Quando Sherlock e John adentraram o laboratório do St. Bart’s naquela tarde, não poderiam imaginar a notícia que receberiam.

- O gato morreu? – perguntou Jonh após Mike Stanford ter os encontrado no corredor.

- Sim! Pobre Molly, era apegada demais ao gato! – falou o médico – Ligou hoje de manhã e disse que não poderia trabalhar, estava com a voz péssima!

- Você ouviu isso, Sherlock? – John chamou a atenção do amigo, que até então aparentava estar alheio à conversa.

Sherlock virou-se sem demonstrar muito interesse.

- Sim, e?! – respondeu secamente.

- Molly está mal! – insistiu John em tom de reprovação.

- Sim, eu ouvi! O gato morreu!

John ficou esperando alguma outra reação que Sherlock não esboçou.

- Não vai fazer nada?!

- John, a menos que você queira que eu me transforme em um gato, não vejo como poderia ajuda-la! – ele pegou o celular em seu bolso, checou algo e virou-se novamente para John – Se me dá licença, tem algo que eu preciso fazer! Sozinho! – acrescentou enfático quando John fez menção de segui-lo.

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Naquele dia, Molly nem quis tirar o pijama, mal comeu ou saiu da cama na verdade. Toby era seu melhor amigo e ela era muito apegada a ele, foi como perder um membro muito importante da família.

Ela havia enterrado a caixinha com seu corpo no quintal do condomínio. Pelo menos assim ela poderia visita-lo sempre que quisesse. Mas agora – pensou – ela só queria ficar naquela cama, enrolada em seus cobertores e imaginando que Toby subiria em seu travesseiro a qualquer momento, como ele sempre fazia.

Estava quase dormindo quando sentiu algo deitando-se na cama ao lado dela. Toby?! Não, não poderia, além do mais era grande demais para que fosse o pequeno gato. Molly retirou as cobertas de cima do rosto e tomou um susto.

- Sherlock!!!! – gritou a moça.

O detetive estava deitado na cama da legista, mas mais do que isso – e Molly só pode notar depois que o susto inicial passou – ele usava uma fantasia de gato, com direito a orelhas e cauda.

- O que...o que você...? – gaguejava enquanto olhava a roupa dele.

- Miau! – disse Sherlock, visivelmente envergonhado.

Molly riu, gargalhou na verdade, e cada vez que seus olhos voltavam para Sherlock, ela ria mais ainda. Sherlock suspirou fundo, mas não esboçou nenhuma expressão, apenas esperou até que Molly parasse de rir.

Quando a garota finalmente conseguiu encarar Sherlock sem gargalhar, ela voltou a perguntar:

- O que está fazendo vestido assim?

- Miau, miau! – foi tudo que Sherlock respondeu, e depositou sua cabeça no colo da garota logo em seguida.

Inicialmente ela ficou confusa, mas após uns segundos, ela entendeu o que ele estava fazendo. Sorriu grata pela atitude dele – um pouco não convencional, mas ainda assim linda. –, ela passou as mãos suavemente pelos cachos dele, fazendo carinho nas orelhas artificias que ele usava – rindo de si mesma quando fazia isso.

- Obrigada! – disse enquanto deu um beijo na bochecha do detetive e acariciou o pescoço do mesmo, que nem fazia com Toby.

Sherlock se sentou na cama e a abraçou. Molly chorou fraquinho com a cabeça afundada em seu tórax, ele acariciava levemente os cabelos da garota. Os dois deitaram na cama e Sherlock a embalou até que dormisse.

No dia seguinte, Molly acordou e Sherlock já não estava mais lá. Será que ela sonhara? Então, ela ouviu um miado fraquinho vindo do chão, ela se inclinou para ver e soltou uma exclamação. Lá estava um filhote de gato preto dentro de uma pequena caixa e do lado um bilhete. Molly pegou o gato no colo e o acariciou.

- Quem é você, bonitinho?! O que faz aqui?! – disse com ternura para o filhote.

Ela se abaixou e pegou o bilhete do lado da caixa. Sorriu.

Tudo o que acaba dá início a um novo começo!

SH

PS: O nome dele é Sherlock!

Molly sorriu e acariciou novamente o gato.

- Oie Sherlock, seja bem vindo à família!