12º Desafio Sherlolly - Sonho Meu escrita por Leticiaps


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

O sonho da Molly foi um sonho que eu mesma tive. Então ficou bizarro mesmo. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/507645/chapter/1

Fazia pouco tempo que eles estavam juntos e no momento que decidiram juntar as escovas de dente, Molly contou sobre o sonambulismo.

– A coisa fica feia as vezes. Tranque portas e janelas. Só deixe a geladeira livre, normalmente eu como durante as crises. - Por ele estava tudo bem, não costumava dormir muito mesmo.

Naquele dia ele estava na sala, tão concentrado em um caso que a dias o atormentava que nem percebeu quando Molly entrou e começou a conversar com o criado-mudo. Ela sussurrava alguma coisa sobre salvar alguém... Salvar o Anderson? Por que ela estava sonhando com o Anderson? Meio enciumado, foi falar com ela.

– Molly, o que você está falando? – quando a puxou, ela estava com os olhos esbugalhados. Só então ele percebeu que estava encarando a primeira crise de sonambulismo dela. – Molly, venha, vou te levar para o quarto.

– RÁPIDO, TODOS ENTREM NO CAMINHÃO! – E agarrou Sherlock, subindo no sofá. E ficou quieta, como se ouvisse alguma coisa.

– Molly, acorda, vamos, você está sonhando. – chacoalhou ela, mas nada adiantava. Então ela se assustou.

– É FOGO, CORRAM! - Pulou para fora do sofá e começou a correr pela casa, derrubando tudo que estivesse em seu caminho. E antes que Sherlock pudesse impedi-la, Molly subiu em cima da mesa de centro, depois pulou para a poltrona do John, se jogando logo em seguida em sua poltrona, e correndo para cima da mesa da cozinha. Sherlock corria desesperado atrás dela, tentando evitar a destruição completa da casa e os machucados que o Tornado Hooper com certeza teria quando acordasse.

De repente, silêncio. Ele achou que ela tinha acordado, então se aproximou. Molly encarava a cadeira, e decidindo que não podia fazer nada por ela, girava desesperadamente pela mesa, procurando por alguma coisa e parou. Movimentava os braços, como que tentando chamar atenção.

– SUBAM LOGO, PELO AMOR DE DEUS! TEM ESPAÇO SIM, OLHA AQUI! SHERLOCK, VOCÊ PRECISA SUBIR AQUI! – ela gritava. Ele estava no sonho. Aquilo estava cada vez mais estranho. E quando achou que não podia ficar mais estranho, ela desceu da mesa, abriu a geladeira, tomou um gole de leite e ficou parada, encarando a geladeira ainda aberta.

Percebeu a tempo de impedir que ela caísse no chão que a crise havia acabado. Levou-a para o quarto e tentou acorda-la, mas não adiantou. Depois daquilo ele não iria conseguir se concentrar tão fácil, e só então percebeu o quão cansado estava. Colocou o pijama, e numa tentativa de impedir outra crise, puxou-a para si, dormindo abraçado.

–--

Molly estava na plataforma do metrô, mas no lugar do trem, haviam foguetes. Vários. Por que diabos haviam foguetes no subterrâneo londrino?

Como se a situação já não estivesse estranha o suficiente, havia uma mulher louca perseguindo esses aliens que eram muito parecidos com seres humanos, enquanto o Anderson, encolhido em tamanho e empalhado, tentava falar com ela, mas nenhum som saia de sua boca.

– Mas como você ficou assim? O que está acontecendo? - Precisava salvá-lo, mas era uma corrida contra o tempo, porque o metro ia fechar.

Então ela estava fora da estação e o Anderson havia sumido. Agora precisava entrar nesse caminhão com o Mary, Sherlock, o irmão dele e mais um monte de desconhecidos, fugindo da Louca que agora estava atrás deles.

– RAPIDO, TODOS ENTREM NO CAMINHÃO – e empurrava todos, entrando por último, fechando a porta atrás de si. Por algum motivo dentro do caminhão haviam pessoas que também estavam contra eles, mas que sumiram de repente, trazendo no lugar um monstro prestes a atacar.

Porém antes que alguma coisa aconteça, todo mundo começou a sentir uma sensação estranha na canela e Molly percebeu no mesmo instante que era fogo, mesmo que ninguém conseguisse ver, nem ela mesma.

– CORRAM, É FOGO! - Saíram todos do caminhão, e correram pela cidade em plena luz da lua, apenas para descobrir que a Louca havia posto fogo em tudo. Molly saiu desesperada, procurando os lugares mais altos, pulava por cima de carros e muretas, sem adiantar coisa alguma, até chegar numa plataforma de madeira que, contrariando todas as leis da ciência, não pegava fogo e que já havia uma ocupante: uma menininha loira com o cabelo preso, sentada tranquilamente, como se o mundo a sua volta não estivesse acabando. Ficou um tempo encarando-a, sem entender como ela podia ficar imune àquilo.

Olhando ao redor, viu Mary, Sherlock e o irmão dele e começou a acenar desesperadamente para que eles subissem, mas eles negavam. - SUBAM LOGO, PELO AMOR DE DEUS! TEM ESPAÇO SIM, OLHA AQUI! SHERLOCK, VOCÊ PRECISA SUBIR AQUI!

E continuavam negando, falando que não havia espaço suficiente para eles. Aquilo era loucura! Cabiam todos juntos em pé, e ela precisava que o Sherlock subisse, não sobreviveria sem ele.

–--

No dia seguinte, quando Molly acordou, estava com vários roxos espalhados pela perna. “Mas eu e o Sherlock não...” balançou a cabeça. Não, ela se lembraria. Se levantou da cama e quando chegou na sala tomou um susto. Parecia que um furacão havia passado por ali.

–Sherlock, o que foi que aconteceu aqui? – haviam livros espalhados pelo chão, papeis em todo canto, o abajur estava quebrado e a televisão estava a um triz de seguir o mesmo destino. Sherlock estava sentado em sua cadeira em meio ao caos.

– Ah, aqui? Hm... Nada, você só teve uma crise de sonambulismo. – Falou como se não fosse nada de mais.

– Uma crise de... – estava espantada demais. Saiu arrumando a bagunça. – O que foi que aconteceu?

– Você não se lembra de nada? – havia um sorrisinho medonho no rosto dele.

Ela parou e ficou pensando. Fez um esforço para se lembrar de alguma coisa. – Me lembro de um caminhão e um foguete. E de uma menininha loira também.

– Acho que foi essa hora que você ficou encarando a cadeira. Em cima da mesa.

– Eu subi em cima da mesa? – aquilo estava ficando cada vez pior.

– Subiu. Na mesa da sala, da cozinha, no sofá, nas poltronas. Me agarrou, tentando me proteger de alguma coisa. Eu estava no sonho também. O que eu estava fazendo lá? – Ela ficou olhando para ele com cara de ponto de interrogação.

– Não... Não faço ideia.

Sherlock percebeu que ela não iria se lembrar de mais nada, então só a puxou para um abraço.

– Não sei o que você sonhou, mas sei o que você falou. E você tentou salvar minha vida no sonho. Obrigada.

Ainda confusa, ela correspondeu o abraço. Ela nunca se lembrava o que aconteceu nesses episódios, mas pela primeira vez, não se importava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai?