TWO FACE´s escrita por Cyn


Capítulo 2
Ny




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Aquela mulher começa-me dando nervos. Andando de um lado para o outro como se fosse uma formiga e em vez de ajudar e ir-se embora fica andando como uma barata tonta o tempo TODO!

Posso mesmo dizer que os homens das mudanças estão pensando o mesmo que eu.

Meus pais conseguiram o que queriam. Irei-me mudar. Mas não apenas eu. Sai do hospital uma semana atrás. Ao que parece fiquei um mês e 4 dias em coma. Eles não tinham esperança que eu sobrevivesse. Mas parece que até em coma sou uma cabeça dura. Enquanto que meus pais bom, eles não são tão cabeças duras quanto eu.

Olhei para meus irmãos e senti o nó da minha garganta de novo dando vida. Se eu não tivesse sido tão cabeça dura, tão estupida, estaríamos todos á mesa comendo animadamente. Mamãe estaria conversando com Rosy sobre os seus coleguinhas de escola, enquanto que eu e Noah fazíamos as nossas competições idiotas de comida com nosso pai contando o tempo. Se eu não tivesse dito tão idiota

-Tudo pronto?- Ouvi a mulher preguntar aos homens.

-Tudo.

-Ótimo. Obrigado. Vamos meninos.

não nos estaríamos mudando como se fossemos para o nosso próprio funeral.

Rosy saiu do sofá e correu para meus braços chorando lágrimas silenciosas. Ela já tinha aprendido que chorar pelos nossos pais não os traria de volta. Peguei no corpinho frágil de minha irmãzinha e dei a mão a Noah que ele apenas ficou olhando.

-Noah? O que se passa maninho?

Ele não respondeu, não me olhou, apenas me abraçou apertado compartilhando as mesma lágrimas que sua irmã gémea.

Fomos para o carro da mulher, não me dei ao trabalho de decorar o nome dela, nunca mais a veríamos. Passaríamos de Boston para NY, Esperance. Não é irónico?

Meus irmãos de 5 anos acabaram dormindo deitados em mim enquanto eu competia com meus olhos pesados e a longa estrada até ao aeroporto. Rosy acordou um pouco antes de pararmos e saímos do carro, eu carregando Noah.

A mulher falou e falou, mas meus ouvidos não entendiam nem queriam ouvir o que ela dizia. Para quê perder tempo com algo que não verás mais?

Dentro do avião deitei Noah no banco suficientemente grande para todo o corpinho dele e Rosy sentou-se do meu outro lado olhando pela janela.

-Não tens medo, Rosy?

Ela virou-se para mim e negou com a cabecinha dando um pequeno sorriso.

-Se fosse perigoso não havia tanta gente aqui.

-És muito esperta, sabias?

Ela sorriu ainda mais e não pude deixar de pensar que antes ela riria com sua doce vozinha de inocência.

-Como vai ser agoa?

-Agora, nós vamos viver nossas vidas como fizemos até aqui.

-Mas papai e mamã não estão com a gente.

-Eles estão. Peguei na mãozinha dela e coloquei-a no seu coração.- Bem aqui. Eles nunca deixaram de sair dai. Sabes porquê?

-Não.

-Porque eles tem amam muito mesmo que não estejam aqui. Porque eles nos amam a todos nós, e nós os amamos a ele na mesma força. Nunca os esqueceremos. Se acreditares que a mamã e o papá estão aqui, nunca terás medo.

-Eu acredito! Mas eu ainda tenho medo de voar.- Disse fazendo-me rir um pouco.

-Anda cá.- Peguei nela e abracei-a apertado contra mim e ambas sentimos o avião levantar voo e voar.

2 Horas depois

Noah já tinha acordado á 1 hora atrás e juntos olhávamos para a paisagem á nossa frente. Marina tinha-nos levado ao topo mais alto de Esperance. Do cimo da montanha admirávamo-nos com toda a cidade minúscula aos nossos olhos.

-Amy, olha!- Chamou-me Noah apontando para o Parque de diversões, mais propriamente a montanha russa.

-É incrível.- Sussurrei.

-Hey, Noah, o que achas de irmos lá um dia destes?- Perguntou Marina carinhosamente ajoelhando-se ao lado dele.

-Boa!

-Também quero.- Disse Rosy saltando.

-Claro que sim, princesa. Vamos todos.

-Eba!-Os gémeos gritaram e por minutos esqueceram-se do que passaram este mês o que foi muito bom para eles. Marina sabia o que fazia.

