Cloudy Sky escrita por BeeatrizCastro


Capítulo 2
Only friends


Notas iniciais do capítulo

Mais um!



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Capítulo 1

O salão de festas de Constance encontrava-se arrumado para a festa tradicional de início de ano letivo. Lanternas de papel davam uma iluminação mística ao local. Várias mesas encontravam-se cheias de comidas doces – macarons, cupcakes, waffles, cookies... E também havia bebidas – sem nenhum álcool, claro, afinal, aquilo era uma escola.

Mas era nessa escola onde Aaron Carter estudava, ou seja, com certeza havia whisky e vodka cara sendo contrabandeados para dentro.

Logan Foster, por exemplo, encontrava-se com o terceiro copo, o que já era muito para ele, ao lado de Alice Brown.

Eles dariam um belo casal não fosse o status social do menino. Enquanto Alice era uma das meninas mais belas e ricas do colégio, Logan era um bolsista antissocial. Ninguém entendia porque ela deixava de andar com seus amigos para ficar perto do garoto, que não se dava bem com ninguém.

Mas, na verdade, era ela que não entendia porque Logan sequer gostava dela. Com seus cabelos loiros, íris azuis e rosto desenhado, ninguém diria que o menino acordava cedo para deixar a irmã na escola e ir dos subúrbios de Nova York até Constance todo dia para estudar. Tinha modos gentis e educados, mas só havia motivos para sentir raiva. Possuía pouco dinheiro, mas tinha que cuidar da mãe e da irmã de 9 anos. Trabalhava numa loja qualquer, mas havia perdido isso porque foi uma pessoa altruísta demais – como sempre era – e salvou John Hastings de ser preso.

Definitivamente, Logan Foster era alguém que valia a pena, já Alice Brown, não.

– Então quer dizer que ele não prestou queixa? – Alice perguntou para Logan.

Seu tom era tão gentil e preocupado que ela nem parecia ela mesma. Mas, talvez, essa fosse realmente ela, sem armadura e muralhas.

– Ele disse que gostava muito de mim, que eu era um rapaz humilde e trabalhador e blablablá, mas que não poderia deixar passar, por isso teve que me demitir – ele murmurou.

Logan estava com uma camisa social azul escuro que realçava seus olhos, e seu cabelo encontrava-se quase domado, penteado para trás.

– Logan, me desculpa por te envolver nisso – Alice disse sincera, desviando o olhar do dele por culpa.

– Foi uma decisão minha, Alice.

– Se eu não tivesse ligado para Sophie, você ainda teria seu emprego! – protestou.

– Eu perdi meu emprego na hora em que o vi roubando e não o impedi, teimosa – murmurou. – Eu sei o que é amar tanto uma pessoa a ponto de fazer tudo com ela, sei o que Sophie deve estar passando com o irmão... Não pude... – e deixou a frase no ar como fizera milhares de vezes antes quando encontrava-se sem palavras.

Então Alice e Logan se dirigiram para a pista de dança, onde pouquíssimos casais se arriscavam a dançar a música lenta que o DJ tocava na introdução da festa.

Era uma típica festa de Constance do início do ano. Essas festas aconteciam sempre antes do início das aulas, era tradição, organizada pelos próprios alunos do grêmio, e era onde os veteranos se encontravam após as férias e os calouros conheciam o melhor high school da cidade – e também o mais badalado.

Enquanto dançavam ao som da balada romântica, conversavam baixinho, rindo das pessoas idiotas que povoavam Constance. Rodopiavam pela pista para espiarem todos os casais estúpidos, um rindo das piadas do outro.

Quando ela estava com Logan, terminava sempre ficando longe dos outros amigos. Ele, por mais que tentasse, não se sentia bem no meio deles, e eles não ajudavam muito.

Quando começou a dança começou a ficar sem graça, foram voltar a mesa onde estavam antes. Quando estavam voltando, Alice virou o rosto para dar um sorriso forçado a qualquer um que havia a cumprimentado e acabou esbarrando em alguém.

Quando olhou para sua frente, viu um garoto alto com camisa social clara. Sua pele era de um belo moreno claro, que contrastava com os olhos verdes. Os cabelos pretos de azeviche caiam levemente bagunçados em sua testa. Definitivamente, ele era um calouro. O teria notado se já estudasse ali antes.

– Desculpa – deu um sorriso propositalmente envergonhado.

