A fuga da Luz escrita por Serena


Capítulo 3
Piltover




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Piltover já podia ser vista pelas montanhas, não muito longe, só de pensar que veria Ezreal e Taric, o coração de Lux dava saltos. Obviamente Taric estaria no evento, mas não podia pensar o mesmo de Ezreal. Sua família nunca foi muito bem de vida, e estar num evento daquele porte seria difícil, ainda mais do jeito que ele era, odiando essas coisas.

Era como Lux, menos pelo fato de ser obrigada pelos pais em tudo. O olhar penetrante da sra. Crownguard era um dos olhares mais horrendos de todos, até para Garen, que é muito corajoso, infelizmente tendo apenas esta virtude.

Cada vez mais perto, Piltover tinha uma beleza natural, principalmente por, apesar de possuir um dos maiores acervos de prédios entre as facções, guardar as lembranças de algo que já foi de uma bela nação guerreira. Piltover já teve muita importância antigamente, ainda tendo esses créditos. Para complementar tanta beleza e utopia, o céu estava muito azul pela manhã, sem nenhuma nuvem. O topo dos prédios e o verde das montanhas tinham uma sintonia perfeita quando iluminados pelo sol.

– Veja, Garen! – Lux dizia, se esquecendo que estava brava com o irmão – Piltover é linda! – Garen olhou para Lux, dando um sorriso largo e animado. Quando estavam sem tentar se fuzilar com os olhos, davam um bom par de irmãos.

O sono que Lux tinha desapareceu assim que viu Vi e Caitlyn andando pela praça, conversando com alguns relatórios em mãos. Os relatórios de Vi pareciam tão pequenos, mas com mãos robóticas tão grandes como aquelas, qualquer coisa é pequena. Lux e Garen acenaram para elas, e ambas deram um sorrisinho.

– Uau! – disse Lux, afundando o corpo no sofá – Não sabia que ao chegar já veríamos as estrelas!

– Elas não são estrelas, Lux – Garen baixou a cabeça – São só Campeãs. Além disso, elas cuidam da cidade e vão para os jogos frequentemente quando convocadas. Você sabia que já houveram mortes concretas em League of Legends? Às vezes os Anjos Guardiões não funcionam, e o nome dos Campeões na lista são simplesmente apagados, sem rastros.

Lux ficou impressionada, não pelo último comentário do irmão, mas pelo fato de ter visto duas Campeãs de verdade! Mesmo tendo um irmão que é um Campeão, ver essas foi uma honra.

– Onde Ashe está? – Lux dizia com emoção – E Katarina!? MISS FORT...?

– Calma, Lux – Garen bateu suas mãozonas no rosto – Você não está na sede de League of Legends, está apenas em Piltover, outra facção. Assim como Demacia, lá só tem Campeões de Demacia.

Lux ficou desapontada, mas logo voltou ao foco: encontrar Ezreal depois do evento. Foi muito boba em pensar que todos os Campeões estariam presentes num simples evento de gente rica. Não, foco.

– Mamãe – disse Lux – O evento vai demorar a começar?

A sra. Crownguard deu um sorriso, parecia adorar quando Lux se sentia empolgada para coisas que ela gostava; mesmo que Lux não estivesse realmente empolgada com o evento.

– Acalme-se, Luxanna – disse a mãe – O evento será hoje de noite, às oito horas. Não quero que fique ansiosa a toa. Ah, e me passe a bolsa de necessidades da Fifi, ela está com fome. Não essa, Luxanna! A outra!

Fifi, a mini Spitz Alemã anêmica da sra. Crownguard dava latidinhos de mimo ao sentir o cheiro horrível da ração de salmão que transbordava do pote. A mãe nem pôde colocar a ração na tigela que ela já meteu o focinho e comeu como uma porca. Uma porca pequena e mimada.

O trem finalmente fez sua terceira parada, desta vez na porta do hotel em que repousariam até o término do evento. Os homens do hotel levaram as malas de todos para o quarto bem rapidamente, o que deixou a sra. Crownguard muito satisfeita. Logo, uma mulher com um chapéu ridículo de penas de urubu deu um grito e abraçou a família. Lux não fazia ideia de quem era.

