O Casamento escrita por Every Simple Plan
Notas iniciais do capítulo
Provavelmente a sinopse ficou muito mais interessante do que a história. Desculpa. Mas prometo que está legal. Juro mesmo... E claro, curtinha como sempre.Boa leitura.
Havia margaridas dentro de um vaso verde, em cima da mesa. Poucas nuvens no céu e uma brisa macia. Mamãe estava sentada no meu sofá de couro roxo acariciando uma almofada peluda. Eu estava sentada na frente dela, num puf rosa, com a cabeça entre as mãos, prestes a chorar.
– Eu sei querida, mas chegou a hora. Não podemos esperar mais.
– Ok. Quando vai ser?
– Hoje.
– O quê? Como assim hoje? Mamãe, você só pode estar maluca!
– Querida, me desculpe. Eu sei que está tudo acontecendo muito rápido, mas o tempo é curto. Você... Nós não podemos fazer nada.
– Tudo bem. Eu vou.
Coloquei um casaco e entrei no carro real. Seguimos para a Terra do Caroço. Não vi papai em nenhum lugar, mas podia ouvir os gritos no pátio. Coloquei um vestido cerimonial escuro e, de braços dados com a minha mãe, desci as escadas. Sentamos nos tronos dourados, postos em uma espécie de camarote.
Após alguns minutos papai entrou na arena improvisada, vestindo uma espécie de armadura que não o protegia completamente e segurando uma espada. Eu fechei os olhos; eu não poderia me despedir.
Gritos agudos e roucos se levantaram. Eu abri os olhos e Brad estava no outro lado do pátio/campo de guerra. Ele estava trajado do mesmo jeito e também segurava uma espada. Uma voz se ergueu na multidão.
– Senhoras e senhores. Bem vindos ao espetáculo que decidirá as nossas vidas e as vidas de nossos filhos! Que comece!
Papai estufou o peito e Brad investiu. Papai desviou e suas espadas se chocaram. Olhei para mamãe e ela estava envolta numa mistura de dor e orgulho. Balancei a cabeça e voltei a minha atenção à batalha. Brad era bom. As espadas se bateram mais algumas vezes, ecoando agudo. Papai desarmou Brad e riu, mas o jovem recuperou-se rápido, e quem estava indefeso agora era papai. Os gritos estavam cada vez mais altos, mas pareciam estar muito longe. A única coisa que eu conseguia ouvir com clareza era a minha respiração. Estava ofegante. Por favor, acabe rápido! Papai caiu no chão. Ele largou a espada e, apesar dos gritos, pude ouvi-lo claramente. “Será um prazer ser morto por você, Brad. Cuide das minhas meninas”. E Brad atravessou a sua espada no peito do papai.
Minha visão escureceu, e, enquanto eu caia, mamãe me segurou e garantiu que eu ficasse sentada. Ela estava chorando, e me abraçou. Brad ajoelhou, beijou a testa do papai e depois rugiu.
– Encaroçados! Eu me declaro o novo rei da Terra do Caroço, e reivindico a mim a mão de sua majestade, a Princesa Caroço!
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Uma semana havia se passado. Eu estava sentada na minha cama, com as costas estupidamente retas, somente usando uma saia branca e bufante, esperando a minha mãe trazer o espartilho cravejado de pérolas. Algumas vozes masculinas atravessavam o corredor. Mamãe finalmente entrou no quarto e me ajudou a vestir o corset. Devo abrir um parênteses e dizer que, apesar de muito triste, eu estava muito gostosa. Coloquei o véu, segurei o buquê e desci as escadas, vagarosamente, cabisbaixa. Ao chegar ao jardim, decorado em tons de branco e lilás, vi Brad sobre o altar, sorridente. Droga, ele estava lindo.
A marcha nupcial começou a tocar. Violinos e um piano ao longe. Uma lágrima atrevida tentou escorrer, talvez minha maquiagem borrasse. Andei seriamente pelo corredor, enquanto a corte se levantava. Não me atrevi a olhar para ninguém além de mim mesma. Chegando ao lado de Brad, esbocei um sorriso forçado, porém acolhedor. Eu havia sonhado com esse dia por anos, e tudo parecia tão trágico. Trocamos juras de amor eterno e nos beijamos. Uma cerimonia real comum. Muito ouro e vinho, mas nada de ternura. Ele me chamou para dançar e eu fui. Uma valsa, duas, três. Posso dançar com a noiva? Ele me beijou de novo e, depois de alguns risinhos histéricos e abafados das damas de honra fomos ao meu quarto, que, a partir de agora, seria nosso.
– Então, você conseguiu. Finalmente. Você é o rei.
– Não se trata apenas disso, meu amor.
– Não venha com esse papinho, Brad! – Eu disse, me exaltando.
– Caroço! – Ele quase gritou – Escute, nós podemos esquecer o passado e sermos felizes, certo?
– Certo. Podemos. Mas não queremos.
– Eu quero. A coroa é minha. Você é minha! Então seja uma boa rainha e deite-se ao lado do seu rei.
Achei que dar um golpe contra a monarquia no primeiro dia do casamento não fosse a melhor decisão a ser tomada, então fiz o que ele me disse. Sentei na cama e ele tirou o meu espartilho. Ele me beijou e, ah droga! Eu amo esse beijo. Ele me deitou na cama e todos os ritos nupciais foram realizados. Estava consumado.
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Espero que você tenha gostado. Se você gostou deixe um comentário. Se não gostou também, críticas são sempre bem vindas e a sua opinião é muuuito importante.