Together escrita por Bianca


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do Capítulo. E não esqueçam de comentar. Beijos!



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Eu estava totalmente desconfortável naquela mesa. Mateus sentia o mesmo, ele estava duro e tão calado quanto eu.
— E como estão as coisas na escola? - meu pai perguntou.
— Tudo certo. - eu e Mateus respondemos ao mesmo tempo. Nossos pais riram e eu olhei para o chão. Porque diabos ele não abria e me engolia de vez?
— Você tem namorada Mateus? - minha mãe perguntou. Ele remexeu o macarrão com o garfo.
— Namorada não... - ele disse.
— Mas ele tem uma ficante. - falei — O nome dela é Natália, e ela tem dezoito anos. Dezoito mãe, você acredita nisso?
Mateus me lançou um olhar reprovador e eu dei o meu melhor sorriso.
— Eu não acredito. - Ana disse. — Com tanta mulher boa no mundo você vai se envolver com uma mais velha, e ainda pro cima repetente? Você parece seu pai.
Essa conversa estava tomando um rumo que eu não queria, e me odiei por ter falado sobre a Natália. Só eu sei o quanto o Mateus odeia ser comparado com o pai dele.
— Bom... - eu falei — Mas ela não é tão ruim assim. Tenho certeza que você irá gostar dela Ana.
— Eu não sei. - ela disse dando um gole em seu vinho. — Preferia que o Mateus estivesse namorando com você.
Mais silêncio constrangedor. Meu celular tocou dentro da minha bolsa e eu tirei, lendo a mensagem de texto.

"Fiquei sabendo que você está em um jantar de família com o Mateus, o que isso significa Lívia? Pedro."

Isso só pode ser um pesadelo.

"Isso não significa nada, nossos pais são amigos, foi apenas uma coincidência. Eu sinto muito por você não estar aqui. Liv!"


Guardei o celular na bolsa e continuei ouvindo a conversa deles sobre faculdade, trabalho e como eles queriam que nós tivéssemos alguma coisa. Terminei de comer e pedi um mousse de chocolate de sobremesa. Mateus pediu a mesma coisa.
— Isso é uma delícia. - murmurei enfiando a colher na boca.
— Realmente. - Mateus concordou. Ele sorriu e pegou um pouco de papel que estava encima da mesa, e se inclinou para limpar a minha boca. Aquele enjoo que sempre aparecia quando ele ficava muito próximo de mim apareceu. Eu fiquei parada, respirando devagar. Ele se aproximou e tocou o papel no canto da minha boca. A conversa ao nosso redor tinha parado e a única coisa que eu estava focava era naquele par de olhos azuis na minha frente. Meu celular tocou novamente e eu sai daquele transe. Outra mensagem de texto.

"Posso passar na sua casa mais tarde? Estou com saudades da sua boca, do seu cheiro... Pedro."

"Eu não sei, ainda estou de castigo. Te mando uma mensagem quando chegar em casa. Liv!"

Guardei o celular e terminei de comer meu mousse.
— Com quem você tanto conversa nesse celular? - meu pai perguntou.
— Pedro. Ele quer me ver mais tarde. - falei.
Meu pai riu. Uma risada irônica e fria. Mateus acompanhou a risada e os dois se olharam, eles pareciam conversar apenas com um olhar. Talvez um código de homens.
— O que é tão engraçado? - perguntei — Vocês parecem duas crianças.
— Eles só estão cuidando de você. - Ana disse.
— Eu não preciso ser cuidada. - respondi. Me ajeitei na cadeira e passei a mão nos cabelos. — Então, ele vai poder ir em casa?
— De jeito nenhum. - meu pai disse. — Você ainda está de castigo.
Concordei com a cabeça não querendo prolongar muito o assunto, quando chegasse em casa eu cuidava do meu pai. O Mateus aqui só iria estragar as coisas.
— Porque vocês não vão dar uma volta. - minha mãe disse. — Comprar um sorvete, não sei.
— Meu pai acabou de dizer que eu estou de castigo. - falei. Os dois trocaram alguns olhares e então meu pai sorriu.
— Você pode ir para a sorveteria.
— Com o Pedro? - falei animada.
— Não, com o Mateus. - ele disse. — É pegar ou largar Lívia.

***

Caminhamos até a sorveteria sem trocar uma palavra. O tempo havia fechado e meus pelos arrepiavam toda vez que um carro passava. Mateus mantinha o olhar baixo e as mãos nos bolsos.
— Você não precisava ter vindo. - falei.
— Mm. - ele disse erguendo a cabeça. — Eu queria vir.
Nossos olhos se encontraram e eu desviei rapidamente. Entramos na sorveteria e eu pedi duas bolas de chocolate e uma de creme. Mateus pediu duas bolas de creme e uma de chocolate. Nós nos sentamos.
— Eu não sei como vou aguentar comer tudo isso. - falei enquanto pegava um pouco do sorvete de creme.
— Se você não aguentar eu como. Eu sempre faço isso, lembra? - Ele sorriu e eu concordei com a cabeça. O celular dele tocou e rapidamente ele digitou uma mensagem de texto, guardando novamente ele no bolso.
— Natália? - perguntei sem tirar meus olhos do sorvete.
— Sim. Ela me chamou pra ir na casa dela.
— Mm... - murmurrei. — Parece que as coisas estão bem entre vocês.
— A gente se dá bem. - ele disse. — E você e o Pedro?
— A gente se dá bem também. - falei.
Continuei tomando meu sorvete e pude sentir olhos azuis me observando. Senti meu rosto corar.
— O que foi? - perguntei sem levantar o olhar — Meu rosto está sujo, ou algo parecido?
— Não. - ele riu — Você está diferente.
Ergui meu olhar. Ele me observava com a testa franzida.
— Diferente? - perguntei — Diferente ruim ou diferente bom?
Ele soltou uma gargalhada e passou a mãos nos cabelos.
— Diferente bom, Liv.
Suspirei aliviada e continuei tomando meu sorvete.
— Você parece mais mulher, eu não sei explicar.
— Continuo com dezesseis anos. - falei
— Eu sei. Só que tem algo misterioso em você, algo que eu nunca notei antes. - ele disse. Essa foi a minha vez de franzir a testa.
— Algo misterioso? - perguntei.
— Sim. Misterioso e intrigante.
Eu sorri.
— Não sei o que isso significa.
— Nem eu. - ele disse — Mas pretendo descobrir.

***

Voltei para casa e o assunto Pedro estava totalmente fora de questão. Meu pai disse que se eu insistisse em encontrá-lo hoje, ficaria de castigo pelo resto do ano. Subi batendo os pés e me joguei na cama.

"Não vai dar para nos encontramos hoje, eu sinto muito. Liv!"

Mandei a mensagem de texto e fui até o banheiro escovar os dentes. Coloquei meu pijama e voltei novamente pra cama. Meu celular apitou.

"Tudo bem, mas eu quero te fazer um convite. Eu e os meninos conseguimos um lugar pra tocar amanhã. É a primeira vez que a nossa banda toca para um público e eu queria muito que você estivesse lá. Boa noite gatinha, Pedro."

Coloquei meu celular na cabeceira da cama e puxei as cobertas até o pescoço. Amanhã eu pensaria nisso, hoje eu só preciso de uma boa noite de sono.


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Notas finais do capítulo

O próximo Capítulo será cheio de surpresas. Aguardem!!