~ Samantha POV's

Enquanto dirigia de volta à nossa querida cidade - que devo ter esquecido de mencionar, era Los Angeles, a bela cidade dos famosos, mas no meu círculo de amigos, éramos famosos apenas na área Drama Sem Fim - olhei diversas vezes o rosto angelical do homem ao meu lado, e meu Deus, que rosto lindo, mais lindo ainda com aquele sorriso bobo todas vez que me encarava.

Nossa diversão durante o percurso foi basicamente trocas furtivas de olhares. Mesmo tendo de prestar atenção a estrada, eu ganhava toda hora, pois James não conseguia sustentar seus olhos nos meus, corava, e baixava a cabeça. Ai ficava só aquele som baixo do rádio tocando, e o barulho do vento batendo contra o parabrisas do caro, enquanto me perguntava o porquê da atitude dele - e me convencia mentalmente que era apenas muita felicidade o que ele sentia - seus olhos castanhos esverdeados maravilhosos me encaravam novamente, e começava tudo mais uma vez, coisas da vida.

Estacionei o carro, que agora era meu, já que decidi comprá-lo, na garagem do prédio em que morava - isso depois de levar James em casa, à força, pois o crianção queria dormir comigo, mas neguei sua idéia - praticamente corri até o elevador, anciosa demais por um banho e minha cama deliciosamente fofa. Mas, ao abrir a porta de meu apartamento "Surpresa", gritou minha dupla favorita de amigos.

– O que fazem aqui ? - indaguei, meu sorriso indo de orelha à orelha.

– Alguém tinha que comemorar a chegada memorável do novo casal neste círculo de amigos, mas como veio só metade da laranja, teremos que avisar a outra - respondeu Logan, que pulou em cima de mim.

– Se tivesse me dito, eu não teria levado ele em casa - disse com a voz falha, sufocada por aquele abraço de urso, até que Carlos me libertou e tomou o lugar do topetudo.

– Licença, Topete, ela não é só sua.

– Hmm, que seja, agora tenho a minha - estirou língua.

Foi aí que notei as duas garotas - que devo dizer, eram consideravelmente lindas, até demais para aqueles dois idiotas - que estava acanhadas no cantinho da sala, apenas rindo da cara dos bobões.

– Seus imbecis, me apresentem elas, e deixem de babaquices - sorri para as duas.

– Pode deixar, eu mesma me apresento - interrompeu uma delas - meu nome é Bruna.

Ela tinha um sorriso simpático, quase impossível de não retribuir, e um carisma enorme, já que, em vez de tradicionalmente apertar minha mão, adiantou-se para me abraçar.

– É um prazer - soltei de seu abraço e observei a outra, que de branca ficou vermelha igual a um pimentão, envergonhada, e simplesmente fofa - E você?

Aproximei-me a passos largos, e me agachei, ficando da altura de sua cadeira de rodas. Algumas pessoas se incomodam com os tipos de deficiência existentes no mundo, eu não, era um privilégio para mim conhecer pessoas assim, especiais, não por sua diferença física evidente, mas sim por sua força de superar os obstáculos, talvez por isso simpatizei com ela logo de cara.

– Sou Thamires - esticou o braço para apertar minha mão, mas fiz como Bruna, ignorei as formalidades e regras de se conhecer alguém, e a abracei.

Em pouco minutos, nós três engatamos em uma conversa divertida, enquanto os príncipes delas, trataram de ir buscar o meu. Não demorou muito para que voltassem, James estava com o rosto inchado, e os meninos explicaram-nos que ele adormecera como uma princesinha, o que o fez fazer um biquinho adorável. Tive de consolá-lo enquanto um chuva de gargalhadas enchia o ambiente.

Tudo estava incrível, quando de repente a porta se abriu, um estrondo percorreu o local, e uma dor dilacerante brotou de meu braço, um grito estridente escapou por entre meu lábios trêmulos enquanto meus joelhos fraquejaram, indo de encontro ao chão acarpetado, minha visão turva captou apenas uma ultima imagem de James e Carlos, correndo para fora do apartamento, e Bruna ajoelhada próximo a mim, antes de tudo escurecer, mais uma vez.

~ James POV's

A porta do apartamento de Sam abriu-se com um grande estrondo, nos assustando e revelando quem estava atrás dela, Margareth, segurando uma arma. Antes que eu pudesse ao menos reagir, os dedos finos da psicopata apertaram o gatilho, acertando o braço esquerdo de Samantha, que gritou ferozmente antes de cair no chão.

Eu tinha uma escolha a fazer: ou socorria minha namorada deitada no chão, ou pegava a criminosa que tratou que fugir. Então, rápido como um pensamento errôneo que brota em nossas mentes, corri atrás de Margareth, disposto a fazê-la pagar caro por seus atos.

.