O reflexo da Princesa escrita por Lola


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Lorena, porra, onde você esteve nos últimos TRÊS MESES??? Resposta: eu não sei. Vocês devem estar cansadas das minhas desculpas, né? Mas mesmo assim, desculpa. Eu estava meio desanimada e com preguiça de escrever porque está acabando. Caraca, acabei de perceber que está acabando mesmo! Não chora, Lore, não chora. Eu amo tanto essa história e meu coração dói só de pensar em dar adeus pra Bia e pro Felipe... Chega de enrolação, aqui vai o capítulo!!
(Vcs ainda lembram onde parou? A briga dela com Steven?)



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Lágrimas brotam dos meus olhos e escorrem pela minha bochecha mesmo que eu tente impedir. O pior é saber que tudo o que ele diz é verdade. No fundo do meu ser, eu quero voltar para o meu mundo e levar Felipe junto comigo.

Enxugo as lágrimas e recupero a voz. Ele falou que eu não era digna de ser uma princesa? Pois eu vou mostrar-lhe que eu sou.

– Primeiro, quem começou isso foi você. Se tiver uma pessoa egoísta nessa história é você. Você me mandou para lá e armou todo esse circo. Agora que as coisas desandaram você quer colocar a culpa em mim? Não é bem assim que a fila da sopa anda, cara! Eu não amo esse Reino e, cá entre nós, eu estou me lixando para ele. Mas eu só penso assim porque até certo tempo atrás, eu não sabia que ele sequer existia! Eu quero fugir desse inferno, voltar a minha vida pacata onde não tinham pessoas tentando me matar. Basta me dizer como e eu sumo daqui. – falo com um tom controlado e depois acrescento com certa dificuldade: - E não levo ninguém comigo.

Os olhos de Steven desviam de mim para Felipe, meus olhos também repousam sobre ele. Seu semblante mostra clara confusão. Ele passa a mão pelo rosto e fecha momentaneamente os olhos, respira fundo e fala:

– Eu quero saber que porra está acontecendo aqui.

Meus olhos e os de Steven se encontram e no mesmo instante sabemos que é hora de contar a verdade a ele. A carruagem para com um solavanco e o cocheiro abre a porta, Steven é o primeiro a sair.

– Encontrem-me no meu escritório. – ele nos diz, quando atinge o chão, virando logo em seguida e indo em direção ao castelo. Felipe desce primeiro e me ajuda a descer. Porém logo que me estabilizo no chão, ele me solta e vai correndo em direção ao avô.

Quando ele some da minha vista, apoio minhas costas na carruagem, soltando um longo suspiro. Um pigarreio do cocheiro me faz voltar à realidade, ele lança um olhar meio irritado, porque eu estou atrapalhando o trabalho dele. Desencosto da carruagem e atravesso o jardim do castelo em direção ao mesmo.

Assim que piso no chão de mármore polido, escuto passos correndo em minha direção. Segundos depois, uma Lucy ofegante e suada aparece em minha frente. Ela apoia as mãos nos joelhos, tentando recuperar o fôlego.

– Você está bem? – questiono.

– Sim... É que... A rainha... Está... Te... Procurando. – ela fala entre uma arfada e outra. Mal ela termina e minha mãe aparece ao meu lado com um falso sorriso de empolgação cruzando seu rosto. Atrás dela há pelo menos uma dúzia de mulheres, todas com vestidos elegantes e penteados bem trabalhados.

– O que está acontecendo aqui? – a desconfiança no meu tom de voz é evidente.

– Vamos te ajudar a escolher seu vestido de noiva! – uma senhora gorducha, com o vestido justo demais para o meu gosto, e com uma voz gasguita, grita isso batendo palmas. Olho para minha mãe tentando transmitir um pedido silencioso de socorro.

(...)

Aparentemente, aqui no reino, a prova de vestido de noiva é como uma festa. Em meio a tecidos, anáguas, mulheres dando pitaco, sapatos e penteados diferentes, eu me encontro em pé em um pequeno palanque, enquanto costureiras me rodeiam e fazem ajustes no meu vestido. As “amigas” da minha mãe – aposto que ela não as suporta – estão distribuídas em cadeiras formando uma meia-lua ao meu redor. Elas ficam dando as suas opiniões, como se eu me importasse.

– Acho que deveria apertar mais para ela ficar com a cintura mais fina. – uma delas opina.

Lanço a ela um olhar mortal, desejando que ela queime no inferno junto com o vestido verde-bosta volumoso que ela usa.

– Se apertar mais, eu toro. – retruco com um tom rude.

Todas elas se calam e me olham espantadas, como se eu tivesse dito que adoro chupar uma rola. Minha mãe pigarreia.

– Bianca, cuidado com o vocabulário e maneire no mau-humor.

– Mãe! Como eu posso ficar animada vestindo esse treco que mais parece um balão?!

Aponto para o meu vestido, indignada. O vestido é uma atrocidade, para dizer o mínimo. As mangas têm aqueles enchimentos que batem na minha cara quando eu mexo os braços, tem tanto tecido que mais parece que eu roubei todas as toalhas de mesa da festa e me enrolei nelas. Seu tronco é enfeitado por um bordado de flores verdes, muito, mas muito bregas. E para fechar com chave de ouro, tem uma faixa gigante que aperta minha barriga e dificulta minha respiração.

