Sei que vamos melhorar.. escrita por Caruliss


Capítulo 19
Capítulo XVIII.




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Victória narrando:

Acordei 10 horas da manhã e meus olhos ardiam muito. Levantei da cama, lavei o rosto e escovei os dentes, peguei a carta que estava na cama ainda e fui para a sala. Meu pai, a Paula e a minha mãe estavam lá. O Gabriel estava nos braços da minha mãe bebendo a mamadeira. Todos me olharam.

– Bom dia, Vic. - todos disseram, eu sorri de lado e sentei do lado de minha mãe no sofá. Olhei fixamente a madeira da lareira queimar.

– Paula, você pode pegar o Gabriel um pouco? Tenho que fazer uma ligação.

– Não, deixa, eu fico com ele - eu disse, ela sorriu de lado. Peguei o Gabriel e fiquei brincando com ele. Fiquei beijando, abraçando, fazendo cócegas, até meus olhos se encherem de lágrimas novamente.

Meu pai se aproximou de mim - Filha, o enterro será 2 horas da tarde...

– Ok, obrigada por avisar. - continuei brincando com o Gabriel e coloquei ele no chão junto com os brinquedinhos.

Li a carta mais uma vez, abaixei a cabeça e comecei a chorar. A minha mãe fez carinho na minha costa, e sussurrou: "vai passar, meu amor, vai passar"

[...]

Tomei um banho demorado pra lavar a alma, vesti uma camisa do Raphael preta, uma calça preto, meu all star preto e prendi o cabelo num coqui fogado. Não passei maquiagem, e fui com meus pais e a Paula até o enterro.

Cheguei lá com uma margarida branca na mão e toda a família do Rapha veio direto me abraçar. A mãe dele estava sem rumo, o pai chorando, e eu vi a Camila... ela tava olhando fixamente pro caixão e não falava com ninguém.

No fim, quando estavam enterrando a Camila começou a gritar, gritar "não" e o nome do Rapha.. o pai tentou segura-la mas ela se debatia gritando.

A Catarina chegou lá no fim e ficou em pé do meu lado, olhei pra ela com lágrimas nos olhos e lágrimas escorrendo pelo rosto, e ela olhou triste. No fim, todos jogaram as flores, e eu joguei a minha margarida branca.

Me ajoelhei em frente ao túmulo e estava escrito na lápide: "O melhor filho, melhor esposo, melhor amigo, melhor companheiro, melhor pessoa"

– Você vai ficar aí? - alguém perguntou.

– Sim, podem ir embora. - sentei ali e fiquei encarando a margarida e reli a carta mais uma vez, chorei até escurecer.

Fui embora dalí olhando para as estrelas, até chegar na praia... deitei na areia e procurei a estrela mais brilhante.

– Oi, Rapha. - sussurrei, fechei os olhos até que o barulho do celular me interrompeu.

xxx Início da Ligação xxx

– Oi.

– Filha, onde você está?

– Por aí.

– Venha pra casa, por favor. Estamos preocupados.

– To indo. - E desliguei.

xxx Fim da Ligação xxx

Fui andando pela calçada até em casa, e tinha nem tava muito movimentado. Fui andando pela rua, até que vinha um carro em minha direção, fiquei parada até o carro de chocar contra mim. Mas não chocou. Ele deu uma freada brusca e ficou distante demais até de mim, e era uma mulher dirigindo, ela fez uma cara de assustada e quando estava saindo do carro, eu virei e continuei andando pra casa.

Cheguei, agradeci aos meus pais por cuidarem do Gabriel, tomei um banho, coloquei um pijama e deitei pra dormir. Fiquei pensando no Raphael, e depois dormi.

Acordei de novo gritando por causa dos pesadelos. Vieram me ver mas não deu em nada interessante.. dormi de novo.

[...]

Passaram-se uma semana e era sempre a mesma rotina... eu ia pro cemitério até o túmulo do Raphael, lia a carta, ia pra praia olhar as estrelas e ia pra casa. Dormia e acordava no meio da noite gritando. Meu pai achou melhor me colocar em um psicólogo, então eu ia de manhã mas não mudava nada.


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