Love Is A Crise escrita por Little Writer
Notas iniciais do capítulo
Espero que realmente gostem e deixem reviews *-*
Estarei postando quando puder, o mais breve possvel. Nos vemos nas notas ^-^
Eu ainda estava me aprontando quando Zach se aproximou de mim, dizendo que o teatro já estava praticamente lotado. Aline estava retocando minha maquiagem. Fiz um sinal positivo para ele, que se sentou, tomando água.
- Tem bastante gente lá fora - falou, entre uma golada e outra - Temos que caprichar.
- Sempre caprichamos - retruquei. Zach era meu melhor amigo ali, desde que entrei no grupo.
- Não se mexa, Derek! - Aline advertiu, segurando meu rosto com uma mão e passando pó com a outra.
Assim que estava pronto, saímos para interagir com o público. Era algo que sempre fazíamos, quase como uma tradição. Sempre conversávamos com os alunos, já que quase sempre apresentávamos para escolas, e brincávamos um pouco com eles, para descontrair.
Ao sair, me deparei com um público imenso, como Zach havia dito. Ele se encaminhou para a última fileira, me deixando pra trás. Segui para um grupo que usava um uniforme vermelho e que estava sentado perto da parede.
Aproximei-me e cumprimentei o professor. Ele sorriu, apertando minha mão, um pouco forte demais. Falei com alguns alunos e um menino se aproximou de mim, perguntando mais coisas sobre o teatro e minha carreira. Enquanto conversávamos, notei uma menina encolhida em uma poltrona ao lado da parede. Ela parecia aborrecida.
- Algum problema ali? - perguntei pro menino, que era alto demais e desengonçado demais. Ele se virou, como se fosse a menina do Exorcista e apontou para ela. Era, infelizmente, indiscreto demais.
- Provavelmente. Não converso muito com ela, mas há pouco estava chorando, abraçando o Sr. Halter. - falou, dando de ombros - Isso acontece frequentemente.
- Vou falar com ela - disse. - Com licença.
Após agradecer pelas informações, pude seguir até a garota. Parei em frente à sua poltrona e ela nem sequer olhou pra mim. Continuava a encarar a manga de seu blusão vermelho. Murmurei um "olá" e acho que só então ela notou minha presença.
- Ah, oi - falou, sem me encarar. Sua voz saia um pouco trêmula, como se ainda estivesse chorando.
- Aconteceu alguma coisa? - ela balançou a cabeça negativamente. - Então por que não sorri? Vamos, sorria.
- Por que?
- Só sorria. Ou eu farei cócegas em você - ameacei. Ela não pareceu se intimidar. Comecei a fazer cócegas em sua barriga e recebi um quase-soco em minha mão. - Ei. Sem agressividade. Ok?
- Sem cócegas, Ok?
- Então sorri pra mim e eu vou embora - ela até então não tinha olhado para mim. Quando se sentou corretamente na poltrona e me encarou, pude ver.
Seus olhos eram de um verde profundo e brilhante, como esmeraldas. Sua face, rosada (provavelmente por causa do choro), e sua boca formada uma linha curvada perfeita. Seu cabelo castanho claro caía em seu rosto, mas não ocultava sua beleza.
- Vai embora mesmo? - perguntou, de repente. Voltei à realidade e assenti com a cabeça.
- Aham.
- Ah, ok. - ela abriu um sorriso, mas não parecia falso. Sorri de volta e saí, mesmo querendo ficar.
Falei com mais algumas pessoas daquela escola e soube que era uma instituição holandesa, e que a maioria dos alunos eram holandeses. O que fazia bastante sentido pra mim.
Faltando alguns minutos para a apresentação, subi ao palco e me enfiei atrás das cortinas vermelhas, que estavam tão empoeiradas que me causaram alergia e provocaram alguns espirros, que saíram em alto e bom som (até demais).
A peça correu muito bem. Quase nenhum erro, e com improvisos ótimos. Recebemos muitos aplausos e por fim nos reunimos no camarim para nos trocarmos e nos despedirmos dos espectadores. Aproveitei e falei da menina para Zach.
- Eu a vi chorando - falou, enquanto trocava sua camisa - ela parecia bem abalada. Achei que nem o professor fosse conseguir acalmá-la. Eu ia lá perguntar o que havia de errado e se podia ajudar, mas não achei que eu fosse ser bem recebido.
- Ela não falou quase nada - reclamei. - Nem consegui perguntar o nome dela...
- Fica tranquilo, - Aline, que ouvira a conversa toda, disse - semana que vem a mesma turma volta para ver outra peça.
- Tomara que ela não esteja mal e que possamos falar com ela - Zach sorriu. E eu sorri.
A ideia de vê-la novamente me deixou animado. Afinal, eu poderia ter a chance de conversar mais com ela e quem sabe até fazê-la rir com alguma piada tosca. Deixei o camarim com um sorriso bobo no rosto e, na hora da despedida, fiquei procurando seu rosto em meio a tantos, só para ver se conseguia admirar aqueles olhos novamente. Mas foi em vão, pois seu lugar já estava vazio.
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Gostaram? Deixem reviews ^-^