Ah, e tem as luvas! Não podemos nos esquecer das luvas! Eu estou usando luvas brancas que vêm até meu cotovelo. Luvas as quais, além de feias, me lembram da história da mulher sem dedo e me deixam com um pouco de medo.

Todas as mulheres da sala exclamam indignadas e afirmam que ele é lindo.

Balanço o pé, impaciente. Eu quero estar com Felipe, contando a ele a verdade sobre a minha vida. A ansiedade para saber a reação dele me consome por dentro. Também quero saber que diabos eu faço para sair desse buraco.

Porém, não demora muito para que eu o veja. Ao contrário da nossa dimensão, as pessoas aqui fazem questão de mostrar o vestido da noiva para todos os mais próximos, para que eles aprovem. Inclusive ao noivo. E ao irmão dele.

Um grande banquete é servido, maior do que o de costume, porque dessa vez as amigas da minha mãe também comerão.

Quando eu entro na sala de jantares, Felipe já está sentado à mesa, ele conversa animadamente com o irmão – coisa que eu nunca vi antes – até que seus olhos repousam sobre mim. As bolas azuis percorrem o meu vestido e seu rosto fica tenso.

Viro o rosto porque não quero encará-lo, não sei se Steven contou ou não a verdade a ele, mas se contou ele soube esconder muito bem.

Sento na cadeira e ajo como sempre ajo em refeições: não faço nada.

– E quando vai ser o casamento mesmo? – uma mulher esbelta que veste um vestido azul marinho espalhafatoso pergunta enquanto beberica um vinho branco. O vestido é tão grande que mal cabe na cadeira que ela senta. Sua estrutura se assemelha a de um pássaro. Braços finos e ossudos. Nariz e queixo pontudos. Os olhos bem profundos e verdes.

Mexo no cabelo, tentando disfarçar e olho para Eduardo em busca de ajuda. Ele retribui o olhar desesperado. Que lindo! Nenhum dos noivos sabe a data do casamento!

– Daqui a dois dias. - Minha mãe responde, quebrando o silêncio.

– O QUE? – eu e Eduardo gritamos ao mesmo tempo. E, bem... Felipe também.

Eu fico tão exasperada que acabo batendo a mão na taça de vinho da mulher sentada ao meu lado. O vidro espatifa assim que se choca contra a mesa, derrubando todo o seu conteúdo. O líquido roxo se espalha pela mesa e cai bem no meu vestido. Assisto ao tecido antes branco, adquirir uma coloração arroxeada.

Vejo nisso a oportunidade perfeita para me livrar dessa tralha.

Pego o guardanapo na mesa e esfrego contra o tecido, como se estivesse limpando, porém eu só faço o conteúdo espalhar e a mancha se torna bem maior. Nem foi proposital, sabe? Tento conter um sorrisinho vitorioso.

– Ops! – exclamo inocentemente. Todas as mulheres entram em desespero, inclusive minha mãe.

– Não vai dar tempo de concertar antes do casamento! – minha mãe grita. Nunca pensei que minha mãe fosse gritar por alguma coisa na vida, muito menos por um vestido.

– Acalmem-se.

A voz de Felipe acaba com o alvoroço. Ele levanta da cadeira, e se aproxima de mim. Ele faz um gesto para que eu levante e eu obedeço. Sua mão repousa sobre a curva da minha cintura, me trazendo arrepios. Ele se concentra e logo a mancha começa a evaporar.

Filho da puta.

– Eu vou te matar, eu odiei esse vestido – sussurro.

– Você fica tão linda nele!

Quando não sobra nenhum vestígio de vinho em meu vestido, ele se afasta de mim.

– Porém fica muito melhor sem ele – ele sussurra com uma voz totalmente sexy que me leva ao delírio.

(...)

Já no meu quarto, um barulho me chama a atenção. É o som que meu celular faz quando está ligando. Sem acreditar, vou até o armário onde eu escondi a mochila e a vasculho, em busca do pequeno aparelho.

Encaro a maçã branca brilhando na tela preta perplexa. Meu coração bate acelerado contra meu peito. E meus olhos se enchem de lágrimas. Não acredito!

A primeira coisa que eu faço é abrir as fotos, para matar a saudades. Encontro uma da noite anterior ao dia que eu vim para cá. Eu tinha ido para uma festa com minha melhor amiga, Nathalie, e bebido todas, mal me lembro do que aconteceu.

Na foto eu estou abraçada com a Nathalie e ela está abraçada com um garoto.

Um garoto muito, muito familiar.

Dou zoom e solto um grito de surpresa ao perceber quem é.


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Notas finais do capítulo

Quem vocês acham que é??? Dica: é um personagem importante para história que não apareceu muito até agora... Acho que vocês odeiam esse personagem, mas, enfim... Vou começar a escrever próximo capítulo agorinha e essa semana vou tentar focar na história, o que é meio difícil porque as coisas na minha escola estão caóticas! Se tiver qualquer erro nesse capítulo, me avisem, por favor!! Dessa vez minha beta não betou porque ela está doente e eu não queria esperar para postar. Espero que vocês tenham gostado, vejo vocês nos comentários ou no twitter (@lukestrupiado)!
Beijossss do fundo do meu core!!

(P.S.: vcs conhecem a história da mulher sem dedo?)



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