Quando a Tardis definitivamente sumiu escrita por Sumire Haruka


Capítulo 1
Capitulo único: Eu continuo aqui.


Notas iniciais do capítulo

Quero pedir desculpas a quem lê minhas fics, mas eu precisei abandonar isso daqui por que acabei repetindo de ano por muito desleixo :v
Não vou abandonar definitivamente, mas também não vou voltar logo. Talvez eu só volte no fim do ano, quando Doctor Who voltar e eu não estiver mais concentrada na escola.
É só.
Feliz aniversario Luh =w=
P.S: AS FRASES DENTRO DOS PARENTESES SÃO AS FALAS DO EPISODIO ONDE O 9 DOCTOR VIRA 10.
to gritando isso aqui pra não ter confusão nos comentarios.



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Quando a Tardis definitivamente sumiu, o Doctor sentiu quando Rose vagarosamente foi soltando sua mão e cobrindo o rosto. A loira não conseguia conter o choro e os soluços, tentou ao seu máximo, mas não conseguiu. Aquilo partiu os corações da metacrise... Ou melhor, partiu seu único coração.

(Olá... Okay.)

Ele sentia tudo que o outro Doctor sentia, eram um só. Sentiu ciúmes quando Rose o beijou ao mesmo tempo em que não poderia estar mais feliz. Naquele minuto, sentia uma solidão horrenda e culpa. Culpa por ter abandonando-a... Mas... Ele continuava ali! Ao seu lado!

(Dentes novos. Que estranho. Onde eu estava?)

Ele ainda era o Doctor!

Porém estava mais que evidente que Rose não achava o mesmo.

(Oh, é mesmo! Barcelona)

– Rose... Querida... – Jackie suspirou, começando a passar a mão pelas madeixas loiras da filha, de modo gentil. – Vou ligar para Pete... Certo?

(E então, como eu estou?)

Jackie olhou para o Doctor, perdida em ver sua filha sofrer e não poder fazer nada. "Faça algo" ela disse sem som e moveu a cabeça. Separou-se da filha enquanto ligava para Pete.

– Ele se foi – Pronunciou numa quase ruído embargado em mágoa.

(Não, não, não, não. Não me diga).

“Eu continuo aqui" era o que mais queria responder.

– Anos longe dele, tentando de tudo para reencontra-lo e... E... No fim... – As mãos acobertavam o rosto novamente.

– Eu continuo aqui – Foi firme – Rose! Olhe pra mim! Eu sou eu! Sou o Doctor! – Exclamou, colocando as mãos sobre os ombros dela.

(O que você acha?)

– Você não me perdeu Rose! Você me achou! Você sempre consegue achar um caminho para me trazer de volta.

– Mas... – Arriscou pronunciar, coçando o nariz e fungando.

(Quem é você?)

– Você sempre esteve comigo quando eu precisei Rose. Eu nunca iria conseguir facilmente te deixar de novo. – E não tinha sido. O outro Doctor sofria – E mais do que nunca, eu preciso de você agora!

(Eu sou o Doctor!)

Rose piscou. "Ele foi criado na guerra" as palavras do Doctor, do Doctor que ela jurava ser o verdadeiro, tomavam forma em sua mente.

(Não, onde ele está?)

“Só você pode cura-lo”

Preocupada, mesmo que ainda soluçasse bastante, depositou a mão sobre o ombro dele e indagou:

(Onde está o Doctor? O que você fez com ele?)

– O que foi?

Well... Levando em conta que eu fiquei muito mais acordado do que deveria, de que lutei em uma guerra, de que acabei de me regenerar e sou um novo humano não acostumado com o corpo...

– Sim?

(Você me viu... Eu mudei! Bem na sua frente)

– Vou desmaiar.

E apagou.

Pete colocou-o na cama. Rose começou a buscar algum pijama de seu padrasto que não ficasse tão grande em seu tão-novo-humano-magricelo.

