Tudo o que se passou a seguir na mente de Percy foi apenas um borrão.

Em uma fração de segundos ele e Leo afundavam na água e o filho de Hefesto tentava a todo custo manter Percy debaixo d'água, mas o próprio não tinha tanto fôlego para tal ato e logo a força de seus braços ao redor dos ombros de Percy já não era a mesma.

O herói queria simplesmente deixar o traidor ali e acabar com uma série de conflitos que poderiam vir a seguir, mas não era baixo a tal ponto. Não havia honra em matar alguém assim. Muito menos morrer assim.

Percy carregou Leo pelos ombros, o tirando da água de imediato e deixando-o boiando ali perto do Princesa Andrômeda. Logo sua tripulação estava retirando-o da água e Percy saia dali mergulhando o mais rápido possível.

Agora sua missão era achar seus amigos. O que não foi tão difícil, já que ele podia senti-los não tão longe dali.

Emergiu se apoiando na borda do bote dando um susto em Annabeth, que estava parada olhando ao longe se tinha alguma visão do moreno.

– Não deveria fazer essas coisas. Muito menos deveria esconder sua identidade, certo? - Disse a filha de Atena raivosa.

– Acho que temos uma longa história pela frente. - Nico deu de ombros.

****

Depois de tudo explicado, desde a chegada de Percy e Thalia ao Olimpo até o momento da queda de Percy e Leo.

– Não importa agora. Nossa missão ainda não acabou! - Disse Phoebe friamente.

– Não consigo entender. Para onde iremos? E o que sera desgraça do Olimpo que nos aponta a trilha? - Perguntou Nico observando ao longe.

– Temos que ser lógicos e pensarmos direito. - Disse Annabeth. - Só precisamos analisar direito as coisas. Vocês se lembram de algo que Leo disse?

– "Aproveitem a estadia" - Disse Percy dando de ombros.

– Não idiota. "Sua irmã está onde tudo começou e onde tudo irá terminar" - Disse Zoe. - Nada sobre isso me vem a mente.

– Mas à mim sim. Pensem um pouco, estamos indo à oeste, a direção mais óbvia é São Francisco. E lá, onde está localizado. - Phobe disse e olho para Annabeth. - Me surpreende que você não tenha percebido isso com seu raciocínio rápido.

– Está falando do Monte Ótris? - Perguntou Nico e as garotas assentiram.

– O que é Monte Ótris?

– Que vergonha que o herói do Olimpo não saiba isso. - Disse Zoe em tom de deboche.

Percy apenas deu de ombros e esperou que alguém respondesse sua pergunta.

– O Monte Ótris foi a base dos titãs durante a guerra de dez anos com os deuses, mas assim como o Olimpo se transfere, o Ótris também, e agora, ele está localizado em São Francisco. - Explicou a filha de Atena.

– Mas não é só isso. - Disse Phoebe com um olhar sombrio. Aqueles olhos prateados dando um ar mais sombrio a garota. - Lá, é onde ele está. Carregando seu fardo a séculos. Sem poder sair.

– Ele quem, Phoebe?

– Sinto que logo logo vocês vão descobrir.

****

O Monete Ótris se estendia majestoso a frente dos garotos. Um longo jardim se estendia a frente antes da entrada.

Ao longe podia se ouvir uma canção meio assoviada e a cada passo que os guerreiros davam, o som se aproximava mais.

– As Hespérides. - Murmurou Annabeth ao ver seis ninfas se aproximando deles e Phoebe trincou os dentes.

As ninfas eram que produziam aquele som angelical mas pararam até estarem alguns passos de distância dos semideuses.

Percy não pode deixar de reparar no quanto elas eram semelhantes a Phoebe. Os mesmos olhos prateados, os cabelos castanhos e a pele clara.

– Você não é bem vinda aqui. - Disse uma das Hespérides apontando para Phoebe.

– Eu ainda sou uma de vocês! - Disse Phoebe firmemente apressando o passo e logos as seis se puseram a sua frente.

– Perdeste o direito de ser uma de nós ao renunciar teu nome e ir participar da caçada, Phoebe.

Nesse ponto Percy encontrava-se de queixo caído ao finalmente perceber o porquê da grande semelhança entre as sete. Phoebe era uma Hespéride. Phoebe era filha de Atlas.

– Eu lhes darei um último aviso: Deixem-me passar com meus amigos. Caso contrário, a fúria dos deuses cairá sem piedade sobre vocês, ninfas estúpidas! - Phoebe avanço mais um passo e as ninfas recuaram dois.

– Se queres assim, assim serás. Mas mesmo passando por nós, o dragão não deixarás que passe tão facilmente. Sua traição não foi e nem será esquecida por qualquer ser desse jardim, Phoebe.

– Dragão? - murmurou Nico para Annabeth.

– O dragão que guarda a árvore sagrada das maçãs de ouro. Nunca ouviu falar sobre Herácles ter adormecido o dragão para conseguir um fruto da árvore? - Annabeth sussurrou de volta e Nico assentiu.

– Ele não me atacaria e vocês sabem disso. Não se preocupem pois a fúria de Atlas não cairá sobre vocês.

Phoebe desembainhou seu arco e Zoe imitou seu movimento. Nico e eu tiramos nossas espadas, e Annabeth sua adaga.

O caminho só não estava sendo silencioso porque as Hespérides voltaram a cantar sua música ainda no mesmo lugar onde haviam sido deixadas.

Logo podia-se ver o dragão praticamente dormindo um pouco mais a frente. Os olhos entreabertos e soltando fumaça pela boca. Ele estava deitado abaixo de uma árvore, onde se estendiam maçãs douradas em seus galhos.

– Avancem pelos flancos e não parem de caminhar. Eu os alcançarei logo. - Disse Phoebe. - Não parem até que estejam longe o suficiente.

– Mas e você? - Perguntou Zoe.

– Eu ficarei bem. O principal problema é vocês. Por favor não me questionem e façam o que eu pedi. Encontro vocês depois! - Todos assentiram e Phoebe foi de encontro ao dragão.

A caçadora caminhava até ele com passos lentos e dizia palavras brandas com a voz mansa. Estava funcionando sem problemas porque o dragão não prestava atenção nos quatro semideuses passando a um distância razoável.

Estavam quase chegando quando em um movimento rápido, o dragão tentou morder Phoebe, mas graças ao seu reflexo rápido, a garota desviu e foi correndo em direção aos outros e logo todos já estavam longe do dragão.

– Você está bem? - Perguntou Percy olhando a garota com as mãos na cintura.

– Estou ótima. Foi só o susto. - Disse se recompondo e logo voltaram a caminhar.

Logo todos pararam de caminhar. Um pouco a frente deles estava Ártemis. E a deusa segurava o céu. Ela tinha uma corrente em seus pés. O rosto baixo e os olhos suplicantes em um pedido mudo para que os semideuses saíssem dali logo.

Atlas saia de uma caverna, com Thalia ao seu lado. As mãos amarradas, o rosto machucado, uma mecha branca se destacando entre suas mexas azuis e sendo puxada pelos cabelos por Atlas até ser jogada ao lado de Ártemis.

– Finalmente vocês chegaram. - Disse Atlas abrindo os braços. - Os únicos que faltavam para a festa. Já que o Valdez chegou a um bom tempo antes de vocês!