Um desastre de paixão escrita por Mais um romance por favor


Capítulo 35
Final


Notas iniciais do capítulo

Poisé, final!



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A conversa foi complicada, primeiro porque se Luke pudesse andar teria arrancado Megan do quarto pelos cabelos. Rush estava me olhando com a pior cara do mundo. E eu estava em posição defensiva na frente da Megan antes que algo a acertasse. Quando Megan começa a falar como tudo aconteceu, vejo a raiva de Rush se transformar em espanto por uma fração de segundos para logo depois ele avançar em cima dela. Eu me coloco entre os dois e ele para.

–Sai da frente, anjo- ele controla com esforço o tom da voz.

–Não. Você não vai bater nela.

–Sai da frente, por favor! – vejo suas veias saltarem em seu pescoço.

–Não vou sair Rush. – coloco as mãos em volta de seu rosto. – Calma, por favor, se acalma. – ele agora respira olhando em meus olhos.

–Por quê? – Luke fala com a cabeça baixa do outro lado. – Porque ele? Porque não outra pessoa? Porque tinha quer logo o meu melhor amigo?

–Eu não sei por que, era a pessoa mais perto. E o único que eu conhecia que acreditava em mim.

Rush olha atentamente pra Megan, seus olhos ardem em fúria, ele desvia seu olhar pra mim.

–Desde quando sabia?

–Não faz muito tempo. Acho que uns três meses.

Rush sai da sala.

Eu olho pra Megan que agora está triste no canto do quarto.

–Agora é a hora.

–Não vai dar certo.

–Você não vai saber se não tentar. – ela me olha desconfiada. – Vai lá, diga tudo o que está ai dentro.

Eu saio deixando Megan encarando a parede. Olho pelo corredor e não vejo Rush, desço as escadas em direção a recepção. Vejo sua jaqueta preta passar pelas portas que dão acesso ao estacionamento. Corro até o portão e espero, quando ouço o ronco da Harley paro na frente do portão. Ele acelera cada vez mais, parece não me enxergar, mas eu não me movo. Ele se aproxima rapidamente e eu fecho os olhos esperando o impacto, mas ouço o freio da moto e calor pelo atrito da pista em meus pés.

–Abby. Sai. Da. Frente. Por. Favor.

–Não.

–Eu não estou bem, não vou me responsabilizar pelo que fizer.

–Eu sei, não tenho medo. – minto, eu tenho medo, mas tinha que mostrar que não.

–Devia. Sabe que não controlo minha raiva.

–Mas eu controlo. – ele abaixa a cabeça, e solta o guidão da moto. Eu subo na moto, mesmo sem capacete e abraço sua cintura.

–O que está fazendo?

–Vou com você.

–Pra onde?

–Pra onde você for. – ele faz uma pausa, então liga a moto e acelera rapidamente. Sinto o vento em meus cabelos e o abraço forte. Sinto seus músculos rígidos relaxarem ao meu toque.

...

Luke

Eu estou realmente grato a Deus por ter sobrevivido desse acidente, mas ele precisava triturar minha perna e me deixar imóvel durante tal situação? Não vejo necessidade. Megan está encarando a parede de costas pra mim faz alguns minutos, não que eu esteja com muita vontade de olhar pra sua face depois de saber de tudo. Eu realmente estava começando a acostumar com a idéia de uma Megan melhor, mas diante do que ela disse aqui não tem como. Eu simplesmente sou levado a acreditar que pessoas como ela serão sempre más, nunca terão a capacidade de fazer o bem para com o outro.

Sem mais rodeios eu pergunto.

–O que ainda está fazendo aqui? Já não disse tudo o que tinha pra dizer? Ou ainda é culpada por mais alguma maldade que tenha ocorrido em minha vida? Foi você que matou meu cachorro de estimação também? Foi você que alterou minha prova pra eu tirar vermelha? – meu tom elevado a faz tremer mas não se vira.

–Não Luke. – ela fala mansamente.

–Então, por favor, me deixe só.

Ela se encaminha a porta de cabeça baixa, e abre a porta mas logo a fecha novamente.

–O que está fazendo?

–Mudando a direção da minha vida, e ela começa por você. Você tem todos os motivos pra me hostilizar dessa maneira, mas eu sei que você não vai poder se mexer pra sair daqui por pelo menos mais algumas semanas então você vai me escutar. – ela faz uma pausa, enxuga as lagrimas seca e me olha nos olhos. –Durante quatro anos eu te odiei, e fiz tudo ao meu alcance para chamar a sua atenção pra mim. Durante quatro anos eu te odiei mas não sai de perto, eu ia em todos os jogos de futebol, e em todas as festas do time. Durante quatro anos eu te odiei e quando eu decidi seguir minha vida sem tumultos e grandes badalações, eu decido arrumar um emprego e para de ficar bêbada. Nesse dia, você aparece. – ela fez uma pausa olhou pro teto e respirou fundo. Neste dia, eu te vi inconsciente e quase sem vida, foi nesse dia que eu percebi que não era ódio, foi nesse dia de lucidez que a verdade me veio como um golpe. Não era ódio, nunca foi. Era melhor, e acho que foi por isso que não reconheci, eu sempre fiz o mal.

Ela parou me olhou, eu estava processando tudo ainda. Mas de alguma forma a raiva que eu estava sentindo passou, apesar de todas as mentiras, agora olhando em seus olhos eu via a dificuldade dela de falar a verdade.

–Eu não espero nenhuma palavra sua sobre isso, só queria que você soubesse que durante todos esses anos..- ela para respira. – durante todos esses anos eu te amei. E quando você estava li a beira da morte, eu quis realmente que você vivesse como eu nunca desejei pra ninguém. Eu sempre soube que você nunca corresponderia isso, mas eu quis que você voltasse.- ela enxuga as lagrimas que escorrem.

Lembrei-me dos meus sonhos, onde alguém me dizia pra voltar.

– Você sempre provoca o melhor de mim, mesmo quando não se a esperança. Você é o meu melhor. Só me diga se me perdoa?

Eu balanço a cabeça positivamente. Não havia porque eu dizer não. Eu não sabia o que sentia, mas eu sabia que não era raiva.

–Agora que você está bem, vou cumprir minha promessa.

–Que promessa?

–Eu prometi que se você acordasse eu sairia da sua vida pra sempre. Você nunca mais voltaria a me ver.

Ela se move para sair, eu alcanço sua mão.

–Não vá, por favor.

–Porque?

–Eu não sei, só não quero que você vá.

Ela fica e coloca a mão sobre a minha.

Eu realmente não sabia o que sentia por ela, era um misto de medo com afeto. Era cedo demais pra determinar alguma coisa. Não sei quanto tempo levaria, existem pessoas que precisam de anos pra se aproximar e outras que precisam de dias, tudo depende. Eu não estava com pressa, depois de quase morrer a ultima coisa que eu queria era correr novamente. A vida passa rápido, e às vezes pensamos que correr é a melhor opção. Eu prefiro ir devagar e aproveitar os detalhes, cada sensação, cada gosto, cada prazer que a vida proporciona deve ser apreciado.

...

Abby

Fomos pela autoestrada, em direção à praia. O mar estava lindamente iluminado pela lua cheia. Ele acelerou pela areia, tinham casas a beira mar, muitas com terraço no piso superior. Como era inicio de inverno as luzes estavam apagadas e a praia deserta. Percorremos um bom caminho pela areia chegamos a uma pedra alta. Ele desligou a moto, e eu desci. Ele tirou os sapatos e eu fiz o mesmo e começamos a escalar, sua expressão era indecifrável eu sabia que ele estava triste e com raiva, mas ele não disse qualquer palavra todo o caminho até o topo. Ele sentou na ponta, eu ao seu lado, dava pra sentir levemente as gotas do mar que batiam com força na pedra.

