Together escrita por Bianca


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!! Gostei bastante de escrever esse capítulo, e espero que vocês gostem também. Não esqueçam de comentar.



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É engraçado o quanto me sinto segura ao lado do Pedro. É como se ele fosse meu super herói, e pudesse me proteger de todas as maldades do mundo. Tudo que ele diz sai com tanta verdade, como se ele realmente estivesse feliz em estar ao meu lado. Não entramos no assunto de namoro ou algo do tipo, depois de seis anos, só estar ao seu lado é o suficiente. O sinal tocou e nós nos afastamos, cada um iria para uma sala diferente. Caminhei até a sala doze, que ficava no segundo andar.
— Liv, espera. - ouvi uma voz atrás de mim. Me virei e encontrei o Mateus correndo em minha direção, ele estava ofegante.
Tentei entrar na sala mas senti meu braço ser puxado com força. Sua boca estava um pouco curvada, parecia desapontado.
— Vai continuar me dando gelo? - ele perguntou e eu concordei com a cabeça — Eu sei que vacilei Liv, mas você não pode me ignorar pra sempre.
— Claro que posso. - respondi. Ele arqueou as sobrancelhas e me puxou para o fim do corredor.
— O que eu posso fazer pra você me desculpar?
— Nada Mateus, deixa pra lá. - coloquei uma mecha do cabelo para trás da orelha e olhei pra o chão.
— Liv. - ele tocou meu queixo e levantou a minha cabeça — Você sabe o quanto é importante pra mim, não sabe? Eu não deveria ter te esquecido mas muitas coisas aconteceram.
— Como você ter transado com a Natália? - gritei.
— Não. - ele disse tocando meu braço — Não foi exatamente isso que aconteceu. Me deixa explicar.
— Eu. Não. Quero. Saber. - falei pausadamente. — Só te digo uma coisa, essa sua brincadeira quase custou a minha vida.
Virei as costas e fui em direção da sala. Como ele poderia ter me esquecido pra ficar com a Natália? Ele conhecia ela a quanto tempo, dois dias? Revirei os olhos e me sentei. A professora de artes entrou e começou a explicar sobre a matéria.
— Esse bimestre eu planejei uma coisa bem legal. - ela disse andando pela sala — Eu sei que vocês se sentem melhor em grupo, por isso, escolham um parceiro. Lembrando que ele será seu companheiro durante o bimestre inteiro, escolham sabiamente.
Começou um tumulto pela sala. Era cadeiras sendo arrastadas, pessoas gritando e toda uma muvuca que eu odiava. Continuei sentada em silêncio até que ouvi uma cadeira sendo arrastada ao meu lado, Mateus se sentou.
— Você será minha parceira. - ele disse autoritário.
— Não.
— Sim.
— Não. - repeti.
— Lívia e Mateus. - a professora disse anotando nossos nomes em seu caderno — Não é surpresa que vocês fariam juntos. - ela sorriu.
— Isso ai. - Mateus disse passando um dos braços no meu ombro. Eu o afastei.
— Do que se trata a matéria? - perguntei olhando em direção a professora.
— Bom. - ela se abaixou e falou próximo de nós — Vocês terão que fazer uma maquete. Pensem no lugar que vocês mais gostam em todo o mundo. Eu sei que ás vezes as pessoas gostam de lugares diferente, mas conversem e entrem em um acordo. Depois disso façam uma maquete desse lugar. O prazo de entrega é até semana que vem. Boa sorte! - ela abriu um sorriso e foi conversar com o grupo que estava ao lado.
Ótimo, murmurei enquanto abria o caderno e anotava mais algumas informações. Mateus tinha um sorriso nos lábios.
— O que foi? - perguntei sem olhar nos seus olhos.
— Você... - ele se aproximou e sussurrou no meu ouvido — Fica linda quando está nervosa.
Eu me afastei e o soquei no braço. Ele gemeu e massageou aonde eu tinha acertado.
— Anda praticando luta com seu novo namorado?
— Ham? - eu olhei em sua direção e ele me fitava com uma das sobrancelhas erguida.
— Seu novo namorado. Pedro.
— Ah, não. - enrolei uma mecha do meu cabelo — Não estamos namorando.
— Não foi o que eu ouvi por aí. - ele disse
— Eu também ouvi coisas sobre você e nem por isso te questionei.
Ele me olhou assustado.
— Que tipo de coisas?
— Não interessa. - respondi de mal humor.
Ele deu uma risada e se aproximou de mim.
— Sobre o que vamos fazer nossa maquete?
— Eu não sei. - respondi — Não tenho em mente um lugar que eu goste.
— Eu já sei. - Mateus disse empolgado.
— Não vale fazer uma maquete sobre os peitos da Natália. - falei meio a uma gargalhada. Ele me olhou sério.
— Eu não quero falar dela.
— O que foi, já brigaram? Por isso que você sentou comigo ao invés de sentar com ela, né.
