Sweet Nothing escrita por Evye


Capítulo 7
Lies


Notas iniciais do capítulo

Oláá, todos bem?! Então, advinhem! Consegui escrever mais um capítulo! Yes!! E com o título de uma das minhas músicas preferidas e cantoras ainda mais! Owwwn!! ><! Enfim, espero que gostem e boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/507979/chapter/7

"Lies, don't wanna know, don't wanna know oh

I can't let you go, can't let you go oh

I just want it to be perfect

To believe it's all been worth the fight

Lies, don't wanna know, don't wanna know oh"

Shion estava com tanta dor de cabeça quanto poderia estar, seu estômagos dava voltas e ânsia com todos aqueles papéis à sua frente só lhe dava mais dor de cabeça. "Maldita hora em que Saori resolveu voltar para o Japão...", suspirou cansado jogando o corpo para frente em total derrotada, estava tão estressado e desgastado ultimamente, não tinha mais como seguir com aquilo.

–Eu quero morrer... -Murmurou de jeito infantil escondendo o bico que fazia ao debruçar na mesa.

–É um pedido muito mórbido, Shion, mas não nego que compartilho de seus sentimentos... As vezes. -Camus entrou na grande biblioteca do templo de Athena, sorrindo de lado para o loiro de mais de 200 anos, que apenas agora começava a envelhecer.

–Boa tarde, Camus.

–Boa tarde. -Respondeu polidamente se aproximando do homem e o obeservando de cima abaixo, não pode deixar de sorrir discretamente ao ver alguns fios brancos que antes nunca enfeitaram o dourado na cabeça de Shion. Sentou-se ainda curioso, pela primeira vez se atentando as feições de Shion desde que voltaram, sem deixar de unir suas sobrancelhas. -Shion.

–Sim?

–Você e o Dohko... Estão envelhecendo?

–Graças aos deuses... -Sorriu cansado acenando com a cabeça, largando tanto os papéis quanto a caneta presos em suas mãos. Analisou as mãos que a pele aos poucos deixava de ser lisa e perfeitas. -Estamos, Camus, para nossa sorte.

–Dohko deve estar odiando.

–Com toda a certeza. Mas me diga... -Ergueu o rosto soltando o ar que tinha prendido por alguns segundo sorrindo com gentileza para o aquariano à frente. -A que lhe devo a visita?

–Bem, hm... Dohko está por aqui?

–Não.

–Ótimo. Shion, eu... -Não sabia por onde começar e isso estava irritando o ariano nada paciente, pudera, tanto anos de existência, toda paciência tem limite. -Eu estou com... Problemas, e gostaria de um... Conselho.

–Conselho? -Quem era aquela pessoa e o que fez com o Camus? Foi a primeira coisa que brincou em sua mente ao ouvir as palavras do rapaz que, estava completamente diferente, e que lhe perdoassem, mas o rapaz estava maravilhoso, a expressão adulta e o olhar mais afiado. -Vejo que engoliÍ seu orgulho para isso... Mas, por que eu? Quer dizer, você e o a pu-... Quer dizer, o guardião do décimo segundo templo, não são amigos... Íntimos?

–Notei a ironia em seu tom, Shion. -Fechou a expressão encostando as costas de forma mais relaxada na cadeira que estava, com os olhos fixos ao do Grande Mestre. -Mas não posso fazer perguntas sobre ele a ele, certo?

–Acho que está me confundindo, Camus. -Desviou o olhar de volta para os papéis não levando mais aquela palhaçada a sério, se Camus queria conselhos amorosos, que fosse falar com Aiolios. -Para começar, não sou o Milo, ou seja, fofoqueiro, e para terminar, tenho mais o que fazer além de dar conselhinhos para os corações de vocês.

–Tsc. -Revirou os olhos batendo uma das mãos na mesa, o que chamou a atenção do loiro, e de brinde, trouxe uma expressão nada feliz. -Poderia me ouvir, ao menos? Eu não estou a procura de nada amoroso, na verdade... -Bufou cruzando os braços. -É quase que ao contrário.

Shion ficou um tanto confuso, porém, impassível. Assumiu uma postura mais etérea analisando friamente o rapaz que exigia sua atenção.

–Então...?

Camus começou a explicar tudo que aconteceu, desde o começo, vendo Shion retorcer o nariz toda vez que citava o nome de Afrodite, poupou os detalhes, mas não escondeu o fato de ambos estarem solteiros e tanto Máscara da Morte e Milo quererem suas cabeças em bandejas de prata, até o dia em que Shaka os barrou e pareceu prestes a mandar Afrodite para a condenação.

