The Haunted escrita por Heartblood


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ;)



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"Os únicos demônios neste mundo são os que perambulam em nossos corações, e é aí que as nossas batalhas devem ser travadas.-Gandhi"


Harry Stormblood

—O que faz aqui? -levanto e sinto uma dor forte, como se meus ossos estivessem quebrando novamente- Como me encontrou? -engulo seco, cerrando o punho.

            -É fácil te encontrar. -ele fecha a porta, rindo baixinho - Sempre gostou de ajudar pessoas, mas não uma de cada vez. Obviamente estaria trabalhando em um hospital. E, por favor, esqueceu? A culpa é minha. Eu te transformei, bebi seu sangue. Sei onde você está a cada momento da sua vida. Sempre perto de Heartblood´s.

            Oliver Graywolf... Ele destruiu a minha vida. Éramos muito amigos, mas um dia ele ficou louco e me atacou. Desde então a minha vida se transformou em um pesadelo. Ele era culpado pela morte de muitos de nós então era difícil alguém não odia-lo. Ele facilmente atrai as meninas com o seu jeito de bad boy. Eu realmente não sei por que elas gostam tanto disso e depois de um tempo elas mesmas começam a se perguntar o que viram nele. Ele não tem coração... Ele apenas usa as pessoas para transformá-las em cobaias.

            Sua pele já não parecia mais de um ser vivo, estava mais branca do que a dos outros.  Ele parecia ter morrido fazia tempo. Seus olhos castanhos brilhavam o tempo todo e por isso parecia que ia explodir a qualquer momento. Ele estava com olheiras profundas e parecia estar cansado, talvez irritado. Ele é alto, mas não tanto quanto eu. Devíamos ter uns cinco centímetros de diferença... Mas ele era forte. Isso me deixava em desvantagem, pois eu não era tão forte quanto ele. Ele devia ter arrumado mais cicatrizes desde a ultima vez que eu o vi.

            Ele estava com uma roupa de... Médico? Jaleco, camisa cinza, calças largas e cinzas, coturnos. Nas mãos ele tinha uma prancheta, e por experiência própria, eu sabia que esta poderia virar uma arma.

            -Oliver? -Alice murmura, confusa

            -Sim, querida. -ele pisca com um olho só, sorrindo sarcasticamente- Harry... Você deve estar fazendo um ótimo trabalho, tentando beijar suas pacientes.

            -Eu não... -desafino - O que você está fazendo aqui?

            -Vim apenas ver meu querido amigo. -eu sabia que ele queria rir apenas por sua expressão- Senti sua falta. Como vai sua irmã? -ele sorri do modo mais sarcástico possível.

            -Como vai sua família, Graywolf? -o olho com raiva. Pouco depois que minha irmã... Morreu, a casa dos pais dele acabou pegando fogo. Não sei o por que. Grande mistério. Eu realmente não sabia, e era estranho porque nossas famílias morreram de jeitos idênticos. Mas não tinha sido eu, juro pela minha vida.

            -Eu... -ele treme um pouco, cerrando os dentes- Você realmente acha que eu me importo? -ele ri- Você só me fez um favor, Stormblood.

            -Como sempre, um péssimo mentiroso. O que você faz aqui?

            A respiração de Alice falha. Ela murmura um "Melody" tão baixo que quase não ouvi, mesmo estando ao lado dela. Ela estava certa, Oliver estava ali porque sabia que Melody estava ali também.

            -Eu já falei o motivo. Por que você nunca acredita em mim? -ele se aproxima um pouco- Milagre. Não vejo mais seu anel.

            -Minha vida não é da sua conta. -falei o mais seco que consegui

            -É sim. Desde o momento em que o seu sangue passou pela minha boca... -ele senta na cadeira, cruzando as pernas- Talvez eu devesse ir lá falar com ela. E perguntar onde esta a aliança tão sagrada de vocês.