Ele negou com a cabeça e suspirou.
— Nós não brigamos, Liv. Você é a minha melhor amiga, se lembra? Eu costumo fazer trabalhos com você e não com garotas que conheço a dois dias. - ele tocou levemente a minha mão. — Eu senti a sua falta.
Aqueles olhos azuis me olhando com tanto brilho poderiam ter sido o suficiente pra eu esquecer tudo que havia acontecido... mas não. Eu estava muito desapontada. O Mateus me esqueceu pra dar uns amassos em uma vadia qualquer. Sim, eu tinha certeza que a Natália era aquele tipo de menina que saia distribuindo pra qualquer um. Eu era amiga do Mateus a sei lá quantos anos, aguentei várias crises de identidade, começo da puberdade, aquele momento que a voz do garoto muda e fica um tanto quanto engraçada, aguentei até os amores platônicos dele. Mas eu não era obrigada aceitar ser trocada. Não por aquela lá.
Natália nos olhava com atenção. Se a professora não fosse tão severa, certamente ela já estava sentada ao nosso lado. Eu sinceramente não sei o que ela viu no Mateus. Ele é bonito? Claro que é. Mas existem outros mais interessantes pela escola, principalmente no terceiro ano. Não acredito que ela tenha olhado pra ele e puf, se apaixonado. Já disse que ela parece ter saído do filme meninas malvadas? Pois é.
Após o meu silêncio, Mateus se aproximou de mim.
— Eu e a Natália não transamos. - sussurrou no meu ouvido.
Eu o encarei. Seus olhos estavam com um azul vivo, brilhante. Não transmitiam qualquer sentimento, a não ser verdade.
— O que? - perguntei
— É Liv, nós não transamos. - repetiu
— Essa parte eu entendi, mas porque? Essa era a sua melhor chance de perder a virgindade. - sussurrei.
Ele deu um sorriso fraco, quase cansado. Olhou ao redor e se aproximou ainda mais de mim. Eu podia sentir seu hálito de menta e o Calvin Klein que estava usando.
— Eu não sei. Simplesmente não consegui.
— Você broxou? - coloquei a mão na boca segurando um riso
— Lívia! - ele reclamou. Eu não podia acreditar. Mateus tinha broxado. Fiquei alguns segundos tentando processar essa ideia, como a Natália teria reagido? Ela não parecia infeliz, nem nada. — Acho que estava muito preocupado com você, não consegui me focar no que deveria fazer.
— Agora a culpa é minha? - balbuciei e ele negou com a cabeça
— A culpa foi minha.
— Talvez ela não fosse a pessoa certa. - falei.
— Liv, você já olhou pra Natália? - ele viu que eu revirei os olhos e tocou meu braço gentilmente — Quer dizer, ela é incrível. Qualquer garoto dessa sala desejaria ir pra cama com ela. Qualquer um.
Isso era uma verdade, por mais que eu odiasse concordar. Natália é realmente linda, principalmente com aqueles seios enormes e a boca de veludo. Ela tem mais corpo do que a maioria das meninas, claro que um dos motivos é porque ela é quase dois anos mais velha. Mateus comentou comigo que ela passou por uma fase meio turbulenta, pro isso repetiu de ano. Eu apostava que ela vendeu o corpo ou se meteu com algum traficante.
— Tudo bem, tudo bem. - admiti — Mas se ela é realmente tudo isso que você diz, porque não se focou e fez o que todos dessa sala gostaria de fazer?
Ele me olhou nos olhos, dessa vez mais intensamente. Eu podia jurar que ele desviou o olhar alguns segundos para minha boca.
— Você não entende, né? - eu neguei com a cabeça — Como eu poderia transar sabendo que a minha melhor amiga estava desapontada comigo? O que eu mais queria era te encontrar e te levar pra casa. Com segurança. Eu e a Natália demos uns amassos no carro e ela me pediu pra ir na casa dela, disse que seria uma coisa rápida. É claro que eu concordei. Quando a coisa foi ficando mais quente eu lembrei de você. Lembrei que deveria estar com você, não com ela. Quer dizer - sua voz tremeu por um segundo — eu deveria estar te levando pra casa. Então falei pra ela que deveria ir, mas ela me segurou. Fez uma manha, me deu alguns beijos e eu cedi. Não totalmente, porque a minha cabeça estava em você Lívia. Eu realmente sinto muito por tudo que aconteceu.

Mateus era péssimo com palavras, mas dessa vez ele havia me surpreendido. Eu estava boquiaberta. Literalmente. A única coisa que consegui foi abraçá-lo com força e sussurrar uma frase que eu não dizia com tanta frequência... eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Lembrem de avisar se verem algum erro. Eu sempre dou uma revisada mas algumas palavras passam despercebidas.
E COMENTEM!!!!!