Open Your Eyes escrita por Mandy


Capítulo 36
The Last Night


Notas iniciais do capítulo

This is the last night you'll spend alone
Look me in the eyes so I know you know
I'm everywhere you want me to be
The last night you'll spend alone
I'll wrap you in my arms and I won't let go
I'm everything
You need me to be



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Descendo as escadas quase na ponta dos próprios pés, Noah ia em direção ao querido sofá de couro e disse quase em sussurros para si mesmo.

–Tomara que ninguém tenha percebido que eu... -Noah olhou para a frente e viu o garoto sentado onde ele devia estar a noite toda. -Sem sono? -Ele perguntou para Brandon que levantou a cabeça na mesma hora se assustando.

–Pois é cara, não to nos meus melhores dias.- Noah se sentou ao lado do garoto e se encostou no sofá sentindo o corpo relaxar. Alexia está começando a ficar pesada demais para eu carregar para cima e para baixo, pensou ele.

–Mas que tal, a gente animar com alguma coisa? -Brandon olhou para o lado ainda cm a cabeça meio baixa enquanto Noah sorria olhando para o teto.

–Como? -Perguntou o garoto, fazendo Noah rir mais.

–Você gosta de videogame? -Brandon sorriu entendendo onde o loiro queria chegar.

–Sim, mas acho que não tem um aqui, se quiser ir lá no meu quarto pegar o play doi... O que você está fazendo? -Brandon ficou assustado ao ver que Noah havia se abaixado e começava a tirar uns quadros da pequena estante embaixo da TV.

–Se ainda estiver aqui... Milagre ! Não acredito que ainda está aqui guardado ! -Noah se virou para trás enquanto mexia nuns fios e disse: -Se você não se importar com um console pre-histórico...

–De onde saiu... meu Deus eu tinha três anos quando jogavam nisso. -Brandon dava risada ao falar sobre o videogame.

–Era meu e do John, na verdade era mais do John mas eu jogava isso pra caramba, deixaeu conectar esse cabo na TV... Prontinho, agora reza para o volume da TV estar baixo -Os dois começaram a rir e Brandon ligou a TV pelo controle remoto enquanto Noah pegava a grande caixa de disquetes.

–Nossa, meu Deus eu tenho esse ! -Brandon disse pegando um e rindo enquanto Noah ajustava os controles e esperava a tela preta conectar com a azul que o videogame dava.

–Vai esse então. -Ele foi ate a TV e colocou o disquete que começou a tocar uma musiquinha, mas graças a Brandon, parou logo em seguida. Era quase duas da manhã e eles iam jogar videogame, era melhor ninguém perceber isso.

–Tente não gritar ! -Brandon disse rindo e Noah se levantou indo até a cozinha.

–Se vamos ficar a noite jogando, precisamos de café, muito café.-Disse ele voltando da mesma com a garrafa e duas canecas.

☽ ☾● ◯

–Até que enfim uma boa noite de sono... -Disse para mim mesma enquanto saia do banheiro. -Noah já desceu, espertinho. -Ri enquanto colocava uma blusa qualquer n corpo e vestia uma cala comprida de malha, estava frio hoje.

Desci as escadas esperando encontrar já o cheiro das torradas de minha mãe, mas percebi que o quarto dela estava ainda trancado, ela estava dormindo.

Quando cheguei a sala, me deparei com uma coisa que para mim, sempre seria impossível. Noah estava segurando um controle em uma mão e a outra estava jogada ao lado de seu corpo, ele tinha pegado no sono sentado.

–Ah Noah, isso vai dar dores nas … Brandon? -Parei de sussurrar e me segurei para não rir, ele estava sentado no chão ao lado de uma caneca que tinha café até a sua metade, pelo sofá estavam vários sacos de salgadinhos, já vazios.

–Hnm... -Ouvi Noah dizer ao se virar de lado, ele tinha percebido que eu estava aí, pensei. Me sentei no canto do sofá e tentei com cuidado fazer ele sair daquela posição, o que o acordou. -Le?

–Xiu, não fala nada Noah, que raio vocês estão fazendo aqui.-Disse sussurrando enquanto ele se deitava no sofá, abracando sem querer o controle.

–Vídeo game. -Sorriu ele e fechou os olhos.

–Não não dorme, já é quase dez da manhã, que vai fazer o café.... -Então ví que ele tinha pegado no sono novamente. Olhei para o lado e vi o garoto sorrindo.

