Desespero. É tudo o que se resume agora. Ele está entre a vida e a morte. Atingido por uma bala, que mesmo sem me atingir, dilacerou meu coração como uma faca. Nessa noite de chuva, vejo seu assassino indo embora. Quem sabe, você acordará quando as estrelas caírem. Confuso é como eu estou agora. Pode-se ouvir meus soluços abafados misturando-se com o som da tempestade. Peguei meu canivete do meu bolso e encarei-o. Olhei para você, olhei para o canivete... Minhas lágrimas escorrem uma a uma e caem sobre seu rosto. Como isso não é um conto-de-fadas, você não acordará. Olho para o céu, um infinito negro e vejo as gotas da chuva caindo dentro de meus olhos abertos. As gotas fazem com que meus olhos ardam um pouco. Mas nada se compara com o que sinto internamente. Meu coração explodiu de tanta tristeza. Te amo tanto que eu quero viver contigo por toda eternidade. Pierre, você será meu amor para sempre e eternamente. Peguei o canivete novamente da grama molhada pela chuva e pelas minhas lágrimas. Lágrimas caíram sobre o rosto de meu eterno amor e sobre o canivete. Respirei fundo, pensei e olhei para ele, morto. O beijei. Por mais que seus lábios estivessem gélidos e ele, infelizmente, sem vida, eu o beijei. Sem você, eu não serei ninguém. Você é tudo o que eu quero, tudo o que preciso. Essa dúvida acabará agora na escuridão da noite.

Canivete. Sangue. Morte.

Últimas palavras: Pierre, te amo para sempre.

A noite é uma moça muito misteriosa, cheia de segredos que nunca serão revelados.
O motivo dessa morte, ninguém saberá. A não ser ela.

Fim.