Um Dia Fúnebre escrita por RedHead


Capítulo 1
O que é a realidade?




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Acompanhava aquilo que mais parecia uma passeata, todos os presentes usavam uma mesma vestimenta negra como piche e caminhavam todos em uma única direção, direção essa em que encontrava-se uma profunda cova envolvida a um belo jardim, a brisa amena dançava suave, e sua parceira eram as copas das árvores, juntas jamais denunciariam o show que estava prestes a acontecer.

Preenchidos por sentimentos mecânicos! Sentados ou em pé, não havia sequer uma expressão de alívio pela partida daquele indivíduo, não havia nada fora do que se espera ver, estavam ali, todos exatamente iguais, partilhando exatamente a mesma dor, ou era isso que os mesmos queriam fazer parecer.

Em seus rostos era por suposto notável a angústia e o sofrimento, lágrimas escorriam por suas faces e o desespero era lamentável. E o que haveria de fazer com o descontrolado desejo de rir? Afinal, sequer poderia contar em meus dedos quantos dali não passavam marionetes controladas pelo melancólico esteriótipo da perda.

Atores! À minha frente vejo uma manada de estupendos atores. Há realmente alguém em que se possa encontrar humanidade? Há realmente alguém que esteja livre daquele fatídico esteriótipo?

Sentiam-se livres aqueles que ali estavam apenas para contemplar a ida de alguém que tanto repudiavam, sentiam-se livres de não ter mais de lidar com alguém que resumia-se em fardos, no entanto, sentir-se livre não os impediria de deixar que lágrimas escorressem por seus rostos, lágrimas essas que provinham de um âmago gélido que jamais as deixaria partir se não fosse por um interesse maior. De fato algo abominoso, mas que por gerações haverá de acontecer, sempre e sempre, como numa profunda espiral.

O corpo encaixotado era levado vagarosamente para debaixo de nossos pés de forma a nunca regressar, será que fazia consciência do que acontecia a si? Fazia consciência das tais lágrimas que muitos derramavam, mas que poucos o faziam com gosto? Se era de fato um fardo, porquê haviam tantos ali puramente a lastimar? O que representavam tais flores depositadas em seu leito?

Estava lá, não havia dúvidas de que aquela pessoa não seria mais um incômodo, por sorte, a mesma não teria de presenciar tamanha simulação para consigo, haviam livrado-se dela, mas por certo, ela também livrara-se deles, livra-se ela das falsas lágrimas preenchidas por desdem. E no fim, era ela quem realmente livrara-se ali.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham feito bom proveito de seus quase 2min perdidos.Q
Enfim... Eu imagino que deva ter sido um texto confuso, eu entendo porque o editei recentemente, e mesmo o tendo feito, pude notar uma falta de nexo.
De qualquer forma, eu também espero que consigam entender o propósito dele, compreendendo que apesar da confusão de ideias ele pretende passar um ponto de vista.
— críticas e opiniões serão sempre bem vindas -