– Oh, se não são os Crownguard! – A sra. Crownguard a estudou por alguns segundos, e levou a mão à boca quase instantaneamente, retribuindo um abraço exageradamente apertado.

– Rubia! Rubia, é você? – Elas davam gritos de possíveis saudades uma da outra, como se fossem velhas comadres. E evidentemente eram.

Elas não paravam de conversam, enquanto isso Lux, Garen e o sr. Crownguard subiram de elevador. Odiavam quando a sra. Crownguard reencontrava alguém do passado, porque ela não para de falar.

– Quem é Rubia? – Olhando para o pai, Lux imitava os gritos escandalosos e, com o cabelo, fez uma réplica bem malfeita do chapéu, arrancando raras risadas do velho. Garen não conseguia parar de rir, e ficou nisso por um bom tempo, até quando o assunto havia morrido. A suíte era, basicamente, perfeita. As camas eram enormes, confortáveis e muito convidativas. As toalhas eram tão macias quanto nuvens, e foi uma das coisas que Lux mais gostou. – Acho que não vão se importar se eu levar algumas, não é? – disse Lux, enfiando algumas toalhas do hotel na bolsa que não conseguia parar de carregar.

O dia rendeu bastante, e Lux detestou isso, quanto mais tempo passava, mais ansiosa ficava. Não conseguia parar de pensar em fugir do evento e daquela família maluca, procurar por um lugar onde se encaixe e que fique lá para sempre. Nem que seja em League of Legends.

Era sete horas em ponto, e a mãe deu um grito ao ver o relógio. Faltava uma hora, para que tanto escândalo?

– Ah, sim – Lux disse, fechando o livro. Não conseguia parar de lê-lo – O vestido. Mãe, você pode se arrumar primeir...?

– NÃO! – gritou ela, pegando a filha pelo pulso e jogando ela no banheiro, depois de um banho muito demorado, conseguiu colocar o vestido logo de primeira; para sua alegria.

Lux, por mais que o vestido fosse incrivelmente ridículo, estava muito bonita, e já estava bolando um plano para que, quando a mãe estivesse distraída, arrancasse aquele guaxinim morto do pescoço – era muito mais sinistro do que imagina.

– Garen, larga esse bife e venha colocar seu paletó! – dizia a mãe nos nervos, apontando para o pai já vestido, que concordava com a mãe, como sempre fazia. O sr. Crownguard não falava muito, preferia ficar no silêncio para não arrumar intrigas. Ninguém puxou isso nele.

Depois de todos se vestirem, o tão esperado evento começou, e Lux conseguiu tirar o guaxinim do pescoço, embora tivesse recebido inúmeras broncas da mãe, mas conseguiu escapar delas depois de um papo sobre os yordles, que basicamente não gostavam de que tenham um deles no pescoço.

O evento era muito chique para Lux, o aroma de perfume francês pairava no ar, era muito fedido. Sinceramente, Lux não sabia como gente rica gosta tanto de perfumes franceses, e se lembrou que a própria mãe tem um quarto em casa separado apenas para eles – assim como a adega de vinhos do papai.

Taric começou a rir quando Lux contou a longa história do guaxinim, e depois de tanto esforço para fazer os pais irem dançar, contou o seu plano de ir ver Ezreal para Taric, que concordou em ajudá-la de qualquer jeito.

– ... e se meu irmão pode participar de League of Legends, eu também posso! – Lux dizia em um tom imperial – Esse é o meu sonho, e eu sei que você também queria muito. Imagine nós dois lutando contra os Tanques?

– Os Tanques! – Taric se imaginou dando golpes naqueles bichos enormes infestados de armaduras.

Eles conversaram durante a maior parte do evento, e se prepararam para, dali a alguns minutos, desaparecerem de vista e irem se encontrar com Ezreal. Realizar o sonho de serem lutadores era, sem dúvida, fácil de ser adquirido.


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