Open Your Eyes escrita por Mandy


Capítulo 3
I Can't Remember To Forget You


Notas iniciais do capítulo

But when you look at me, the only memory. Is us kissing in the moonlight .. I can't remember to forget you



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Saindo do quarto, John se voltou para seu celular e viu a foto de um garota que ele tão conhecia na tela principal.

–Ah querida... -Suspirou John já quase chegando no estacionamento e sem perceber topou em uma loira.

–Me desculpe. - garota charmosa disse continuando a andar sem mesmo olhar para John mas então, John disse.

–Beth? -Mas então a garota se virou meio confusa e apertou o passo para longe do jovem médico. -Desculpe-me - Mas mesmo assim a garota já havia ido embora fazendo assim, John se arrepender completamente do que havia dito.
Mas na verdade, quem era essa garota por quem John não parava de pensar?

☽ ☾● ◯

Horas mais tarde, John estava sentado na varanda da casa dos Jones olhando para as estrelas e lembrando do acontecido com sua ex namorada.. A que ele até pediu em casamento, mas...

–John ? - Rosie dizia a bater na porta e ver o irmão mais velho olhando para o céu estrelado.

–Oi. - John respondeu e com isso, Rosie percebeu que aquele "oi" havia soado meio distante e assim, se aproximou mais dele.

–Ei, nós nem conversamos direito ! Vamos colocar o papo em dia ! -Mas John não moveu nem um músculo. E mesmo assim, Rosie continuou: - Por que não me conta da sua noiva lá? Quero muito conhecê-lá.- E por fim, John respondeu sem se virar.

–Ela está morta.

☽ ☾● ◯

Ninguém entrava no quarto, ninguém nem aparecia para eu poder falar sobre aquela carta, pensei. E então por fim, minha mãe bateu na porta.

–Mãe, eu li ! -Falei sem mesmo deixar ela respirar direito dentro do quarto que eu não conseguia ver mas que estava totalmente gravado em minha memória.

–Ah querida, e o que era? - Minha mãe estava mais anciosa do que eu imaginava, mas então comecei a pensar bem.
Se eu contasse a ela que alguém havia me escrito uma declaração de amor em braille, ela iria achar estranho para uma garota que estava vegetando numa cama há, anos não é mesmo? Sim, falaram para mim anos. Então decidi fingir uma dor nas costas para conseguir ganhar tempo já que minha mãe não sabia ler braille e com isso, não poderia ler nada ali escrito. E assim, minha cena ridícula mas necessária começou.

–Mãe, esse travesseiro está me incomodando um pouco. -Disse sabendo exatamente que ela iria vim correndo arrumar e enquanto arrumava eu pensaria numa desculpa para a tal carta.

–Está bom assim agora, Lexie? - Sentia que minha mãe já estava sem paciência então decidir dizer depois dela arrumar mil vezes que:

–Ah, está ótimo, muito obrigada mãe. -E ela se alegrou e suspirou enquanto colocava a cadeira mais perto da cama hospitalar.

– E a carta ? -perguntou ela e então, já com o meu plano todo perfeito em minha mente, comecei a falar:

–É de uma amiga minha, pelo o que diz aqui é de uma garota que estudou comigo na escola de braille. -Eu odiava mentir, mas minha mãe ia surtar de saber que era um garoto, que por acaso devia ser um gatinho.... - Ela disse que soube que eu acordei e queria muito me visitar mas não pode, os pais não deixam.

–Ah que pena filha, mas qual o nome dela mesmo? É a Eloise? -Graças a Deus minha mãe citou o nome dessa garota, eu nem me lembrava mais dela mas, serviu !

–Sim mãe, essa mesma, então eu quero muito sair logo daqui para falar mais com ela. -Ai eu estava odiando mentir, mas meu medo era maior.

–São somente mais umas semanas querida. Ela vai mandar mais cartas? -Minha mãe perguntava satisfeita com minha resposta mentirosa.

–Não sei, tomara que sim ! -Isso era totalmente a pura verdade, eu queria muito saber quem era o anônimo e por que ele dizia que me conhecia tão bem e eu não faço ideia de quem ele seja.

☽ ☾● ◯

–Não fala essas coisas John ! -Disse Rosie rindo. - Sério, onde ela está? Eu sei que ela ainda não veio e você está com saudades, mas mesmo assim, não tirou a aliança, e que aliança linda essa hein ? - Rosie não parava de tagarelar, mesmo assim, John não se virou para rir com a irmã que era ruiva como ele.

