Brittany olhou para o braço esquerdo enfaixado por conta do tiro que levou naquela manhã. Respirou bem fundo para conter a raiva e pediu uma lista telefona para descobrir o número da escola de Santana.

“Alô" -S

“Santie, você sabe dirigir?" –B achou melhor não fazer rodeios.

"Sei. Por quê?" -S

"Preciso que você pegue um táxi depois da aula, vá pro quartel pegar o meu carro e depois venha aqui pro Hospital Geral de Lima." -B

"Hospital? Você tá no hospital?” –S

“Sim, eu estou no hospital.” –B

“Por quê tá no hospital?" -S

"Eu levei um tiro." –B

“O QUE?” –S

“Calminha, Santie. Não foi grave, mas eu não posso mexer o braço.” –B

“Mas... Como aconteceu?” –S

“Um PUTO de um novato começou a merda de um tiroteio.” –B

–Ow! Eu já pedi desculpa.

–Cala a boca, Puckerman! Antes que eu comece um tiroteio na sua cara! –Brittany gritou extremamente impaciente.

–Pega leve com Jake, Britt. Ele é novato. –defendeu Noah o irmão.

–Eu só tenho três anos nessa po**a e nunca causei um tiroteio tão IMBECIL, SEM NEXO, IDIOTA E DESNECESSÁRIO. –Brittany gritou ainda mais irritada com a justificativa.

“Britt, eu ainda to na linha.” –S

“Desculpa.” –B respirando fundo.

“Tudo bem.” –S

“Enfim, o imbecil causou o tiroteio, três policiais e cinco civis baleados. A sorte é que ninguém morreu. Por enquanto. Ainda to com vontade de matar esse infeliz do Puckerman.” –B

“Calminha, Britt. Não foi nada grave, não é? O importante é que você ta bem.” –S

“É.” –B desanimada.

“Daqui a pouco eu to aí, okay? Tente não quebrar a cara de ninguém.” –S

“Não garanto nada, Santie. Até mais.” –B

Santana desligou o celular e voltou para a sala para avisar que teria que sair mais cedo.

–Cedes, avisa o Sr. Shue que não vou pro ensaio do Glee clube hoje. –Santana disse para sua companheira de duetos do coral.

–Por quê? O que ta aprontando? –a negra perguntou com os olhos semicerrados.

–Eu não aprontei nada. Vou pegar meu anjo da guarda no hospital porque ela levou um tiro. –Santana replicou com um ar ofendido.

–Que? Como assim? –Mercedes questionou confusa.

–Sem tempo pra explicar. –Santana saiu apressadamente.

Santana havia tentado acalmar Brittany, mas na verdade estava muitíssimo preocupada, então praticamente voou para o hospital depois de pegar o carro da loira no quartel.

–Mas um mês inteiro? Isso é um exagero, eu to bem. –Brittany dizia para a médica.

–Sim, está. Mas se forçar o músculo antes do tempo, pode ficar realmente ruim e nós não queremos que isso aconteça, não é, Senhora Pierce? –a médica argumentou como se estivesse discutindo com uma criança.

–Não dá pra ser três semanas pelo menos? –Brittany tentou mais uma vez.

–Não. Tem que ser um mês, senhora Pierce. Já discutimos sobre isso. –a médica já começava a perder a paciência.

–Tá bom. –Brittany finalmente se deu por vencida.

Santana que estava só observando da porta se permitiu entrar quando a médica saiu do quarto.

–Sobre o que vocês estavam discutindo? –Santana perguntou curiosa.

–O meu tempo de licença do trabalho. –Brittany respondeu com um ar triste.

–Quando se leva um tiro, é de se esperar que se queira uma licença. –Santana disse um pouco confusa.

–Não é o meu caso. Eu gosto do meu trabalho. Ele me distrai bastante. –Brittany argumentou suspirando exasperada.

–É tão ruim assim ficar em casa?

–Ficar em casa. Sozinha. O dia inteiro. Ruim? Imagine. –Brittany ironizou.

–Não acha que devia conversar comigo sobre isso?

–Não. Não adiantaria de nada falar sobre isso. E falar consiste em lembrar e lembrar dói muito.

–Botar pra fora dói mesmo. Dói muito, mas não dói tanto quanto guardar. Acredite em mim, Britt. –Santana tinha um olhar tão sincero que Brittany considerou mesmo contar.

–Obrigada, Santie. Mas... Eu não consigo. Me desculpe.

–Tudo bem, Brittany. Eu não vou invadir o seu espaço, eu te respeito muito. Mas saiba que, não importa o que aconteceu no passado ou o que acontecer daqui pra frente, eu estou sempre aqui por você.

–Eu sei, Santana. Eu também estou aqui por você.