– Ah, não tem problema – ele respondeu e Alice quase derreteu ao ouvir seu forte sotaque inglês. – Hum... Vocês ainda vão dançar? – perguntou olhando para Logan.

– Não – disse Logan, reservado como era com pessoas com quem não possuía intimidade.

– Então iria se importar caso eu a roubasse por um instante? – ele dirigiu-se diretamente a Logan, quase como se Alice não estivesse ali.

­- Se ela não se importar em ser roubada – Logan deu um de seus meio-sorrisos cativantes e olhou sugestivamente para Alice.

Ela confirmou com a cabeça e Logan foi embora depois dar um leve aceno com a cabeça.

O garoto pediu uma espécie de permissão antes de pousar sua mão na curva das costas de Alice, o que provocou um arrepio em sua espinha.

– Josh Evans, prazer – ele disse quando começaram a dançar as baladas românticas que o DJ escolhia.

– Alice Brown – disse sustentando o olhar que este lançava a ela. – Vem da Inglaterra?

– Sim, de Londres – disse. – Vocês têm um sotaque engraçado – sorriu de lado, conquistando-a com uma covinha que surgiu em sua bochecha.

– Eu gosto de seu sotaque – sorriu presunçosa.

– Obrigada – ele disse fazendo uma tênue reverência com a cabeça. – Você que é linda.

Sentiu o rosto queimar e não tentou reprimir o sorriso que surgiu em seu rosto. Ela sabia que seus cabelos ruivos realmente eram atraentes, e seus olhos azuis chamavam atenção, mas o modo como ele falou fez com ela se achasse a pessoa mais bonita do mundo. Receber elogios como aquele não era novidade para Alice, mas havia algo naquele inglês que o tornava diferente.

– Obrigada, Evans – Alice sorriu.

– Só citei uma verdade.

– Está me deixando sem graça – brincou. – Então, mudando de assunto... – riu, caindo fundo nos abismos que eram seus olhos verdes. – Por que veio para cá?

– Perdão por isso – ele murmurou. - Agora você que me deixa sem graça – sorriu para baixo. – São problemas. Mas ficaram em Londres.

– Desculpa – foi a melhor coisa que conseguiu dizer. – Está gostando de Nova York?

– Er... É diferente. Mas, sim, é uma ótima cidade. Bem divertida. E tem garotas muito bonitas.

Ela teve que gargalhar.

– Gosto quando sorri – murmurou em seu ouvido, fazendo-a corar e sentir-se idiota.

Alice continuou dançando com o garoto durante muito mais tempo, mas a noite estendeu-se de uma forma que aquele tempo não foi o suficiente para ela. E talvez também não tivesse sido suficiente para ele.

– Até você esbarrar em mim de novo? – ele sussurrou de novo no ouvido dela, segurando-a depois que Alice se despediu.

– Até – Alice deu seu sorriso mais sexy, e soltou seus dedos da mão dele lentamente, virando-lhe as costas e saindo da pista de dança.

Josh Evans era londrino, com um sotaque muito sexy e um misterioso jeito cativante. Isso assustava-a. O garoto pareceu-lhe tão perigoso quanto atraente. Era o tipo mais certo se você queria ter seu coração quebrado. Sabia exatamente o que fazer para conquistá-la, e sabia exatamente como dar-lhe o fora da pior maneira possível. Pelo menos foi isso que tirou do tempo que ficou com o menino.

Esse tipo era divertido para ela, já que Alice sabia bem como lidar com eles. Mas esse inglês era diferente. E ela não gostou nada da vontade que teve de voltar a vê-lo.

Mas resolveu esquecer-se do garoto por um momento. Teve que interromper a noite porque precisava resolver outros assuntos. Precisava ter uma conversa com Sophie. Era totalmente injusto o fato de ela não ter sequer falado com Logan depois do que ele havia feito por ela.

Sophie provavelmente estaria chorando em seu quarto a essa altura se Logan não houvesse arriscado e perdido seu emprego para livrar a pele de John Hastings.

Uma estava presente na vida da outra desde sempre, ou pelo menos era o que ambas lembravam. Como suas mães eram muito amigas, elas, naturalmente, eram quase obrigadas a andarem uma com a outra. Houve uma época em que elas não se suportavam, mas isso foi há muito tempo. Era até engraçado lembrar.

