser um vindo especificamente de você 

Ignoro os elfos na sala, que tentam ao máximo fazer parecer que não estão nos observando a todo momento...e rindo, rindo muito.

 Ah me poupe, era uma conversa secreta! Quem nunca fez uma conversa assim quando o assunto era segredo e não podia nem sussurrar porque estava em uma sala cheia de gente com super audição? 

— Bela, monamour - Tay revira os olhos - DEIXA DE SER UMA ALPACA BURRA E FOCA NO QUE IMPORTA

— Que que foi hein ruivo sem sal?

— Legolas está parado atrás de você já faz 84 anos

— Que? - olho na direção da mesa em que ele se encontrava SEGUNDOS antes. Como se moveu tão rápido? - Tem um flash entre os elfos e eu não tava sabendo?

— Oi? - escuto uma risada sensual próxima ao meu ouvido e me viro rapidamente dando de cara com Legolas. Digo, na cara dele. Minha cara na cara dele. Puta que pariu

 - MEU DEUS ME DESCULPA - me levanto desesperada e olho pra Legolas, que aperta o próprio nariz com uma careta - SOCORRO NÃO QUERO SER PRESA POR AGREDIR O PRÍNCIPE! A COMIDA DAQUELA MASMORRA É HORRÍVEL E EU NÃO VOU TER OUTRA MALA PRA TACAR NUM ELFO E FUGIR 

— Parabéns, Isabela - Ayla bate palmas - É assim mesmo que se seduz o crush

— Ela não merece palmas, Ayla - Tay olha pra loira - Merece Tocantins inteiro

— ME PERDOA - aperto o rosto de Legolas com uma mão e com a outra toco seu nariz - Eu não entortei mais seu nariz, entortei?

— Mais? - Legolas arqueia uma sobrancelha, cruzando os braços - Está me dizendo que já era torto antes?

— Que? Não...- lanço olhares desesperados para os guardas do salão, já preparando meus golpes pra não ser levada (?) - Você tem nariz de princesa, NÃO, de príncipe! De príncipe, quero dizer!

— Sei

— NÃO VÃO ME LEVAR! AYLA PREPARA SEU GARFO! TAY TACA SUA FRANJA NA CARA DE GERAL! - olho para os dois. Ayla escondia o rosto com as mãos e Tay não estava em nenhum lugar a vista, e sim debaixo da mesa - Ahn?

E foi aí que Legolas começou a rir e percebi que o salão estava silencioso demais. Um olhar de canto de olho me fez perceber que todos me encaravam, sem nem tentar disfarçar dessa vez.

— Valar, não precisava disso tudo! - ele diz entre risadas - Não foi nada demais e eu estava brincando com você!

— Certeza que não vai sangrar até morrer?

— Tenho. Está tudo bem, olha - ele aponta para o próprio nariz

— Isso quer dizer que... - olho ao redor novamente e suspiro 

— Sim

— Senhor - estendendo os braços na direção do teto - Já pode me levar. Já atingi minha cota de vergonhas na terra e na Terra Média também. Hora de começar a dar aulas de como passar vergonha em público para os anjos porque os terráqueos já aprenderam

— Bela - Legolas respira fundo se contendo para parar de rir 

— Vai, ri. Mas aparentemente isso não é nada principesco porque seu pai está lançando olhares malignos na sua direção 

— Queria te convidar pra um passeio a cavalo comigo - Legolas sorri, nada afetado pelos olhares do pai e ainda dando mais motivos para os olhares se tornarem ainda mais malignos. Aperto com força as laterais da mesa para evitar derreter e me esparramar pelo chão (?) 

— Oh - pisco surpresa, muito surpresa

— A senhorita está livre hoje? - ele pergunta. Lanço um sorriso convencido para Tay, para Ayla e para todos os elfos naquela sala

— Pra você eu tô toda livre, anjo - me aproximo mais, jogando o cabelo numa tentativa falha de sedução 

— Que horas eu te pego então? - ele ri

— A noite toda se Deus quiser

— Olha lá, Ayla - Tay semicerra os olhos - Depois fala da gente


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Notas finais do capítulo

Comentários são muito bem vindos! ♡
Próximo capítulo não demora a sair, já está em andamento!



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