Open Your Eyes escrita por Mandy


Capítulo 1
Skyline Pigeon


Notas iniciais do capítulo

Fly away skyline pigeon fly Towards the dreams You've left so very far behind



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Olá, meu nome é Lexie, e eu? ... Eu estou morta.
...Ta bom, morta é demais para o meu estado, eu estou em coma, perdi todas as contas de quantos anos eu estou aqui, o bom é que eu aqui, vagando por essa cidade, eu consigo ver.
Ok, Imagine uma garota de 5 anos que fica cega? Sim é um desastre, minha vida foi um desastre depois disso, eu não via nada além da escuridão, eu ouvia as vozes dos meus pais e não sabia mais como eles eram, o que havia de errado comigo para eu ter que passar por isso? Até que eu fiquei assim, pelo menos aqui em Toronto eu posso ver as coisas, não posso tocar nelas mas vejo, eu vejo coisas que "viva" eu nunca veria.
Meu nome é Lexie, e essa é minha história, até...

☽ ☾● ◯

Hospital Sant Marie, Canadá.

–Tenta de novo tia? Você ta louca, vai matar ela.- Rosie gritava como uma louca dentro do quarto.

–Ela já está morrendo por si mesma, temos que tentar algo novamente, e você sabe que ele está num curso muito bom de medicina. - Anne falava com raiva.

–E dai se meu irmão agora é medico, eu não quero isso, ela vai acordar... -Dava para sentir lágrimas querendo cair dos olhos de Rosie.

–Só mais uma vez? eu não quero deixar ela ai sem eu tentar nada, você não entende como é a dor de já sentir a falta dele, e agora da minha filha também? Não são meses Ro, são anos...- Falava meio triste Anne.

–Que dia vocês vão fazer essa loucura?- Rosie estava desapontada.

–Duas semanas, por favor aceite... A família já aceitou.

–Que família, não restou nada dela praticamente aqui, esqueceram da gente mas idaí né? -Rosie nunca aceitava o fato de sua família praticamente não existir depois de certos acontecimentos.

–Mas o John ta vindo e ele vai tentar trazer o principal de volta, é só ter fé. - E assim Anne saiu da sala deixando Rosie somente ao lado do corpo imóvel de Lexie naquela maca.

–Volta Le...- Rosie falava como se assim trouxesse a prima de volta a vida com um pedido.
Semanas se passavam e nada mudava, nada acontecia, mas a esperança....

☽ ☾● ◯

Naquele bairro era tudo simples como sempre foi, aquela mesma grama, aquelas mesmas casas velhas, nada mudava...
Até a chegada dele.

–Toc Toc- Disse John ao entrar na cozinha e ver Anne ali.

–Ah você chegou ! -E então ele abraçou ela fortemente. -Você cresceu garoto ! -E começaram a rir.

–Tia, eu tenho algo para contar... -Disse John se sentando na cadeira.

–O que houve querido? -E então john começou.

–Eu trouxe uma pessoa.ele quer muito ver ela...

–Quem? Não pera... - Anne começou a rir. -Não acredito que ele voltou !

–Sim, ele se mudou para a faculdade perto do meu hotel, mas mesmo assim ainda é meu irmão não é mesmo! E ele sempre perguntava de vocês e eu contei dela e ele queria voltar para o Canadá então aqui está ele. -E então o garoto entrou.

–Olá. -Disse timidamente Noah ao pisar na cozinha.

–Quanto tempo, nossa como vocês cresceram ! -Disse rindo Anne.-Ponha suas coisas lá dentro.

–Não eu não quero ficar aqui, vou para algum hotel. -Noah dizia se afastando com sua mala de volta para a porta.

–Nem pensar você vai ficar aqui !! - E assim, Anne empurrou o garoto ele entrou.-Enfim John, é amanhã já? Eu não acredito que passou tão rápido e eu sei que nunca devo ter esperanças mas eu quero ela de volta..

–Tia An, eu juro que vou dar o meu melhor, agora olha a hora, não se incomode com jantar, vá descansar amanhã é um longo dia.. -John , o sempre calmo John disse.

–Está bem, qualquer coisa eu estou lá em cima, a casa é sua e você sabe onde tudo está então... Até amanhã. -E assim, Anne subiu as escadas longas que levavam ao segundo andar deixando os dois irmãos na sala.

–Hey Noah -Disse John a seu irmão. Grande né? - se referindo da casa para o garoto sentado num canto do sofá.

–Sim, bem grande... Eu quero me deitar um pouco. -E então John se levantou e começou a subir as escadas ao lado de Noah.

–Então vamos. -E John seguiu Noah para o segundo andar para encontrarem o quarto de hóspedes.

☽ ☾● ◯

Havia amanhecido e parecia que todo mundo( Anne, John, Rosie e Noah ) estavam eufóricos para ir ao hospital.
Na chegada, John olhou para eles e disse:

–Vou entrar sozinho, é melhor não quero que ninguém veja, fiquem na recepção. -E já ia entrando quando Noah disse:

–Eu quero ir... Era minha única amiga. - Disse com um fio de voz.