–Rosie.. Ela morreu. -O tom de voz de John ficava mais fraco a cada segundo que se passava e então Rosie parou de rir e olhou seriamente para as costas do irmão que ainda não havia dado nem um passo para a frente.

–Não... John? -Rosie havia se calado duma vez e não acreditava no que o irmão estava falando. Perder pessoas, era o que acontecia de mais frequente naquela família, mas Rosie não queria aceitar.

–Que inferno ! -John explodiu . - Quando me querem, acontece isso ! O que basta salvar a vida de várias pessoas e não salvar a de quem você mais ama? Qual a razão nisso Rosie ! -John quase gritava, Rosie não saia do lugar, nunca havia visto o irmão daquele jeito antes.

–Não é isso... -Dizia ela ao se aproximar do irmão e abraça-lo levemente como antes fazia quando ele chegava em casa com raiva de algum garoto que havia falado algo que havia o ofendido. John sempre fora meio rejeitado em turmas de garotos que vestiam bonés da moda, e roupas que ele nunca teve condições de comprar, mesmo ele sendo um garoto forte, sempre a humilhação o machucava como facadas.

–Claro que é, eu salvei até a minha prima, mas ela eu não pude fazer nada... -John disse abraçado a sua irmã.

–Se alguém descobrir que você é primo da Alexia, vão te prender ! - Disse Rosie o fazendo rir um pouco.

–Sei que não se pode ter ligação de parentes para pacientes, mas ela ia morrer ! -John disse escondendo seu belo sorriso novamente.

–Você salvou uma vida, não se arrependa de ser crime ou não, você salvou ela ! -Rosie disse olhando nos olhos iguais ao dela.

–Mas eu queria ter salvado a Beth... -E então Rosie o soltou e sorriu.

–AHÁÁ ! Ela tem nome ! -E então John conseguiu sorrir, fazendo assim Rosie ficar triunfante de mesmo depois de anos, ainda conseguir fazer o irmão sorrir.

–Ela era a única morena que pintava o cabelo de loiro e ficava lindo ... -John começou a falar e se sentou na cama.

Como ela era ? -Rosie perguntou olhando para o irmão.

–Ah Ro...

"Era noite, uma bela noite estrelada e John estava parado olhando para o seu prato e então uma garota topou com ele.

–Desculpe-me. -A morena disse.

–Sem problemas.- John disse sem mesmo olhar para o rosto da garota.

–Que tediante essa festa. -A moça queria muito conversar, mas John não dava a mínima.

–Verdade.- John respondeu friamente.

–Então né, foi bom falar contigo. - A garota saia andando e então John percebeu que ela estava saindo e pegou de leve em seu braço.

–Fique aqui. -E então a garota se sentou e começou a conversar com ele."

–Não acredito que você ia dispensar ela, tadinha ! -Rosie dizia quando John parava de contar sobre como conheceu Beth.

–Eu estava totalmente fora de mim ! -Ele sorria.

–Mas e então, você pediu ela em namoro? -Rosie estava gostando da história.

–Foi, eu sai com ela umas mil vezes ai tomei coragem e ela aceitou ! Tipo, Meu Deus Ela Aceitou ! - Rosie começava a rir mais.

–Irmão, você é gato, é claro que ela iria aceitar DEER ! -E então ele continuou:

–Ela era linda... A família dela me amava !! -John dizia lentamente se lembrando do dia em que pediu ela em casamento e os pais da doce Beth aceitaram dar a mão da única filha para ele.

–Quanto tempo durou tudo isso? -Rosie perguntava sentindo que John queria chorar.

–Três meses.. Eu namorei um ano e meio com ela, mas como eu não queria... Ah Deus eu não queria perde-lá então a pedi em casamento e ela estava tão anciosa...- John limpava as lágrimas que ameaçavam sair.

–Quando você ia me contar, mocinho? -Rosie disse tentando fazer ele rir como antes havia conseguido, mas dessa vez, ela não teve sucesso.

–Ela não sabia nadar, Rosie. Ela não sabia nadar ! -John começava a ficar histérico ao lembrar da noite que recebeu a noticia que sua noiva havia se afogado no pacífico.

–Como assim? Oh John... -Rosie não sabia o que dizer mais, então somente esperou John continuar, e depois de uns minutos angustiantes de silêncio, ele recomeçou novamente.

