O reverso do Diamante escrita por Newday, starimagination


Capítulo 21
A revelação




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Luisa escondera-se de novo, agora no meio dos ursinhos de pelúcia. Será verdade que aquele insensível tinha uma namorada? Uma rapariga a gostar daquilo? Não devia ter cérebro, pensava Luisa. Depois contínuo o seu jogo, até às horas de saída sem contar nada a ninguém. Naquele dia já nada fazia sentido na sua cabeça.
Abriu os olhos e correu para a sua mochila. Estava de novo atrasada. O seu pai já só resmungava por ela nunca controlar o tempo que se levantava da cama. Chegou à escola e logo estava sentada ao lado de Jorge sempre animado.
— Hey. Então como tem sido a dança? – perguntou ele baixinho por estarem nas aulas. Os seus olhos castanhos entregavam-na à maior tranquilidade do mundo. Parecia ser um homem sábio num corpo de adolescente. Seu querido amigo.
— Bem, eles são malucos. Ontem fomos…
— Shhss. – fez a professora em modo de aviso.
Após a autoridade continuar a debitar matéria de modo seguro, Luisa reiniciou a conversa contando pormenorizadamente ao seu melhor amigo a aventura no japonês. Este ficava entusiasmado e ria com a maneira como ela se exprimia. Jorge sabia perfeitamente o que ela falaria no seguinte paragrafo e o que ela faria a seguir. Aquela empatia parecia já vir de tempos idos e não apenas a partir do momento em que se haviam conhecido. Num dos intervalos das aulas, à esquina de um dos cacifos vermelhos alinhados Luisa encontrou um amigo recente de quem Lili da velha guarda havia falado. De estatura média com pele morena e cabelo dirigido para o ar, apresentava-se Owen com as suas teorias da conspiração amorosa. Já haviam pela internet sobre os mais variados assuntos até tocarem nas relações humanas. Aquele individuo robusto conhecia o anjo delicado que inspirava os sonhos de olhos abertos de Luísa. Entre códigos em vez de nomes próprios este ameaçava apresenta-la finalmente ao seu príncipe celestial.
— Eu não te pedi para o fazeres Owen. – disse Luisa irritada esperando que Jorge volta-se da casa de banho.
— Ele é muito fixe. Não é por ser amigo meu, mas é inteligente e simpático talvez um pouco envergonhado. Até ficavam bem juntos. Eu apresento-vos na boa. – continuava Owen a tagarelar tentando promover o seu amigo.
— Eu não quero. – replicava a Owen que divertia-se com o embaraço da nova amiga.
— Mas porque não? Ele não morde ninguém. – ria Owen parecendo um camelo de dentes arreganhados.
— Quem não morde? – perguntou Sofia que havia acabado de chegar curiosa.
— Ninguém. São histórias deste rapaz.
— Pensa nisso.- aconselhava Owen desejando de poder ver a reacção de ambos quando se conhecem.
— Ah bom Sofia este é o Owen amigo da Lili. – apresentou Luisa com os modos.
Eles os dois cumprimentaram-se e ficaram a olhar um para o outro sem saber o que falar. Luisa começou então:
— Owen, a Sofia vai entrar comigo numa peça no fim do Verão. Estas convidado a vir.
— É em que dia? – perguntou ele já explorando a sua agenda mental.-
— É a 18 de Junho aqui na escola. – respondeu Sofia animada.
— Ok. Vou tentar aparecer. – após acabar tais palavras a campainha da escola tocou. – E tu pensa em conhecer o meu amigo.
— Não vou. – disse ela convencida de que ninguém a demoveria.
Após as aulas, entrou no carro que a levaria para as aulas de dança no ginásio do professor Pedro. Durante todo o caminho só conseguia pensar se o loiro algum dia contaria que tinha uma rapariga. Ao chegar encontrou as raparigas no balneário, já estavam a se preparar. O cheiro do perfume feminino tornava o ar completamente sedoso. Joana retirou um vestido elegante com pedras azuis escuras que o faziam cintilar com o movimento.
— O que acham meninas? Eu vi-o numa revista e não resisti. É perfeito. Claro que demorei um tempo a convencer o meu pai a oferece-lo, mas valeu a pena. – contava Joana mostrando a todas as raparigas os pormenores na bainha do vestido.
— O teu rabo vai ficar tão apetitoso nisso, que o Sam vei levar as mãozinhas mais abaixo possível. – ria Tatiana enquanto Joana apertava o vestido contra o seu corpo.
Vieram imagens à cabeça de Luisa de quando Daniele a desrespeitara uma vez. Como poderia ele a apalpar amando e desejando outrem.

