Easy escrita por Nora


Capítulo 12
11 – Gotta Get Me Some


Notas iniciais do capítulo

Nickelback.



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— Sim, Mare. Você já disse isso. Acho que essa foi a terceira vez só hoje, mas eu não me importo de ouvir. – ele retrucou, com seu habitual sorriso de canto.

Ela trincou o maxilar, furiosa. Ele estava testando sua paciência.

— Se você não calar a boca, daqui a pouco eu vou te bater. – ela falou.

— Vá em frente. – Trevor replicou. – Isso não vai me impedir de continuar aqui te incomodando. E além do mais, sempre ouvi falar que os franceses são fracos, então...

Agora America estava brava de verdade. Se pudesse o teria atirado pela janela. Eles estavam no quarto andar do prédio.

— E isso não vai me impedir de te bater – falou. Cerrou os punhos e socou o braço direito dele com força, e se ele se abalou, não deixou transparecer pois seu rosto continuava impassível.

Mas ele se abalara, sim. Ela era definitivamente mais forte do que ele imaginava, e Trevor teve mais certeza disso quando ela desferiu mais socos contra seu braço. Ele segurou os punhos dela, suas mãos frias em contraste com as dela, que eram quentes, e disse, rindo:

— Ok, eu já entendi que os franceses são mais fortes do que eu pensava, eu admito.

— Então pare de rir – ela pediu, séria.

— Está bem. – ele disse. Pigarreou e tentou ficar sério, mas não deu muito certo. — Porém eu não tenho culpa se você é a melhor pessoa da sala para incomodar.

America olhou para ele e arqueou uma sobrancelha.

— Isso foi um elogio? – indagou.

— Depende do ponto de vista. Bom, se você quiser acreditar que sim... – ele abriu um sorriso de canto debochado, deixando a frase pairando no ar, sem um ponto final.

Ela o olhou séria, mas na verdade estava brava. Ele estava brincando com sua paciência novamente.

— Quer saber, McCalton? Eu cansei dos seus joguinhos e das suas brincadeiras infantis. Tenho certeza que você ganhará muito mais com seus amigos idiotas do que aqui me irritando, então tchau. – retrucou, com a voz alterada, o empurrando, com a intenção de fazê-lo sair dali.

Bem, ele era quase três vezes o tamanho dela. Então obviamente sua tentativa falhou. Ele permaneceu em silêncio, e três segundos depois o sinal tocou e todos os estudantes praticamente evaporaram.

America lembrou-se de Joshua e disse a ele:

— Desculpe.

Pegou sua bolsa e seu caderno e saiu da sala, sem olhar para trás. Mas ela sabia que Trevor a seguiria. E mesmo que caminhasse rápido, ela sabia que ele logo a alcançaria.

— Você não pode me deixar em paz? – falou, quase gritando. Sorte que aquele corredor estava vazio.

Eu nunca vou te deixar em paz, Mare. Achei que já tivesse lhe dito isso antes. – ele replicou.

— Mas eu quero que deixe! Não vê isso? Já perdi a paciência com as suas brincadeirinhas idiotas e infantis, Trevor. Quantos anos você tem, seis? Vê se cresce um pouco, por favor. – ela articulou, fazendo-o ficar em silêncio.

— Se você tem todas as pessoas ao seu redor, por que insistir em mim? Por que você não pode ser como Thomas? – ela continuou a falar. E quando ele ouviu aquele nome ser pronunciado por ela, ele parou de andar.

Ele havia se esquecido que America conhecia seu irmão.

— Você não conhece Thomas. – Trevor disse, em voz baixa, mas não teve certeza se ela o ouvira.

Nesse momento a francesa também parou de andar e se virou, encarando-o.

— Posso não conhecê-lo muito, mas é o suficiente para perceber que ele é claramente melhor do que você.

— Você não sabe o que está dizendo. – ele disse, mais para si mesmo do que para ela. Mas então elevou a voz. – Quando o conhecer a praticamente vinte e dois anos, aí sim poderá dizer isso. Mas enquanto o conhecer há apenas um dia, não.

Eles se encararam por poucos segundos até que ele saiu em disparada, sem olhar para ela. E logo ela pôde ouvir uma moto acelerando ao longe.

***

“você sabe que eu não vou pedir desculpas, então, o que acha de uma cerveja no black candle?”

Esta foi a mensagem de texto que Trevor enviou a Dan, e logo veio a resposta.

“tô lá em quinze min”

Trevor tomou um banho de cinco minutos e logo estava pronto. Pegou sua carteira, sua chave e seu celular e logo saiu.