–Eu... Eu não entendo o que é tudo isso. Mas, você nos criou, praticamente. Há algo que eu deveria saber?

–Camus, eu sei que não é de seu feitio abrir sua vida a ninguém, e, acredite, eu aprecio muito isso. Assim, como não é de meu feitio me intrometer na vida de ninguém, mesmo que eu seja obrigado a fazer isso. Mas... Enfim. Eu não confio no Afrodite. E, antes que você diga: Por causa do Saga? Não, não é pelo o que aconteceu com o Saga, apesar disso ter uma alta porcentagem.

–E o que seria? Shion, ouça, eu estou... Realmente preocupado.

–Eu sei, vejo em seus olhos. -Bufou, nem sabia por onde começar, nem como, coçou a nuca virando o rosto para uma das fotografias que Dohko mantinha na sala, odiava aquela imagem, odiava do fundo de seu coração. -Ele é manipulador, falso e arisco. Quando chegou aqui, ele conseguiu fazer com que todos o vissem como vítima, quando na verdade ele era apenas um grande m-...

–Eu não acredito. -Dohko entrou na sala com ambas as sobrancelhas unidas e uma expressão nada feliz. -Eu não acredito, de novo com isso?

–Dohko! -Se levantou ainda mais cansado do que anteriormente, estava ficando de saco cheio de todos ali e ainda assim, sentia pena do aquariano. -É a verdade, Dohko, você não aceita porque é tão cego quanto os outros.

–Qual o seu problema com o Afrodite, Shion? O que ele te fez?

–Eu não vou perder meu tempo desenhando as mentiras daquele garoto!

–Mentiras? -Camus se levantou também, genuinamente preocupado e tenso, o clima estava pesando e cada vez mais desconfortável. -Como assim?

–Olha Camus, eu vou ser bem sincero, e me perdoe a falta de tato. -Olhou de um para o outro, e o francês não pode deixar de notar a magoa e tristeza nos olhos do ariano quando este fitou Dohko, aquilo doeu em seu peito e, por mais que quisesse negar, sentiu vontade de abraçar o homem que parecia se desmanchar perante os olhos reprovadores do chinês. -O Afrodite veio a nós ainda jovem, Camus, você chegou um ano depois que ele e não viu o que eu vi. Aquele, aquele moleque... -Mordeu o lábio inferior em sinal de raiva, como se ainda remoesse algo do passado. -Ele destruiu o santuário, ele fez com que todos se virassem para o lado dele.

–Isso é mentira, Shion!

–Mentira?! Dohko, você estava aqui! Olha o que ele fez com você!

–Nada! O menino tinha sofrido o inferno na terra e você ainda jogou pedras nele!

–Não! Isso não é verdade! -Estava ficando difícil falar, convencer... Depois de tantos anos batendo na mesma tecla, só esperava que ainda houvesse tempo para Camus enxergar o que para os outros era cegueira. -Ele te arrancou de mim, Dohko, as palavras macias daquele... Daquele monstro, te fizeram se tornar um seguidor fiel dele que beijaria os pés de Afrodite de Peixes!

Abrir-se daquele jeito, sem estar apenas com Dohko no recinto, era cruel... Seu coração doía, até quando teria que lidar com o fato de que as mentiras de Afrodite tirariam tudo que amava? Talvez Milo estivesse certo, talvez Máscara da Morte o merecesse.

–Camus... -Virou-se exausto, a voz de Dohko ressoava alta pela sala o acusando de um milhão de coisas, porém, enquanto fingia dar ouvidos ao moreno, virou-se para o francês.

Camus arregalou os olhos, nunca tinha visto Shion tão desestabilizado em toda sua vida, seu coração parou uma batida e sentir-se desprotegido foi algo inevitável. O loiro tinha os olhos cheios de lágrimas, a expressão tão triste e exausta, prestes a desabar.

–Eu não sei que é o Afrodite, mas eu sei o que ele faz... -Uniu os lábios ao ouvir algum xingamento e a porta da saída batendo com força, estavam sozinhos novamente. -Aquele... Ele não é o Dohko, e... Eu acho que o veneno não está apenas nas rosas...

–Shion...

