O reverso do Diamante escrita por Newday, starimagination


Capítulo 6
Dançar junto a ele




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Ambos ficaram espantados e não pensaram para que aquilo serviria, só Daniele se atreveu a perguntar:

– Para que é isso?

– Já vão ver. Daniel chega-te aqui.

Dani chegou ao pé do professor este passou um dos cintos na sua perna direita após ele estar sentado e depois chamou Luísa, esta ficou a pensar para que era aquilo. O professor pediu para que ela senta-se em cima dele, embora não gostasse muito daquela situação, ela conseguia sentir as pernas dele eram tão longas. Ele era muito maior que ela. Depois quando olhou para as suas pernas já as tinha amarradas às dele, aí só lhe apetecia gritar. Estava amarrada ao maior parvo que já conhecera, queria soltar-se mas o professor tinha posto um cadeado nos cintos. Chateada perguntou:

– Professor!? Para quê que é isto?

– Se não dançam juntos a bem, vão dançar juntos a mal.

– Steor isto não permitido, pois não? – perguntou Daniele que também não estava a gostar daquilo.

– Eu faço o que quiser nas minhas aulas, já sabes disso. Bem vão se por de pé se fazem o favor.

Eles puseram-se os dois de pé, embora quase caíssem.

– Vão dançar este movimento. Depois esta coreografia. – disse o professor após demonstrar os movimentos que iriam fazer. – Quando vos soltar quero ver vocês fazerem isto como se estivessemcom os cintos, mas mais à vontade. Comecem! Agora tenho que ir mas vou voltar.

O professor saiu. Luísa sentia-se mesmo desconfortável, estava entre as pernas dele, o seu corpo tocava no dele. Ela que nunca tinha estado tanto tempo em contacto com um rapaz. Ele começou a mexer um braço e depois a perna direita. Ele tinha tanta força que conseguia mexer a perna de Luísa que nem se mexia. Vendo que ela não estava lá, chamou-a:

– Luísa! vamos! Temos que dançar isto juntos.

– Mas… eu não me sinto bem. – disse Luísa meia vermelha.

Ele bate com uma mão na própria testa e suspira:

– Diz-me o que te dói rapariga?

– Nada.

– Nada, onde isso fica? Para ver se te ajudo.

– Não me dói nada, só não gosto de ‘tar “colada” a ti, parvo.

– Eu cá ‘tou gostando e fico já a te dizer que não tenho nenhuma doença que te pegue.

– Estúpido. – quando Luísa diz isto eles desequilibram-se e caem os dois para trás.

Levantam-se com muito esforço. Eles tinham que estar em sintonia senão era um desastretotal. Ele já farto diz-lhe:

– Se te concentrasses mais na dança do que no nosso “colanço” e nas minhas pernas talvez conseguíssemos sair daqui mais cedo.

– O quê? És mesmo parvo, eu odeio estar aqui contigo.

Ele agarra-lhe as mãos para que ela não se voltasse e começasse a abanar as mãos. Caem novamente desta vez para a frente e ele fica em cima dela.

– Que RAIVA!!! ODEIO-TE! Saí de cima de mim! Saí estás a me sufocar és pesado! Sai!!!

– Calma! Eu não me consigo levantar sem ti.

– Estás parvo, claro que consegues.

– Não, não consigo e não vamos dar nem um passo de dança se não me ajudares, colaborares. Afinal porque me odeias?

– Olha, porque és estúpido. Sai de cima de mim.

Daniele pôs os braços como se fosse fazer flexões e disse para ela fazer o que ele fizer. Foram pondo as mãos mais perto das pernas e subindo ela não gostou nada até que o seu rabo tocou nolocal entre as pernas dele. Ele também ficou vermelho dessa vez, mas não disse nada. Agora ela e ele fizeram o que o professor mandara. Ela sentia todo o corpo dele e ele o corpo dela. Aqueles movimentos… Daniele a principio teve de dizer para onde ia para ela fazer o mesmo. Quando ele fazia um passo para a direita ela também o fazia, para a esquerda a mesma coisa, para mexer os braços era a mesma coisa. Depois é que Luísa mexia as ancas como a dança do ventre. Essa era a parte em que ela ficava mais desconfortável. Daniele já habituado sorria ao vê-la naquele embaraço. Depois de toda aquela coreografia estavam os dois muito cansados e suados. Acabam por cair no chão do salão. Ela fica sentada entre as pernas dele. Daniele tinha as coisas do lanche perto dele, tirou a água e a maçã que estava dentro da sua mochila e pergunta, depois de dar uma dentada na maçã suculenta, a Luísa que ainda estava a tentar respirar direito:

– Queres dar uma dentada?