–Melhor não criança... -Anne disse mas mesmo assim John sorriu e disse:

–Vamos.- Disse John sabendo exatamente o que o irmão sentia ao respeito dela. - Volto daqui a pouco tia, e irmã, nada de desesperos ! -E Rosie mostrou a língua para ele como se fosse uma criança, fazendo eles todos rirem e baixarem um pouco a tensão que voltou em uma fração de segundo.
Era como se fosse um outro hospital, uma coisa, mas muito séria. Chegando ao quarto, John abriu a porta, se deparando com um jovem de cabelos escuros numa cama parecendo que estava dormindo, e então Noah olhou e quando ia dizer algo, John interrompeu o silêncio.

–Sim, ela ficou linda.... -E começou a tirar os instrumentos da maleta e então Noah percebei que era hora de sair e então ficou no corredor tentando olhar pelo vidro tudo o que acontecia mesmo sem conseguir ver quase nada..

Duas horas depois, John não aguentava mais de chorar dentro daquela sala, e Noah ao lado de fora, estava encostado na parede sem querer saber o por que dos soluços de John, um homem forte de 26 anos... Mas por dentro ele já sabia qual era a razão.
Minutos depois, john abriu a porta e olhou para Noah balançando a cabeça negativamente de leve.

–Posso pelo menos vê-la? -O garoto perguntou e sem fala, John assentiu seguindo no corredor e tentando imaginar o que iria dizer para quem esperava aquela garota em pé novamente.
Entrando devagar, Noah não conseguia parar de olhar para o corpo de Lexie ali parado e desta vez , infelizmente para sempre.

–Oi. Acho que você não lembra de mim, eu te ajudava a subir no escorregador quando você não via mais e...-Então ele cedeu as lágrimas, esquecendo tudo o que aprendeu sobre homens não chorarem, ele era somente um garoto que havia acabado de fazer 18 anos mas esqueceu sobre as regras de não chorar, ela fez parte de sua infância, ela era a única pessoa que ele havia conversado por anos mesmo sem ela nunca ter visto ele, era ela....

E...

☽ ☾● ◯

Eu me senti puxada, o que era aquilo, eu estava sentada encima de um prédio olhando o céu e sentindo aquele sol no rosto, aquele sol que não me aquecia mais, e então eu comecei a flutuar por cima de tudo e então percebi onde eu havia chegado, era o quarto onde estava meu corpo e havia um garoto lá, quem era ele? E ele chorava porque... E então eu senti uma pontada e fechei meus olhos voltando para a escuridão.
Do nada uma pontada, e outra, e um ar gelado na minha boca e eu senti uma mão segurando uma parte do eu braço e então eu abri os olhos...

–A...a...han? -Eu disse me assustando com aquela luz branca e forte que vinha em direção dos meus olhos, e eu via....

–Ah meu Deus, Senhor o que eu fiz? -John olhava da porta boquiaberto enquanto o garoto que estava do meu lado começou a chorar mais ainda e disse:

–Ela, Ela, Deus ela acordou ! -O garoto que estava segurando meu braço ficou desesperado, mas eu não sabia quem ele era .
Depois disso ouvi gritos de uma ruivazinha na porta que gritava coisas que eu não entendia muito bem e eu vi, sim eu sabia que era minha mãe, aquele rosto eu não podia esquecer nunca na vida.

–M.M..Mãe? -Disse lentamente para a mulher que se aproximava chorando e me abraçava, eu sentia....

–Eu tenho você de volta Lexie , eu tenho. Não acredito. -Ela dizia chorando em meus braços.

–Quem são eles? -Perguntei tentando não deixar muitos meus olhos abertos, doíam.

–Aquele ali é quem te trouxe de volta, lembra do seu primo John? -Sim eu me lembrava daquele ruivo, e ele era ruivo eu não sabia que ele era ruivo, ah Deus eu via novamente, eu conseguia enxergar !

–Ro? -Disse para a garota histérica de antes e ela voltou a pular. Rosie, sim Rosie ela brincava comigo e era um ano mais nova ! Nossa ela era linda.

–Ah Lexie, não acredito, nossa tenho tantas coisas para te falar !! -Ela não parava de tagarelar e então olhei para o garoto da porta.

–E ele? -E então john disse baixinho rindo: "não se mexa muito, você está costurada até demais"

–Ele é um amigo seu, lembra do Noah? o meu irmão? -John respondeu.

–Não, quem é ele mãe? -Disse estranhando não lembrar do garoto.

–Querida você não se lembra? - Minha mãe não entendia o porque eu não me lembrava, dava para sentir.

–Não. -Fiquei assustada e então o garoto bonito saiu da sala.

–Vou lhe dar uns medicamentos para você descansar um pouco e se tudo correr bem, este é seu último més aqui ! -John dizia alegremente.

–Quanto tempo eu estou aqui? -Perguntei.

–Cinco anos, você tinha doze anos quando aconteceu o acidente lembra? -Ele disse meio triste.