Ela era muito parecida com minha mãe. Os cabelos castanhos e os olhos azuis. Apenas a idade era diferente. Marina era 4 anos mais nova que mamãe. Ela já tinha ido passar uns dias lá em casa mas nunca viemos aqui. Ao seu mundo. Sabia que era solteira e sem filhos, mas não acreditava que não tivesse alguém. Ela era muito bonita para isso.

Pegamos viagem para o apartamento de Marina que ficava num bairro calmo. Ela difícil habituar-me a algo tão sossegado e silencioso. Minha vida toda sempre teve agitação, perigo, barulho. Mas essa parte de mim se foi.

O elevador parou e Noah saiu correndo mas parou quando um menino saiu de uma das portas e esbarrou com ele fazendo-o cair. Meu instinto falou mais alto e fui até ele levantando-o.

-Estás bem?- Perguntei-lhe acariciando-lhe na barriga.

Ele assentiu e olhou para o garoto mais velho, talvez tivesse uns 9 anos.

-Nelson, não te avisei para não saíres assim?- Uma rapariga ruiva saiu do apartamento com as mãos na cintura o olhando.

-Foi sem querer.- Defendeu-se o garoto e virou-se para Noah.- Desculpa ai, ok?

-Tudo bem.

-Vês?- Deitou a língua de fora a rapariga e saiu para o elevador.- Olá, marina.

-Olá, Nelson.

-Nelson, não te atrevas a fechar esse elevador sem mim!- Ordenou a rapariga e Nelson fez cara de aborrecido mas espero.

-Desculpem o idiota do meu irmão.- Disse a rapariga meio envergonhada.- Eu sou a Íris. Sois os sobrinhos de Marina pelo que vejo.

Levantei-me e Rosy pegou-me na mão olhando a menina envergonhada.

-É. Sou Erika. É a Rosy e o Noah.

-Prazer.

-Íris, vamos!

Íris revirou os olhos e olhou-nos desculpando-se.

-Desculpem, tenho de ir. Foi bom conhece-los. Adeus, Marina.

-Adeus, Íris.

Eles desceram e nós entrámos na 2 porta á direita do corredor. O apartamento não era pequeno mas se fossemos 5 pessoas ficaríamos um pouco apertados no andar debaixo. Sim, porque tem 2 andares. O quarto dos gémeos ficava ao lado do meu seguido pelo da Marina. Deitei a mochila na cama e desabei nela olhando o teto.

-Nova vida, nova Erika Holt.- Suspirei e mordi o lábio inferior.- Espero.

Acabei adormecendo e quando acordei eram 21: 31 da noite. Uma bandeja de comida estava em cima da mesinha de cabeceira com um bilhete de Marina.

Ficar sem comer faz mal então espero que comas quando acordares

Beijos, Marina

Sentei-me na cama e dei uma garfada no macarrão com queijo. Um ÓTIMO macarrão com queijo. Depois de 1 semana comendo comida de hospital sabia muito bem comer uma comida a sério.

Estava na 4 garfada quando bateram á janela.

-Mas que diabos?- Resmunguei levantando-me e indo até ela.

Quando puxei a preciana o rosto de Íris apareceu sorridente. Com a testa rangida levantei a janela e ela sentou-se na beirada. Só agora reparei nas escadas de incendio que davam acesso a todos os aps até ao resto chão.

-Oi.

-oi.

-Vi a luz logo descobri que estavas acordada. Marina foi a minha casa e perguntou-me se amanhã podias vir comigo para a escola.

Obrigadinha, titia.

-Então, amanhã passo por cá ás 8, tá? Não vamos de autocarro. Não gosto de autocarro. Prefiro caminhar. Mas bom, vou mostrar-te a escola e posso apresentar-te aos meus amigos. Marina ainda me disse que precisavas concluir a tua transição então eu posso ajudar-te com isso. Conheço-os a todos. Ok?

-Hmm, certo.

-Ótimo! Se precisares de alguma coisa basta vires bater-me á janela.- Ela apontou para a janela ao meu lado esquerdo.

-Ok.

-Boa noite então, Erika.

-Boa noite.

Ela desapareceu pela sua janela e eu fiquei olhando o espaço sem compreender muito bem o que se tinha passado ali.

Ouvi uma risada vinda de cima e olhei mas não vi ninguém com a escuridão ali. Provavelmente um vizinho coscuvilheiro.

Entrei e fechei a janela junto com as precianas. Acabei de comer e vesti o pijama. Quando me deitei na cama e me tapei meus pensamentos fugiram para aquela noite.

-Mas eu não quero ir! É aqui que tenho minha vida!

-Que vida, Erika? Que vida?...


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Notas finais do capítulo

Não deixem de comentar por favor, beijos



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