Nunca esquecerei meus tempos de colégio! escrita por Ichigo-Masaru


Capítulo 6
Passeando com Astrid


Notas iniciais do capítulo

Yo~ kkkkkkkkkk cap novo :3



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No dia do tão esperado encontro, uma Sexta-feira à noite, Soluço ainda não acreditava no que Astrid tinha sugerido de passeio. Ela tinha dito para eles saírem com Banguela e comerem cachorro-quente. Não que Soluço estivesse discordando, ele adorava sair e comer cachorros-quentes com seu cão, mas nunca imaginou isso como um encontro com uma garota.

Soluço deu um banho caprichado em Banguela e até o perfumou, e vestiu uma camisa branca, jaqueta marrom e calças escuras, e tênis pretos. Estava meio frio, então ele colocou também um cachecol vermelho xadrez. Se olhava no espelho, ajeitando a gola da jaqueta.

– Um nerd completo – falou para o cão, que o olhava – o que acha Banguela?

O animal não respondeu, apenas ficou encarando o dono.

– Obrigado, acho.

Soluço colocou a coleira em Banguela e desceu para a cozinha, onde seu pai via o jornal.

– Pai, eu estou saindo com o Banguela – falou.

– Certo Soluço – Stoico falou – quem diria que você já estaria saindo com as garotas.

– É, pois é pai... – Soluço ficava encabulado quando o pai falava aquelas coisas.

– Se precisar de algo, pode ligar para mim.

– Sim, sim pai, obrigado. Até mais.

Soluço saiu com Banguela, e ambos andaram até a casa da loira, que ficava a poucas ruas dali. Se o rapaz estava nervoso? Com certeza. Ele ficou a semana toda imaginando como Astrid se vestiria, como arrumaria o cabelo, se colocava a maionese antes do ketchup, muitas perguntas.

Ao chegar na casa de Astrid, que não era muito grande, tinha dois andares, Soluço tocou a campainha e ficou aguardando. A mãe de Astrid era a diretora do departamento esportivo da cidade e o pai era um nutricionista, então tinha uma certa razão para a menina estar sempre de boa forma e atlética.

Logo a loira saiu pela porta. Usava uma camisa branca, um short desfiado que ia até os joelhos e botas longas pretas, junto de uma jaqueta vermelha xadrez e o cabelo trançado como sempre. Ela levava em uma coleira uma bela Cocker Spaniel de pelo marrom e branco.

– Oi Soluço – ela cumprimentou – então esse é o famoso Banguela.

– É, esse é o meu amigão – falou, sorrindo – cumprimenta ela Banguela.

Em resposta, o cão estendeu a pata para Astrid, e a menina segurou a patinha, rindo.

– Ele é uma gracinha. Essa aqui é a Tempestade – a loira apresentou sua cadelinha.

– Nunca imaginei que você tivesse uma Cocker Spaniel – Soluço falou.

– Não devia subestima-la por ser bonita – Astrid sorriu – ela pode ser mais feroz do que parece.

“Assim como você” Soluço pensou, mas apenas manifestou um riso baixo.

– Então, para qual lanchonete vamos? – a loira perguntou.

– Oh, eu gosto da lanchonete do Bocão. Ele prepara um cachorro-quente delicioso!

– Bocão não é o professor da aula de marcenaria?

– É, mas digamos que o salário de professor não ajuda muito – riu – mas ele faz sucesso, e é uma delícia.

– Ah sim. Então vamos lá, faz tempo que não como um bom cachorro-quente.

Ficaram caminhando com Banguela e Tempestade, mas era o mais completo silêncio. Soluço queria puxar algum assunto, mas nunca conseguia puxar algo certo. Ele tinha em mente um seriado sobre vikings que tinha assistido de madrugada, mas não sabia se Astrid queria falar sobre isso. Em uma tentativa de puxar assunto, falou:

– E... Como vai a temporada de esportes?

– Ah, legal – a loira respondeu – eu só preciso convencer o Melequento a parar de paquerar as líderes de torcida durante o treino.

– Quebra o braço dele de novo que ele aprende.

Astrid riu e continuou andando, olhando para frente. Soluço não parava de reparar em como Astrid conseguia ser linda com tanta simplicidade, afinal, a mesma quase não usava maquiagem, e não usava roupas muito extravagantes, e isso a deixava linda, sendo simples.

Logo chegaram à lanchonete. Ela ficava na praça, logo ao lado de uma praça, e era ao ar livre, bem aberto, com mesas de madeira do lado de fora. Astrid viu várias pessoas com estilos parecidos com o de Soluço, ou talvez piores. Pessoas com cachecóis e chapéus antigos com celulares, tirando fotos, e pessoas fantasiadas ou jogando jogos de carta e tabuleiro. No balcão, um rapaz de cabelos verdes, piercing no nariz e uma tatuagem no braço anotava os pedidos.

Soluço foi até o balcão e falou com o rapaz, e o mesmo chamou Bocão. O homem de longo bigode trançado saiu da grelha e foi recebe-los.

– Soluço! Banguela! Meus melhores clientes! – ele falou, tirando a máscara que usava para grelhar.

– Oi Bocão – o menor cumprimentou – tem uma mesa para dois?

O mesmo estranhou, mas ao ver Astrid, sua expressão se tornou amigável.

