Proteja-me. escrita por Lucciola


Capítulo 1
Preciso de sua ajuda.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/508157/chapter/1

Alô? Ben? É a Jenny Gates. Não sei se você ainda lembra de mim, mas preciso de sua ajuda. É urgente.”

Sinceramente, que Ser Humano liga às quatro horas da manhã de um domingo?

Jenny Gates. Foda-se se era cedo demais, quando ouvi esse nome meu punho enrijeceu e trinquei os dentes de tal forma que minha cabeça doeu. Mesmo com essa reação, devo dizer que não a odeio. Na verdade, não vou nem um pouco com a cara dela, mas algo me dizia para não negar ajudá-la.

Infelizmente eu não neguei.

Minha cabeça latejava e, acredito eu, que alguma coisa estava se decompondo dentro da minha boca. Acho que já devo ter lido algo sobre isso, mas não lembrava no momento.

Fui até a cozinha, abri a geladeira e me arrependi assim que o ar gelado me cobriu. Minha nossa, eu estava pelado. Depois que meu corpo se recuperou do soco de ar frio, enchi um copo com suco de laranja e deitei no carpete fofo da sala de estar.

Sinto que fiz uma besteira sem volta.

Quando Jenny ligou, já estava a caminho e parecia ofegante, preocupada, triste. E como sempre não pude dizer não a ela.

Parabéns cara, obviamente você acaba de se meter em uma besteira, e se o nome daquela garota está envolvido, então deve ser uma grande besteira.

Depois de beber todo o suco, continuei deitado de barriga para cima esperando que o sono voltasse. E ele voltou. Acordei, não sei quanto tempo depois, com o interfone tocando. Corri até ele ainda um pouco zonzo e com frio, muito frio.

Ben, tem uma garota no portão dizendo ser sua amiga. Deixo subir?

– Qual o nome? - Minha voz estava embriagada de sono e eu ainda sentia o gosto de decomposição, agora misturado com laranja.

Jenny. Jenny Gates. Então... Posso deixar subir?

– Pode. Pode sim.

E Ben...– Ele sussurrou - Por algum motivo eu acho que você está pelado. Vá se vestir antes que ela apareça na sua porta, mano.

Antes que eu pudesse responder alguma coisa como defesa, ele desligou a ligação e eu coloquei o telefone no gancho. Por que eu me defenderia? Ele está certo. Corri para o quarto, o que não foi bem uma corrida já que o apartamento é pequeno o suficiente para não correr, e me vesti com a roupa do dia anterior. Escovei os dentes antes que aquele gosto me matasse e passei desodorante, só para garantir.

Fazia dez anos que eu não a via, Jenny simplesmente sumiu do mapa de um dia para outro e não manteve nenhum tipo de contado comigo. Creio que ela deve está “diferente” agora.

Assim que terminei de me organizar, coloquei um pouco de comida para a Ali e um pouco de leite. Sei que diferente do que muitos pensam, os gatos são intolerantes a lactose, mas um pouco não faria tão mal a ela. E pela forma como ela ronronava enquanto bebia, percebi que acertei no mimo.

Alguém bateu na porta uma vez. Uma pessoa normal bateria duas ou três, mas ela tinha que ser diferente e bater só uma vez. Quando abri, Jenny estava de costas para a porta e berrava em um celular velho com um fluente francês.

– Honnêtement, pour qui se prend-il? - Ela berrava ao telefone. Sinceramente, quem ele pensa que é? – Je ne serai plus impliqué dans SC-5789. Dites Joshua résoudre ce! C'est un ordre! - Mande Joshua resolver isso. Eu não vou mais me envolver com SC-5789. É uma ordem!

É. Ela mudou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Proteja-me." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.