O silencio se perdurou por muito tempo. Eu não tinha coragem de dizer uma palavra, mas também não aguentava ver ele daquele jeito. Levantei-me e rapidamente tirei a roupa, corri e da pedra ao mar. Em poucos segundos ele estava no mar também, me puxou pra superfície e me olhou furioso.

–O que você tem na cabeça? – ele me segurava pelo braço e seus olhos estavam vermelhos.

–Você. – seus olhos furiosos se suavizaram, e pude até ver um minúsculo sorriso. Ele me soltou e eu o abracei.

–Eu estou perdido. – ele disse no meu ouvido.

–Calma. – coloquei as duas mãos em seu rosto e olhei em seus olhos. – Eu estou aqui, e vamos resolver a coisas juntos.

Ouve uma pausa silenciosa.

–Tá muito frio- eu gritei e ele riu.

Saímos da água e foi ai que eu percebi que ele estava de cueca e eu de calcinha e sutiã. Minhas roupas estavam em cima da pedra e eu tremia, ele me olhou com um sorriso malicioso.

–Para de olhar!- falei e ele rindo pôs a mãos no olho. Tentei escalar a pedra mãos minhas mãos e pés estavam escorregadios. Olhei pra trás e ele estava me observando. – Eu falei pra não olhar.- disse brava e ele riu. –Não se aproxime. – ele ergueu as mãos e deu um passo pra trás.

–Você vai morrer de frio ai.

–Nossas roupas estão lá em cima, e estamos molhados. A não ser que saiamos correndo pra secar não vejo alternativa.

–Logo se conclui que foi intervenção divina você ter um parceiro de biologia como eu. – eu o olho como se ele fosse aqueles loucos que mudam de assunto do nada. - Calor humano.

–A não nem vem..

– Dois corpos próximos, um esquenta o outro.

–Nem pensar, Rush.

–Os pinguins sobrevivem lá no polo norte, sinal que funciona.

–Isso é invenção sua, eu não acredito. Não se mexa.

–Ok, não vou me mexer, mas se morrermos aqui a culpa será sua.

Ele senta na areia e olha pro mar. Um vento gelado sopra e em cinco minutos eu me rendo e me junto a ele.

–Tudo bem, não quero morrer tragicamente de frio.

–Ótimo porque sou muito novo pra morrer. – ele me abraça, e deitamos na areia.

Ficamos cara a cara, e ele sorri. Nos beijamos, primeiro de leve e depois mais fervorosamente. Tudo fica quente e agora eu não sinto mais o vento gelado, as coisas vão tomando proporções e de repente Rush está sobre mim. Seus braços estão apoiados uma de cada lado no meu braço, eu sinto todos os músculos do seu corpo rígido sobre o meu. Ele faz uma pausa e me olha nos olhos, a pergunta está em seus olhos, “ele podia continuar?”. Meu corpo ardia pelo seu toque, e eu realmente queria. Fiz que sim com a cabeça e ele me beijou agora calmamente como as ondas do mar.

...

Um ano depois

– Tem certeza que quer fazer isso?

–Tenho.

–Você sabe que não precisa fazer isso.

–Preciso sim.

–Vai doer!

–Eu sei, então segure minha mão.

–Sempre. – Rush diz.

Ouço o barulho da maquina e respiro fundo.

Saímos do Studio de tatuagem. Rush com um par de asas escrito anjo em baixo, no pulso. Eu tatuei “I’m your Angel” nas costelas.

–Sua mãe vai surtar! – ele diz.

–Eu sei. Vou colocar a culpa em você.

–Vai colocar a culpa em mim? – ele me pega pelo braço e me encosta na parede.

–Sim. – sorrio provocando-o.

–Então tem que fazer valer a pena. – ele me beija, e é como se fosse o primeiro. Quente e perfeito, do jeito Rush.


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Notas finais do capítulo

Chegamos ao final da historia ( a primeira de muitas, espero). Obrigados por todos os comentários, e incentivos. Espero que tenham gostado. Me despeço por aqui. Um beijo e até a próxima.



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