            -"Nada dura pra sempre". Não é isso que dizem? -falo irônico - Sai do meu lugar, Oliver.

            -Tudo bem... -ele levanta, andando até a cama da Alice- Pode até acabar... -ele respira fundo, certamente sentindo o cheiro dela. Doce como sangue de uma criança, mas um pouco amargo, como tristeza. - Mas não precisa beijar a irmã dela depois.

            -Não beijei ela - arregalo os olhos.

            -Moço, cinco metros de distância no mínimo -ela o empurra com o pé -Obrigada.

            -Pra que tanta agressividade, loirinha... -ele ri, segurando o pé dela- Eu posso ajudar o processo de transformação e quebrar para você. -ele sorri. Ela da um jeito de chutá-lo no queixo, fazendo-o cambalear para trás

            -Para você, dez metros no mínimo.

            -Olha... -ele me olha- Gostei dela. -ele morde o lábio- É igual à irmã.

            -Seu cuzinho. -ela revira os olhos - Odeio pessoas invadindo meu espaço, então tira essa coisa nojenta que você chama de corpo do meu quarto agora. Ta bom, "querido"?

            -Alice... -coloco a mão no ombro dela- Calma, o.k? Ele esta fazendo de propósito. Se você se irritar, o processo acelera. Só fica calma. -a olho, sorrindo de canto- Oliver, vamos conversar lá fora?

            -Por quê? Por que não aqui? Ambiente tão agradável com uma pessoa tão... Amável - ele fala sarcástico

            -E depois você quer que eu seja educada com esse filho de puta mal comida?-Alice murmura, incrédula, se encolhendo na cama.

            -Filho da puta? -ele ri- Tem certeza? Acho que não... Pelo menos a minha mãe não me batia que nem a sua, Heartblood.

            Ela o olha, sem expressão o fazendo sorrir, me olhando novamente. Olho para Alice, que olhava para a janela, olhos marejados com sangue. Vou até Oliver, o puxando para fora dali. No começo ele ficou surpreso, mas em seguida riu alto.

            -Ei... Me solta -ele me empurra -Você é mais idiota do que eu pensava!

            -O que faz aqui? -fecho a porta do quarto dela atrás de nós. O corredor estava vazio. -Me responda.

            -Eu posso ir aonde quiser, Harry. Você está me expulsando? Eu não tenho medo de você.

            -Eu também não tenho medo de você. É só uma pergunta, Graywolf. Por que não responde logo? -cruzo os braços, impaciente.

            -Eu já respondi... -ele me da dois tapinhas no braço -O que a Melody está achando disso entre você e a Alice? -ele arqueia uma sobrancelha - Acho que ela deve estar amando a ideia de você ser cunhado dela.

            -Você exagera de mais. -nego com a cabeça - Não sou cunhado da Melody nem vou ser. Entendeu?

            -Não? -ele ri - Então só iria usar a menina?

            -Não sou você para fazer isso. Não ia fazer nada.

            A verdade era que eu realmente ia beijar ela. Poderia ser um erro, com certeza. Não que eu fosse me arrepender. Mas eu nunca apenas usaria alguém. Nunca magoaria alguém, nunca quebraria essa pessoa. Nesses aspectos, eu ainda era o oposto de Oliver.

            Escuto passos no corredor. O barulho era o mesmo que o sapato de Melody fazia quando ela andava. Por um momento, ouço o coração de Oliver acelerar. Foi por tão pouco tempo que não tive certeza se estava ouvindo corretamente. Ele a olha, com o sorriso cafajeste no rosto novamente.

            -Olha só quem resolveu aparecer! Nosso trio agora esta completo. Faz o que? Quatro anos?

            -O... -ela fica pálida. -O que faz aqui? Sai. Não quero você nessa cidade -ela me olha -Como você deixou isso acontecer? Idiota...

            -Eu? -a olho, incrédulo. -Melody, vai se foder. Por que a culpa dele estar aqui é minha?