–Bom dia. -Brandon disse enquanto se ajoelhava no chão para pegar impulso e se levantar.

–Bom dia. -Respondi também com um sorriso e me levantei do sofá indo até a cozinha.

–Quer ajuda? -Ele perguntou ainda sussurrando para não acordar Noah que estava na sala.

–Sim , obrigada. -Brandon foi até o armário e pegou o pó para o café e os pães. -O que deu em vocês? -Perguntei enquanto colocava a água da chaleira para esquentar e Brandon terminava de cortar os pães para por no forno.

–Ah eu só estava sem sono. -Ele respondeu enquanto abria a porta e ia até a varanda, eu gostava quando Brandon fazia coisas pela casa como se já estivesse acostumado a ser de nossa família há anos.

–Ah, então viraram amigos? Gostei. -Disse me encostando na varanda ao lado dele que sorriu.

–É a única opção que eu tinha, ele não ia me deixar em paz mesmo. -Sorri e o empurrei de leve. -Obrigado.

–Pelo que Brandon? Para com isso. -Respondi mas ele se aproximou então o abraçei.

–Por me dar uma família, e um amigo. -Fechei os olhos e sorri sentindo o cheio do sabonete na roupa de Brandon, era o mesmo que as minhas roupas tinham. Ele era da família.

☽ ☾● ◯

–Perdão novamente por ter me atrasado. -Minha mãe dizia pela décima vez. Sentada na mesa, estávamos todos menos John que ainda estava se trocando.

–Tudo bem tia An, a gente não vai morrer com as torradas da Lexie, ou vamos? -Todos na mesa começaram a rir e então John apareceu na mesma e se sentou, cobrindo o último espaço da mesa.

–Que raio de bagunça é aquela no rack? -Ele perguntou olhando para mim, que dei de ombros e então pousou o olhar na irmã que fez um gesto negativo, John nem parou para olhar para minha mãe, ela era a que mais havia ficado furiosa com aquilo, e então olhou para Brandon há minha direita, e Noah à esquerda e por fim, suspirou.

–Me desculpe foi ideia do Noah. -Brandon disse o que me fez rir.

–Minha ideia? Quando você estava assaltando os armários e pegando os salgadinhos foi minha ideia também? -Noah disse se segurando para não rir então Brandon largou a torrada e suspirou.

–Mas você que atrapalhou meu descanso para jogar videogame. -Olhei para o lado e ví Noah pousar a cabeça nas duas mãos.

–Eu só queria ajudar, ser caridoso com um ser que estava sem sono ! -Me voltei para o outro lado de ví Brandon rir.

–Mas eu não fui o culpado por ligar o videogame, eu nem sabia que existia um ali ! -Noah se encostou na cadeira.

–NÃÃO ! Você até perguntou se eu queria ir pegar seu play dois ! -Coloquei as mãos no rosto e me levantei.

–PAREM ! Obrigada. -Me sentei novamente e todos começaram a rir.

–John, esses dois são piores que nós. -Rosie disse para John que mesmo tomando o café, assentiu.

–John, o psicólogo está atendendo hoje? -Perguntei fazendo todos se calarem.

–Sim, mas eu não posso te levar hoje Lexie, que tal amanhã? -Ele perguntou mas então eu neguei.

–Não quero já fazer aquilo tudo hoje, só quero marcar o dia pessoalmente. Tirar umas dúvidas, etc... -John assentiu então ouvi a voz de Noah ao meu lado.

–Eu levo ela. -Disse ele que pegou minha mão por baixo da mesa.

–Mas hoje é dia de fazer compras do mês... Queria que os dois também participassem. -Minha mãe disse, mas Rosie tomou a frente.

–Brandon? Vai com a gente fazer as compras. -Brandon assentiu ficando animado por ter seu lugar também nos eventos familiares chatos.

–Ok então, tudo certo aqui né? Vou pro hospital, qualquer coisa podem ligar. -John passou por mim e deu um beijo na testa de minha mãe, que era como mãe para ele também, beijou a bochecha de Rosie que ficou reclamando por não ser mais criança, fez o mesmo comigo e deu um tapinha no ombro de Noah e Brandon.

–Agora, quem vai me ajudar a limpar a casa? -Minha mãe disse então me levantei e puxei o braço de Noah.

–Eu vou sair. -Disse já indo em direção a sala e Noah riu por ter se livrado.