–O Afrodite... Quando ele chegou, inventou uma história, que não condizia em nada com sua origem real... Todos acreditaram e quando eu disse que não era verdade... Se voltaram contra mim, é... Achei que, talvez fosse apenas impressão, mas com o tempo, tudo se intensificou e quando eu vi... Ele tinha praticamente um exercito de seguidores.

–Mas... Os cavaleiros de ouro... Poucos apreciam a companhia de Afrodite.

–Claro, ele traiu Athena. -Suspirou longamente vendo a dor nos olhos de Camus. -Como você e Saga. Mas por que será que todos convivem com vocês normalmente e não com ele? Shaka lhe alertou de algo, não?

–Sim...

–Eu... Apenas.... Apenas tome cuidado, okay? -Sorriu de lado engolindo em seco e voltando a se sentar, com o rosto escondido estre as mãos e os cotovelos apoiado na mesa.

Camus teve o impulso de afagar os cabelos do mais velho e o fez, em silêncio, um carinho gentil... Uniu os lábios sem saber o que fazer ao ouvir o choro baixo de Shion, afastou a mão dando dois passos rumo a porta.

–Sinto muito...

Shion esperou que o aquariano se retirasse para ter coragem de erguer os olhos novamente, inspirou todo o ar que aguentaria e voltou a deitar a cabeça na mesa, novamente observando a fotografia na parede. Odiava tanto...

Na imagem, estavam todos reunidos, os doze ainda crianças e o Grande Mestre, porém... Diferente da pintura que um dia ganhara, ainda na guerra santa em que era o representante de Aquário, ao invés de ter Dohko ao seu lado, este estava com um belo garotinho loiro de olhos azuis e um sorriso tímido.

–Eu te odeio.

~

Camus saiu conturbado do local, sua cabeça ainda rodava com todo aquele excesso de informações, a chegada de Dohko no local fez tudo ficar confuso e terrível, no final, entendeu que Afrodite não deveria ser fonte de sua confiança e... Isso doia... Se fez Shion chorar, era porque algo estava errado ali.

Parou frente ao templo de Peixes, suspirando uma, duas, três vezes antes de apagar sua presença e entrar, não queria ver o sueco tão cedo, não saberia como encará-lo. Continuou em suas divagações até ouviu alguns barulhos vindo do andar de baixo, eram vozes... Uniu as sobrancelhas certificando-se de que apagara sua presença e desceu, sem nenhum som até onde parecia haver três pessoas. Encostou-se em uma parede distante, não poderia ver quem estava ali, mas ao menos identificaria as vozes.

–Eu já estou fazendo o que você pediu, não estou?

–É, mas não poderia ser mais rápido? Ele ainda não veio atrás de mim!

–Tsc... Quer o que? Sou mais interessante.

–Ah, cazzo, Io quero voltar logo a transar, isso non vai terminar nunca?

–Continuem o seu teatro que eu continuo o meu!

Camus não estava entendendo nada, mas de uma coisa sabia... O que diabos, Milo, Afrodite e Máscara da Morte estavam fazendo no mesmo recinto?

"Seu teatro está se desfazendo aos poucos..."

Lembrou-se das palavras de Shaka arregalando os olhos e quase caindo sentando no chão. "Não, não...", uniu os lábios sentindo-se traído, correu escadaria acima saindo do templo o mais rápido possível, não ouviu mais nada, não queria ouvir, apenas sentia seu peito queimar.

–Shaka! -Gritou ao chegar no sexto templo, invadindo o espaço pessoal do indiano que apareceu com sua típica expressão serena. Engoliu o orgulho mais uma vez, ciente de que, apesar da tentativa de manter a compostura, seus olhos não mentiam.

–Eu sei. -Respondeu com a expressão séria, sem deixar de abrir um sorriso de lado com sua satisfação pessoal. -Seu teatro acabou, Afrodite de Peixes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Entãão, mais um capítulo, me joguem pedra, vai lá, eu aguento...
"Mas Evye, o ship não era CamusxAfrodite??" É!... Ou não? Who knows? Enfim, como eu disse, mudei o plot porque, o rumo que a historia começou a tomar, realmente me fez perceber que as coisas mudarão. Sim, é CamyxDite, porém as coisas vão ficar... Complicadas. Enfim, me desculpem pelo que fiz, obrigada a todos que leram e,... Não deixem de me tacar as pedras nos reviews, ok ?! *-* Obrigada!
See ya~
Tia Evye.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sweet Nothing" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.