            -A culpa é sempre sua, Stormblood. -ela revira os olhos e volta o olhar para Oliver - Por que você voltou? Eu disse para você sumir.

            -Para ver vocês... -ele ri alto - Essa piada nunca perde a graça. E, lindinha, você não manda em mim. Nunca mandou, foi sempre ao contrário, lembra? Acho que sim. Aquelas noites foram inesquecíveis.

            Ela o olha, irritada. Seus olhos estavam muito escuros, porém ainda não estavam negros. Foi ai que Alice colocou a cabeça para fora do quarto.

            -Olha, se vocês não se importarem de terminar isso ai rápido, acho que minha perna vai quebrar daqui a pouco. Assim, só avisando. -o olhar dela para em Oliver - O bundão metido a bad boy ainda não foi embora?

            -Harry... -escuto Melody sussurrar. -Vai cuidar dela... Eu tiro ele daqui.

            -Você? Me tirar daqui? Seu orgulho não diminuiu nada. -ele sorri de canto.

            -Se eu fosse você, não continuaria a subestimá-la. -rio baixinho - Tchau, Oliver.

            Alice revira os olhos, murmurando algo como "Claro. Ela é a senhora foda. Ela mata até um bundão sem bunda, assassino igual a ele. Vou quebrar a porra da minha perna" e entra no quarto, fechando a porta com força atrás de si. Reviro os olhos, entrando no quarto. Ela estava sentada na cama, com a agulha de soro na mão e com a perna esticada.

            -Ei... Você está louca? -vou até ela, tirando a agulha de sua mão. - Deixa eu fazer o que eu preciso fazer, o.k? Desculpa te deixar sozinha aqui.

            -Tudo bem... Eu acho. -ela suspira, deitando na maca e olhando para o teto. -Você se acostuma em ser deixada de lado.

            -Vai doer um pouco. -coloco a mão na perna dela, apertando a mesma. Ela faz careta.

            -Já sei disso.

            Pego uma seringa e um soro que estava em meu bolso. Era mais escuro que anestesia, por conter sangue de demônio, com um pouco do veneno. Isso iria fazê-la sentir menos dor, quase nenhuma, já que o veneno amorteceria aquela área totalmente por minutos.

            Injeto o soro nela no momento que sua perna quebra. Ela morde o lábio, como se sentisse um incomodo. Havia funcionado. Enfaixo a perna dela.

            -Daqui a pouco viro uma múmia. -ela suspira. Estava com o braço esquerdo e a perna direita enfaixados, além de alguns pequenos curativos. -Ahn... Harry, como ele sabia que você estava aqui? Digo, como Oliver descobriu?

            -Ele... O meu sangue. -suspiro - Ele pode sentir.

            -Hm... Não tem como mudar isso? Ou é só matando ele? Porque eu posso fazer ele "cair" do ultimo andar sem querer, ou se dar um tiro.

            -Acho que isso não ia adiantar muito, Ali.

            -E se ele, além de cair do ultimo andar, caísse numa faca que ficaria presa no coração dele, fazendo jorrar sangue, e...

            -Alice... -respiro fundo - Você acha que já não tentaram matar ele? Todos tentam todos os dias com todas as maneiras possíveis e imagináveis.

            -Eu só... Quero ajudar. -ela se encolhe - Quero pelo menos fazer você se sentir melhor. Deixa quieto, eu vou calar a boca.

            -Tudo bem... -sorrio, passando a mão sobre a mão dela. -Ele não me afeta tanto assim, calma.

            -Mas já afetou.

            -É... E a sua irmã também me afetava. Mas é passado. Os dois são.

            -Ela afeta todo mundo. Ele deve ser um câncer para a existência da espécie. Ponto.

            -Sabe... Eles já foram muito melhores. -suspiro. -A sua irmã costumava sorrir o tempo todo... E ele, bem, era como um irmão para mim.

