–Filha? -Minha mãe entrava no quarto e eu olhava para ela, sim eu olhava literalmente.
Na noite passada, foi meio estranho olhar para o lado e ver a luz da lua ali encima, no céu perfeito. Graças ao meu primo, eu agora conseguia ver, mesmo sabendo que olhar diretamente para o sol ou para algo muito claro ainda iria me fazer mal.

–Oi mãe ! -disse eu super animada com o fato de ver toda aquela variedade linda de cores e texturas.

–Ah querida como é bom saber que você está vendo novamente ! -Minha mãe estava animada também, mas não tanto quanto eu.

–Mãe, eu quando sair daqui, quero muito viajar por muitos lugares, eu quero ver a a Torre Eifel ! Quero muito mãe ! -Eu queria mesmo ! Ontem, John havia deixado umas revistas aqui, nada de muita leitura, eu não conseguia ler quase nada direito... Mas tinham muitas imagens e quando John me disse da Torre Eifel eu só conseguia imaginar eu como aquelas pessoas das revistas, embaixo do lindo monumento tirando fotos.

–Já pensando em viagens? Esta bem, mas temos muito tempo para isso. Agora vamos focar na sua recuperação. -Minha mãe as vezes não me entendia....

–Claro né mãe, eu não vou amanhã para Paris ! Não vou nem amanhã para casa... -Eu sabia que tinha que ficar mais uns vinte dias ali, mas eu não aguentava mais ...Como eu aturei cinco anos? Ah é mesmo, eu estava em coma !

–Tudo bem, tudo bem..- E em seguida a porta se abriu e vi uma ruiva na porta vestida com umas roupas coloridas (até demais), e que segurava dois copos com uma coisa que eu nunca havia visto, mas cheirava bem.

–Lexieee ! -Rosie gritava ao me ver e me abraçar.

–Oi Ro. -Disse eu sendo totalmente esmagada pela ruivinha. -Ar, eu quero ar ! -Falei fazendo todos rir e com isso, Rosie saiu de cima de mim.

–Agora que você está me vendo, essa pessoa linda ! -Rosie era , não, era mais do que convencida, pensei. - Então, eu quis te trazer uma coisa. Tome logo antes que o meu irmão venha aqui reclamar. -E com isso me entregou um daqueles copos com canudos grandes.

–O que é isso? -Francamente eu não sabia mesmo, mas era gelado e parecia bom, então decidi tomar um pouco. -Ah meu Deus isso é maravilhoso ! -Tinha uma textura gostosa, e era gelado, nossa era de chocolate !

–Esta maravilha se chama Milk Shake . É feito com sorvete. -Ah sim, dai o gelado, pensei. Mas Rosie não havia acabado ainda. -E é batido com um pó de sabor, e sorvete de chocolate ! É perfeito não é mesmo?

–Muito bom, onde tem mais? -Perguntei brincando enquanto observava os desenhos no copo, tudo era bonito quando eu podia ver.

–Calma ai, o que é isso? -John havia chegado no quarto... Puff me dei mal.

–Oi John, tudo bem? -Nesse momento eu não queria ter visto a expressão de John... Ele estava mesmo bravo com eu estar tomando Milk Shake ?

–Não, não está nada bem. -John estava bravo mesmo ... - Quantas vezes eu já te disse para não fazer isso com ela Rosie? Meu Deus você sabe que ela não pode tomar essas coisas geladas até sair da observação. -Como assim observação? ,pensei. Mas então Rosie se levantou da cadeira e colocou o seu copo na mesinha ali perto.

–Qual é o problema dela se divertir um pouco? -Rosie estava irritada também, dava para ver uma veia de seu pescoço ficando maior conforme ela falava e respirava.

–Sem gelado eu disse hoje de manhã, por que você se faz de surda ? - John estava sendo meio frio com a própria irmã. E eu não podia fazer nada, minha mãe já tentava acalmar as coisas... A culpa disso tudo era minha, a inútil na cama do hospital...

–Ok queridos, vamos parando com isso, a Lexie está bem e não vai mais tomar gelado. -Nem minha mãe conseguia acabar com a discussão.

