Meu sonho escrita por May Cristina


Capítulo 31
Cinco anos


Notas iniciais do capítulo

Olá! Gostaria de pedir milhões de desculpas pela demora, por todos esses meses sem postar. Mas sabem como é vida de estudante.
Bom, espero que gostem desse capítulo e me avisem se houver algum erro.
Boa leitura ♥



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Cinco anos. Sim, há cinco anos ele se foi. Não tive mais contato...bom, não depois de um ano. Irei esclarecer.

Assim que Thomas se foi, um vazio enorme tomou conta de mim. Entretanto, nos comunicávamos por mensagens ou ligações, que na maioria das vezes ele não podia conversar por estar ocupado. Até que um dia, parei de ligar, ele parou de se importar e as coisas não fluíam mais. Todos os dias eu pensava nele, como ele estava, que roupa estaria vestindo, se havia dançado com mais alguém como dançou comigo.

Eu cresci, agora já tenho dezenove anos. Faço faculdade de Engenharia Civil, continuo no mesmo local. Se eu ganhei um irmão? Não, por incrível (ou não) que pareça. Não mudei meu visual, meu cabelo continua cacheado e comprido, a diferença é que agora ele está repicado. Já não posso dizer o mesmo das minhas amigas. Contarei a história de cada uma.

Thalia está fazendo Engenharia de Minas. Aquele cabelão foi embora, ela o cortou na altura dos ombros, deixa ela com uma aparência mais madura. Ela chegou a namorar o Marcelo, porém, ele mudou de escola e os dois perderam o contato. Hoje ela namora o Brian, um garoto bem meloso com ela, tudo bem, eles são fofos.

O jeito de Rosa não mudou. Continua com a mesma sinceridade, e agora ela está fazendo Psicologia, e está noiva de Rafael. Fiquei impressionada o tanto que aquele lance entre eles durou. Assim como Thalia, ela deixou encurtar os cabelos, ficando mais séria.

Enfim, continuam as velhas e loucas amigas.

Sinto saudade de cada detalhe do meu passado. Das minhas gracinhas escolares, meu jeito estranho de agir e, sobretudo, o menino que está com meu coração até hoje. Desde que ele se foi, não consigo me relacionar e viver minha vida normalmente, ele tomou uma parte de mim.

Estou indo me encontrar com as meninas, Rosa convocou nós. Tem alguns meses que não nos vemos, por falta de tempo talvez.

– Estou aqui sentada com a Rosa já, tenta não demorar, Thalia – liguei para Thalia. Estávamos na praça de alimentação do shopping.

– O que ela disse? – perguntou Rosa.

– Avisou que vai demorar um pouco para chegar. Normal dela.

Rosa suspirou, logo em seguida deu um sorriso.

– Mas me diga, anda passando o rodo? – ela me perguntou. Que cara lavada.

– Sim! Para passar o pano, puxar a água do banheiro, essas coisas...

– Stop! Você me entendeu muito bem, mocinha.

– Cara, não quero saber de homem. Se eles fossem bons não iam...

– Não iam...

– Embora...

Abaixei minha cabeça e fechei os olhos por alguns segundos. Namorado era um assunto no qual eu não gostava de tocar.

– Me desculpe. Acho que ainda estou anestesiada.

– Hoje não irei falar nada pois te darei um espaço.

– Obrigada.

Enquanto conversávamos, passou-se meia hora e Thalia acabara de chegar.

– Desculpem o atraso, tentei ir mais rápido que pude mas minha mãe me atrasou – ela estava com sua respiração rápida.

– Tudo bem – falei.

– Senta, mulher – Rosa falou. – Vamos pedir alguma bebida?

– Se não for alcoólica, por mim está tranquilo – falei.

– Concordo com a Olívia.

– Vocês têm razão. De toda forma, não poderei tomar e...

– Oi?

– Por quê?

Rosa ficou em silêncio por algum tempo, parecia procurar palavras. Sabia que ela não era muito de beber, mas nunca falava que não podia beber.

– Não vou dar um discurso que amo meu noivo e o caramba, serei direta. Eu estou grávida.

Grávida. Eu dormi quantos anos? Rosa e grávida na mesma frase não consegue entrar na minha cabeça.

– Cara, eu não sei o que dizer... – meus olhos encheram de lágrimas. – Você será mãe! Na verdade, você já é mãe!

–Eu também estou sem palavras... Meu Deus! Parabéns!

Abraçamos ela em conjunto mas a mesma nos afastou.

– Me soltem! Sabem que não gosto de abraços, caramba!

– Mas conta como descobriu – falei com os olhinhos brilhando.

– Jura mesmo que quer saber sobre meu ciclo menstrual? – ela disse dando um sorriso sarcástico.

Realmente eu não queria saber. Mas ela havia entendido o que eu queria dizer com aquilo.

