Ela não está tão a fim de você escrita por ariiuu


Capítulo 3
Quando a disputa se torna acirrada


Notas iniciais do capítulo

Eu ia trazer no sábado, mas devido aos últimos acontecimentos catastróficos da minha vida, estou eu trazendo hoje... Me perdoem pelo atraso =D

Neste capítulo, muitos personagens aparecerão de uma vez xD
Espero que gostem. Leiam e divirtam-se!



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"Manter-se em relacionamentos tóxicos é o que nos impede de crescer."

– Isso é hora de chegar em casa!? Eu estava preocupada! Aonde você estava!? Em algum boteco enchendo a cara!?

– Menos Nojiko... Eu trabalho, sou maior de idade e vacinada... É só meia noite e quarenta... E eu estava no bar do Sanji. Se quiser, pergunte pra ele amanhã. – A ruiva entrava no apartamento da irmã mais velha. Cambaleante e um pouco irritada, ela pendurava o casaco preto de couro na parede.

– Olha aqui Nami, se for pra você voltar a morar comigo, saiba que haverá algumas regras a serem cumpridas... – Nojiko cruzava os braços e encarava a irmã mais nova com raiva.

– Qual é hein!? Vai bancar a Bellemere agora?

– Não, mas já que você se colocou na condição de fugitiva, eu sugiro que você aceite aquela bolsa de estudos e vá morar com ela na Bélgica! Seria ótimo pra nossa mãe ensinar algumas coisas a você!

– Para com isso... Eu não sou nenhuma pré-adolescente que não sabe o que faz... E eu não fugi... Eu apenas... Não quero estar lá quando aquele idiota voltar.

– Hã...!? E isso não é fugir!? Você está morando na república com o Luffy e os outros há mais de um ano e agora que o Ace está para chegar de viagem é assim que você reage!? Seja adulta Nami! Você está se comportando sim, como uma pré-adolescente!

– Já chega. Eu vou pra cama, tá? Não tô com paciência pra discutir hoje. – A ruiva tirou os sapatos e caminhou pelo corredor que daria ao seu quarto.

– Nami... Só pra te lembrar... NÓS NUNCA DISCUTIMOS!- Nojiko fez uma careta.

Depois de rodar a maçaneta e abrir a porta, a primeira coisa que a ruiva fez quando entrou no quarto foi se jogar em cima na cama.

Estava exausta. Havia sido um dia cheio e com surpresas...

Desagradáveis.


=====


O cirurgião Trafalgar Law havia chegado em casa à uma da madrugada, e diferente das noites anteriores, não havia nenhuma mulher ao seu lado para lhe fazer companhia.

Ele estava sozinho, porém estava mais feliz do que se estivesse acompanhado da mulher mais linda do mundo.

O moreno sorriu quando se lembrou de como aquela misteriosa ruiva havia salvado sua noite. As respostas dela foram bem cômicas. E por mais que não quisesse admitir, era como se ela entendesse exatamente o que se passava com ele.

“É isso que você é? Um idiota que já viveu a vida intensamente e desistiu por achar que chegou ao limite? Me desculpe, mas isso só prova o quão perdedor você é.”

Law sentou em sua cama enquanto analisava o ingresso de circo. Ela havia escrito “Don’t worry, be happy!” e um emoticon de uma carinha feliz do lado.

Que mulher era aquela que escarnecia de tudo? Será que ela havia descoberto a receita da felicidade? Por que parece que ela havia lhe contaminado de alguma forma.

Ele se sentiu livre como o vento... Ainda que tenha se mesclado com um furacão em forma de mulher...

“Liberdade... Causada por um sopro de vida em meros instantes...

Que seja... Que me envolva nesta atmosfera e me derrube...

Que seja...”

Ele pensava poeticamente quando se recordava dela...

Ainda com cara de bobo, ele se deitou e continuou olhando para o ingresso enquanto pensava nela.

Aos poucos, suas pálpebras começaram a pesar... Ele estava ficando com sono... Muito sono...

E algum tempo depois...

Ele adormeceu.

Depois de meses de insônia.


=====


O inverno tinha chegado. As folhas das árvores terminaram de cair, mostrando o final do outono.

E os céus se tornam cinzentos. As janelas enevoadas distribuíam os pingos de chuva pelo vidro, escorrendo um a um.

A temperatura havia caído drasticamente. Era manhã de sábado. O primeiro sábado de inverno daquele ano.

Nami fechou a janela depois de verificar que o frio estava de matar.

Ela pegou sua mochila, casaco e as chaves do seu carro. Estava quase atrasada para o estágio.

Quando atravessou o corredor, deu de cara com Nojiko.

– Não vai tomar café?

– Não... Estou sem fome. – A garota correu para a porta, porém foi interrompida.

– Nami... – Nojiko chamou.

– Sim?

– Passe na república e dê satisfação aos seus amigos. Diga pelo menos que está comigo. Eles devem estar preocupados.

– Tudo bem. Eu farei isso. Até mais tarde!