Já havia anoitecido – passava das nove horas da noite –, o que significava que o trânsito estava dez vezes pior do que de manhã. Trânsito congestionado era uma das coisas que mais irritava Trevor. E quando ele chegou ao Black Candle, Dan já estava lá.

— Aleluia. Achei que nunca fosse aparecer. – o amigo disse em tom de brincadeira, quando o outro sentou-se ao seu lado.

— Atrasado sim, faltar um compromisso nunca. – ele respondeu, também em tom de brincadeira, mas falando sério. Ele podia não ser muito pontual, mas nunca faltava um compromisso. Nunca.

O amigo riu e fez sinal para Grace se aproximar.

— Fala, Dan. – esta falou, se aproximando. – E aí, Trev – acrescentou ao vê-lo ali.

Trevor a cumprimentou de cabeça e Dan respondeu, o mesmo pedido habitual de sempre:

— Duas Heinekens.

Ela logo sumiu de vista, e ele se virou para o amigo.

— E afinal, por que você estava estressado hoje? – perguntou a ele.

— Briguei com a Maya. – resumiu em uma frase só.

Grace voltou e entregou as bebidas aos dois.

— Só imagino – Dan falou, seguido de um longo gole de cerveja. – Deus, como eu estava precisando de um pouco de álcool. Mas enfim, por que vocês brigaram?

— Eu não sei ao certo. Quer dizer, foi porque ela queria “bancar a minha mãe” porque eu “precisava de um pouco de juízo”. Bom, de certo modo ela está certa. – Trevor articulou. – Mas – ele logo se adiantou, completando sua frase – é claro que nunca vou admitir isso para Maya. E não vai falar pra ela.

Seu melhor amigo deu risada e ele também riu. Seu humor já estava melhor – mas só ficaria cem por cento quando fizesse as pazes com Maya, isso era fato.

— Vamos fazer um brinde – propôs Dan. – Aos amigos solteiros e livres.

— É pra já – Trevor falou. Eles brindaram, tomaram um longo gole e bateram as garrafas com força no balcão, caindo na gargalhada logo em seguida.

— Vocês são loucos – Gracie disse, rindo junto com eles.

— Eu sei, baby – Dan falou e pediu mais cervejas.

Eles estavam tomando a terceira rodada quando duas garotas, uma loira e uma morena, entraram no bar.

— Aquela não é sua ex? – Trevor indagou.

— Ela mesma. – seu amigo respondeu, olhando justamente para o outro lado. – E sua fiel escudeira, Jessica Hodking. – completou, com sarcasmo. Aquela garota, Jessica, fora o motivo de ele e Caroline, sua ex namorada, terem terminado há dois meses e, mesmo assim elas continuavam inseparáveis. Desse jeito era realmente impossível entender as mulheres.

— Hodking? Por acaso ela é filha do reitor da universidade? – Trevor perguntou, observando-a discretamente.

— Até que você raciocina rápido – Dan retrucou, rindo, e o outro deu um soco leve em seu braço. – Ela é. Irmã mais nova do Joshua Hodking, cujo estava flertando com a sua francesa hoje na aula de economia. – ele sorriu com malícia para o amigo.

Ele apenas revirou os olhos diante de tal provocação e perguntou:

— O que sabe mais a respeito de Jessica? E America não é “a minha francesa”.

— Você está interessado nela ou é impressão minha?

Apenas responda.

— Ui, calma, sr. Estressadinho. Ela tem dezoito ou dezenove anos, não sei ao certo. Estava fazendo intercâmbio na Itália e voltou faz pouco tempo e parece que vai entrar na Columbia, mas não é nada certo até agora.

— Vou torcer para que entre em Direito – Trevor falou.

— Eu não. Um Hodking já incomoda, dois muito mais. – Dan resmungou e o outro deu risada. Ele odiava Joshua.

— Ah, é. Me esqueci de que foi ela que arruinou seu namoro. Desculpe.

O outro fuzilou Trevor com o olhar e ficou em silêncio. Enquanto isso, este ainda a observava.

Jessica Hodking era gata. Bem, talvez “gata” não fosse o adjetivo certo. Ela era gostosa, com curvas bem delineadas, do tipo de dar inveja em outras garotas. Seus cabelos eram loiros compridos, chegavam até a cintura, perfeitamente alisados – ele sabia que era por causa da chapinha –, e digamos que, bem, Trevor tinha uma queda por loiras.

