Beth guardava livros no armário, quando o fechou viu Will e o olhou com desprezo, ele sorria para ela:

–Tudo bem com você Elisabeth?-Ele perguntou.

–Elisabeth, você me chamou de Elisabeth, muito bem, continue assim e ganhará alguns pontinhos comigo.

–Jura?!

Beth sorriu, só faltava o garoto babar.

–Não, só faça o que eu exigir e pararei de te tratar como a pessoa desprezível que você é.

Will ficou sério e olhou nos olhos de Beth, ela o olhou estranho, acabou caindo como um patinho.

Ele não sabia com o que ficar chocado, que ele tinha conseguido usar seus poderes ou com o que Beth fez com Brook duas vezes, ela o olhava com ódio, não podia fazer nada porque várias pessoas passavam pelo corredor.

Brook chegou rindo:

–Não acredito! Você arranca um pulmão, mas consegue ser hipnotizada? Sonsa!-Ela disse a Beth, Will ainda estava bobo com o que tinha feito.

–Cale a boca, Brook!-Beth disse, ela puxou a irmã pelo braço, elas entraram na sala de aula, Will em seguida.

No final da aula Will voltava pra casa, ele mudou o caminho, passou por uma rua que ninguém passava, era perto da casa do Fumaça, era perigosa, violenta. Quando passou pelo primeiro beco foi puxado e empurrado pra parede, ele sorriu quando viu que era Beth:

–Oi... –Ele riu. –Sabia que queria dar o troco e que iria me perseguir então vim pra cá!

Beth lhe deu um soco.

–O que quer de mim?-Will levou uma joelhada na barriga e caiu no chão. –Quer parar de me bater?

–Eu poderia fazer o que o meu pai mandou, te matar agora.

–Você defende o Tom porque eu o chamei de baleia agora está dizendo que vai me matar... Estou confuso. –Will levantou-se.

–Diga o que tem para me dizer.

–Por que não se junta a mim contra o seu pai?

–O seu amigo Fumaça te drogou com toda a droga que ele tinha na mochila?

Will riu.

–Não, estou falando sério!

–Isso pode acontecer quem sabe em seus sonhos, que tal?

–Beth... Elisabeth pense em minha proposta com carinho certo?

Beth foi embora, Will depois dela.

Adam queria saber mais sobre híbridos, nunca tinha estudado sobre eles, em montanhas de livros espalhadas na sala ele procurava um sobre eles, até que sentiu mãos em seus cabelos ondulados cumpridos, era Eleanor, ele olhou para trás, a mulher sorriu:

–Oh! Senhora Hauser... –Ele ficava sem jeito perto dela. –Tudo bem?

–Tudo ótimo! O que você tanto procura nesses livros empoeirados?-Eleanor sentou-se ao lado do mago e cruzou as pernas.

–Tudo sobre híbridos, o que eles fazem como se alimentam.

–Você é mago, não deveria saber de tudo?

–Sou mago não Deus.

Eleanor olhou Adam, ele achou que ela iria o matar na hora pela grosseria, mas ela apenas riu:

–Sempre bem humorado, apesar de ser demasiado medroso.

Ela jogou os cabelos pra trás, o mago mordeu os lábios, estava tramando algo:

–Eu descobri que os ouvidos de híbridos são sensíveis a assovios.

–Assovios?

–É pelo o que eu li o ruído fica mais agudo em seus ouvidos causando irritação, mas eles acabam ficando agressivos muito agressivos.

–Então você descobriu uma fraqueza nessa criatura?

–Depende do seu ponto de vista.

–E o que você pretende fazer?

–Conversar com Alexander e juntos planejará um jeito de capturar e matar o garoto.

–Mas e Cassandra?

–Eu nunca saberei um jeito de matá-la... –Adam suspirou tirou os óculos, Eleanor o olhou com pena.

–Eu sou péssima para dar conselhos e aumentar a autoestima dos outros...

–Falsa modéstia é a última coisa que eu preciso agora.

Eleanor riu, ela passou a mão no rosto dele, que corou:

–Não acreditamos em vitória até que vencemos Adam, não foi à toa que Alexander o procurou.

–Puxa, obrigado, me sinto lisonjeado com seus elogios.

–Só não se acostume.

–Will, o que aconteceu?-Cauê perguntou, sabia que ele foi se encontrar com Beth só não entendia por que ele estava com as roupas empoeiradas.

–Conversei com Beth, quer dizer, tentei, ela não parava de me bater.

–Se sua mãe ouve isso é capaz de explodir e sua raiva pelos Hauser aumentaria.

–Ah, pode ter certeza que sim. –Cassandra disse enquanto descia as escadas, ela tinha ouvido tudo.

Will bufou, Cauê passou a mão no rosto:

–Mãe...