–Ela queria ir num cruzeiro com os amigos, mas não seria em um navio, ou trans-atlántico... Era uma simples lancha de um amigo dela. Era segura Ro, era sim, eu verifiquei... Mas... -John não conseguia mais olhar para a irmã então se levantou e foi em direção á onde ele estava quando Rosie havia entrado no pequeno quarto. -Eu não sei como ela chegou perto demais da ponta e caiu, eu juro que não sei ! Ninguém sabe, só ouviram ela gritar... E morrer... - John não aguentou mais e começou a chorar ali mesmo, e com isso, Rosie o puxou para a cama e abraçou novamente o irmão mais velho.

–Ela está bem, você não tem culpa está bem? Passou.. -E assim Rosie tentava acalmar o irmão, mesmo sem nada dar um bom resultado..

☽ ☾● ◯

O quarto estava totalmente quieto, só se ouvia o som da minha respiração e o som vago das máquinas que mediam tudo o que funcionava dentro de mim em visores.
Eu queria reler a carta, muito ! Mas eu acho que é um erro ficar alimentando esperanças de alguém que nem sei quem é, mas ele era tão fofo com aquelas palavras... Ah que inferno, por que tem esse buraco na minha mente !!
Ouvi a porta se abrir, mas não era John, nem minha mãe, muito menos Rosie... Quem seria?, pensei.
E então, uma pessoa afastou um pouco do cabelo da minha testa " que raios esse ser estava fazendo???" Mas decidi continuar me fingindo que estava dormindo, e então a pessoa deu um beijo na minha testa e eu não aguentei mais.

–Quem é? -Perguntei ficando irritada com aquilo tudo.

–Desculpe. -Foi a unica coisa que o garoto, meu Deus era um garoto !!!!
E em seguida o garoto saiu andando até a porta no mesmo minuto que eu iria perguntar qual era o teu nome....
Um garoto entrava no meu quarto e beijava minha testa... Ok isso é muito, muito estranho. Mas decidi não contar para minha mãe isso também, ela iria ficar aqui de plantão na porta e na verdade....
Eu gostei de quem veio aqui, gostei daquela voz, gostei do toque dele, eu queria poder ouvir aquela voz novamente. Se eu contasse para minha mãe ela não deixaria ninguém vim aqui... e eu queria muito que a pessoa voltasse...
Será que era errado sonhar em como era o garoto? Não sei, mas passei a noite toda imaginando um garoto alto, com o estilo do meu primo mais velho e médico John, moreno e com um olhar penetrante que me fazia viajar.. Ah qual seria o nome do lindo moreno de olhos mais escuros do que a luz da lua?

☽ ☾● ◯


Havia amanhecido e Rosie percebeu que havia pegado no sono ao lado do irmão que estava magoado por perder a ex namorada.

–Bom dia ! -Rosie disse perto de John e ele se virou assustado e percebeu que ainda estava até com os sapatos brancos que usava no consultório e no hospital onde.. Ah deus a Lexie !

–Estou atrasado já? - John perguntou meio perdido com tudo aquilo.

– Não né !! Eu só te acordei por que achei que estava na hora de você sair de cima do meu querido e amassado mais que sardinha enlatada braço ! - E John começou a rir.

–Desculpe Ro ! -E se levantou e seguiu sua mesma rotina: Abrir o guarda roupa, pegar uma toalha e um roupão, ir para o banheiro, tomar um belo banho, se trocar e descer para preparar seu café -da -manhã e ir para o hospital para ver como a prima recém saída do coma estava. Mas então percebeu que não dava para começara fazer tudo aquilo antes de concluir o principal, assim se virou e abraçou a irmã. - Muito obrigado por me escutar Rosie. - E assim a irmã se levantou e foi em direção a porta ao se soltar do abraço rápido do irmão.

–Que isso John, não foi nada ! É somente o trabalho das irmãs ! - E com isso, saiu do quarto dele o deixando ali para realizar sua tarefa matinal.

Ao descer as escadas, John deu de cara com sua tia Anne e ela o olhou de uma forma que nunca havia olhado antes e com isso, John sabia que ela havia ouvido tudo na noite passada .

–Você esta bem? - Anne perguntou enquanto John se sentava a mesa e pegava um pãozinho.

–Ta tudo ótimo tia. -John disse sendo sincero, ele não estava mais com raiva e nem culpa. Contar o acontecido a alguém o ajudou a deixar aquilo um pouco para lá.

–John.. Eu queria conversar sobre uma coisa que aconteceu nessa manhã, com a Alexia. - E assim, Anne começou a se lembrar de como fora a manhã no hospital.

"Chegando na porta do quarto de sua única filha, Anne bateu de leve e viu a garota com os olhos vendados sorrir um pouco, sabendo que era sua mãe que estava no quarto quieto e totalmente branco.