☽ ☾● ◯

–Le? -Noah me perguntou enquanto eu batia a mão na minha própria perna.

–Ah, oi. -Disse voltando a sí, eu estava pensando em como seria minha vida após me lembrar de tudo, de como será quando toda minha infância voltar a mim.

–Acho que chegamos.. É este o endereço no cartão. -Percebi então que o carro já estava até estacionado.

–Ok ok, vamos. -Respondi já abrindo a porta, Noah não parecia tão animado ao pegar na minha mão.

–Tem certeza? -Sussurrou ele antes de eu entrar na porta.

–Noah... -Ele assentiu e abrimos a porta do consultório, o local possuía somente um tom de pastel que ia das paredes até os pequenos sofás da recepção ou um pequeno tapete. Uma moça apareceu em minha frente sorrindo e disse:

–Precisam de ajuda? -Disse ela sorrindo enquanto folheava uns papéis.

–Bem, até que sim. -Respondi e a recepcionista sorriu. -Eu gostaria de saber como é a reprogramação, marquei uma hora hoje mas perdi o papel dizendo exatamente o horário, há um para me encaixar?

–Sim, a reprogramação é para quem? -Perguntou ela olhando entre mim e demorando seu olhar em Noah, apertei a mão dele o fazendo corar.

–Para mim. -Ela assentiu e pegou uma folha de papel.

–Preciso que preencha esse papel, então você irá passar com o doutor, e com isso, ele irá marcar o dia da reprogramação completa, você só vai tirar dúvidas e ver se quer isso mesmo, e não minta em nada com ele, ele precisa saber exatamente tudo. -Noah pegou a folha de papel e ela sorriu. -Boa sorte.

–Obrigada, eu acho. -Fui até um dos sofás e Noah se sentou ao meu lado. -Querido, pode preencher para mim?

–Claro, eu vou perguntando e eu escrevo. -Assenti e após Noah pegar a caneta no balcão ele começou. -Nome?

–Ah por favor. -Disse rindo e ele escreveu meu nome.

–Idade? -Olhei para ele que riu mais alto me deixado meio sem jeito. -Ok, preciso saber o por que você precisa dessa reprogramação em no máximo vite palavras. -Suspirei e passei a mão no rosto, vinte palavras? Será que eu conseguiria explicar tudo em tão poucas palavras.

–Eu não quero mais sequelas do meu coma, eu quero lembrar do que perdi, lembrar de como era antes. -Disse calmamente olhando para o chão, em seguida Noah olhou para mim com uma expressão que eu nunca havia visto em seu rosto, quando o mesmo ia falar ouvi uma voz atrás de mim.

–Com licença, a senhorita é a próxima. -Me levantei e peguei a folha da mão de Noah, que não estava ainda completa.

–Eu ainda não terminei e.. -Ela pegou a folha e sussurrou um “já está bom assim”. -Mas.. ele não pode vim comigo? -Perguntei a ela.

–Infelizmente não senhorita.. -A recepcionista focou os olhos na folha. -Alexia. -Noah se levantou e veio até mim.

–Tudo bem Le, vai lá, serio. -Ele me deu um beijo na testa e me soltou.

Seguindo pelos corredores, ví várias portas, em cada uma havia uma placa escrita algo que eu não saberia ler, chegando quase na última, a moça ao meu lado parou e disse que eu poderia entrar. Ao entrar, dei me de cara com um homem com mais ou menos a mesma idade de John, ele sorriu e pediu que eu me sentasse na cadeira, o que eu fiz na mesma hora.

–Então... Alexia certo? -Ele disse sentado na mesa, eu não conseguia olhar diretamente para ele, eu me sentia envergonhada sempre ao falar com desconhecidos.

–Sim. -Disse e o psicólogo se levantou e se ajoelhou na minha frente.

–Não precisa ter vergonha, eu não mordo. -Ele se sentou no chão e me encarou. -Ok, Por que você acha que precisa se lembrar da sua infância?

–É complicado... -Respondi e ele esticou sua mão para mim, que a segurei e fui em direção a outro canto da sala, onde tinha duas cadeiras, uma estofada e outra simples, uma de costas para outra.

–Sente se, vamos fazer uma coisa, você vai me explicar o que está te perturbando, ou qualquer coisa que você queira contar, eu não direi nada até o fim, então poderemos seguir com a explicação sobre o tratamento para reprogramar suas memórias.- Assenti e me sentei de costas para ele, espiei umas vezes para ter certeza que ele não estava virado para mim e suspirei.