–Eu tenho dezessete anos? Que acidente? -Disse assustada até demais.

–Sim, dezessete .- Minha mãe respondeu.

–Vou lhe dar a medicação você precisa descansar.- E então John apertou uns botões e comecei a me sentir sonolenta.

–Vou acordar dessa vez? -Disse sorrindo de leve, mas eu na verdade tinha medo de dormir e tudo voltar ao normal, eu estava feliz, eu tinha tudo de volta, bem aqui.

–Claro que vai bobinha ! -E então peguei no sono.

Dessa vez quando eu fechei os olhos eu não pensei em nada, não viajei para lugar algum, eu somente senti meu corpo relaxar.


☽ ☾● ◯

–John será que tem chances de ainda ter vagas na faculdade? -Noah dizia dirigindo seu carro para a casa de sua tia An.

–Por que ? Mas Noah você queria tanto vim aqui e um milagre aconteceu , ela está de volta você não percebe o quão bom é isso? -John tagarelava.

–Eu errei, eu quero voltar , aqui não é o meu lugar... -Noah dizia.
John respirou fundo e olhou diretamente para o garoto na direção e disse:

–Tenta ajudar ela...

–Acho que não consigo ajudar uma pessoa que nem sabe da minha existência .. -Noah disse olhando friamente para o volante.

–Você conhece ela melhor do que ela mesma, tudo o que ela viveu você também passou. -John disse calmamente mas o carro deu uma freada brusca que o impediu de continuar e então ele só conseguiu ver Noah tacando o pulso no volante.

–ELA NÃO SABE QUEM SOU EU, QUE LINDO ISSO, VOCÊ NÃO IMAGINA COMO EU TO ! - E então ele saiu do carro e viu que começava a chover e continuou andando deixando o irmão mais velho e o carro para trás.

–Volta aqui Noah, ela vai lembrar ! -Gritava John com pena do irmão.

–Me deixa em paz. -E continuou andando pela chuva.

☽ ☾● ◯

No dia seguinte...

Amanhecia lentamente e eu senti um sol estranho e quente batendo em meu rosto e então abri meus olhos e fechei eles rapidamente pois o choque das luzes brancas do quarto me deixavam.. Ok falar cega seria muito irônico !
Ok, eu não ia abrir os olhos por um bom tempo, decidi. E então ouvi a porta, eu sabia exatamente quem era, depois de anos cega eu conseguia ver com outros "olhos"

–Oi mãe. -Disse sorrindo de leve e sentindo uma pontada estranha na nuca mas mesmo assim relevei.

–Oi querida, não sai daqui a noite toda. -Ela disse e eu senti que ela sorria. -Querida, abra os olhos...- E então o sorriso desapareceu na mesma velocidade que apareceu.

–Ah mãe to cansada -Disse e sorri.

–Lexie te conheço, o que houve? -E ela se aproximou da cama e pegou de leve minha mão.

–Dói mãe... -Disse frustada

–Ah, seu primo disse que é normal e daqui a pouco vão tirar os pontos e você não vai mais ter dores de cabeça também ! -Ela havia adivinhado sem eu ter falado, essa é mesmo a minha mãe de sempre.

–Ta certo mãe ! -E sorri e então ouvi a porta novamente abrir e soube que era John e então ele começou a falar.

–Ouvi uma coisa sobre dores? o que está havendo? -E então eu comecei a falar calmamente.

–Dói quando olho para as coisas e minha cabeça dá pontadas somente, coisinha boba !

–Vamos colocar um tampão nos seu olhos para você não se empolgar e abrir e estragar o milagre todo ! - Não sabia por que todos chamavam aquilo tanto de milagre, foi só uma coisinha simples e o tal acidente em que ontem minha mãe deve ter dito deve ter sido coisinha pouca, eu não sei mas não é sério então isso aqui não é um milagre.

–Vou voltar para a escuridão é? -falei em tom brincalhão mas ninguém sorriu, pois com meus cinco anos que pareciam que foram ontem, eu havia sofrido o acidente que tinha me tirado a visão e eu lembro de falarem a mesma coisa... Que iam colocar um tampão... Ah como me arrependo de coisas que digo...-Desculpa, era brincadeira...

–Que isso ! Vamos lá deixa eu preparar as coisas aqui pra ver se está tudo certo ok? -E então minha mãe saiu do quarto me deixando sozinha com John para ser examinada.
Minutos depois quando tudo acabou e eu já estava com dois tampões no rosto relaxei sozinha no quarto e tentei imaginar tudo o que eu faria na minha vida depois desse més, era como se eu nunca tivesse andado e precisasse urgentemente por os pés no chão.
Perdida entre meus pensamentos eu não ouvi a porta abrir mas então senti uma presença estranha no quarto que no começo até achei que era uma enfermeira ou algo parecido mas então lembrei que somente John cuidava de mim agora e não mais outros médicos e enfermeiros... Mas então a pessoa puxou a cadeira e se sentou e pegou na minha mão...
O único problema é que eu não sabia quem era...


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Notas finais do capítulo

No próximo final de semana tem mais *-*



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