–Bom dia querida. -Anne disse como sempre dizia para ela.

–Bom dia, mãe... Onde está o pai? -Lexie perguntou deixando assim a mãe sem fala ...."

Após Rosie terminar seu café, ela saiu da cozinha deixando sua tia e irmão as sós. E com isso, John continuou:

–Já estava na hora dela perguntar do pai, não é mesmo tia? -John disse categoricamente fazendo sua tia ficar meio sem ação.

–Não ... Não tenho como falar que ele... Ah você sabe... -Uma coisa que ela não queria assumir era isso, mesmo sem ter um marido há anos, ela não se acostumava ao fato de como ele havia partido dessa vida...

–Eu entendo tia, tente não falar agora então... Ah tia tenho pensado muito no Noah. -John assumiu.

–Por que ele se foi assim? Ele gosta mesmo dela não é mesmo? - Perguntou.

–Ele não aguentou aquilo tudo, ela não se lembra nem dele, somente dele que foi tão importante na sua vida... Mas acho que ele não foi embora . -John sorria imaginando como seria ver o irmão mais novo feliz como antes.

–Como John? Se ele não está aqui, onde poderia estar?

–Bem tia, a matrícula dele na faculdade foi trancada, e ele já é maior de idade, pode estar em algum hotel ou apartamento alugado. Não acho que ele teve coragem de ir embora sem mesmo tentar, isso não é muito a cara do Noah. - E com isso John se levantou em direção da porta, deixando a tia ainda ali sentada. -Tenho que ir, acho que hoje vou dar um jeito naquelas malditas luzes brancas daquele quarto e parar de deixar a Lexie na escuridão. -Quando John terminou de dizer isso, viu Anne quase pular de alegria !

–Ah muito obrigada! Muito obrigada. - Ela não segurava o quanto estava feliz de poder olhar para os lindos olhos da filha a partir de hoje.

☽ ☾● ◯


Ao chegar no quarto de Lexie, John viu que ela não estava mais deitada, mas sim sentada na beirada da cama balançando os pés.

–Oi John -Eu disse alegremente, e eu tinha a total certeza que era meu primo médico !

–Olá Lexie, como você está se sentindo? -Eu ouvia a voz de John um pouco diferente de antes...

–O que houve ? -Perguntei sabendo que havia algo de errado, e então depois de uma longa, longa de verdade, pausa. Ele disse:

–Só são más lembranças, mas eu tenho uma novidade para você e uma bronca também, que raios você está fazendo sentada nessa cama ? -John não estava bravo de verdade e eu não me aguentei e comecei a rir.

–Ficar deitada estava cansando meus músculos de adolescente em fase de crescimento ! -Disse brincando e ele começou a rir comigo.

–Desculpe te dar esta má notícia, mas a senhorita já passou dessa fase ! -John disse querendo soar como uma má notícia mas nós dois não conseguíamos parar de rir. O John sempre foi quase um irmão mais velho para mim.
Quando ele parou de rir eu voltei a dizer:

–Mas então, tem uma novidade não é mesmo? Pode me contar o que é logo ? -Falei e então John se aproximou e sentou na cama.

–Está escuro aqui. -Ele disse perto de mim e eu não entendi o que queria dizer aquilo.

–Como assim escuro? -Perguntei e então ouvi o barulhinho da tesoura que ele sempre usava e fiquei meio tensa sobre o que seria aquilo, será que eu não estava reagindo bem as coisas, eu ia ser operada pela décima vez? (Décima pois John havia me contado que eu fora submetida há nove médicos diferentes e cortada no mesmo lugar as nove vezes, somente a de John havia dado certo)

–Você só vê o escuro não é mesmo prima? -Ah que ótimo John, agora eu estava apavorada, só o que me faltava eu não ver mais nada, isso é uma novidade boa ? Não, mas é claro que também existem más novidades, que tola eu fui ! É claro que podia ser algo ruin...

–Vou ser cega pra sempre, ok eu já entendi ! Eu quero me deitar...-E quando eu ia continuar somente ouvi John começar a rir ao meu lado.

–Não é isso ! Não posso mentir para você Lexie, você pode sim a voltar a ser cega, mas não é hoje, nem amanhã, e nem no ano que vem, isso se acontecer, SE ACONTECER está me ouvindo, levará muito tempo e não será de uma hora para outra ! -John disse mas então me senti tentada a perguntar outra coisa e lá fui eu...

–Eu posso morrer ? Ou sei lá, voltar pro coma? - Ai meu Deus faz ele falar que eu não vou morrer.....