–Não adianta falar contigo, por que eu sou útil quando você ta chorando por causa da sua noiva, mas quando eu quero fazer o bem pra alguém você não precisa mais de mim. VOCÊ NÃO É O ÚNICO QUE PODE FAZER ALGO PELA ALEXIA, que inferno John ! - Depois de ver o que disse, acho que Rosie se arrependeu da primeira parte pois em seguida quando John ficou meio abatido ela começou :- Desculpa John...

–Você fala coisas sem pensar, sai daqui ! Não, melhor eu saio. - E então John olhou para mim e viu que eu estava ficando cansada disso tudo.

–O que é isso? Se querem brigar aqui, por favor que falem pelo menos baixo antes que os seguranças venham aqui pensar que tão matando a paciente, que saco vocês ! Odeio esse lugar, odeio isso tudo, eu quero ir embora.

–Lexie? -Estavam todos me olhando de um modo que nunca olharam.. Eu preferia estar cega do que ver aquilo.

–Desculpa, eu só... só... -E tudo ficou escuro do nada.

☽ ☾● ◯

Em um bar longe de tudo estava Rosie. Ela não queria mais tentar nada.

–Iae Ro ! -Um garoto alto se aproximava de Rosie e ela o abraçou.

–Cara, eu quero sumir. -Rosie disse enquanto estava nos braços do moreno.

–O que houve hein? -Perguntou ele ao se soltar e se sentar na mesa.

–Eu tentei sei lá, só fazer uma coisa pela minha prima, aquela lá que tava em coma lembra que te contei? Então, mas como sempre alguém atrapalhou, e logo meu irmão... Aff por que é tudo uma merda? -Rosie estava desapontada pelo fato de achar que não fazia nada de certo.
Por fora, Rosie parecia uma garota mais adulta do que era, parecia totalmente independente, e cheia de amigos, mas era meio solitária por dentro, mas isso não importava naquele minuto, ela estava com raiva e quando ficava com raiva só queria jogar tudo em alguém, mas seu amigo Nick não merecia isso.

–Desculpa não entender o que é isso Ro, eu queria muito saber o que dizer para você mas francamente eu não entendo disso... Mas como ela ta? -O garoto perguntava meio preocupado.

–Ela desmaiou ! Viu o que eu causei ! Eu não queria isso, juro que não queria ! Mas ela não pode ficar nervosa e olha o que eu fiz ! Como não ficar se sentindo culpada? Vou acabar matando ela na próxima. -Rosie tinha um jeito diferente, ela não chorava quando se sentia mal, somente ficava com raiva e se culpava por tudo.

–Não é você, por favor para de besteira né queridinha ! Ela está no hospital e tava em coma por quantos anos mesmo? -O garoto não sabia muito mas sabia o necessário para conversar sobre aquilo com Rosie.

–Cinco. -Rosie disse depois de um grande suspiro.

–Então, ela só ficou com raiva da briga e apagou um pouco, ela já deve até ter acordado e você fica ai se matando por nada, quem vai acabar se matando aqui de raiva é você ! - Era a pura verdade o que Rosie estava ouvindo, mas ela não queria aceitar ão facilmente.

–Boa idéia morrer de raiva ! - Mas então Rosie viu a expressão de seu amigo.

– Ok, desculpa... Só não sei o que fazer.

–Peça desculpas para seu irmão, e para ela. Aposto que eles sabem que você não fez de propósito, mas que raios mesmo você fez ? - E então os dois cairam na gargalhada ali mesmo.

☽ ☾● ◯

–Como assim ela não está mais no quarto? -Noah perguntava na recepção.

–Alexia Jones Seymour? Ela foi transferida para outro quarto pois desmaiou há uma hora atrás e para ser medicada teve que mudar de quarto. -A mulher sentada digitava em um computador enquanto respondia Noah que estava tendo um ataque ali mesmo.

–Como? Ela o que? Como ela está? Meu Deus a Lexie... -Noah não sabia o que dizer, não podia sair correndo atrás dela, agora ela poderia vê-lo e ele não queria passar novamente pela cena dela não saber quem ele é.

–Querido ela já acordou e está com a mãe, fique calmo que sua namorada já está passando bem ! Se quiser visitá-la mais tarde. -A mulher sorria.

