– Eu vou ter que arrumar um jeito de fazer você me odiar menos – eu falei depois do comentário de Hannah

– Eu não te odeio, eu só acho que você é um idiota – Hannah falou de forma infantil enquanto me levava até o campo de tiro

Eu ignorei a brincadeira de Hannah e fiquei em silêncio o resto do caminho, não demorou muito até chegarmos ao campo de tiro, lá Hannah começou a me explicar.

– Okay, a sua mira será classificada em duas áreas, mira com arremesso e mira com armas de fogo, você quer começar com qu-

– PEW-PEW! – Por mais maduro que eu seja em situações sérias, eu não pude perder a oportunidade de fazer esta brincadeira denovo.

– Então tá... – Hannah aparentava ter tomado um susto com meu grito, eu admito que eu ri por dentro e o que tornava tudo mais engraçado era que Hannah sabia que eu estava rindo por dentro

– Agora falando sério, qual o tipo de arma de fogo? – Eu perguntei a morena

– Pistola. – Hannah me respondeu de forma rápida.

– Sim eee... – Eu esperava por mais armas.

– Só pistolas – Ela pôis bastante ênfase nas pistolas dessa vez.

– Quer dizer que nós somos um exército de 5 pessoas que só usa pistolas?

– Você ainda não parou um segundo para pensar sobre o tipo de missão que nós fazemos – Ao contrario de pessoas “normais”, Hannah não perguntou se eu tinha parado para pensar, ela afirmou que eu não tinha pensado – Eu me pergunto porque eu elogiei sua habilidade de percepção

– Você ainda tá lendo minha mente?

– Não “eu” em sí, de acordo com o protocolo eu tenho que ler sua mente durante a iniciação para saber como você age, ou se você vai tentar destruir ou fugir do Squad, o que nunca aconteceu até agora por nós escolhermos o indivíduo pr- – Hannah estava muito focada em me explicar sobre o protocolo

– TÁ BOM EU ENTENDI! – Eu tive que gritar, eu não gosto muito de regrinhas, eu não desobedeço as regras, mas também saber todas as regras e bem ínutil.

– Meu ouvido seu infame! – Hannah tinha acabado de descobrir outro apelido para mim. Eu ignorei o meu novo apelido e comecei a falar:

– Nós fazemos missões futivas e super importantes porque temos nossos super-poderes, bláh bláh bláh, pistolas silenciadas, bláh bláh bláh, eu ainda não atirei em nada.

– Oi? – Hannah ainda estava meio atordoada com seus ouvidos e não havia prestado atenção.

– Eu acabei de me tocar o porque das pistolas silenciadas encima daquele balcão – apontei para o balcão atrás de Hannah enquanto falava – E também o tipo de missão que nós fazemos aqui enquanto a senhora estava atordoada – Assim que terminei de explicar tudo para Hannah, ela me olhou de uma forma intrigada, “pensou” um pouco (provavelmente revendo a memoria em minha cabeça), e falou:

– Eu retiro que disse sobre sua percepção, e admito que ela é ainda melhor do que eu pensava

– Agora eu posso disser a todos que eu surpreendi Hannah, a Garota que lê mentes – Falei enquanto “comemorava” meu feito

– Cale a boca, pegue uma arma no balcão e vá logo “Pew-Pew” naquele alvo – Hannah ordenou.

– E você esta supondo que eu sei usar uma pistola? – Eu brinquei com a morena ao meu lado, que provavelmente sabia que eu tinha aprendido a usar algumas armas jogando um simulador muito realista no computador.

– Você sabe usar uma pistola – Hannah já sabia.

Fiz o que Hannah tinha me pedido, fui ao balcão, peguei a Glock que estava lá, eu admito que era mais pesada que eu imaginava, fui até a cabine de onde se atira, tirei a arma do modo de segurança e atirei, Eu nunca tinha visto um tiro mais perfeito em toda minha vida, depois eu virei para Hannah com um sorriso de orelha-a-orelha e perguntei a ela:

– Eai?

– Segundo lugar. – Ao ouvir Hannah pronunciar essas palavras eu fiquei decepcionado.

– Oi? Como assim? O scanner deve estar quebrado... – A única explicação lógica que eu consegui pensar na hora.

– Segundo. Lugar. – Hannah repetiu, a mesma estava olhando para um tablet.

– VOCÊ AO MENOS OLHOU MEU TIRO?! – Eu fiquei puto com Hannah, por desprezar meu tiro perfeito (meu tiro foi bom a tal ponto que eu estava pensando em dar um nome para o mesmo)

– Primeiro: Não grite seu idiota, meus tímpanos ainda estão doento do seu outro grito; Segundo: Seu tiro não foi perfeito, foi de exatos 99,7% de precisão, logo ele não foi perfeito; e Terceiro: VOCÊ NÂO PODE CHAMAR UM TIRO DE JEREMIAS

– Quem está em primeiro então? – Perguntei.