–Muito prazer me chamo Alexia Jones Seymour, eu sou uma sobrevivente de cinco anos de coma total, eu possuo quase trinta e cinco fraturas, e cada uma delas me deixou uma querida lembrança em cicatriz, eu acordei não lembro à quanto tempo, não tenho muito a noção do tempo. Quando eu estava em coma, meu espírito vagava no Texas, eu não sei como acontecia aquilo mas eu enxergava. Eu sou cega desde os cinco anos de idade, irônico né? Não lembro de nada dos meus outros dezesseis anos que vivi, bem contando o coma né, se tirar ele temos os outros onze anos que eu vivi normalmente e não enxergava nada, mas eu não me lembro de nada. Quando acordei eu reconheci meus pais e primos, menos um, ele se chama Noah e eu amo ele, não como primo, ele é adotado... -Suspirei mais uma vez e fechei os olhos. -Ele me contou que perdi meu pai, meus tios, ele me levou para conhecer a Alemanha, é meu namorado agora. Eu tenho agora um melhor amigo que virou irmão de consideração por que perdeu a mãe e o pai não quer ele, minha mãe nunca mais saiu com ninguém depois de um babaca aí, o John é médico e me ajudou a voltar a vida, a Rosie deve estar com alguém por ai curtindo a vida. Mas sabe o que me incomoda? NÃO SABER QUEM SOU EU DE VERDADE ! E se eu não for esta garota que criei agora para chamar de Alexia, e se a verdadeira alexia não for assim, e se eu for mais do que isso. Eu não sei ler, não sei escrever, eu queria voltar a aprender tudo mas é tarde, eu vou fazer dezoito anos e não quero ficar adulta sem lembrar da minha infância, daquelas brincadeiras idiotas que eu acho que tive, aquelas que todas as crianças tem, é um vazio imenso, eu quero lembrar de como eu conheci o Brandon, e de como era quando Noah me ajudava, ajudava aquela inútil cega ! Eu só não quero mais ter essas dores de cabeça, e nem ver minha família me escondendo fatos importantes porque eu vou me magoar e me sentir excluída, eu quero viver, você pode me ajudar? -Quando abri os olhos, o médico estava na minha frente, segurando um lenço de papel, percebi então que eu estava chorando. Peguei o pedaço de papel e segui o homem até a cadeira normal, ele passava a mão nos olhos constantemente.

–Eu vou te ajudar Alexia. -Disse ele sorrindo de leve. -Que tal amanhã? -Abri os olhos o máximo possível pensando que estava sonhando, mas era a realidade.

–O-obrigada. -Sussurrei olhando para ele que sorria.

–Mas antes, eu preciso falar que pode haver consequências. -Disse o psicólogo mexendo nos papéis. -Não sabemos como você vai reagir as lembranças, se ira manter todas na mesma ordem, ou irá confundir algo no começo, é normal, dura no máximo um més. Você aceita isso mesmo com algum erro que pode acontecer?

–Sim, eu aceito. -Respondi e então fomos andando até a sala ao lado, que era onde o procedimento aconteceria.

–Não iremos injetar nada em você, nem te tocar, o processo se resume em hipinose. Você olha para um objeto em constante movimento e então pega no sono. Conforme o que eu vou dizendo sobre seu passado, as coisas que seus familiares vão dizer que são importantes, você vai se lembrar de tudo. Após isto, você só abrirá os olhos e estará terminado. -Sorri para ele e observei a cadeira reclinável, ao lado dela havia outra mais simples, de certo a que o psicólogo irá usar. -Tudo certo? Se quiser marcar o horário é só passar alí que a minha recepcionista agenda um horário.

–Muito obrigada. -Disse para ele que assentiu enquanto eu me virava e ia pelo corredor de encontro a recepção e à Noah.

☽ ☾● ◯

Eu e Noah decidimos passear um pouco por umas lojas antes de ir para casa, não se passava da uma hora da tarde, estava cedo demais para eu ter que enfrentar a casa, eu só queria curtir um pouco o meu Noah.

–Ah Noah, olha que fofinhos. -Disse o cutucando ele, que mesmo sem tirar a mão de minha cintura, se afastou um pouco.

–Sim Le, são yorkshires. -Olhei para ele e comecei a rir.