–Ela não é minha na... Ah deixa pra lá, eu volto mais tarde. -Noah nem quis perder tempo em explicar que não era sua namorada... Mas será mesmo que parecia ? E então Noah se voltou para a saída e foi de encontro ao seu carro.

☽ ☾● ◯

O dia estava ensolarado quando acordei. Olhei para o lado e vi que eu não estava mais no mesmo quarto de antes, nesse a janela não era a mesma e a luz era mais laranja do que amarela.

–Oi? -Disse olhando para o lado e vendo John mexendo nos aparelhos ao meu lado e anotando tudo em umas folhas de papel.

–Oi querida, como você está? -John já estava muito mais calmo, percebi.

–Estou bem, desculpa isso tudo. -Disse me sentindo meio culpada de dar tanto trabalho.

–Não foi nada, me desculpe eu, eu não devia ter ficado daquele jeito nem com minha irmã nem contigo... Acho que a tia An me odeia ! -John disse mas eu sorri.

–Minha mãe não odeia ninguém então você está livre ! -Disse tentando fazer ele rir, mas não consegui.

–Onde está a Ro? -Perguntei calmamente mas ele não respondeu na hora.

–Eu não sei... Ela saiu correndo quando viu que você apagou. -John respondeu se culpando, eu podia sentir que ele achava que tudo era culpa dele. -A Rosie nunca foi tão como as outras garotas. Ela sempre some e depois volta. Eu queria muito entender o que ela sente.

–Crise de adolescência ? -Perguntei tentando não rir.

–Bem, acho que sim. -John disse tentando não rir. -Perdemos muitas pessoas nesses anos Lexie, não quero falar nada para você, você terá que aprender sozinha quando sair daqui, o que não vai demorar muito !

–O que? -Eu havia ficado animada do nada. -Eu vou sair ???

–Olha, está tudo certo, não há mais por que te prender aqui mais do que uma semana !

–Ah meu Deus, se eu pudesse me levantar daqui e te abraçar juro que faria . -Falar que eu estava feliz era pouco para o que estava acontecendo comigo .

–O mérito é todo seu! Você que está se recuperando rapidamente... Eu queria muito que meu irmão estivesse aqui. -John disse e então fiquei confusa.

–Que irmão? -Perguntei, para mim só existiam Rosie e o John.

–Deixa pra lá, não pode forçar lembranças suas. -Agora que eu não estava entendendo mais nada.

–Como assim? É outro efeito colateral do coma? Já tenho uns vácuos de memória e agora o que mais? -Eu não era um "robô sem peças, eu era uma máquina mal construída"

–Não podemos obrigar você a se lembrar de coisas, você não aguenta. -john disse tentando parecer outra coisa normal.

–Ah que perfeito, obrigada por me contar. E então, quando eu saio? -Perguntei voltando para a animação.

–Uma semana no máximo , feito?

–Perfeito ! -eu estava amando me imaginar andando por ai sem ninguém atrás de mim, e descobrir coisas, e viajar pelo mundo todo ! -Posso pedir uma coisa? -Eu sabia exatamente o que pedir e então fui logo perguntando depois que John assentiu com a cabeça: -Acha a Rosie e traz ela aqui.

–Eu não posso do nada encontrar ela, ela sabe muito bem brincar de esconde esconde ! -John disse com uma tal impaciência.

–Quando ver ela, diga então que não estou com raiva e peça para ela vim. Isso serve ? Não precisa ser hoje ! -E então John assentiu meio distante, mas assentiu me fazendo assim me sentir mais aliviada.

–Obrigada John. -Eu disse e então ele olhou para mim e senti que tinha algo para dizer. - O que foi?

–Fico feliz de ter salvado você. - John disse sorrindo de leve e me deixando sem jeito.

–Iam me desligar não é? -Eu disse sabendo exatamente que a resposta era sim.

–Ah Lexie...

–Ok, não vamos falar disso pra eu não surtar e desmaiar, hoje mais não ! -Disse rindo um pouco e então ele se levantou da beirada da cama.

–Tenho que encontrar um bebê que está chateado por ai ! -e então comecei a rir depois que percebi que o bebê era Rosie !

