Mirkwood prosperou e cresceu, mas a cada ano mais elfos abandonavam a Terra Média, famílias de cinco e até doze integrantes viajavam por ano. O reino da floresta não foi exceção, começou com um par de elfos cansados da vida entre os homens, em busca de tranqüilidade e de seus parentes que estavam distantes. Após tanto tempo como rei Thranduil entregou a coroa a seu filho.
“Já estou por essas terras a muito tempo. E não vejo mais necessidade de permanecer por aqui. Nosso povo está sendo esquecido pelas mentes infantis dos homens. Me sinto cansado meu filho. Vou retornar para nossa terra natal. Sinto isso em minha alma, é o tempo de regressar.”
A surpresa atingiu a todos, ou talvez apenas aqueles que ainda mantinham algum amor por aquelas terras que se tornavam cada vez mais estranhas e descrentes. Foi durante o inverno que o rei partiu, acenou para seu filho e lhe soprou uma última benção. O navio trabalhado pelos elfos logo foi coberto pela névoa, era espessa, a luz da lua refletia sobre ela criando pequenos pontos que cintilavam.
“Estarei a sua espera meu filho”,foi o que disse quando sua imagem já era distante.

Legolas segurou as lágrimas e respirou fundo. Com o canto dos olhos viu Idril a sua direita, que acenou com sua cabeça solenemente, a sua esquerda estava Daeron, haviam se aproximado, ele o ajudava e aconselhava em sua grande sabedoria,

Os elfos cantaram uma música de despedida para o rei da floresta uma última vez enquanto sua companhia se aproximava cada vez mais do oeste.

Uma lágrima correu pelo belo rosto do agora rei de Mirkwood, mas um sorriso também brilhava.

Idril passou seu braço pelo de seu marido, e lhe sorriu. Um pequeno e amável sorriso que apenas ele conseguia perceber. Foram seguidos pelos outros elfos, e enquanto virava suas costas para o mar e adentrava os portões como o novo soberano daquelas terras não conseguiu perceber a malícia que se impregnava na escuridão da noite e que o acompanhava lado a lado.