Você Me Bagunça escrita por AnaShipper


Capítulo 4
Capítulo 04


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu tô muito muito muito feliz.
Recebi a primeira recomendação da fanfic, vocês têm ideia do que é receber já no início? Muito obrigada, Tay!
Trouxe mais um capítulo. ;)



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–Boss, fiz tudo como me pediu –Disse Murphy, entrando na sala de Jonas e trazendo o tablet debaixo do braço –A senhorita Megan já o levou.

–Perfeito, Murphy! E sobre aquele outro assunto? -Disse o empresário, sem tirar os olhos do computador.

O assistente sorriu e sentou animado na cadeira à frente do patrão.

–Já está tudo certo, senhor. As câmeras foram reinstaladas em vários pontos da Marra.

–Em pontos estratégicos?

–Tão estratégicos que são quase imperceptíveis, boss! Diferente de como elas eram no reality, agora estão muito bem camufladas! –Disse o indiano, ostentando satisfação. –Também já providenciei que o senhor acompanhe tudo do seu próprio tablet e notebook.

Jonas parou por alguns instantes o que estava fazendo e ficou pensativo. Agradeceu a Murphy e lhe parabenizou pela eficiência. Coisa rara. Ele começava a achar a própria idéia divertida, ou como ele dissera mais cedo: útil e agradável. Claro que Pamela desaprovaria, Megan e Davi sequer podiam sonhar o que ele planejava. E apesar de não entender muito bem as razões do patrão, Murphy era seu único cúmplice.

–Eu nem preciso dizer que quero você de olho naqueles dois. Mas claro, sempre seguindo minhas orientações. - o homem assentiu.

–Nem precisava, boss. Mas se me permite... -ele estava hesitante.

–Diz logo Murphy!

–Senhor, as imagens das câmeras estão ótimas, mas o áudio se prejudicou com a posição delas.

– E ironicamente, a tecnologia não pode fazer nada desta vez, não é?

–Parece que não.

O homem deu um suspiro

–Ok, Murphy! Eu posso me virar só com as imagens, depois eu penso em alguma coisa.

–Posso me retirar?

–Deve. Eu preciso ficar só, tenho duas cabeças complicadas e opostas para deixar menos complicadas e opostas.

*** *** ***

Trancada no quarto, desarmada, sozinha. A cena se repetia pela milionésima vez na vida de Megan Lily. Era ali que ela era só mais uma garota. Uma bonita garota de cabelos loiros que encontrava refúgio em si mesma, não necessariamente por escolha própria. Mais uma vez, Jonas a obrigaria a fazer algo que não queria. "Já não bastava vir para o Brasil? Quando eu vou ter escolhas próprias?" Ela se questionava.

Ela poderia perfeitamente se recusar a acatar a ordem do pai, mas sabia que como sempre, não obteria nenhum sucesso. Era sempre assim, talvez estivesse cansada. Sua última tentativa fracassada foi quando quis ficar em São Francisco, em vão. Mas decidiu então que não iria fazer a vida dele e de Davi tão fáceis assim. Davi... Ela o invejava. Como ele conseguia ser tão seguro de si, ter tanta confiança emanando daqueles olhos castanhos? Megan agora se perguntava em que momento percebeu que os olhos dele eram castanhos.

Na Gambiarra, o tal rapaz de olhos castanhos também se sentia perdido. Invejava a garota loira que, aparentemente, parecia ser segura de si, emanando sempre aquela ar autoconfiante no olhar e nas atitudes, no andar e jeito de falar. Quisera ele ser assim. Sabia que Jonas não faria sua vida fácil, mas seus ideais teriam que ser encaixados dentro da Marra de alguma forma. A indiferença de Herval não ajudava em nada. Toda aquela insegurança do início do concurso tinha voltado. Se perguntava o porquê de Jonas querer fazer daquele treinamento, um espécie de castigo para a filha e não sabia o que esperar disso. Não sabia o que esperar dela, que em um momento tinha demonstrado ser uma garota infantil quando lhe virou as costas dizendo não querer ser sua amiga, e em outro, teve uma atitude tão simples quanto madura. Pelo menos, imprevisível ele já sabia que ela era, mas o melhor mesmo seria manter distância, o máximo possível.

*** *** ***

Quando Jonas entrou em casa, sabia que Megan estaria com o habitual mau humor de quando era contrariada. Esperou ouvir reclamações e objeções, mas estranhamente, dessa vez ela não disse nada.

A garota estava confortavelmente recostada no sofá da sala, concentrada no experto que segurava.

–Combinando a noitada de hoje, Megan? -Perguntou com sua voz calma.

–Of course, alguma diversão eu preciso ter não acha? Aliás, mereço ter.

Para evitar uma discussão ele decidiu responder com outra pergunta.

–E com quem você vai?

–Danilo, seu sobrinho. -Ela continuava a olhar para o celular. -Alguma objeção ou proibição?

–Faça o que quiser, Megan. Só esteja pronta amanhã para ir à empresa, não se atrase. -Disse enquanto saía da sala.

A indiferença do pai a irritava. Megan então foi para aquela festa com Danilo e não economizou nem um pouco na bebida. Lá pelas três e meia da madrugada, ele tentou levá-la pra casa. Mas de todas as vezes que saíram juntos, nunca vira a prima tão desajustada. E até ele, um garoto imaturo e prepotente, percebeu que Megan estava apenas tentando esquecer alguma coisa. Depois que ela sumiu da festa, provavelmente com um cara alto que não parava de rodeá-la, ele se irritou e foi embora, levando o carro de Megan para a mansão. Ela acordou num apartamento desconhecido, às oito e meia da manhã. Ainda estava bêbada.

*** *** ***

–Ainda não, Davi. Miss Megan ainda não apareceu. -Murphy respondia aquela pergunta pela segunda vez naquela manhã.

–Mas que droga! E o Jonas?

–Meu boss, quando soube que ela não chegou, se trancou no escritório. Ele disse que você pelo menos leia o que foi programado para hoje enquanto ela não chega.

–Mas eu posso fazer tudo sozinho, não preciso dela.

–Ele sabe que você não precisa, mas ela precisa de você. -Davi mordeu o lábio.

–Então é isso? Eu vou servir de babá pra Megan? Devo ter ganhado o concurso errado e não sabia. -Muphy riu e pousou a mão no ombro de Davi.

–Ah meu rapaz, logo você vai aprender que Jonas Marra nunca faz nada sem sentido. Ele sempre sabe o que faz.

Às vezes, Murphy esquecia que Davi seria seu próximo "boss". Então, quando constatou esse fato, desfez o sorriso e se retirou, dizendo que continuaria tentando localizar Megan, foi para a entrada da empresa.

Não demorou muito e ele viu a garota descer de um táxi. O moreno desconhecido que estava com ela na noite anterior, mesmo frustrado por não ter conseguido o que queria, lhe pagou o transporte. Quando chegaram à casa dele, às quatro, ela simplesmente apagou, dormiu por duas horas e acordou às seis, bebendo o que encontrou ali para depois cair no sono de novo.

–Murphy, onde está Mom? -Disse ela, com a voz arrastada.

–Miss Megan, sua mãe está em casa. Davi já está lhe esperando.

–Davi? Diga que eu não posso falar agora. Vou para o meu quarto trocar de roupa. -Ela realmente não tinha noção de onde estava.

Entrou no elevador e subiu, Murphy tentou impedir, mas Jonas já o chamava dizendo ser urgente, cuidava de Megan depois. Afinal, o que ela poderia fazer em cinco minutinhos?

Dois andares acima, a garota entrou na primeira porta que encontrou. Viu vários espelhos e pias, não estava reconhecendo o quarto, mas em sua cabeça bagunçada, aquilo não importava. Retirou a blusa ali mesmo e agora um pouco tonta, procurava a cama para se deitar. Apoiada na pia, ela viu pelo espelho quando alguém abriu uma pequena porta atrás dela e pronunciou alto seu nome:

–Megan?

Ela se virou para ele e se desequilibrou, Davi correu para evitar que caísse.

–Ops! -Disse ela, nos braços dele, dando uma risada em seguida.

Ele olhou nos olhos sonolentos da garota. Ela tinha bebido, era óbvio. Mas o que fazia ali na Marra naquele estado, tirando a roupa em pleno banheiro masculino?


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Notas finais do capítulo

Megan já começou a bagunçar a vida do Davi, será que ele vai acabar gostando dessa confusão? Até o próximo.
Bjs!