Passaram-se a gostar com o tempo, e logo o esforço de ambas as mães fez com que elas virassem melhores amigas. Apesar de toda a conspiração para que isso acontecesse, elas realmente se gostavam. Assim como Logan era um refúgio para Alice, Sophie também era. Uma era o porto seguro da outra, dividiam confidencias e choros, que não poderiam mostrar para mais ninguém.

Alice lembrava-se de quando os problemas com drogas de John haviam começado. Foi quase na mesma época em que elas começaram a se distanciar muito lentamente. Os pais de Sophie brigavam constantemente e isso começou a afetar claramente a personalidade cativante da garota. Mas Sophie sempre foi mais forte do que o irmão gêmeo, e quando perceberam, John já estava envolvido com drogas leves. E não demorou muito para que piorasse.

Passaram-se dois anos. Dois anos que os pais de Sophie moravam na mesma casa, mas não eram mais marido e mulher. E dois anos de briga contra os vícios de John. E agora John estava por um fio. Sophie e Alice sabiam que se ele fosse preso, seus pais não moveriam um dedo sequer para tirá-lo da prisão. Estavam cansados de lutar.

Alice não conseguiu avistar a amiga, mas assim que viu uma rodinha de rostos conhecidos e sorridentes de idiotas familiares, soube que Sophie estaria no meio certamente sendo idolatrada.

Ignorou os cumprimentos robóticos e falsos, e chegou facilmente até Sophie, porque abriam naturalmente o caminho para Alice.

– Você já disse obrigado a Logan? – falou ríspida assim que chegou perto de Sophie o suficiente para ser ouvida.

– Eu... Eu não o obriguei a fazer isso – Sophie murmurou.

Alice ficou com vontade de estrangular a amiga, incrédula com sua ingratidão.

– Porra, Logan simplesmente salvou seu irmão da prisão! E ainda perdeu seu emprego por isso! – percebeu que algumas pessoas olhavam para a pequena discussão.

– Fale baixo! – Sophie disse num sussurro irritado e puxou-a para um corredor afastado que dava para um banheiro e um armário de zelador.

– Deixa de ser uma mesquinha idiota! Pare de se importar com essa sua imagem só uma vez! – vociferou.

– Você é uma hipócrita!

Alice fez um imenso esforço para controlar o tom de voz.

– Olha, Sophie, vou... Vou te deixar em paz. Mas pensa nisso, ok? O Logan perdeu o emprego por sua culpa.

E saiu de lá, cada célula do corpo com raiva da melhor amiga, se é que ela poderia ainda chamá-la assim. E foi embora da festa sem ao menos se despedir de Logan. Sabia que talvez tivesse sido muito grossa com Sophie, mas ela precisava ser menos egoísta às vezes... Mas, realmente, quem era Alice para falar de empatia?

Chegou em casa depois de pegar um táxi. Abriu a porta com sua chave e esgueirou-se para dentro. Para sua surpresa, as luzes estavam ligadas e Chelsea estava sentada no sofá com seu pai ao lado, assistindo um filme qualquer. Sua raiva aumentou, mas sentiu também uma imensa vontade de rir. O Sr. Cooper, empresário sempre ocupado, estava assistindo filme com a nova e jovem esposa às três da manhã?

Não pôde evitar pensar que sua mãe costumava ser a única mulher, ou melhor, a única pessoa que o fazia esquecer-se do trabalho. Mas isso havia sido antes do câncer levá-la seis meses atrás. E Alice simplesmente não suportava ver Chelsea como se estivesse lá desde sempre, ocupando seus lugares, como se ela fosse substituível.

Para falar a verdade, aquela jovem e bela adulta de 32 anos estava apenas se aproveitando do fato que o rico Sr. Cooper precisava de uma nova esposa. Não conseguia fazer nada além de odiá-la. E odiava a seu pai também.

– Olha a hora que ela chegou! É até cedo para você, Alice! – Chelsea disse simpaticamente.

– Como se te importasse – não pôde deixar de responder rispidamente.

– Eu só...

– Você só tá tentando se aproximar de mim, é, eu sei – disse cansada. – Esquece, ok? Você nunca será nada para mim além de um motivo de ódio...

– Alice, tenha tento ao falar com Chelsea – seu pai levantou a voz forte. – Ela é minha esposa e você a deve respeito.

Alice sentiu o sangue borbulhar.