–Está bem, vai la. - E quando ele ia saindo, gritei. -Ei John, eu quero Milk Shakes ! -E então ele viu que eu somente estava brincando para descontrair um pouco toda aquela tensão que se passava num hospital.

☽ ☾● ◯

Ao entrar na casa da tia, Rosie passou por todos os cômodos o mais silenciosamente que pode, mas a última pessoa que ela queria ver estava sentado na beirada da escada.

–Como é mesmo que vocês falam ? -John dizia ao olhar para a irmã que estava chateada. -Iae cara, de boa? -E então Rosie sorriu.

–Que ridículo John, um homem falando assim ! -Rosie disse e se sentou ao lado dele.

–Alexia quer te ver. -John disse sem conseguir ainda olhar para a irmã.

–Ela está me odiando mais do que você ou menos do que você? -Rosie perguntou também sem olhar para o irmão, pareciam duas estátuas uma ao lado da outra olhando, cada uma para um lado.

–Não te odeio. -Foi a única coisa que John conseguiu dizer, e depois do silêncio, continuou? -Ela só desmaiou, sei que fui rude contigo mas me desculpe.. Eu queria conversar sobre você.

–Sobre mim? -Rosie não entendia qual rumo a conversa ia levar a partir da li.

–Você quis conversar comigo aquele dia não quis? Quero saber agora quem é você. -John disse e pelo primeiro momento, Rosie se virou e disse:

–Tenho muitas pessoas e ao mesmo tempo ninguém. Respondida a sua questão? Então acabou. - Mas John não se contentou só com aquilo, pelo contrário, se interessou mais ainda.

–Como assim? E a escola Ro? É seu último ano e a formatura que vocês estão planejando? Você conhece tantas pessoas, tem tantos amigos.

–Pois é isso, ter vários amigos e nenhum estar comigo nos piores momentos, no máximo um ou dois lembram da minha existência nas horas que eu preciso, quando precisam de mim, todos são meus amigos John, e a formatura? Eu não queria mais fazer, não tenho par. Mas acho que quero ir, é daqui uns meses e se a majestade( John ) deixar eu levar a Lexie... -Rosie estava com medo dele brigar com ela pois querer levar a prima para o baile, mas John somente disse:

–Se ela quiser, pode ir ! -E com isso Rosie ficou confusa sobre o que era que seu irmão estava fazendo agora.

–Mas não é você que diz que ela tem que tomar cuidado, blá blá blá? -John começou a rir.

–A vida é dela Rosie, se ela quiser ela vai, eu só não quero ela numa UTI ok? -E ela assentiu.

–Se for pra fazer mal pra ela, eu saio longe ! -E com isso John pegou o braço da irmã. -Vamos, você tem muito o que me contar. Como ninguém quer ir no baile contigo? Você é muito gata, puxou a mim ! -E andando eles foram rindo...

☽ ☾● ◯

Que tédio. -Pensei folheando as folhas de uma das revistas que John havia deixado para mim.
Eram revistas de moda, comidas, novelas... Nada ali me interessava.

–Que coisa feia ! -Falei comigo mesma ao passar numa seção de moda onde as garotas hiper magras usavam uma blusa azul, uma calça vermelha, um sapato amarelo e uma bolsa verde. Que coisa ridícula.
Ah, o que é isso? -Era uma página com a propaganda de um produto que chama bem a atenção.

–B-b , ba, Ba-t, Bat-a, Bata ! -Ah o que é isso Alexia ! Você não sabe ler assim.
E assim tentei passar a mão por cima da página, não havia nada em relevo para eu ler, então decidi continuar tentando letra por letra, nossa que vexame, pensei.