–Você não vai morrer tão cedo, só tome cuidado com atravessar a rua e etc.. -John não se aguentava de rir, mas eu não via mais nenhuma graça naquilo tudo e acho que ele percebeu, e continuou tentando soar mais sério do que o normal. - Você não vai voltar para o coma se tomar cuidados, você não é uma adolescente comum, você cresceu numa cama, tem que ter cuidados, mas não vai morrer. -E quando eu pensei que tinha acabado, veio a bomba...- Mas não sabemos se você em sequelas, é bem provável que uma ou duas, mas nada de tão grande. Você não se lembra de totalmente 100% de todas suas lembranças, há coisas que você conseguirá se lembrar ao reviver algo parecido, ou com fotos e etc. Mas há coisas que nunca voltarão. E você pode ter uma pequena dificuldade ao aprender algumas coisas, como regras de gramática e contas de dividir, não tem nada de sério nisso acredite, eu estou te dizendo a verdade que nem sua família ainda sabe. Muita coisa você nunca saberá e terá que reaprender, mas não há nada tão complicado que um ano nessa cidade não resolva.

–Tenho algum problema tipo : Não pegue gripes sinão vai para a UTI , e etc? -Perguntei mas John riu.

–Não ! Você não está doente, está totalmente bem, só não pode se descuidar de coisas que todos adolescentes tem que tomar cuidado. Ok? -John terminou e eu me senti mais aliviada... Mas mesmo assim eu tinha coisas faltando, nunca seria completa....

–Está bem, mas e a novidade hein? -Perguntei tentando esconder o meu desânimo de ser uma "máquina sem peças".

–Feche os olhos que vou te dar a novidade ! -John disse e eu obedeci no mesmo momento e então eu ouvi ele puxar a primeira atadura e cortar tudo e começar a tirar os tampões que me impediam de machucar meus olhos com a luz.

–Abra os olhos. -E então eu abri e não era a mesma luz forte que me machucava, era um tom meio amarelado escuro no lugar das lampadas gigantes e brancas de antes.

–Que perfeito. -Disse sem palavras ao olhar tudo novamente e vi que coisas haviam mudado, tinha uma rosa de um tom amarelo na mesinha de cabeceira que não estava antes, pensei que era presente de John mas ele disse que não.

–Está tudo bem assim? -John perguntou me olhando e com um sorriso de orelha a orelha.

–Está tudo ótimo ! -Disse tocando o travesseiro e tudo o que estava em minha volta.

–Alguma dor? - Mas eu neguei com um gesto e continuei olhando tudo e me virei e olhei a janela que não havia mudado em nada, mas não era um dia de sol como da última vez, estavam caindo pingos de chuva.

–...John?.. -Eu nem precisei continuar ele disse:

–Ta bom ! -Ele lia meus pensamentos. -Vão me matar, eu vou desconectar tudo. Tem que ser rápido , jajá vai chegar um segurança achando que você morreu ! -E então eu tentei me levantar e vi que eu era pesada demais para minhas pernas, e assim John me segurou pelo braço e me ajudou a ir até a janela.

–Chuva John ! -Disse sorrindo e então decidi chegar mais perto e mesmo sendo segurada por um braço, estiquei minha mão livre e senti a água da chuva tocar em mim, era tudo lindo, tudo tão perfeito.

–Agora você não precisa mais viver na escuridão. -John disse atrás de mim, mas sem me soltar.
Eu vejo....

☽ ☾● ◯


Saindo de seu carro, Noah sentia a chuva cair em seus cabelos loiros mas seguia em direção a entrada do hospital. Por um impulso e como sempre fazia, ele olhou para cima vendo assim sempre a janela do quarto de Lexie, mas desta vez ele não viu uma janela fechada. Ao contrário, ele viu uma garota de cabelos grandes e castanhos claros com uma mão esticada para fora sentindo a chuva. Mesmo se não conseguisse identificar, ele sabia que era Alexia ali, e ela estava vendo a chuva.
Sem perceber que estava totalmente paralisado vendo aquela cena, uma senhora topou em Noah e ele meio que "acordou".

–Ah me perdoe. -Noah dizia mas a senhorinha nem percebeu e seguiu andando para a entrada do ambulatório.
Depois de ver aquilo, Noah seguiu ao contrário e entrou em seu carro novamente e seguiu para a outra cidade para encontrar a sua quente cama e ao se deitar, rever aquela cena mil vezes em sua mente.. agora ela podia ver...
Noah se afastava do hospital pela avenida pequena e seguia o seu caminho... Mas como ele mesmo dizia, se afastar não é esquecer.....


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