–Eu disse que ela era como a mãe, vá direto para o seu quarto, nem pense em ir falar com Lídia, tranquei o porão.

Will evitou brigar com a mãe, mas isso não queria dizer que ele não estava bravo, foi para o seu quarto.

Cassandra olhou Cauê:

–Eu não disse que não queria você nisso?

–Você precisa confiar mais em mim.

–Você não está agindo como uma pessoa confiável.

–O que?

–Você não sabe o que eu sei, só eu sei o que aconteceu com aquela família.

–Mas eles não estão atrás somente de você, de Will também e ele não é só seu filho eu também tenho direito de protegê-lo.

Os olhos do mago brilhavam, mas não era o brilho de quando ele olhava Eleanor, mas uma luz branca que fazia o verde de seus olhos sumir.

Precisava localizar Will, Alexander estava pronto para caça-lo:

–Adam, eu posso fazer isso sozinho...

–Ele está a uma rua da escola que estuda, numa casa escura no quarto do final do corredor.

Alexander se foi.

–... Acho que essa é a nossa primeira briga feia depois de anos de casados. –Cassandra disse.

–Me desculpe.

–Tudo bem.

Eles ouviram um rugido, era de Will, correram para o seu, encontraram o garoto e Alexander:

–Seu menino é forte. –Ele disse a Cassandra, que percebeu o ferimento no braço do homem e estranhou.

Alexander segurava Will pelo pescoço, o garoto tentava sair debaixo do braço dele, que lhe deu um cascudo:

–Largue-o!-Cauê disse.

–Oh, esse aí é seu marido? Poderia mata-lo agora, mas prometi a alguém que não faria isso.

– O que vai fazer com ele?-Cauê tentava manter a calma, Cassandra estava vermelha de raiva.

Alexander sorriu.

–Vou pegar emprestado.

Cauê se transformou.

–Só por cima do meu cadáver. –Ele disse, Alexander revirou os olhos.

–Cauê!-Cassandra gritou, temia o que aconteceria se Cauê lutasse com Alexander.

–Às vezes as pessoas pedem pra morrer.

Will deu um soco na barriga de Alexander, que quebrou o pescoço do garoto, Cauê foi pra cima dele, mas foi jogado da janela, Cassandra foi ver Will, ela chorava de desespero:

–Relaxa, ele não está morto, só não posso dizer o mesmo do seu marido.

–Desgraçado!

–Saia, eu adoraria fazer o mesmo com você, mas hoje eu estou bonzinho.

–O que você vai fazer com ele?

Ele apertou o pescoço dela até que ela desmaiasse, pegou Will e foi embora.

–O senhor Hauser está demorando!-Adam disse.

O mago andava de um lado para o outro pela sala, Eleanor estava sentada no sofá, Brook e Beth jogavam damas na mesa de jantar.

Alexander chegou e jogou Will no sofá como se ele fosse um boneco:

–Tome cuidado senhor Hauser!

–Ah, faça-me o favor!

–Will?!-Beth levantou da cadeira.

–Sim, é o Will, eu não o matei. –Alexander disse.

Adam examinava o garoto:

–É incrível como ele se cura rapidamente, posso usá-lo para curar o que você tem Brook.

Brook foi para o seu quarto Beth queria entender o que o pai e o mago estavam tramando:

–Ele é tão bonitinho, não estrague o rostinho lindo dele, Adam.

–Não se derreta por ele, mãe, ele é um idiota.

–É mesmo, até porque essa é a sua função.

Beth ficou extremamente irritada com o comentário da mãe, que sorriu para ela:

–Agora pode me dizer o que vai fazer com ele?-Alexander perguntou a Adam.

–Ora, pensei que já sabia usá-lo ao nosso favor e mata-lo na frente da mãe.

Beth assustou-se, Alexander sorriu, Eleanor pareceu sentir pena do garoto:

–Adam, você finalmente teve uma ideia que preste para algo. –Alexander disse.

–Pode me ajudar a coloca-lo numa cadeira?

–Com prazer.

Colocaram Will no porão sentado numa cadeira e o prenderam com uma corda.

Adam deu leves tapas no rosto de Will, ele acordou, olhou os dois e tentou soltar-se:

–Usar uma corda para prendê-lo não é inútil?-Alexander perguntou.

–Está enfeitiçada. –Adam respondeu.

–Cadê os meus pais, o que você fez com eles? E quem é esse cara barbudo?

–Posso bater nele?

Adam hesitou:

–É melhor não, senhor Hauser.

–Tem medo que eu o mate?

–Não vou mentir, tenho sim.

–Duvido, eu sou muito mais forte que esse babaca!

–Mas tenho que admitir que ele merece uns tapas.

–Cala a boca, porque não vai fazer a sua barba ridícula?

–Calado você é um filosofo, menino.