Proteja-me. escrita por Lucciola


Capítulo 5
Gotas de sangue.




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– Jenny !

Adam segurou a palma da mão de Jenny com cuidado e tirou os cacos de vidro que ficaram presos nela. O sangue da menina escoria das aberturas e pingava na mesa. Ele pegou o lenço que carregava e enfaixou a mão de Jenny, que permanecia imóvel, o peito subindo desregularmente e o olhar fixo no homem sentado no bar do restaurante francês Bonne Pluie.

Jenny respirou fundo fechando os olhos e soltando o ar pela boca, Adam sentiu o hálito de pêssego e embriagou-se mais do que a menina deveria estar. Ela abriu os olhos devagar e os manteve fixos no homem.

– Estou bem, Adam. – Ela disse com um sorriso sereno – Espero que não me ache uma louca agora.

– Mas é claro que não acho, Jenny. Você precisa de ajuda, quer dizer, sua mão precisa. Você está sangrando!

– Se for para você não começar a surtar eu cuido disso, ok? – Ela se levantou e tentou fechar discretamente a mão, mas a dor percorreu extensões de seu braço direito e Adam notou, ele segurou a mão esquerda da menina, a guiou até o banheiro feminino e voltou para a mesa, começando a juntar os cacos com gotas de sangue.

Jenny entrou no banheiro depois de lançar um sorriso tranquilizante para Adam, ela parou na frente de um espelho e viu um rosto velho e conhecido. Era a velha Jenny, aquela que segurava uma arma como se fosse uma parte dela e que desde os oito anos montava e desmontava armas de fogo com os olhos vendados.

Aquela velha Jenny que encarava com raiva o reflexo sentiu a mão latejar enquanto tirava o lenço ensanguentado. Ela lavou a mão, tirou os pequenos cacos restantes e procurou nas gavetas uma caixa de primeiros socorros. Sempre tinha uma caixa de primeiros socorros. Da última gaveta, tirou uma caixa branca com uma cruz vermelha e de de forma profissional, enfaixou a mão com uma gaze. Voltou a se olhar no espelho e arrumou uma mecha que se soltara do coque.

Jenny voltou para sua mesa lançando um olhar claro e objetivo para o homem no bar, Adam e Ben a esperavam, ambos apreensivos. Ben parecia dar um sermão em Adam.

– Acho que vou sobreviver.- Ela disse se sentando e balançando a mão enfaixada de um lado para outro.

– Você é louca. – Disse Ben com a voz firme, mas apertou de leve o ombro de Jenny. Ele estava tão preocupado quanto Adam.

– Precisa de mais alguma coisa, Jen?

Jenny olhou para o Bellini que ainda parecia frio, apanhou a taça e a virou. Ela propositalmente limpou o canto da boca com o polegar da forma mais sensual que Ben e Adam um dia imaginariam, e com um sorriso divertido negou. Os meninos reverenciaram extasiados e voltaram a trabalhar.

O homem se aproximou.


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