–Por que você é assim? Até a raça dos bichinhos fofos você sabe ! -Noah começou a rir comigo e continuamos a andar. -Você gosta de animais?

–Sim, eu já tive um yorkshire por isso eu sei a raça, ele era um amor, John apelidava ele cada dia de um nome. -Abracei Noah mais forte ainda andando pela rua. -Le... Tive uma ideia, vem comigo, quero te mostrar um lugar onde tem vários bichinhos fofos.

–Han? Onde? Noah, já não estamos longe demais do carro... -Tinha ouvido no dia anterior, enquanto John assistia o jornal da manhã, que estavam ocorrendo vários roubos de carro, não queria que isso acontecesse conosco.

–Fica calma, é aqui perto. Vem. -Noah pegou em minha mão e saímos andando até chegar numa loja diferente, em um pet shop.

Entramos no pet shop como duas crianças numa doceria, olhei para os lados, em todos eles tinham fotos de animais, principalmente cães, várias raças, tamanhos. Então me virei e ví vários dos cães estavam alí também, cheguei perto de um que lambeu minha mão.

–Noah? -Chamei ele que veio até mim rindo.

–Oi, pelo visto você está gostando. -Ele disse se agachando ao meu lado e sendo rodeado de cachorros também. -Você já quis ter um?

–O que Noah? -Perguntei meio alto pelo fato de que uns latiam.

–Um cachorro, você já quis ter um? -Assenti por que falar estava sendo complicado alí. -Eu já volto. -Tentei olhar para trás mas os vários mini cães não me deixavam, e eu estava adorando aquela atenção.

Minutos depois, a dona do pet shop teve que colocar todos para dentro, me levantei e fui em direção aos aquários, onde vários peixinhos e até estrelas do mar ficavam, fiquei lá uns minutos até sentir um empurrão, me virei e ví Noah.

–Oi , quer ser minha mamãe. -Disse ele com a voz mais fina enquanto segurava meio sem jeito um filhote.

–No-noah? O que? -Perguntei meio sem entender e passei a mão no cachorro que era na verdade fêmea, percebi pelo cordão rosa em seu pescoço.

–Bem, você pode escolher outro se quiser, você que sabe, qualquer um, pode olhar, é só escolher que é seu. -Peguei a cachorra das mãos de Noah e levantei até meu rosto. Aquele mini rostinho de olhos grandes me olhava enquanto lambia o próprio nariz, suas patinhas grudavam se nos meus braços.

–Que linda...-Disse pegando no colo como se fosse um bebê, fazendo Noah rir.

–Ela tem seus olhos, grandes e escuros. -Olhei para Noah que não ria daquilo, percebi que não era uma piada mas sim um elogio.

–É sério? Eu posso ficar com ela? -Perguntei já passando a mão pela barriga da mesma que fazia barulhos estranhos e engraçados como se estivesse sentindo cócegas.

–Sim Le, é sua. -Noah andou até mais perto de mim. -Você só precisa dar um nome.

–Eu? Nomes? Ah não... Eu não consigo dar nomes ! -E após dizer isso tive uma ideia. -Pega ela, vai Noah, agora olha bem para o rostinho e dê um nome. Vai por favor ! Por mim ! -Fiquei observando Noah que segurava a cachorrinha e então ele sorriu.

–Peach. -Disse Noah andando até o balcão ao meu lado. -Está bom esse?

–Perfeito amor, pequena Peach . -Passei a mão no cabelo de Noah que riu e colocou a cachorrinha no balcão.

–Vamos ficar com essa pug. -Noah disse e veio até mim. -Vem, vamos escolher uma caminha, e também ração, agora quem escolhe é você.

Minutos depois eu já estava no carro de Noah, sentada no banco da frente com Peach no colo.

–Você não acha que compramos coisas demais para ela? -Perguntei a Noah que dirigia, olhei para o banco traseiro mais uma vez e ví a montanha de coisas rosas e vermelhas que eu tinha comprado com ele.

–Não, eu acho que é o necessário, né lindona. -Noah disse passando a mão na pug que agora estava dormindo no meu colo. -Ela só tem dois meses, ainda precisa tomar leite.

–Aha ! Agora entendi para que duas mamadeiras ! -Noah riu e estacionamos o carro em frente ao nosso portão.