– O senhor que deveria ter respeito para com minha mãe, Sr. Cooper! – elevou a voz numa súbita coragem de enfrentar o pai.

Mais tarde não soube se foi culpa do álcool ou da raiva acumulada ao longo dos meses que agora explodia por causa do acontecido com Logan, mas estava descontando tudo em Chelsea e em seu pai.

– Alice, volta aqui agora e peça desculpas para Chelsea! – ele vociferou.

– Não! O senhor que deveria estar pedindo desculpas para mim e para sua esposa, que não está mais aqui, mas sua presença certamente continua! E você a insulta com a presença dessa puta aqui! – gritou.

Os olhos de Chelsea enchiam-se de lágrimas.

– Chega! Alice, você não pode continuar assim! – ele agora gritava a plenos pulmões, mas Alice não se intimidou.

– Não aguenta ouvir a verdade?

Alice sentiu vergonha depois quando pensou naquela discussão sem sentido. Sabia que Chelsea não era o problema naquela casa, na verdade, ela não merecia ser tratada assim. Aquilo era culpa de seu pai... Mas aquilo também era culpa de Alice.

– Saia daqui! Saia daqui agora! Você tem a chave do apartamento da sua irmã, não tem? Ela está viajando... Vá, espere sua cabeça esfriar e pense nas idiotices que está dizendo! Pense nisso. Agora saia da minha frente.

Então ela correu até o quarto, jogou algumas coisas em sua mochila, pegou a chave do apartamento da irmã e saiu de casa pela porta de trás. Não se importou em se molhar um pouco na chuva, na verdade, parecia que o céu chorava junto com ela. Pegou um táxi e chegou ao apartamento.

Alice Cooper ouviu a campainha ecoar na sala. Ela estava sentada no sofá, ainda com o vestido preto que havia usado na festa, sua maquiagem encontrava-se borrada, o preto da sombra escorrendo-lhe pelo rosto dramaticamente, o cabelo ruivo amarrado bagunçadamente em um nó mal feito. Uma mochila roxa com poucas roupas, seu Moleskine e seu iPod, encontrava-se jogada aos seus pés, no chão.

– Quem é? – perguntou tentando disfarçar a voz de choro, gritando do sofá, sem querer levantar-se.

– Sou eu – Logan murmurou.

Foi quase correndo até a porta, abriu-a e se jogou em seus braços. Ele havia trocado sua camisa social por um moletom preto que Alice adorava, e ela não se importou em molhá-lo com suas lágrimas. Odiava chorar na frente dos outros, isso era certo. Odiava parecer fraca e odiava ser vítima, mas ali era Logan, e perto dele ela sabia que estava sem defesa, perto dele era só Alice, a garota sem mãe, sem ninguém, desamparada e sozinha, e não Alice Cooper, a garota forte, popular, maravilhosa e imponente.

Sentiu seus braços ao redor de si e um suspiro quente atravessar seus cabelos.

– Alice... – ele murmurou quase inaudivelmente empurrando-a para dentro do apartamento sem soltá-la.

Quando percebeu, ele já a havia levado para a cozinha, que era quase o mesmo o cômodo que a sala. Levantou-a e a sentou no balcão da cozinha, deu um beijo em sua testa e soltou-se. Pegou um copo de água e deu-o para ela.

– Se acalme, certo?

Ela encarou-o enquanto tomava água e Logan limpava sua maquiagem manchada com as mãos, se afogando em seus olhos azuis.

– Obrigada, Logan – disse colocando o copo ao seu lado.

– Estou à disposição – disse dando um sorriso cativante. – Diga-me o que aconteceu, Alice.

–É meu pai... Ele e aquela Chelsea – disse com as lágrimas caindo mais ainda. – Isso me mata! Eu sei que é ridículo, mas não suporto vê-la com ele, não suporto vê-la lá, como se minha mãe nunca tivesse existido! E o fato de ela ser tão perfeita... Eu sei que ela não tem culpa, eu sei, Logan... Mas eu odeio o fato de meu pai ter substituído minha mãe! Eu... Eu odeio meu pai!

– Shhh – ele murmurou, interrompendo-a. – Alice, eu preciso mesmo te dizer que seu pai também sofre com a morte de sua mãe? Ei, eu sei que deve ser horrível, mas, Alice, seu pai, com todos os defeitos que tem, precisa de uma pessoa em quem se apoiar. Ela não está substituindo sua mãe! Chelsea é apenas a nova esposa de seu pai, e ele precisa dela – ele disse irritando-a por estar com a completa razão. – Você está sendo injusta.