Deu para Pete que logo ajustou as roupas. Rose puxou uma cadeira, em passos rápidos, sentando próxima a cama. O homem idêntico ao pai da loira, observou sua afilhada que portava uma aparência abalada, tão similar a da primeira vez que ela e o Doctor foram bruscamente separados.

(Eu o vi explodir... E então, você o substituiu, como... Teleporte, ou um transmat, ou troca de corpos ou algo)

– É ele mesmo? O Doctor? – Pete perguntara confuso. Se ele era realmente... Ele... Qual o motivo de tantas lágrimas?

Jackie se aproximou, apoiando-se na porta.

– Acho que sim. – Comentou, olhando para o rosto calmo do Doctor.

(Você não me engana!)

– Como "acho que sim"?

– Eu não sei! Eu posso ter visto tantas coisas... Mas isso... Isso! Eu não entendo! – E fungou – Justo quando eu pensei que ficaríamos juntos. – As lágrimas regressavam aos olhos.

(Eu tenho visto todo tipo de coisas... Nanogenes, Gelth, Slitheen…)

– Deja vu... – Sussurrou Jackie.

– O que? – A loira mais nova perguntou confusa.

(Oh meu Deus, você é um Slitheen!)

– Nada querida. Venha – Ergueu a mão – Você está precisando de um pouco de chá!

Rose seguiu a mãe, dando uma ultima olhada no suposto Doctor, ele resmungou algo, ainda em seu sono profundo.

(Eu não sou um Slitheen)

Pete olhou mais uma vez para o homem desmaiado e suspirou, não sabia se chamar um médico poderia ser algo seguro, por fim saiu do quarto.

Rose tentou se entreter cuidando da Tardis, mas parecia uma tarefa impossível. Apenas ele saberia como cuidar dela.

(Traga-o de volta! Eu estou avisando, traga o Doctor de volta, agora mesmo!)

Naqueles dois dias que ele dormiu, ela chorou.

Quando o Doctor acordou, seu estômago roncava. Ele poderia até dormir dois dias inteiros, mas aquele não era mais o corpo de um Time Lord, apenas de um humano.

Enquanto caminhava pelos escuros cômodos da mansão, riu ao encontrar uma coisa preciosa, próxima da lareira. Fitou a linda humana que repousava em uma grande poltrona.

Ele sorriu enquanto a acordava.

– Olá Rose Tyler – Riu animado, puxando um banco e sentando-se em frente a ela. Tudo era excitante para ele, principalmente pronunciando palavras tão simples. Sentia saudades de apenas dizer "olá" para Rose.

(Rose, sou eu. Honestamente, sou eu!)

– Olá – Bocejou, coçando o olho – O que faz acordado?

(Eu estava morrendo)

– Fome! Estava procurando bananas, mas não encontrei a cozinha.

A humana bocejou mais uma vez, tentando ajeitar o cabelo.

– Eu quero rir disso, mas estou com sono – O Doctor riu. Rose aconchegou-se na poltrona e cerrou os olhos.

– Você dormiu aqui?

– Não consegui dormir antes.

(Para salvar minha vida, mudei meu corpo, todas as células do meu corpo, mas...)

– Eu ouvi você chorar. – Comentou, sustentando o queixo em uma das mãos.

– Não acredito que vamos ter "aquela" conversa.

– Yeah... – Suspirou, fazendo os dois rirem.

(Ainda sou eu)

– Rose... Você precisa acreditar que eu continuo sendo eu! O Doctor!

– Mas, você se dividiu em dois, o outro ainda está...

(Não pode ser...)

– Pense como... Se eu fosse uma regeneração dele. E eu sou! – Ela olhou para o lado, encolhendo-se.

(Então... Como posso me lembrar disso?)

– Você já sentiu que me perdeu Rose.

– Não!

(A primeira palavra que eu disse para você. Presos naquele porão... Cercado por manequins... Oh, faz tanto tempo)

– Sim! Quando me tornei está regeneração. Este corpo! Você queria que eu voltasse! – Suspirou, agarrando uma das mãos de Rose – O que estou dizendo é que... Foi melhor assim! Eu mudaria muito até que você... Bem... Bastante. Até que uma hora talvez você não me reconhecesse mais.

