Sasuke assistia pela janela do trem o sol se pondo no horizonte, desejando estar mais tranquilo com o retorno para Konoha, depois de seis meses longe. Dessa vez, sua volta para casa seria diferente, pois, estava acompanhado. Iria, finalmente, apresentar formalmente o namorado para à família. Seus familiares estavam ansiosos para conhecer o alfa loiro que mexera com o seu coração. Já conseguia imaginar o sorriso sarcástico, e o olhar de "eu sabia" do irmão mais velho quando colocasse os olhos no “cunhado”. Afinal, Itachi foi o primeiro a notar que havia mais do que amizade rolando entre os dois.
Voltou os olhos negros para o loiro – que babava e roncava – encostado em seu ombro; se não o amasse tanto e não soubesse que Naruto estava exausto pela semana puxada que teve na editora na qual trabalhava, teria o empurrado para longe.
Ficou admirando atentamente a face adormecida do namorado, já conhecia cada contorno e, mesmo assim, via-se cada vez mais fascinado pelos traços angelicais do alfa.
Como era possível alguém ser tão bonito?
O ômega sabia que era lindo, não era adepto a falsa modéstia, possuía uma pele branquinha e sem nenhum defeito; cabelos negros sedosos e brilhantes; um cheiro maravilhoso de morango com chocolate; atraía tanto mulheres quanto homens com muita facilidade; porém, Sasuke achava que a beleza de seu loiro era exagerada, e se perguntava se ele não poderia ser menos bonito. Naruto atraía muitos olhares, a maioria deles de cobiça, e isso acabava rendendo muitas brigas por ciúmes exacerbados.
Como um bom Uchiha, o moreno era possessivo e muito ciumento; e como todo Uzumaki que se preze, o loiro era alguém que vivia rodeado de pessoas, e isso irritava o ômega de uma maneira que não conseguia colocar em palavras.
Era engraçado que, mesmo depois de um ano e meio de amizade com benefícios, e dois de namoro, o ômega ainda conseguia lembrar-se com todos os detalhes da primeira vez que viu Naruto.
Naquele dia, tudo havia dado errado na vida de Sasuke. Não conseguiu o estágio que tanto desejava, teve uma prova surpresa de Cálculo Diferencial e ainda tomou um banho de lama por causa de um motorista apressadinho.
O ômega se perguntava o que faltava acontecer consigo; porém, como naquele dia a *Lei de Murphy regia sua vida, assim que entrou no elevador do prédio onde morava, avistou o alfa mais lindo que já tinha visto, não conseguindo evitar de olhar o loiro dos pés à cabeça. Os cabelos loiros bagunçados faziam um contraste perfeito com a pele bronzeada, os lábios finos, os olhos extremamente azuis e brilhantes – o moreno admitia que ficara perdido nesses olhos por alguns instantes –, as três marquinhas em cada bochecha, seu cheiro de grama cortada... Na visão do Uchiha, aquele alfa era perfeito!