– Estás tonto!? Tu já deste uma dentada nessa maçã, ainda ficou com “Danielite” aguda devido aos teus micróbios.

– Porra miúda! Só queria dar-ta porque pensei que estivesses com fome.

– Mas não tenho fome para as tuas maçãs!

Ele bebe água que desce-lhe pelo pescoço abaixo:

– Estás-te a babar.

– Incomoda-te? Não, portanto deixa-me beber.

Ele deita a água sobre a cabeça para ver se o calor passava e depois sacudiu a cabeça, umas pingas molham Luísa.

– Tu és estúpido, estás a molhar-me.

Daniele olha para ela de relance. Seu olhar se entristece e ele fica calado. Luísa ficou parada, e olhou para ele com os seus olhos bem abertos. Ele parecia nunca ligar ao que ela dizia mas naquele momento viu que errou em alguma coisa. Ele não está aqui pensava Luísa. A Luísa decidiu tira-lo de onde quer que fosse, e para tentar apagar o que fizera disse algo:

– Sabes, afinal tenho fome e Danielite não deve ser assim tão contagioso. Ainda tens a maçã? - diz ela fazendo cara de boneca e piscando os olhos.

– Pega eu trago sempre duas, para o caso de ter muita fome. – diz ele ainda chateado.

Ela pega na maçã vermelha e esfrega-a, eram as suas favoritas e por vezes bem compreendia a branca de neve e a Eva. As maçãs vermelhas são tão suculentas e apetitosas. Ao virar-se para perguntar se o Daniele queria um pedaço da maçã repara no seu pescoço, tinha marcas como se alguém o tivesse magoado. Ficou curiosa e não podia esperar :

– O que te aconteceu ao pescoço? – diz ela rindo-se para ele não perceber a sua preocupação.

– Nada, foram estupidezes minhas. – diz ele tocando no pescoço.

– Fogo, não devem ter sido nada conta-me.

– Queres mesmo saber a vida de um estúpido como eu? – ele sorri.

– Bem, não sei… Não conheço muito o professor, mas uma vez ele disse que os pares de dança deviam comunicar uns com os outros e conhecer-se. E… eu… não te conheço nada bem. – diz ela apontando para ele. – Por isso conta-me tudo sobre ti já!

– Por não me contas a tua primeiro para eu viver num conto de fadas.

– O quê? Tu achas o que a minha vida é difícil por vezes. A tua é que deve ser o melhor mar de rosas sem espinhos.

– Tu, não tens a noção da merda que é a minha vida! Betinha tu não percebes mesmo nada do que é um pesadelo pois não?

– Claro que sei…

– Não sabes o que acordar e ouvir gritos, não sabes o que é sentir teu corpo morrer. Ver quem mais amas a dormir, a ser um zombi, a te maltratar como se para nada services. A te dizer tu és um desperdício de vida, tu és cachorro, tu não serves para nada estúpido e finalmente Morre! É tão difícil viver nesta vida. – diz ele tão gritando.

– Pára! Pára! Desculpa! Não queria magoar-te. Por favor… - diz Luísa percebendo o que ele estava a dizer, não queria magoa-lo e nunca percebeu da sua situação.

– Ainda queres mesmo saber da minha porcaria de vida? – diz ele mais calmo.

– Podes pensar o que quiseres mas eu vou aguentar conta-ma.

– És maluquinha.

– Sou e depois, diz-me. Tell me.

– Está bem, doida. Vou contar-ta resumidamente, para não ficarmos os dois aqui durante muitos dias. Eu tinha 3 anos, não digo antes para não recordar, tinha uma mãe como tu, tinha um pai… – ele para de contar parecia que cada palavra o queimava por dentro.

Luísa ouvia atentamente e tentava fazer com que ele tivesse coragem para continuar. Ele olhou para ela e continuou:

– A minha mãe era muito boazinha e muito bonita também, mas maior parte do tempo…como hei de te explicar sem ficares triste. Ela vivia noutro mundo…

– Noutro mundo?

– Sim. Num onde não sentes nada, não sentes dor e se a sentes não te dá vontade de gritar. Ela devido a demasiadas lágrimas que lhe caíam por causa do meu pai, tomava anti–depressivos ou calmantes.

– Porquê que ela chorava por causa do teu pai?

– O meu pai … agredia-nos.

– O quê? E vocês não fizeram queixa à polícia?

–Como podes fazer queixa de uma pessoa que amas, que respeitas a cima de tudo até do sofrimento e de todos. Minha mãe amava-o e quando não estava tipo “zombie”, ela era tão boa. Ele chegava bêbado e ia para me bater ela apanhava o seu braço e depois….