Nesse momento, Caroline saiu, provavelmente para ir ao banheiro, deixando a amiga sozinha. Ela levantou a cabeça e encontrou o olhar de Trevor, sorrindo de canto ao ver que ele a encarava. Ele sorriu igualmente e perguntou a Dan, depois de tomar um gole de cerveja:

— Você se importa?

— Nem um pouco.

Ele sorriu.

Se aproximou da loira, que fez como se não tivesse o visto. Quando levantou os belos olhos azuis para ele, Trevor sorriu com seu melhor sorriso galanteador e disse:

— Uma bebida, uma conversa. O que acha?

Ele soube, pelo sorriso que ela lhe lançou, que aquela garota seria fácil. Todas as barreiras dela caíram quando ele falou com ela. Esse um dos poderes que ele tinha sobre as garotas. Bem, nem todas.

Ela fez com a cabeça para que ele se sentasse, e ele o fez.

— Trevor McCalton, certo? – ela falou.

— Uau, a mocinha sabe meu nome. – ele provocou, fazendo-a rir. – Certo. Jessica Hodking, estou correto?

A garota sorriu de canto e mordeu o lábio para provocá-lo – o que deu totalmente certo –, antes de responder:

— Totalmente. E digamos que é difícil não ouvir seu nome por toda Nova Iorque.

— Ah, sério? Não sabia que eu era tão popular assim. – ele replicou, com um sorriso no rosto.

— Acredite, você é. Mais do que imagina.

Eles trocaram sorrisos e olhares provocativos, e então ele pediu algumas bebidas.

— Põe na conta, Gracie – piscou para a atendente quando ela trouxe as bebidas, que revirou os olhos e saiu, com seu cabelo azul balançando.

Entregou uma das cervejas para Jessica e quando a garota a pegou, ela fez de propósito para que seus dedos se tocassem.

— Então – ele começou – ouvi dizer que você estava na Itália. – estava torcendo para que Dan houvesse lhe dado a informação certa. – Ah, olá, Caroline. – disse, ao vê-la ali.

Jessica olhou para a amiga e disse:

— Eu te ligo depois.

— Combinado. – a outra pegou sua bolsa e logo sumiu.

A loira tomou um gole da bebida e cruzou as pernas, fazendo seu vestido subir mais um pouco, deixando mais uma pequena parte de suas pernas visíveis e atraindo o olhar de Trevor.

— É, eu estive por lá. Na verdade, eu estava meio que dando uma volta pela Europa. E agora o último lugar em que estive foi a França. – ela respondeu, por fim. – É um lugar lindo.

A menção à França fez ele se lembrar de America, que por sua vez lembrou-o da discussão que os dois tiveram mais cedo naquele mesmo dia, em que ela o comparara com seu irmão Thomas. Isso o fez cerrar os punhos.

Tomou um longo gole de cerveja e tentou esquecer aquilo, tentou esquecer Thomas e America pelo menos naquela noite.

— Nunca fui para lá – ele falou, lembrando-se da presença de Jessica ali. – Já fiz muitas viagens, mas nunca para lá. – os dois riram. – Ouvi dizer que as francesas são as mais belas mulheres.

E sem notar, ele estava fazendo um elogio à America.

— Você poderia muito bem ser uma francesa – completou a frase.

Ela, que antes estava séria, sorriu e disse:

— Isso é um elogio?

— Talvez. – ele respondeu, sorrindo maliciosamente.

— Meu apartamento está vazio – ela proferiu. – O que acha de irmos para lá?

— Agora sim você falou a minha língua. – ele retrucou, sorrindo.

Ela pegou sua bolsa e eles se levantaram.

— Te vejo amanhã, parceiro – ele falou para Dan, que conversava alegremente com Gracie.

— Boa sorte – ouviu ele gritar quando já estavam na porta.

Ele riu. Aquela havia sido muito mais fácil do que ele pensara.

E não demorou muito, os dois chegaram ao apartamento de Jessica. Era um belo apartamento em Manhattan. Fazia jus ao sobrenome dela.

— Belo apartamento – ele elogiou quando entraram.

Ela largou suas coisas no sofá e se virou para ele, o puxando lentamente.

— Sem tempo para palavras, querido – foi o que ela disse, e ele sorriu.

— Uh, é assim que eu gosto.

Ele a beijou, descendo suas mãos lenta e demoradamente pelo corpo dela. Beijou seu pescoço, dando leves mordidas de vez em quando, e ela gemeu em seu ouvido. As mãos dele apertaram suas coxas e foram subindo novamente até encontrar o fecho do vestido dela.

E não demorou muito para que roupas começassem a voar pelo apartamento.


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