– Eu sei... Mas é que...

– Você teria uma ótima amiga se aceitasse-a, você não estaria brigando com teu pai, você não estaria passando por tudo isso – interrompeu-a de novo.

– Mas eu estou sofrendo, Logan! – quase gritou.

Logan envolveu seu rosto com as mãos.

– Não duvido disso – disse, olhando-a nos olhos. – Eu sei que você sofre, mas descontar isso nela não vai trazer sua mãe de volta! Brigar com seu pai não vai melhorar as coisas! Você precisa dele para passar por isso. Ele é seu pai.

– Você... Você está certo – Alice viu o rosto de Logan iluminar-se.

– É você mesmo, Alice? Não está sendo teimosa! – disse Logan dando um daqueles sorrisos perfeitos, que ela retribuiu sem ao menos pensar.

– Mas ele me expulsou de lá, Logan! Não quero voltar... – murmurou.

– É, deveria saber que não conseguiria te convencer totalmente – ele disse de volta. – Mas relaxa, ok? Tudo vai se acertar... Só espera a tempestade passar.

Logan agora encontrava-se muito próximo. A respiração quente batendo no seu rosto. Os nariz tocaram-se e os olhos mantiveram contato. Logan apreciava os belos tons de azul pálido dos olhos de Alice, enquanto ela se afogava em suas íris azuis enérgicas e esverdeadas de muitos tons, como o mar.

Então ela percebeu.

Percebeu que amava Logan desde quando ele a havia ajudado naquele trabalho sobre Filosofia. Foi ali que começou a adorar a matéria, e a amar o garoto gentil de olhos eletrizantes.

Logan estava com ela desde sempre. Era só com ele que se sentia leve, era com ele que não tinha vergonha de chorar e de ser ela mesma. Com Logan, era como se ambos pudessem se mostrar como eram, sem disfarces ou máscaras.

Então fechou os olhos e encostou seus lábios nos dele. Foi só um leve toque, não poderia ser descrito como um beijo ainda. Percebeu que ele ficou surpreso, mas foi só durante uma fração de segundo. Logan então pediu passagem para sua língua.

Foi um beijo delicado. Suas línguas dançavam lentamente. A mão de Logan estava acariciando a nuca de Alice, e a mãos dela estavam enroscadas em seus cabelos curtos. Eles faziam aquilo calmamente, prolongando o momento como se tivessem todo o tempo do mundo. E também com medo da descoberta que haviam acabado de fazer. Era cauteloso, mas ao mesmo tempo ansiava por mais.

Alice passou suas pernas ao redor do troco de Logan e ele a levantou, aumentando a intensidade do beijo enquanto a levava para o sofá.

– Isso não é certo – Logan murmurou enquanto jogava-a no sofá.

– Então vamos fazer o errado.

Ela sentiu-o rindo contra seu pescoço e o puxou de lá com muito esforço, porque não queria interromper o beijo. Eles se encararam. Logan deu uma sonora gargalhada ao vê-la, com o rosto avermelhado do choro e a boca adoravelmente rubra, os cabelos ruivos um pouco bagunçados já desfeitos do nó. E Alice não pode evitar gargalhar de volta ao ouvi-lo.

– Isso é estranho – Logan murmurou.

– Na verdade, parece que deveria ter sido assim desde sempre.

– Exatamente – ele murmurou. – Mas continua sendo estranho – sorriu. – Se eu soubesse que você beijava assim já teria feito isso há muito tempo – e então inclinou-se e mordeu-lhe o lábio inferior.

– E então, Logan, como é que a gente fica? – Alice disse depois de um beijo longo.

– Como você quer que a gente fique?

– Não redirecione a pergunta, moço.

– Mas é sério. A gente fica como tiver de ficar.

Alice riu.

– Nada mais certo – disse sorrindo. – Obrigada – Alice sussurrou dando um abraço em Logan e não conseguindo impedir as lágrimas de caírem.

– Eu... Eu te amo, Alice – murmurou, quase como uma pergunta. – Eu te amo, viu? Te amo – repetiu mais alto, mais convicto.

– Eu também – disse aninhando-se a ele.

– Não precisa ter medo. Vai ficar tudo certo...


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Notas finais do capítulo

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