Inglaterra, 1492.

Ela estava correndo, tentando não tropeçar no chão enquanto segurava seu longo vestido. O suor descia de sua testa, os seus cabelos já estavam despenteados e possuía um corte no seu rosto. Não era profundo, mas doía.

Katherine corria por sua vida, sabia que morreria caso algum erro acontecesse. Queria sair dali o mais rápido possível, queria encontrar alguém que pudesse lhe ajudar.

Destroy everything you touch today

Destroy me this way

Anything that may desert you

So it cannot hurt you

Estava sendo perseguida por Klaus e seu irmão, Elijah. Tudo isso porque ambos queriam o seu sangue para libertar Klaus de sua maldição. E ela tinha sido apenas usada, sendo ingênua o suficiente para cair no jogo dos dois. Agora se arrependia profundamente de ter colocado os pés naquele país e de ter conhecido aquelas pessoas.

Após longos minutos (ou talvez horas?) correndo, achou uma pequena cabana a qual logo começou a bater à porta.

—Socorro, socorro! Alguém aí? Me ajude!

Não muito tempo depois, uma senhora abriu a porta da casa, revelando por trás uma moça de aparência jovem e cabelos longos.

—Mas o que está fazendo aí?!

—Por favor, não tenho tempo, me ajude! – Pediu desesperada.

Katherine foi atendida e acolhida pela mulher, sendo levada a um pequeno quarto.

—Trevor, o que você fez?! Por que diabos vai querer ajudar essa mulher?! – Ouviu.

—Rose, por favor! Klaus está a perseguindo, não temos tempo, temos que ajudá-la.

—Você sabe o que ele vai fazer com a gente caso descobrir?!

—Eu sei… Por favor, Rose.

—Não me diga que se apaixonou por ela…

—Rose! Não temos tempo!

Ao terminar de escutar a conversa, Katherine logo pegou uma lâmina afiada que estava na mesinha da cama. Fazendo um corte no seu pulso, foi surpreendida por Rose que havia entrado no quarto.

—Mas o que está fazendo?!

A vampira tirou a lâmina das mãos de Katherine, mordendo o próprio pulso e dando o seu sangue a ela antes de sair do quarto reclamando. Então, a Petrova teve uma ideia.

xxxxx

You only have to look behind you

At who's underlined you

Destroy everything you touch today

Destroy me this way

Havia acabado de acordar e se alimentar após ter se matado e, consequentemente, virado uma vampira. Katherine não teve escolha, era isso ou ser morta.

—Mas que merda você fez?! – Gritou Rose, claramente desesperada.

De repente, ouviram um barulho alto ecoar pela casa. Ambas Katherine e Rose olharam assustadas, não sabendo a origem do barulho.

—Ora, ora. Mas o que temos aqui? – Uma voz conhecida pôde ser ouvida no local. Para Katherine, então, não tinha como não conhecer aquela voz e sotaque.

—Klaus… – Ambas disseram em uníssono, sentindo o medo percorrer pelos seus corpos.

—Rose, querida, o que você fez? Sabe que eu dei a ordem para todos os vampiros da cidade para me trazerem Katerina Petrova caso a vissem, então O QUE VOCÊ FEZ?! – Klaus gritou a última parte, sabendo que a última chance de conseguir quebrar a sua maldição havia sido perdida. Mas, na realidade, não era isso com o que ele se importava.

Everything you touch you don't feel

Do not know what you steal

Shakes your hand

Takes your gun

Walks you out of the sun

—E-Eu… – A mulher gaguejou. – Ela se transformou sozinha. Quando eu cheguei aqui, ela já estava assim…

—E por que diabos deu o seu sangue a ela?!

—Ela estava ferida, Klaus, acredite em mim…

—ENTÃO DEIXASSE ELA FERIDA! – Katherine engoliu em seco.

A verdade era que Klaus não queria perder Katerina. Não da mesma forma que perdeu Tatia quando sua mãe transformou a ele e seus irmãos em originais. Claro, ele também queria o sangue dela para completar a sua maldição, mas isso viria com o fator de que ele retiraria o sangue da morena e de que ele não a mataria por completo, e sim a tornaria vampira depois. Ele. Não ninguém.

Já não bastava a cópia estar enfatuada com Elijah, agora isso. Klaus não admitiria, por tanto já havia dado um jeito de perfurar o seu irmão com a adaga e fazê-lo adormecer.

What you touch you don't feel

Do not know what you steal

Destroy everything you touch today

Please destroy me this way

Com a sua paciência por um fio, o Original tratou logo de quebrar o pescoço de Rose, deixando-a cair no chão e olhando para Katherine em seguida:

—Por que fez isso? – Indagou, mesmo já sabendo a resposta. Queria escutar aquilo diretamente dela.

—Você iria me matar de qualquer forma. Por que eu não faria isso?

Sorriu de canto. De fato, ela tinha um ponto. Ele realmente teria a matado, mas não completamente.

—Eu iria transformá-la em vampira por mim mesmo, querida.

Katherine olhou para ele incrédula, sem saber se acreditava naquilo ou não. A verdade era que havia, sim, se enfatuado com Elijah, mas sempre deu mais atenção quando o assunto era Klaus. Não sabia o porquê, mas ele sempre fora magnético para si, como um ímã.

—Eu não acredito em você, Klaus.

Engoliu em seco novamente. Sabia que uma vez que o loiro havia a encontrado, não tinha mais caminho para voltar.

—Menina esperta. – Ele riu. – Mas eu realmente falo sério, Katerina. Posso não ser Elijah, mas também sou um homem de palavra.

—Então por que nunca mostrou essa sua “palavra”?

—Porque você não me deu chance. – Ele colocou uma mecha de cabelo de Katherine atrás da orelha da mesma. – Venha comigo, Katerina.

—O quê? – A morena olhou para o vampiro, ainda sem acreditar.

—Venha comigo. Explorar o mundo, ter novas aventuras, novos banquetes…

A recém-vampira pensou um pouco. Era uma oferta tentadora. Sabia que se Klaus quisesse a matar, já teria matado ou imediatamente a levado de volta para o castelo. Mas ele não o fez. Pelo contrário, estava fazendo uma proposta quase irrecusável para ela. Ao lado de Klaus, Katherine não teria mais o que temer. Sua vida estaria salva. Claro, tinha uma queda por ele, mas sempre levaria sua vida em primeiro lugar.

Destroy everything you touch today

Destroy me this way

Anything that may delay you

Might just save you

Não respondeu com palavras. Apenas puxou Klaus para um beijo ardente e demorado. O original apenas respondeu com a mesma paixão, levando-a para a cama em seguida no que deu início a uma de muitas noites que ambos queriam que fosse interminável.

Porque, no final, ambos sabiam que nunca teriam a chance para um romance chato e comum. Não se amavam, mas conseguiam entender um ao outro como ninguém. E o melhor, eram possessivos demais para deixar que outro alguém os destruíssem – a não ser que ambos destruíssem a si mesmos.