– O Tenente Richards com sua precisão de 100%– Hannah respondeu pondo bastante ênfase no 100% para causar inveja. Ignorei o máximo possível a tentativa de Hannah e tirei uma duvida:

– Por acaso o tenente Richards é o Homem Robô?

– Sim e você tem que seguir as ordens dele – Ela me explicou.

– Você tem alguma “memória” ou gravação nesse tablet que mostre o tenente atirando?

– Aqui, veja uma gravação do treinamento do Tenente – Eu vi a morena virar o tablet em minha direção.

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No video mostrava o Tenente Robô em uma cabine do campo de tiro com uma das pistolas desmontadas em sua frente, ele rapidamente montou a pistola (incluindo o silenciador) e atirou, uma voz robótica falou o tempo e a precisão do tiro, só prestei atenção a precisão de 100% e não ouvi o tempo.

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– Levando em conta que eu sou tão bom quanto ele, eu estou feliz, mas quem tá em último dessa vez? –

– Nossa amiga desacordada – Hannah me respondeu enquanto mudavamos para a área de arremesso.

– Agora eu vou arremessar as coisas né? – Eu perguntei a Hannah enquanto me imaginava arremessando uma granada, dai Hannah apareceu no meio da cena em minha cabeça e disse:

Não usamos granadas, estamos falando de arremesso de armas brancos e armas improvisadas como facas e uma pedra por exemplo.

Um pouco de privacidade seria otimo agora sabe. Eu “pensei” e a imagem de Hannah sumiu de minha mente.

– Arremesse aquela faca no alvo – Hannah ordenou enquanto apontava para a mesa com a faca e olhava para o tablet.

– Okay então... – Obedeci e comecei a jogar as facas, foi naquele momento que eu descobri uma coisa sobre mim, eu não sei arremessar facas , tinham cinco facas na mesa, duas foram para muito depois do meu alvo, uma caiu antes de chegar perto do alvo, uma eu acertei no alvo mas com o cabo, ou seja, não contava como acerto, e a ultima faca eu ainda não sei aonde ela foi.

– Último com certeza – Hannah falou segurando o riso enquanto colocava meu placar no tablet

– Eu não vou jogar nem as armas improvisadas? – Tentei defender o pouco de dignidade que ainda me sobrava

– Não, arremesando desse jeito eu não vou nem me arriscar – Hannah falou rindo de minha ótima mira

– Cala a boca Fraquinha – eu me vingei da ofensa do melhor jeito o possível, a ofendendo também.

– Mesmo sendo fraquinha eu ainda consigo acertar a faca no alvo – Hannah falou enquanto começava a rir ainda mais.

– Quem tirou primeiro no arremesso de facas? – Tentei tirar o foco do meu fracasso

– Larissa, ela é boa com qualquer tipo de arma improvisada, basicamente ela é Roger mas ao invés de forte, agil – Hannah me explicou

– Pelo que eu me lembro a minha avaliação já acabou né?” Eu tentei mudar de assunto

A morena foi se acalmando até que ela falou comigo– Sim, agora só falta você conhecer todo mundo pessoalmente

– Sim, e como a senhora pertente que eu conheça todo mundo se Larissa está desacordada e Roger está treinando feito um infeliz para me dar um peteleco?

– Pela gritaria que eu estou "ouvindo"( pelo que eu entendi na hora, ela devia ter capturado a gritaria com sua mente), Larissa acordou e está brigando com Roger para saber aonde você tinha ido – Ela explicou a situação para mim.

– Ela deve esta muito puta comi- – Eu tentei falar

– Elaestá puta com você.

– Okay, mas e o nosso tenente robô, por onde ele anda?

– Ele está esperando que eu entregue os resultados da classificação – Hannah me explicou enquanto começava a ir para o local de encontro

– Então vamos conhecer essa turminha do barulho

Hannah aparentemente ignorou minha brincadeira e nós levou até o ponto de encontro do grupo, quando nós entramos na sala, só o Tenente estava a vista, eu fiquei aliviado pois ainda não sabia como Larissa iria reagir a mim, até que eu senti uma dor intensa vindo das minhas costas, eu senti meu equilibrio falhando enquanto eu levava uma "voadora" de alguma coisa, ou alguém, depois que eu cai no chão, eu ouvi uma voz feminina vindo por trás de mim:

– ISSO É POR ME DAR O MAIOR CHOQUE DE TODA MINHA VIDA, SEU FILHO DA PUTA!!! – Era Larissa gritando o mais alto que os pulmões dela permitiam

A partir daquele momento, eu sabia que aquela reunião seria inesquecível...