— Joana, tu conheces bem o Daniele? Já és amiga dele a algum tempo, certo? – Luisa tentava introduzir o tema como algo rotineiro.

— Sim, porém não somos tão chegados como eu quereria.

— Ele às vezes é um pouco estranho.

— Inteiramente. – aprontou logo a amiga desbocada.

— Eu vi-o ontem com uma rapariga no estabelecimento dos familiares do Myiavi. E eles pareciam… - falava com cuidado a morena que aparentava um certo desconforto ao falar da vida pessoal do seu colega .

— Íntimos? Ó Luisa tu és mesmo inocente. – ria Joana enquanto colocava um batom suave sobre os seus lábios húmidos.

— Então, ele sempre tem uma namorada. Eu sabia! Aquele porco…- Luisa é novamente interrompida pela voz da amiga.

— Namorada? Não me faças rir! Ele gosta é de outras coisas, se é que me entendes miúda.

— Joana! – gritava Mariana em tom de aviso enquanto escutava atentamente aquela conversa. - Está calada, que esse assunto não te diz respeito.

— O que é que ele gosta de fazer? É uma coisa assim tão terrível?- Luisa não estava a entender porque o nervoso das restantes colegas.

— Não necessariamente pode ser muiiiito boa. – enfatizou Joana já preparada para ir para a aula.

— Não estou a perceber patavina desta conversa. – Concluiu Luisa levantando os ombros.

— É mesmo melhor não perceberes. – disse a rapariga de cabelos negros curtos.

— Pronto, o Daniele oferece muitas quec… - Mariana tapa logo a boca de Joana que gesticula com as mãos a tentar libertar-se.

— Ele é gosta de fazer muitos queques, é isso querida. – diz Mariana calmamente.

— Ele é cozinheiro?

— Amador, só no tempo que sobra após a escola. – responde Tatiana. – Joana, tens que te acalmar porque nunca se deve colocar a colocar a colher em assuntos de cozinheiros.

Joana liberta-se das mãos delicadas da ruiva sensata:

— Ele gosta de quecas! Não de queques, quecas! E não é nenhum amador, é sim um profissional contratado para as melhores delicias das mulheres. – esta foge das amigas que se pudessem já a tinham amarrado com tudo o que tinham à mão principalmente uma fita isoladora.

— Ele é… é… - Luisa nem conseguia pronunciar a palavra ao certo.

— Um gigolo. – auxilia Joana com vontade continua de clarear ainda mais a situação.

— Joana! Tu não consegues mesmo fechar essa matraca! – Tatiana joga um dos seus sapatos para ver se cala a Joana de vez.

— Ele é horrível… Como é que ele consegue viver consigo próprio!? Ele não tem dignidade nenhuma. Não quero dançar com um rapaz que vende a próprio corpo por dinheiro. – afirma Luisa revoltada com toda a situação. Sentia um desejo enorme de bater-lhe para ver se ele reagia.

— Luisa, o Daniele não deixa de ser a pessoa que é. São dificuldades na vida que o fazem fazer isso. – Mariana tenta acama-la não revelando o que ela própria passa. – Sê um pouco mais compreensiva.

— Não há dificuldades tão más que desculpem isso. É como se vende-se a tua alma por ouro. E as doenças que ele se arrisca. Eu não consigo. Eu vou falar com o Pedro e é já! –grita Luisa saindo do balneário.

Ao chegar ao ginásio não encontra em nenhum lado o seu professor de dança. Contudo lá estava o seu colega… Descontraído, como se nada fosse. Ela dá passos certeiros em sua direção e grita-lhe a plenos pulmões:

— Como é que consegues ser tão nojento e vender o teu corpo por dinheiro?  Não tens vergonha?

Daniele olha a seriamente e esgueira um sorriso de vitória, enquanto todos esperam a reacção do julgado.


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