Jogos da Virtualidade escrita por GMarques


Capítulo 15
À Beira do Lago à Escuridão da Caverna.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem deste capítulo ^^
Os comentários de vocês estão me incentivando muito, agradeço pelo apoio.
Acho que alguns de vocês me conhecem da Pérolas do Nyah, lá no facebook ;)
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Acompanhem este capítulo feito às pressas, mas com o máximo de dedicação e postado tarde da noite :D



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Luzia aparentemente tinha os olhos castanhos, mas ao reparar melhor vejo que seus olhos não são tão escuros, se aproximam do verde.

Passamos um dia inteiro caminhando pelo planalto que nos envolve, já está prestes a anoitecer. Deve ser uma arena realmente muito grande, a julgar que me encontrei somente com quatro das duzentas pessoas até agora, e só uma delas estava tentando matar alguém.

Caminhamos à toa, eu diria. O máximo que chegamos é à uma floresta mais densa. Não quis que fôssemos adentro dela, mas afinal parece que a única pessoa que tenta me ouvir aqui é Luzia - talvez por eu ter salvado a vida dela - , e ela nem pode me entender. Joana está se aproximando muito de Raul, não gosto dele, temo que se precisarmos nos separar por qualquer motivo ela decida ele à mim.

Floresta a dentro, a culpa me consome, estou começando a ficar com medo, não posso ter medo. Sinto o sangue do garoto que matei em minhas mãos, mesmo que não as tenha sujado. Revejo a imagem dele no chão sangrando até a morte a cada minuto. Não sei ao certo se ele morreu, ainda estava respirando quando saímos de lá, provavelmente ele morreu. Tento me lembrar que Luzia foi salva à custo disso, que se eu não a salvasse ela quem morreria. Mas, mesmo que queira, eu sei que poderia haver outra opção, na qual ninguém sairia ferido ou morto. Devo aceitar que essa não será a última pessoa que matarei, e que haverá outra tentando me matar. Eu devo ficar ciente de que o que estou fazendo não é culpa minha, mas sim de Kêntrikou.

Estamos chegando perto de um pequeno lago. Nos aproximamos mais.

–Vamos parar aqui. -Diz Raul. Quem ele pensa que é para dar ordens? Eu não sei, mas eu acato-a.

–Está bem. -Joana responde baixinho. Luzia permanece quieta, só para quando todos param.

Tiramos as bolsas e as jogamos à beira do lago. Luzia também tem uma bolsa, antes de sairmos da árvore maior eu peguei uma qualquer, sem qualquer cerimônia e a entreguei. Além da bolsa, dei a ela uma zarabatana e uns dardos que encontrei junto a ela. Ela me respondeu alguma coisa, talvez um agradecimento ou um a queixa, não entendi.

Joana e Raul se agacham na margem do lago e começam a beber água usando as mãos. Eu me sento, perto de Luzia, abro minha bolsa e espero ela fazer o mesmo. Começo a tirar as coisas de dentro dela, e encontro uma garrafa d'água vazia, um pacote com três biscoitos salgados e uma jaqueta. Luzia retira uma corda, quatro tiras de carne seca, e um cartão dourado de um dos bolsos. O volume das bolsas enganou-nos no quesito de quantidade.

Eu me levanto, e encho a garrafa, colocando a de volta na bolsa. Faço um gesto com as mãos e tento explicar para Luzia trocar comigo os três biscoitos pelas tiras de carne. Sucesso. Não teria como dividir os biscoitos para três pessoas, dou todos eles para Luzia porque acho justo. Passo uma tira de carne para cada um e deixo uma comigo. Não estou com tanta fome assim, creio que o efeito das pílulas continuam com um efeito prolongado por aqui.

–Obrigado. -Raul diz acolhidamente, sem olhar no meu olho. Ele está revoltado com o que aconteceu lá atrás, o caso de Luzia e o garoto que matei...

Joana simplesmente pega a tira e assente com a cabeça, como um agradecimento.

Gracias–Um leve agradecimento de Luzia. Penso bem no idioma que a mesma fala e me lembro do que as Shisus me falaram, os três instrumentos: A Bússola, A Lanterna e o Tradutor. Não deveríamos tê-los escolhidos? Penso que Kêntrikou se irritou tanto que desistiu de dar essa oportunidade. Não só esse fato, mas, muitas coisas que não me deveriam ser reveladas de acordo As Shisus, elas mesmos me contaram, com a maior naturalidade. Uma vez quando questionei sobre o local dos jogos, Shisuodin me respondeu que ninguém o conhecia, e depois O Cérebro me foi revelado pela mesma.

–Precisamos achar um abrigo seguro. -Digo. -O sol já está se pondo. -Olho para Joana e depois para o céu.

–Vamos ficar por aqui mesmo. -Raul fala.

–À beira de um lago? Numa arena de 200 participantes, no meio da floresta assim no nada? -Questiono-o num tom sarcástico.

–Não temos tempo para procurar abrigo. -Ele eleva a voz.

–VOCÊ não tem tempo. -Falo e deixo as palavras bem fixas no ar.

–Estão vá embora e procura a droga do abrigo! -Ele se aproxima de mim. Ele não me intimida. Para mim Raul só quer parecer forte frente às telas de televisão do mundo, mas está mais arrasado do que eu.

–Quer saber de uma coisa? -Eu falo olhando bem nos seus olhos, e o encaro profundamente. -É exatamente isso que eu vou fazer. -Eu olho para Joana, e espero uma resposta dela. Nada.

Me afasto de Raul, pego minha bolsa que está perto de Luzia e ponha-a nas costas. Luzia faz o mesmo, me seguindo. Joana está imóvel, o que eu mais temi aconteceu, ela preferiu ele à mim. Ponho-me a caminhar e Luzia faz o mesmo, floresta adentro, seguimos o sentido contrário ao que viemos.

O sol já está quase posto por completo quando eu e Luzia encontramos uma caverna. É o lugar mais seguro que encontramos, e não temos tempo de procurar qualquer outro abrigo. Não sabemos o que nos espera pela noite aqui nessa floresta, então é melhor não arriscar.

Entramos na caverna. Não vamos muito fundo pois a escuridão não nos permite tal feito. Não possuímos nada que possamos usar para iluminar o local. A caverna é úmida e cheira a planta molhada, ou algo parecido. Sento na área menos úmida e dura que consigo achar, e me apoio contra a parede irregular da caverna. Luzia senta-se não muito longe.

~~~

Queria ter o tradutor agora. Ficar no silêncio não é uma coisa agradável. Tentei arriscar algumas perguntas entre outras coisas, mas sem sucesso. Se Luzia me entende, eu não compreendo a resposta dada e vice-versa. Já se passou cerca de uma hora e estamos aqui nesse silêncio.

Decido encostar a cabeça na parede da caverna e pensar. Pensar se foi uma boa ideia ter deixado Joana sozinha com Raul, ele não me parece uma pessoa equilibrada. Não que eu seja perfeito, mas temo que se num momento de dificuldade Joana saia ilesa. Penso tanto que quando me dou conta já estou sonhando.

Não sonho com o abimo e a garota medonha. Mas sonho com minha mãe, meu irmão e Carolina, e em como deixei de aproveitar o que deixei para trás. O sonho termina com luzia me acordando gritando palavras que eu não entendo, com uma cara de total desespero.


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Notas finais do capítulo

Peço que se vocês encontrarem algum erro na digitação, ou na separação dos parágrafos e etc, que me avisem pelo comentário. Eu uso o WordPad para escrever e depois passo para cá. Feito isso eu preciso dar o enter em todos os parágrafos e falas.
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