            -Às vezes as pessoas nos decepcionam.

            -Eu acho que eu os decepcionei. -olho para o chão.

            -E por que você acha isso?

            -Ele confiava em mim. E eu o ignorei. Eu o deixei sozinho quando ele precisava de mim. Não o ajudei. -levanto.

            -O que ele tinha pedido para você? Porque depende, sabe. Talvez fosse melhor assim do que se você tivesse o ajudado naquele dia.

            -Eu não posso te falar.

            -De boas. -ela olha para baixo e eu ouço um barulho. Alice arregala os olhos, segurando a risada. -Isso... Foi minha barriga?

            -Você está com fome? Quer que eu pegue comida?

            -Sempre estou com fome. Mas não quero ficar sozinha, vai que aquele cara aparece de novo. -ela me olha - Posso ir com você?

            -Eu... Na verdade não poderia fazer isso. Mas pode. Vamos.

            Ela sorri e seus olhos brilham. Novamente ela parecia ter menos de dezenove anos. Talvez, mentalmente, ela tivesse seis. Ela mudava de humor muito rápido, mais rápido que um bipolar. Isso era uma coisa que eu poderia ficar horas pensando.

            -Sério mesmo?

            Concordo com a cabeça e a ajudo ela a levantar. Alice se apoia em mim, com um braço em torno de meu pescoço. Só naquele momento percebi como ela era baixinha, já que batia bem abaixo de meu ombro. Isso me faz sorrir de canto, ajudando-a a sair do quarto. Ela olha pelo corredor escuro como se o achasse macabro. Concordo com a cabeça, levando-a para a cozinha. Ela fica em silencio o caminho todo.

            Chegando lá, coloco ela sentada na mesa. Sorrio de novo, pegando um prato/ tigela e coloco um pouco de sopa. Ela sorri e fica me olhando. Coloco o prato em uma bandeja e pego uma colher colocando ali também. O cheiro faz a barriga dela roncar de novo e isso me fez rir baixinho enquanto a ajudava a levantar. Ao chegarmos no quarto, ela senta na cama e come a sopa ainda em silencio. Quando ela termina, olha o nada. Eu a olhava.

            -Acho que não adiantou muito.

            -Você já está virando uma de nós, esqueceu? -respiro fundo, sentando na ponta da cama.

            -Não tem como esquecer. Mas o que isso tem haver?

            -Sabe do que nos alimentamos?

            -Sangue. -ela sorri cínica.

            -Exato. -rio, revirando os olhos - Você não sente vontade?

            -Não muito. Eu acho que não... Um pouco. Sim. Muita mesmo.

            -Eu... -olho para a cama. -Você quer experimentar?

            -Como vai conseguir sangue?

            Arqueio uma sobrancelha, sorrindo de canto. Vou até ela, sentando na mesa em sua frente. Ela arqueia uma sobrancelha também. A olho nos olhos, mordendo o canto do lábio.

            -Espera... Eu não vou beber o seu sangue. -ela franze a testa.

            -Por que não? -rio - É melhor do que tomar de um humano. Porque ai você não vai querer parar. Com o meu vai saber a hora.

            -Tem certeza que não vou te machucar? -concordo com a cabeça, erguendo a manga da blusa. Ela parecia meio nervosa. -Ahn... O.k.

            -Tudo bem, o.k? -mexo em uma mecha de cabelo dela. -Não dói.

            Ela da de ombros e a pele fica pálida. Os olhos dela ficam inteiramente pretos, sedentos de fome e as bochechas rasgam, aumentando a boca, deixando os dentes já grandes aparecendo. Alice segura meu braço com a mão boa e me olha antes de mordê-lo.

            Sinto os dentes dela perfurando a pele. Quando o sangue começa a sair, os olhos dela ficam inteiros brancos. Uma sensação um pouco esquisita invade meu corpo, como correntes elétricas cada vez mais fortes, fazendo-me arrepiar. Sorrio e jogo a cabeça para trás. Ela fecha os olhos e meu braço começa a arder, fazendo com que eu engula em seco, mordendo o lábio com força.