“- Pára! Tobias pára! Ele é o nosso filho! – Isabel cai ao chão, Tobias começa a bater-lhe enquanto entre os braços de minha mãe vejo com os olhos arregalados a raiva do meu pai.

– Sua cachorra! Puta porque bebes essas coisas se ficas como morta? Para quê que eu quero uma mulher assim! Nem sei porque me casei contigo, porca.

Ele agarra-a pelo o pescoço, eu não aguentava ver mais, não queria isso.

– Por favor, papá, não batas mais na mamã. Estás a magoa-la.

– Mas quem és tu para me dizeres isso, estúpido? Estúpido! Tu não és meu filho. Não és filho de ninguém. És um desperdício. – Ele larga a mãe, tira o cinto com os seus olhos raivosos e cheios de ódio, dobra-o e bate em mim com o cinto. O cinto enrola-se na minha cara e levo com a parte metálica do cinto na minha cara. Ele dispara violentamente contra minhas pernas, caio no chão grito pela dor ser tão horrível. Já de joelhos, ele joga-lhe mais uma vez o cinto contra minhas costas não aguento mais meu corpo, caio no chão. Minha cabeça cai sobre minha mão, vejo as coisasofuscadas e sinto algo escorrer-me pelo rosto abaixo, quente, chega a minha boca e sinto o gosto era sangue. O papá vai para me bater mais uma vez com a sua pesada mão e quando vê minha cara caía-me algo vermelho pela cara abaixo. Pára e diz-me:

– Pára de gritar pareces uma menina e vai-te limpar.

– Está bem, mas não lhe batas… não batas na mamã.

– Faz o que te mandei ranhoso. Ela vai aprender a fazer o que ela deve fazer, senão vou acabar de lhe torcer aquele pescoço nojento.

A mamã chorava, seu belo rosto estava vermelho e ela chorava tanto. Pego num pano sujo e encosta à cara que ainda latejava com algum sangue. Meus olhos azuis nunca mais pareciam felizes e pareciam sempre reflectir o que eu vira naquele dia a partir daí.”

– Daniele? Daniele? Uhu? Estás aqui? E depois? – diz Luísa tentando acorda-lo dos maus momentos.

– Uma vez também…

“ – Não contes ao papá que demos um passeio senão já sabes como é. Não voltamos a sair com o senhor Asdrúbal.

– Sim, prometo mamã. Quero voltar a passear com o senhor Asdrúbal.

Cheguei a casa. Ele nos esperava. De pé com o cheiro de sempre. Álcool. Ele grita para nós:

– Sua puta! Sua cabra! Tens um amante achas que eu não sei. E ainda levaste o ranhoso? Querias que ele visse tudo o que fazias não é sua porca? Vocês fazem mesmo o par ideal: a puta e o seu filho bastardo estúpido.

– Ele é apenas um amigo, a sério. – diz ela a medo.

Oiço as cadeiras caírem no chão. O pai levantou a sua mão e deu-lhe um murro, esmurro-a até que ela caiu em cima do grelhador da lareira escaldante. Ela gritou desesperadamente doía-lhe imenso via-se na aflição do seu rosto.

– Fiquei marcada por tua causa! – disse a mamã revoltada.

Eu tapava os ouvidos e fechava os olhos para não os ouvir, para não ver a realidade. Estava paralisado nem termia de medo, pois o medo era tão grande que me paralisou. Avancei para o papá dei-lhe pontapés nas pernas e murros no estômago para que parasse. Ele pega no meu braço:

– O que foi? Que queres? Queres uma lição é zé-ninguém?

Arrastou-me até à lareira. A mãe estava num canto chorando, agarrando no seu braço queimado.

– Vão aprender os dois da mesma forma! Já vais ver! – rosnou o papá.

Vi a grelha escaldante perto de mim, estava mesmo quente. Pegou no meu braço e enconstou à barra quente. Senti tanta dor, tive que gritar tão alto quanto a mamã. Foi a dor mais forte que sentira em toda a minha vida. Fiquei com o braço durante mais ou menos 3 segundos. Meu braço cheirava a carne queimada, tinha um vermelho vivo. Queria chorar, mas meu papá batia-me se o fizesse. Mas dessa vez, não me consegui conter derramei quantas lágrimas consegui. A mamã arrastou-se até mim, pôs seus braços à minha volta. Não sabia se era para me proteger ou para ter algo com que se acalmar. Olhei meus olhos voltaram a ficar vazios. Não podia continuar assim…”



– Fogo! Vais contar-me ou vais esconder o que quero saber para sempre. – diz ela cada vez mais preocupada pois a expressão do Daniele estava cada vez mais triste.


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