–Ela é um bebê Le, é sua bebê. -Quando ouví isso, me senti meio estranha, era alguém que eu iria cuidar como se fosse um filho, e se eu não conseguisse?, pensei. -Vamos, a sua mãe vai me matar. -Peguei Peach no colo e fomos em direção a entrada da casa. -Espera, deixa ela aqui comigo e vai contar para sua mãe, é melhor para ela não se assustar. -Assenti e entreguei ela que estava quase dormindo.

Passei pela sala e fui até a cozinha, percebi então que o almoço estava quase pronto.

–Oi mãe, eu e o Noah temos que falar uma coisa, uma novidade ! -Disse enquanto ela lavava um prato que era usado para por a salada. -A gente tem um bebê agora ! -Naquele momento ví minha mãe deixar o prato cair na pia com tudo e me olhar boquiaberta, quando ia explicar levei um susto ao ver Peach correndo até mim.

–Le, me desculpa ela saiu correndo e eu estava colocando as sacolas para dentro, não pude deixar o carro muito aberto. -Ouvi Noah dizer mas então peguei ela no colo.

–Menina levada, não pode fugir do papai. -Disse colocando ela no chão novamente. Agora ela não queria mais dar um passo, parecia meio assustada com o novo lugar. -Ela está assustada com a nova casa Noah.

–O-o que foi aquilo? -Minha mãe perguntou para mim que comecei a rir.

–Mãe, eu ganhei uma pug¹, o nome dela é Peach, vem aqui menina, vamos conhecer a vovó. -Peguei ela e coloquei nos braços de minha mãe que agora dava risada.

–Eu achei que vocês iam ter um be... Ah esquece. Vamos daqui a pouco o John chega e temos que almoçar.

–Onde está o Brandon? E a Rosie? Eles vão adorar a Peach. -Minha mãe colocou ela no chão e fomos subindo as escadas, ela me seguia e seguia Noah.

☽ ☾● ◯

–E como foi lá? -John perguntou enquanto eu passava o molho para ele.

–Ah foi ótimo, e eu vou amanhã as duas da tarde, eu queria que todos pudessem ir comigo, se não for pedir muito.. -Perguntei para todos.

–Sem problemas Lexie, só a Peach que não vai poder ir. -Brandon disse rindo ao meu lado.

–Ela é a coisinha mais fofa do mundo ! -Rosie falava enquanto engolia um pedaço de maçã.

–Le, daqui a pouco temos que esquentar o leite, não esquece. -Noah disse para mim e eu sorri.

–Nunca vou esquecer. -Sussurrei para ele e ví que nós dois já tínhamos acabado de comer. -Com licença eu vou ter que levantar para esquentar a mamadeira dela. -Disse indo em direção a geladeira e Noah se levantou comigo.

–Não poe muito ! -Disse ele pegando a tigela e ligando o forno. -Deixa comigo que eu não deixo ferver.

–Você ouviu a veterinária, não pode ferver de jeito nenhum, me deixa, eu faço. -Peguei o lugar e fiquei vendo o leite esquentar ate criar pequenas bolinhas, desliguei o mesmo e coloquei na mamadeira.

–Vamos lá. -Noah disse indo ao meu lado até a sala, onde nossa cachorra estava dormindo em sua nova caminha rosa. -Ah cara, eu não consigo acordar ela.

–Noah !! Temos que dar a mamadeira no horário certo, depois ela dorme ! -Disse para ele que ficou passando a mão de leve nela, até que abriu seus olhos e se lambeu na mesma hora ao ver a mamadeira. -Viu, ela está com fome !

–Ok sabe tudo, quem dá a mamadeira? -Fui interrompida ao ouvir risos da sala.

–Vocês são ótimos pais ! -Brandon disse rindo.

–Parabéns !! -Rosie disse também já rindo.

–Não se esqueça que ela tem que arrotar ! -Minha mãe gritou para mim e Noah fez um ok para eles.

–E qualquer coisa, sou o médico da família . -John mostrou a língua e com isso me virei e dei a mamadeira para Noah.

–Você. -Ele sorriu e pegou a mamadeira da minha mão. -Vamos lá lindinha, o papai vai dar mamadeira, vamos acordando !! -Disse para Peach enquanto escutava mais risadas vindo da cozinha.

OBS.: ¹ para quem nunca viu um desses, aqui está um link da nossa bebê . Peach - A pug *-*


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Notas finais do capítulo

Olá queridos, obrigada por lerem até aqui, beijos até a próxima



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