            Ela solta meu braço. Os olhos estavam ainda mais brancos e sangue sujava sua boca, dentes, pescoço e um pouco da mão e da blusa. Ela olha para si mesma, rindo baixinho, a voz estava rouca.

            -Sou uma criança, olha que beleza.

            -Satisfeita? -sorrio de canto.

            -Uhum. -ela sorri, tentando limpar a boca que já voltava ao normal.

            -Alice... -escuto a voz de Melody - Mas que porra é essa?

            -O que? -Alice a olha, com os olhos um pouco mais humanos. -Ah, eu estava com muita fome, não comia há dias.

            -Harry... -os olhos dela ficam negros, com a íris azul mais escura. -Você é idiota. -ela cerra os punhos - Como... Por que você fez isso? Vocês dois?

            -Melody eu só bebi o sangue...

            -Fazendo. Não tem nada de errado. -sorrio irônico.

            -Alice, cala a boca. -ela chuta a parede - Desculpa. Você não tem culpa, é só uma criança. Ele que foi o idiota aqui. Você não sabe sobre quase nada ainda, Lice...

            -Eu ia morrer de fome!

            -Isso é um hospital. É cheio de bolsas de sangue. -a voz dela falha. -Você fez de propósito, não foi, Stormblood?

            -Não posso simplesmente pegar uma bolsa de sangue, Melody. Tem gente que iria morrer se eu fizesse isso. Tem pessoas precisando.

            -VOCÊ NÃO PODIA TER FEITO ISSO E SABE MUITO BEM AS CONSEQUENCIAS! -Melody grita - Eu estou te odiando cada vez mais, Harry. -ela sussurra, olhando para a parede.

            -Todos me odeiam. Esqueceu disso? A culpa de todos me odiarem não é só do Graywolf.

            -A culpa é sua... Eu não te odiava e você sabe disso. Mas você afasta todo mundo... Sempre! E não importa o jeito. Você sempre consegue fazer as pessoas te odiarem, - ela encosta a cabeça na parede.

            -Depende da pessoa. -olho o nada. Ela escolheu se afastar e me odiar. Não tive nada haver com a decisão dela.

            -Eu não quero você perto dela. -ela me olha. -Qualquer pessoa menos a minha irmã, o.k?

            -Hey, você não decide quem fica perto de mim ou não! -Alice a olha com raiva.

            -Ele... -Melody suspira - Você sabe o que ele fez? Você sabe o que significa quando algum demônio se alimenta de outro?

            -Ahn... Não, mas não importa.

            -Ei, Melody, você está exagerando. -levanto, indo até ela. -Você só está falando isso porque eu terminei com você.

            -Você... -ela franze a testa, me olhando nos olhos. -É sério que você me disse isso? -faço que sim e os dentes dela começam a crescer lentamente. -Não... Não toca mais nela.

            -Ou o quê?

            -Ou você nunca mais vai tocar em ninguém.

            -Melody, para...  -Alice sussurra.

            -Bom saber, fique a vontade em fazer o que quiser. -suspiro

            -Para de defender ele. Agora. -ela a olha.

            -Não! –Alice grita e juro ver uma planta ali murchar e morrer, virando cinzas em seguida, deixando pétalas de rosa no lugar.

            -Ela é mais teimosa que você... -sussurro, sorrindo maliciosamente. Melody morde o lábio, irritada, e ao mesmo tempo em que Alice revira os olhos. Melody me dá um tapa forte na bochecha, me fazendo rir alto.

            -Eu... Te... Odeio... -os olhos dela enchem de lágrimas. -Você não faz ideia do quanto eu estou com raiva de você agora. -ela olha para baixo, deixando duas lágrimas escorrerem. Sabia que ela não chorava desde o dia em que terminamos, mas desconfiei que aquilo não fosse por mim. E sim pela volta de Oliver.

