All my heart it breaks every step that I take

But I'm hoping that the gates

They'll tell me that you're mine

LYSANDRE

Eu não estava acreditando naquela cena, eu não sabia o que fazer a não ser ficar desesperado e tentar pular em cima de Rosalya.

Seus olhos se fecharam assim que ela me viu, eu entrei em desespero total, meu coração acelerou e eu comecei a tremer.

— Rosa, Rosa? ROSA! — Eu repeti seu nome várias vezes, ela parecia querer se levantar mas desistiu. Eu tentei ajudar.

— Esquece, Lysandre! Me deixe aqui, eu sou... — Ela parou de falar, lágrimas escorreram de seus olhos.

Eu tentei a pegar no colo, ela se jogou para baixo, eu não consegui manter ela no meu braço por muito tempo, eu fui para o chão com ela. Suas pernas estavam fracas.

Eu tentei levantar Rosalya, ela tocou meu rosto e balançou sua cabeça negativamente. Acho que estou traumatizado.

Seu braço estava sangrando, eu o lavei e lá estavam cortes, vários cortes, cortes sangrando e cortes cicatrizados. A pele de seu pulso era muito pálida e branca como eu nunca vi antes.

Eu abracei Rosalya. Eu a abracei com vontade, eu não queria mais a soltar, nunca!

— O-Obrigada, Lys-fofo.

Ela fechou os olhos novamente, eu fui conferir se seu coração ainda batia, apenas por conferir mesmo. Havia uma lâmina no chão perto da banheira, estava bem claro que ela tinha se cortado.

— Eu nunca imaginei que você fazia isso, Rosa — Eu beijei sua bochecha, ela chorou de novo.

— Nunca imaginaram que eu era assim. eu tenho que confessar uma coisa; eu sou uma garota fraca e frágil, Lys. E-Eu — Ela começou a chorar descontroladamente, eu já vi Rosa chorando antes, mas não como agora. —. Me deixe morrer em paz, eu não quero mais ser um peso no mundo.

Pela primeira vez eu fiquei sem saber o que falar.

— V-Você não é um peso! — Eu beijei sua bochecha, eu estava tremendo. — Você não precisa se cortar nem fazer nada consigo mesma, você é perfeita.

Então eu a beijei, eu não sei se foi a coisa certa a fazer, ela começou a soluçar.

— Eu não queria que você me visse desse jeito — Ela limpou suas lágrimas com as costas da sua mão.

Uma coisa que eu sei é que não devemos forçar uma pessoa quando ela está triste, eu deveria perguntar em outra hora o que aconteceu, eu só poderia piorar toda a situação.

— E-Eu não sei o que falar... — Ela me calou com a mão, ela me olhou e seus olhos estavam opacos, totalmente sem vida, nem brilho nem seu glamour natural.

Eu a peguei no colo e a levei para meu quarto, a deitei em minha cama e peguei o kit de primeiros socorros. Eu fiz alguns curativos em seu pulso, cada vez que eu limpava saia um pouco de maquiagem, eu nunca imaginei que ela maquiava os pulsos para esconder seus cortes.

Ela sorriu assim que eu terminei, logo ela me abraçou com toda sua força, eu retribui o abraço esmagador de ossos.

— Agora me explique, o que foi isso? — Perguntei, eu estava realmente curioso.

— Você quer saber por que a garota perfeita se corta? — Eu sacudi a cabeça — Você realmente quer escutar uma história chata sobre uma garota depressiva que tem bulimia e se auto mutila?

Eu encarei o chão assim que ela terminou de falar.

— Por que você não me contou? — Perguntei baixinho.

— Você não vai querer saber — Ela falou com um tom seco.

Eu pedi com os olhos.

— Eu ERA bulímica, isso eu nem preciso explicar o porquê! Eu comecei a me cortar na mesma época.

— Por quê? — Sussurrei.

— Coisas ridículas, você nunca compreenderia — Ela fechou os olhos e sibilou.

Eu compreendo mais do que ela imagina.

Logo ela começou a falar. Ela se cortava por bullying que sofria na escola por ser gordinha, ela começou a se cortar por esse motivo, além de ter virar bulímica.

Digamos que hoje ela humilha todos, quase uma Demi Lovato da vida! Depois que ela terminou de falar eu a abracei, eu não sou muito bom em consolar pessoas, uma das únicas coisas que eu faço é abraçar a pessoa que está triste e chorando. As vezes isso funciona.

— Você acha que devemos falar para Leigh sobre oque nós fizemos? — Rosa perguntou.

— Eu acho que não, eu sei que é algo errado.

Ela assentiu, logo olhou para o relógio que fica na parede do meu quarto.

— Eu tenho que ir, me desculpe. — Rosalya falou colocando seu casaco.

E lá se foi, a segunda garota que eu nunca vou ter.