Amor dos Deuses escrita por vwnus


Capítulo 6
Tiro ao Alvo na Carine


Notas iniciais do capítulo

explicando melhor, eles (o trio que está participando das olimpíadas) estão no Rio de Janeiro para a nova fase da olimpíadas, hospedados num hotel.



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Se desculpar, era tudo que eu precisava, não é? Era só eu bater na porta.. Só bater na porta, se ela não estivesse entreaberta. Incrível como em um segundo seu mundo pode cair, seu rosto estar cheio de lágrimas e o seu coração, bom, quebrado até o último pedaço. Um milhão de pensamentos rodeando sua mente, mas nem sequer moral de se sentir traída você tem, afinal, vocês não estavam namorando. O que impediria a Luba de beijar o Daniel? Pois é, nada, e foi isso mesmo que ela fez. Ele é o menino mais gato da escola, e eu, só mais uma. Só mais uma que ela fez questão de iludir. E eu estou com ódio de mim mesma, por ter achado realmente que no final ela iria ficar comigo, depois de quase me beijar no dia da reunião. E ainda mais ódio dela, mas, por que? Eu a ignorei quando ela me fora pedir desculpas, ela não falou que gostava de mim ou muito menos tinha alguma obrigação comigo, mas ela sabia que eu gostava dela, ou não? Ela é filha de Atena, descobriria que tenho sentimentos por ela muito antes de eu descobrir, então por que ela fizera isso? Por que ela beijou o Daniel? E segundamente, por que ela deixou a porta entreaberta? A Luba é a última que deixaria a porta entreaberta, ela não é tão sonsa assim, mas.. Ela deixou. E qualquer pessoa que passasse por lá e olhasse para dentro do quarto veria eles se comendo, mas claro que a idiota aqui tinha que ir pedir desculpas e ver aquela linda cena da menina que eu amo ficando com o menino mais desejado da escola toda. A Luba é sem dúvidas a menina mais bonita da escola, e o Daniel o mais bonito, é, eles se merecem, eu nunca teria alguma chance. Perdi meu mundo, e o mais importante, minha melhor amiga.

Acordei com o sol me fritando, eu tinha esquecido de fechar a janela novamente. Simplesmente não dava para eu pensar numa janela quando eu nem sequer conseguia parar de chorar. Hoje é o treino para a próxima etapa das Olimpíadas e eu não posso faltar, mas também olhar para a cara daqueles dois sem cair aos prantos vai ser impossível, e ainda aguentar perguntas de o porquê dos meus olhos estarem tão inchados, vai ser horrível. Eu viro para o outro lado e lembro da cena deles se beijando, até eu me dar conta que estou aos prantos novamente, e fico assim até dormir de cansaço de tanto chorar. Acordo com meu celular vibrando, alguém estava me ligando. Abro meus olhos e vejo quem é, Luba. Eu faltei no treino para a nova etapa da Olímpiadas, e eu não tinha como explicar isso, não podia falar que estou com os olhos inchados de tanto chorar por causa dela. Decido deixar o celular tocando e ele não demora muito para parar de tocar. Luba sabe como ninguém que eu não fico um minuto longe do meu celular, se não atendi é porque eu não quis, o fato de eu ter faltado no treino da olímpiadas de hoje reforça essa ideia de algo ter acontecido. Meu celular vibra novamente, só que dessa vez não é ninguém me ligando.

Mensagem de Luba: “Eu te amo, só não esquece isso.”

Em segundos a tela do meu celular está inundada de lágrimas. Ela com total certeza sabe que eu vi o beijo ontem, até porque eu não fiz esforço algum para disfarçar, apenas sai correndo. Agora, a dúvida é: do que ela está se referindo? Beija o Daniel e ainda me ama? Isso não faz sentido, existem outras hipóteses, claro, mas eu cansei de me iludir. Eu estava com uma raiva fora do normal, raiva por ela ter me iludido, raiva por ela ter beijado ele e eu ter visto aquilo, raiva pela mensagem que ela me mandou, raiva por tudo que ela fez comigo. Ouço batidas na porta e logo em seguida uma voz conhecida.

— Luiza? — pergunta procurando uma resposta minha.

— Oi? — respondo roucamente.

— Nós começaremos uma reunião sobre as próximas etapas das Olímpiadas, considerando que vocês passem nessa. Vai acontecer na suíte do diretor, daqui trinta minutos.

— Eu tenho mesmo que comparecer? Vocês podem me contar as novidades depois. — pergunto.

— Tem, Luiza. — responde a secretária em tom cômico, indo embora.

Bufo e vou para o outro lado da cama de casal. Realmente não entendo porque todas as camas desse hotel são de casal, para esfregar na cara dos solteiros que todo mundo tem parceiro e eles não? Se bem que são bem confortáveis, o Rio todo tem essa comodidade. Vou mais para o lado da cama até quase cair no chão, até que acordo e me lembro que tenho que colocar uma roupa descente para a reunião.

MEIA HORA DEPOIS

Paro na frente da porta e ouço pessoas discutindo sobre algum assunto, reconheço a voz da Luba e borboletas invadem a minha barriga, suspiro e bato na porta, as vozes se calam. Em alguns segundos ouço passos vindo na direção da mesma. A mesma secretária que foi na minha suíte me chamar é quem abre a porta. Antes de entrar tenho visão de uma mesa com várias pessoas sentadas ao redor, todos conhecidos, inclusive, a Luba e o Daniel, cada um sentado em uma ponta da mesa. Quando entro e me aproximo, vejo que há uma mulher que ainda não conheço, aparentando uns vinte e cinco anos.

— Então, Luiza.. — começa o diretor. — Pode sentar ai. — diz ele apontando para uma cadeira vazia do lado da Luba.

Sento e a Luba que estava de cabeça baixa até então olha para mim. Olho de volta automaticamente e tento disfarçar o espanto. Ela estava com os olhos inchados e uma cara de cansada imensa, não muito diferente de mim. Desvio o olhar e ela ainda olha para mim por alguns segundos, depois volta a ficar com a cabeça baixa.

― Por que faltou no treino de hoje, Luiza? Você sabe que é muito importante vocês irem. — diz o diretor olhando para o trio.

Ah, ótimo, não dava para ficar melhor.

― Ahn, eu não estava me sentindo muito bem, mas não vou mais faltar.

Olho para a mulher desconhecida e ela faz o mesmo comigo, o diretor percebe nossos olhares e se pronuncia.

― Desculpe as maneiras, essa é a Carine, é ela que vai cuidar da boa imagem de vocês.

Luba coloca a mão na bochecha e apoia o cotovelo na mesa, acho que se ela falasse que estava entediada seria menos perceptível do que fazer isso.

― Boa imagem? Mas nós estamos numa olímpiada de matemática, não precisamos de boa imagem, só de inteligência. ― argumento.

― É, foi a mesma coisa que sua amiga disse. ― diz Carine olhando para a Luba, que vira os olhos em sinal de desinteresse.

Acho que isso explica a discussão de antes e eu ter ouvido a voz da Luba.

― Na próxima fase vocês vão entrar na etapa avançada, ou seja, vão sair do Brasil e ganhar popularidade mundial, e não só como vocês, nossa escola também. ― diz Carine.

― Tá, e o que você quer fazer? ― pergunto.

― O que eu já fiz. ― diz ela me corrigindo. ― Casais são sempre o centro das atenções, e o casal dessa vez é a Luba e o Daniel, eles estão namorando.


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