            -Me desculpe. Ela precisava comer e eu precisava fazer isso. -me aproximo um pouco. Ela me empurra de leve e vai até Alice.

            -Ei... Eu posso voltar amanhã? Preciso ir para casa... -ela fica de joelhos no chão, arrumando o cabelo de Ali.

            -Pode... Por que precisa ir?

            -Porque a mãe tá mal. - ela respira fundo. -Eu vou cuidar dela um pouco pelo menos. Só me faz um favor, baixinha?

            -Acho que sim, não prometo nada.

            -Não escuta ele, o.k? Eu vou voltar amanhã e vou te levar para casa. -assim que ela diz isso, Alice me olha diretamente nos olhos. Faz que sim e desvia o olhar. -Tchau... -Melody dá um beijo na testa da loira, levantando em seguida. Ela me olha, indo em direção à porta e saindo.

            -Por que eu não podia tomar seu sangue? -Alice sussurra.

            -Porque... Tem um significado forte. -encosto na parede. Ela me olha confusa. -Eu... Não sei como explicar direito. Dependendo do momento, tem significados diferentes.

            -Acho que entendi. Mas nesse momento, significou o que?

            - Se estivéssemos no meio de uma briga e você fosse minha rival, significaria que você gostaria que eu morresse. -mordo o lábio - Mas... Se eu estivesse tomando seu sangue ao mesmo tempo em que você tomava o meu... Ou tomássemos o sangue um do outro em seguida... -a olho - Seria meio que uma união, namoro, comprometimento. -engulo em seco - E quando apenas um demônio toma sangue do outro... Normalmente essa pessoa fica apaixonada pelo outro. -cruzo os braços - Muitas vezes começa a amar tanto o outro que não consegue viver sem, obedece à pessoa a ponto de virar escravo.

            -Se você tentar me fazer de escrava, eu te mato.

            -Eu não vou nem tentar. -vou até ela - Não sou esse tipo de pessoa. Eu nem tinha pensado direito no resultado. E parece que não aconteceu nada com você, porque até agora você não tentou me agarrar.

            -Nem vou tentar. Não sou o Mattew.

            -Desculpa tá? Eu só sei estragar as coisas.

            -Para de falar isso, parece eu. Se você não tivesse me deixado beber seu sangue, eu ia morrer de fome.

            -Não ia. Eu poderia ter pegado sangue para você.

            -Para. Chega desse assunto. -ela fecha a cara e eu reviro os olhos. Pouco depois ele recomeça, rindo - Quer dizer que tipo... Pela lógica desse negócio, o Oliver é apaixonado por você?

            -Não! -rio – Quando ele bebeu meu sangue foi com a intuição da transformação, e então não mudaria nada na vida dele, apenas na minha.

            Ela ri alto e tapa a boca.

            -Ah ta, entendi.

            Nego com a cabeça, ainda rindo.

            Eu realmente não havia pensado nas consequências de ela ter me mordido. Mas eu queria muito ver como seria... Queria poder sentir ela me mordendo e tomando meu sangue. E foi melhor do que eu pensava. Infelizmente, Melody chegou logo depois... Eu acho que dessa vez eu realmente fiz ela me odiar tanto que posso estar quase alcançando Oliver na lista de pessoas que ela mais odeia.

            As duas podem ser parecidas em muitos aspectos, mas também são muito diferentes em outros. Alice é mais... Gentil, vamos dizer. Ela parece ser mais delicada, mas tem seus momentos de raiva como qualquer um. Eu acho que uma parte de mim quer salvá-la apenas pelo fato de ela ser muito bonita. Entretanto a outra parte a quer viva por um motivo maior... Que eu realmente não sei qual é. Só sei que a quero por perto.

            E não vou deixar Melody tirá-la da minha vida.


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