–Bata-t... Batat-i ! Batatin...nh...a - Que complicado.- Batati-nh-a ! -E então me senti feliz de ter conseguido terminar !- batatinha.
Me estiquei para o lado o máximo que consegui e apertei o botão para chamar a enfermeira. John me disse que qualquer coisa que eu precisasse ou se eu estivesse passando mal era somente apertar aquele botão vermelho que alguém viria me atender, mas dessa vez ninguém veio e então me deixei perder as esperanças de comer a tal batatinha e me deitei.
Do nada olhei para o lado e vi o aparelho que marcava tudo o que acontecia por dentro do meu corpo e lembrei do que John havia feito aquele dia para eu andar até a janela e com isso me sentei na cama sorridente e apertei o mesmo botão que ele apertou e tudo desligou como eu esperava ! Primeiro passo feito.
Coloquei minhas pernas para baixo e la vou eu tentar sair do quarto.
Primeiro me segurei na cama, depois no mini sofá e até que enfim a tão querida porta. Eu estava andando, e a sensação era ótima!
Quando abri a porta, olhei para fora rapidamente e vi que não havia ninguém no corredor, que perfeito, pensei.
Me segurando na parede ao lado, fui colocando uma perna na frente da outra lentamente e fui saindo aos poucos daquela parte do corredor. Tudo era tão branco e sem vida... Quantas pessoas já não haviam passado por ali enquanto eu...

☽ ☾● ◯

–o que você está fazendo fora do quarto? -Um garoto desconhecido disse.

–Você me conhece? Ah deixa para lá, eu to bem. -Respondi.

–Não, eu só acho que você não devia...

–Ta ok, obrigada mas eu preciso ir. -Quem era aquele garoto e o que ele estava fazendo ali no meu corredor? E minha mãe me ensinou a não falar com estranhos pelo o que me lembro, então o que eu estava fazendo respondendo esse cara?

–Você ta bem? -O menino não parava de falar.

–Claro que estou- Tentei sorrir o mais natural possível ao me virar para dar minhas explicações. -Minhas pernas estão legais. -Que babaquice foi essa Alexia?, pensei. Tava na cara que não tava nada bem, você está se segurando numa parede.

–Está mesmo? Quer ajuda para ir a algum lugar? Quer que eu pegue algo para você ? - Mas que garoto chato, pensei.

–Não, eu já disse, eu to legal, mas obrigada. -Af pernas idiotas, eu queria tanto correr dali agora. Para ficar mais convincente e sorri e acenei e continuei me afastando o mais rápido que pudia mesmo parecendo uma tartaruga.

–Você está se segurando numa parede e está legal? -Que mico, pensei.

–To sim, eu estou muito bem obrigada. É só para não cair ! -E com isso o garoto calou a boca.

☽ ☾● ◯

Vendo aquela cena, Noah só tinha dúvidas do que queria fazer, ou ir lá e ajudar Lexie, ou rir dela dizendo que está tudo bem enquanto ela mais parece um zumbi andando segurando na parede.

–Ok. - disse Noah ao ver ela acenando e sorrindo ao se afastar. E com isso viu uma enfermeira vendo ela e pegando seu braço. E com isso Noah tentou afastar um pouco sua preocupação dela andar por ai sem ajuda.
Ao ir se afastando do corredor tentando não olhar para trás, Noah não se continha e disse a si mesmo:

–Primeiro não lembra de mim, agora acha que vou raptar ela ou a comer com os olhos, estou amando essa volta á cidade... Não pera.... - E então começou a rir e olhou para trás e viu Lexie voltando para o quarto com a ajuda da enfermeira.

☽ ☾● ◯

–Eu só queria uma coisa e o botão ali não funcionou! -Eu dizia para a enfermeira que ajeitava os aparelhos de volta a aqueles tubos nos meus braços.

–Sim, a senhorita está certa mas não pode sair assim está bem? Como mostra aqui daqui uns dias já irá ter alta então tenha calma para não piorar seu estado. -A enfermeira dizia mas eu não queria saber nada sobre o que ela falava.

–E as batatinhas? -Perguntei tentando não rir muito.

–Vou pegar para a senhorita, daqui a pouco volto com elas, mas enquanto isso, tente não sair dai e arranjar confusão. -E então a moça de branco saiu do quarto e eu fiquei ali sozinha novamente com as revistas.
Minutos depois, a enfermeira chegou com as batatinhas. Eram tão boas, eu acho que nunca comi algo assim, pensei.
Depois que acabou, me deitei e fechei os olhos e me relembrei daquela cena idiota que eu havia passado horas antes e não consegui me segurar de tanto rir.