– Bom – ela começou. – Estou grávida de três meses. Fiz uns testes de farmácia, logo em seguida fui ao médico.

– Seus pais sabem? – Thalia perguntou.

– Sabem... eles não ficaram tristes e nem alegres, mas acho que minha mãe queria que eu casasse primeiro e tudo o mais.

– Você já sabe o sexo? – falei com os olhinhos ainda vermelhos.

– Era isso que eu queria comentar...

Olhei para Thalia que fez a mesma cara de interrogação que eu.

– São gêmeos! Uma menina e um menino.

Calma. Aquilo era muita informação para processar. Gêmeos? Meu Deus! A Rosa terá gêmeos!!!

– Ai – limpei uma lágrima. – Estou feliz por você!

– Deixa de ser chorona, mulher!

– E-Eu também estou muito feliz. Nossa, isso foi uma bomba. – Thalia comentou.

– Agora eu serei um pouco mais fofinha... vocês são minhas amigas há anos, e sei que em nossa época de 16 anos, o que não faz muito tempo, nós comentávamos sobre filhos. Olívia queria uma menina e Thalia, um menino. Eu ganhei os dois, olha que foda! – ela nos olhou dando aquele sorriso sapeca. – O que eu quero dizer... vocês sabem que não sou muito religiosa, mas, gostaria que vocês fossem madrinhas dos meus filhos... Olívia da menina e a Thalia do menino... o que acham?

Ela gosta que eu chore mesmo.

– Rosa – não conseguia esconder a emoção. – É claro!!!

– E é claro que serei a madrinha desse pequeno que está ai! – Thalia também se mostrava emocionada.

Nos abraçamos novamente. Pedimos uma pizza e Rosa nos entregou os convites do casamento que seria daqui um mês. Fiquei muito feliz por a vida dela está sendo boa, por mais que ela terá que parar a faculdade, mas se precisar, eu ajudo a cuidar para ela continuar. Sei que ela e Rafael dão conta. Ela me contou que os pais dele deram para eles um apartamento num bairro próximo a minha casa. E eles já estão reformando lá. Vou visita-los bastante, mal eles sabem que montarei um acampamento na garagem deles.

Antes de irmos embora, passamos na loja de bolinhos do cunhado dela. Sim, o Miguel. Desde que Thomas foi embora, ele tentava me conquistar... uma vez até conseguiu. No seu aniversário que aconteceu em Dezembro, um mês atrás, parecia que o aniversário era meu. Miguel me levou a vários lugares e, quando chegou a noite, um beijo ele me deu. Fiquei sem graça e deixei claro que não queria me relacionar com alguém por agora, mas estava feliz por ser amiga dele e não queria estragar aquele dia. Ele se desculpou e me levou para casa.

– Olha quem está aqui! Minha cunhada e meus sobrinhos! – dizia ele quando saia de trás do balcão.

Rosa revirou os olhos e resmungou algumas coisas.

– Queridinho, você está me devendo dois bolinhos... – ela falou.

– Te darei um, vai que o moleque e a gatinha nascem com cara de bolinhos... – ele olhou para mim e para Thalia. – Vocês irão querer também?

– Não, obrigado – Thalia respondeu. Sempre educada.

– Também não... – fiquei sem graça. Parecia que ele nem se lembrava de mim.

– Olívia, você não tem mais aquele ciumento atrás de você, pegue um!

Suspirei. Não gostava de lembrar dele, e ele sabia muito bem.

– Não – falei séria.

Naquele momento ele pegou um e passou a cobertura no meu nariz. E para completar, ele deu uma lambida.

– Para! – eu dizia sorrindo e me protegia com as mãos.

– Pegue logo ou você voltará para casa com cheiro e chocolate e baunilha – Rosa falou.

– Escute sua amiga.

– Eu pego!!!!

– Quero o pagamento – falou ele.

Virei a bolsa para pegar o dinheiro, mas ele me impediu e disse que queria um beijo na bochecha. Acho que um só não mata. Assim que fiz o biquinho, ele se virou na hora e me selou nossos lábios. Dei um soco na barriga dele e tirei as meninas da ali. Mas antes, peguei um bolinho para Thalia.

Peguei o carro no estacionamento e dei carona para as meninas. Cheguei em casa e não havia ninguém. Sentei e coloquei o computador no colo, abri meu e-mail para ver se tinha algo da faculdade, mesmo que eu esteja de férias. Nada.

Recebi uma mensagem de Miguel, pedindo para sairmos amanhã, no cinema talvez. Eu não tinha nada de especial para fazer, decidi ser tão fechada e dar uma força. Afinal, não deveria ser tão ruim, não tenho criança para cuidar e já sou maior de idade. Acima de tudo, não tenho namorado.

Fim do capítulo 31.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, Thomas será o narrador!
Beijos e até lá!



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