– Oh, sim sim, tem uma ali perto da janela – Bocão falou.

– Os cães ficam aqui? – Astrid perguntou.

– Podem deixa-los no canil, lá eles tem salsichas a vontade.

Astrid e Soluço deixaram Banguela e Tempestade no canil, que era um espaço aberto e cercado atrás da lanchonete, com vários brinquedos e instalações para eles correrem. Se sentaram em uma mesa próxima ao balcão, e viram o cardápio.

– Nossa! 25 tipos de cachorro-quente – Astrid falou, rindo – Bocão se supera sempre.

– É, ele sempre tem uma surpresa – Soluço falou, nervoso.

– Como é esse Bocão Especial?

– Ah, ele tem três salsichas, batata extra, maionese, ketchup e alface, e o molho secreto do Bocão, mas não sei se vai querer comer isso.

– Por que não? – o olhou, estreitando os olhos.

– É m-muito pesado, e v-você é uma atleta, n-não sei se essa comida faz bem.

– Soluço, eu não vivo de dieta – ela riu – quero esse Bocão Especial.

– Certo, certo, vou pedir esse também – sorriu.

Ao esperarem, Soluço batia seus dedos na mesa, olhando para os lados, e Astrid mexia em seu celular. Queria puxar assunto para não deixa-la entediada.

– Então... – começou – o que gosta de fazer?

– Hm? – a loira o olhou – ah, eu? Bem... Pode parecer estranho, mas eu adoro histórias de vikings!

– S-sério? – ele ficou surpreso.

– Sim! Aqueles contos de guerra, as lendas, é tudo muito legal! Meu sonho sempre foi segurar um machado daquele tamanho!

– E a-assiste séries sobre isso?

– Eu comecei a ver uma chamada “Martelo de glória”.

– Eu estou assistindo! Já estou na quinta temporada.

Os dois ficaram falando da série por vários momentos, e sem querer Soluço soltou um spoiler para Astrid, e ela lhe deu um soco forte no braço. Quando os lanches chegaram, Astrid devorava com um apetite que, de acordo com Soluço, não pertencia a uma garota magra como ela, mas não se manchava de molho nem nada assim. Ele comia e a olhava, até que ela percebeu e o olhou.

– Que foi? – ela perguntou.

– Você não engorda de ruim, não é? – ele perguntou.

Achou que levaria outro soco, mas Astrid apenas riu.

– Eu participo bastante dos treinos, caminho com a tempestade, faço muita coisa, então acabo perdendo esses quilos.

– Entendi... – Soluço falou, comendo.

– Eu posso comer tudo que gosto, e não tem problema, além disso, só masoquistas vivem contando calorias.

Soluço riu. Astrid era realmente bem diferente do que ele tinha imaginado, mas isso não o fazia desistir de gostar dela. Ao fim, pediram a sobremesa especial do Bocão, uma banana split média com calda de caramelo. Comiam enquanto falavam da escola.

– Você ouviu falar do passeio de verão que o Pitch vai fazer conosco? – Astrid perguntou.

– Passeio de verão?

– É, ele vai levar a turma para um resort montanhoso barato, traduzindo, neve.

– Oh, isso é legal.

– É bom, vou poder praticar meu Snowboard – ela falou, ajeitando a franja.

– Pratica Snowboard?

– Sim, faz um tempo – ela sorria.

– A cada minuto aprendo mais sobre você Astrid – Soluço riu.

– Eu sou uma caixinha de surpresas.

Com isso, eles terminaram de comer, pagaram e pegaram os cães de volta. Estava meio tarde, então decidiram terminar aquele passeio um outro dia. Foram até a rua perpendicular que dava para as ruas de suas casas.

– Que tal corrermos com os cães na próxima vez?

– Claro, vou adorar – Soluço sorriu – vamos adorar, não é Banguela?

Em resposta, o cão ficou com a língua para fora. Astrid riu disso e fez um carinho na cabeça de Banguela para se despedir.

– Então, até mais – Soluço falou, acenando.

– Espera aí – ela segurou o pulso direito de Soluço – duas coisas.

Ele estranhou, então ficou parado. Astrid o olhou e socou seu braço esquerdo.

– Ai! Ei!

– Isso é pelo spoiler – ela falou.

– A-ah, sim, certo.

E em seguida, ela puxou a gola da blusa de Soluço e lhe deu um beijo na bochecha.

– E... Isso é pela companhia – ela olhou para o lado depois de soltá-lo – até mais. Vem Tempestade.

Com um latido positivo, Tempestade foi andando junto da dona. Soluço ficou parado encarando o nada, e só se tocou de que tinha de andar quando Banguela ameaçou urinar em seu pé. Claro que o cão não o faria, mas ele sabia que assim o dono abestado andaria.

Ao chegar em casa, Stoico já estava dormindo no sofá, e Soluço o cutucou para ele ir ao quarto dormir. Assim que o pai saiu, ele foi ao seu próprio com Banguela e se jogou na cama junto do cão. Soluço estava tão emocionado que, enquanto o cão mordia seu hambúrguer de borracha, ele tocou na bochecha aonde Astrid tinha beijado, sentindo a leve textura do gloss transparente da loira.

– Eu nunca mais vou lavar essa bochecha! – ele falou, sorrindo.


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Notas finais do capítulo

Porque spoiler ninguém merece e-e