Era uma noite fria de inverno, Sally estava sentada na sala ao lado da lareira lendo um livro, enquanto seu filho recém nascido, Perseus, dormia tranquilamente em seu quarto.

Enquanto Sally lia, um ser de fumaça negra aparecia na porta da casa e observava a cena com atenção. Aquela paz e tranquilidade que reinavam naquele local, estavam prestes a ruir.

O pequeno recém nascido que dormia tranquilamente em seu quarto era um jovem poderoso, mesmo sendo tão novo, seu destino já havia sido traçado pelas parcas, ele estava destinado a um futuro grandioso, porém, doloroso.

O ser de fumaça sabia que o recém nascido era poderoso, e que poderia acabar com os planos de seu mestre, por isso, a ruína do garoto é essencial para que seu mestre obtivesse sucesso em seu plano.

Então com um aceno de mão a casa estava sendo destruída por chamas e o segundo andar da casa era queimado por um fogo maldito.

Pensando que seu trabalho já estava pronto, o ser de fumaça desapareceu.

A esse ponto a criança já chorava e seu berço, com o calor infernal.

Imediatamente, Sally correu escada acima com a intenção de salvar seu filho, mas ao terminar de subir os degraus, uma parte de madeira do teto caiu em seu corpo a derrubando no chão.

Lentamente, sua vida foi sendo queimada, assim como a madeira e as últimas coisas que seus olhos viram foram as lágrimas e um traço de desespero nos lindos olhos verdes cor de mar de Perseus.

***

Do Olimpo, os olimpianos viam aquela cena enquanto debatiam se deveriam ou não salvar o garoto. Zeus era a favor de matar o garoto, alegando ele ser um fruto proibido.

– Seus tolos. Vocês estão tendo a chance de salvar a vida de um inocente e estão desperdiçando isso.- Disse Héstia, deusa da lareira, se intrometendo na discussão e calando os olímpicos.

– Ela tem razão, não deixarei meu filho morrer. - Disse Poseidon, se teleportando para a casa da jovem criança e com uma enorme onda apagando todo aquele fogo.

O deus subiu a escada até o quarto de Perseus, que não havia sido molhado pela água, mas ainda chorava com os olhos fixos no corpo queimado e sem vida de sua mãe.

–Sally. - Disse Poseidon, chorando pela perda de seu grande amor meio imortal.

Então com um estrondo Hera e Hades estavam ao lado de Poseidon.

– O garoto deve ser levado ao Olimpo. - Disse Hera. - Eu cuidarei dele.

– Não se preocupe com Sally, ela terá uma eternidade tranquila. Sua vida foi nobre. - Disse Hades olhando para o corpo de Sally que com estalo de dedos, virou poeira. - Sua morte será tranquila nos campos elísios.

– Temos que ir. - Disse o deus dos mares limpando suas lágrimas, ele era um deus e tinha deveres a cumprir. - Zeus não aceitará a vinda de meu filho de bom grado no Olimpo.

Hera pegou o garoto e logo se teleportou para o Olimpo, sendo seguida por Hades e Poseidon.

***

– O QUE É ISSO? - Gritou Zeus se levantando de seu trono, logo com seu raio mestre em suas mãos. - Devemos executar esse garoto, ele deve morrer.

– Não, ele não deve morrer. - disse Hera calmamente, entregando o jovem Perseus para Héstia, o garoto agora havia se calado e fitava com atenção os olhos calmos da deusa da lareira.

– Este garoto é o fruto de um relacionamento proibido, todos nós aqui sabemos que os três grande fizeram um juramento pelo rio estige que não poderiam ter filhos semideuses. - Disse Atena, calmamente em seu trono.

– No entanto, Poseidon quebrou o juramento, e a prova disso é Perseus. - Disse Zeus. - Por isso, o garoto deve morrer.

– Ouse tocar no meu filho, Zeus, e haverá guerra. - Disse Poseidon friamente, seu tridente aparecendo em suas mãos.

– Acalmem-se olímpicos, não queremos uma guerra. - Disse Héstia ainda com o garoto no colo.

– O garoto viverá. - Interveio Apolo. - O futuro dele será grandioso.

– Mas ele não poderia existir, Poseidon quebrou seu juramento. - Disse Zeus.

– Sim, Poseidon quebrou o juramento, mas todos sabemos que você também não é santo Zeus, quem garante que você também não o fez? - Disse Deméter.

–Como ousa dizer isso a mim, Deméter? Eu sou o rei dos deuses. - Disse Zeus com sua arrogância habitual.

– E eu sou sua irmã. - Rebateu a deusa da agricultura.

– Chega disso, brigar não é sábio. Pelo o que avalio a melhor decisão é que o garoto fique vivo. - Disse Atena com seus olhos cinzentos encarando Zeus, fazendo com que o senhor dos olímpicos, estremecesse por dentro.

– Deixe que aconteça, Atena. Vamos deixar que uma guerra reine. - Disse Ares com os olhos brilhando em chamas com a esperança de uma nova guerra.

Atena fuzilou Ares com os olhos. - Vamos votar. - Disse a deusa da sabedoria. - Quem é a favor da morte do garoto?

Apena Zeus, Ares e Dionisio levantaram a mão.

– Quem vota a favor da vida do garoto? - Perguntava a deusa enquanto estendia a mão, seu movimento sendo seguido pelo restante dos olímpicos. -Ótimo, o garoto vive.

– Isso é um absurdo, eu sou o rei dos deuses, vocês deveriam me respeitar. - Reclamou Zeus.

– Você pode até ser o rei dos deuses, mas é muito obtuso para perceber que o garoto é poderoso. - Disse a deusa da sabedoria, aumentando de tamanho e sentando-se em seu trono.

– Não se esqueça irmão, que eu e Poseidon, somos dois dos três grandes, e que sem nós, o equilíbrio seria perdido. - Disse Hades enquanto brincava com um rubi em suas mãos.

– Chega de brigas. - Disse Hermes, que até agora, apenas avaliava aquilo tudo, assim como Hefesto, Ártemis e Afrodite. - Eu tenho muito o que fazer, as entregas não serão feitas sozinhas, está decidido o garoto vive e pronto.

– Onde o garoto ficará? - Perguntou Ártemis, que até agora se mantivera calada. - Pelo o que Apolo disse, ele terá um futuro grandioso, e isso requer treino.

– Isso pode ser decidido depois. - Disse Hefesto. - Odeio esses conselhos, estou perdendo meu tempo aqui, eu poderia estar construindo máquina incríveis e grandes. - Disse o deus ferreiro, montando e desmontando várias formas com um pedaço de metal.

– Vamos deixa-lo no Olimpo, um garoto tão bonito quanto esse não deve ficar em qualquer lugar. - Disse Afrodite com os olhos brilhando em expectativa. - Eu o manterei impecável.

– Você não vai brincar de boneca com meu filho. Ele é macho. - Repreendeu Poseidon.

– Concordo em Afrodite em um ponto. - Disse a deusa da sabedoria. - O Olimpo é o melhor lugar para este garoto agora.

– Então está decidido, por hora, o lar de Perseus é o Olimpo. - Disse Hera em seu trono. - Eu e Héstia cuidaremos do garoto. O conselho está dispensado.

Dizendo isso, todos os deuses se foram, ficando apenas Hera e Héstia com a criança nas mãos e Zeus em seu trono com uma carranca no rosto.

Mas logo o rei dos deuses se foi, deixando as duas deusas avaliando o garoto.

Estava feito, o filho do Olimpo estava salvo.

Dormia agora no colo de Héstia,

A salvação do Olimpo.

Ou sua completa destruição.