(Eu peguei sua mão. Disse só uma palavra, só uma, eu disse:...)

– Eu duvido.

(“Corra” )

– Jura? Posso continuar o mesmo o mesmo homem, mas uma regeneração minha tentou matar uma Companion.

– Seu mentiroso!

– Eu não o culpo, ela gritava bastante.– Sorriu quando Rose deu um pequeno e rápido sorriso.

(Doctor...)

– Isso foi um sorriso?

(Olá)

– Você não ganha sorrisos tão fáceis.

O homem a sua frente riu.

(E nunca paramos não foi? Através do universo!)

– Ainda sou eu Rose, mas um "eu" que pode ficar com você para sempre. Um "eu" que não vai mudar tanto a ponto de te fazer infeliz.

(Pode voltar ao que era?)

Então o silêncio instalou-se. Para o rapaz, o tempo que a loira ficou pensando pareciam séculos.

(Você quer que eu volte?)

Até que ela olhou para ele e abriu um sorriso de orelha a orelha.

(Sim)

– O mesmo homem? – A pergunta preencheu todo o cômodo.

(Oh...)

– Com a diferença de um coração. – Ela abriu mais um pequeno sorriso, olhando para a lareira.

(Você quer partir?)

– E como se sente a respeito disso?

(Você quer que eu vá?)

– Bleh! – Fez uma careta. Rose gargalhou mesmo sentido que o sono logo a venceria, mas não queria dormir.

(Não, mas...)

Depois de tanto tempo, precisava falar tudo que tinha com ele, matar toda a saudade possível.

(A escolha é sua, se quer ir pra casa...)

– Ele vai ficar bem? – Perguntou. O Doctor desviou o olhar por alguns segundos.

(Eu estou indo pra casa)

Não. Não iria. Poderia não saber o que estava ocorrendo com o outro, mas a tristeza parecia que iria consumi-lo.

(Bom para você. De volta para sua mãe. Está tudo esperando.)

Era apavorante. Sabia muito bem que Donna não poderia viver como Time Lady. Apenas residia em si esperanças de que o Doctor não se entregasse a solidão e fosse atrás logo de um Companion.

(Não! Natal, peru!)

Ele também se preocupava com o que os Ood tanto falavam, mas naquele momento, olhando nos olhos de Rose e lendo seu semblante tão preocupado à única coisa que pairava em sua mente era de nunca mais fazê-la chorar. Os problemas do Doctor não eram mais seus.

– Sim, ele vai – Não era uma mentira absoluta, mas também não era sobre aquela regeneração que se referia. – Hey... Antes que eu desmaie por aí, você quer ouvir uma história?

(Embora, conhecendo sua mãe, bolo de nozes seria mais apropriado)

Rose afastou na poltrona dando a ele um lugar e um pouco do seu cobertor.

(Isso é um sorriso)

– Quem precisa dormir não é? – Entrou na brincadeira.

(Não...)

O homem de cabelos arrepiados sorriu e começou a contar como sobreviveu aqueles anos sem ela.

(Foi um sorriso...)

Mesmo que ele enrolasse uma história na outra, mesmo que contasse mentiras ou verdades e mesmo que exagerasse em seus mais lindos atos heroicos...

(Não, não foi)

Rose só queria escuta-lo e rir mais e mais.

(Você sorriu)

No meio da madrugada acabaram dormindo.

(Não...)

Deixando apenas uma certeza para o novo humano. Nunca mais se sentiria só. O outro teria a eternidade, mas ele tinha o "para sempre" de Rose Tyler.

.

.

.

.

Ah, vamos lá, tudo o que eu fiz foi mudar.


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Notas finais do capítulo

Feliz aniversario Luh, eu espero que você encontre todas as aventuras que quiser e que continue sendo fã de Doctor Who para eu não ficar falando sozinha ♥
Le~beijo na bunda =*