Nami fechou a porta e parou por um momento, apenas para refletir.

Ela não estava preparada para encará-lo se ele estivesse lá.

O que ela faria? Deveria fingir muito bem, bancando a hipócrita ou não aparecer nunca mais e mandar um SMS para os amigos mostrando a falta de consideração descarada?

A ruiva estava ficando sem tempo para decidir.


=====


– Aqui está o relatório que você pediu Dr. Trafalgar.

– Obrigado.

A secretária do cirurgião cruzou a porta e ele logo abriu uma pasta com alguns papeis.

Ele sorriu ao constatar que tinha conseguido o que queria.

Uma ficha com uma foto grampeada.

Nome: Nami

Idade: 20 anos

Profissão: Estagiária num escritório de arqueologia

Curso superior: Geologia

Mora numa república dividida com mais oito estudantes

Familiares: Uma irmã mais velha que trabalha no maior mercado municipal da cidade e a mãe é agricultora em outro país.

Obs: Se quiser mais informações pessoais, ela possui algumas redes sociais.

Finalmente ele havia descoberto a identidade da garota. De certa forma, ela parece ser uma reles civil, mas ele sabia que por trás de tanta normalidade havia uma personalidade única e extremamente cativante.

Ele pesquisaria mais sobre ela...


=====


– Me desculpem gente, mas vim pegar minhas coisas. Estou indo morar com minha irmã...

– O QUÊ!!? POR QUÊ NAMI!?? – Luffy praticamente berrou para o prédio todo ouvir.

Usopp, Kaya, Sabo, Koala, Camie, Shirahoshi e Vivi se espantaram com a decisão da ruiva.

– É um pouco complicado explicar, mas estou passando por uma fase em que preciso de um pouco mais de espaço e-

– Mas Nami, estamos há duas quadras da faculdade. O apartamento da sua irmã fica do outro lado da cidade. – Sabo questionou a decisão repentina da ruiva.

– Não tem importância. Eu tenho carro, esqueceram? Não se preocupem com isso! – Ela soltava um riso sem graça.

Vivi estreitou o olhar enquanto fitava a amiga.

Ela sabia exatamente por que a ruiva estava indo embora.

– Nami, você já acabou de fazer suas malas? – Vivi perguntou um pouco mal humorada.

– Aah sim. A Nojiko já levou uma parte no meu carro, mas eu pedi pra um amigo me ajudar a levar essa última mala, já que o trânsito na volta está horrível.

– Então se despeça de todos por que quero conversar com você lá fora.

Vivi passou pela amiga e abriu a porta para espera-la do lado de fora.

Todos estranharam a reação de Vivi, sendo ela tão calma e pacífica, sair pisando duro e batendo a porta com tanta força.

– Namiiiiiii!!! – Todas as garotas gritaram em tom de choro enquanto agarravam a amiga.

– Se acalmem garotas! Nós ainda nos veremos todos dias!

– Nami, não vá!!! – Luffy se juntou as garotas e também segurou a amiga enquanto chorava como louco.

– Luffy... Pare de agir como criança... – Sabo e Usopp se envergonhavam da cena infame onde um homem de 19 anos se comportava como um bebê chorão que parecia perder a mãe.


=====


Nami se encontrou com Vivi no corredor próximo das escadas da recepção.

– Então Vivi, o que você quer falar comig-

– Eu sei exatamente por que está fazendo isso. – O olhar da azulada era intimidante e Nami não se lembrava de vê-la daquela forma antes.

– Hã...? Você sabe...?

Você está fugindo do Ace, não é?

Nami ficou abismada e em silêncio por algum tempo. De repente, lembranças dolorosas de um passado não tão distante retornaram a sua mente.

Mas ainda assim, ela resolveu passar por cima daquilo como se não fosse nada.

– Fugir é uma palavra um pouco pesada, mas... De certa forma você está certa. Eu acho melhor me manter longe. – Ela sorriu.

– Nami, você ainda não superou isso? – A pergunta de Vivi era incômoda. Incômoda justamente por que ela sabia que ainda restava algo ali, que não estava bem resolvido.

– Superar eu superei, mas apenas para garantir, não quero estar aqui, entende?

– Nami... Me diga a verdade... Você...

A azulada pausou para definir.

Ainda é apaixonada pelo Ace?

A ruiva abriu os olhos mais do que o comum, mas ela sentiu uma pontada no coração e uma espécie de carga elétrica se espalhar por todo o seu corpo. Por que aquele assunto ainda lhe assustara tanto?

– Não... Eu não sinto mais nada por ele... – Respondeu como se a frase fosse uma das maiores convicções de sua vida, porém... Ela não ainda não estava totalmente convencida se isto realmente era verdade.

– Será?

– Me desculpe Vivi, mas você está em meu coração pra saber!? – Nami aumentou o tom de sua voz.

– Essa sua reação, de ir embora e nos deixar, mostra exatamente que ainda sente algo por ele. – Vivi insistiu.

– Não pense que estou saindo daqui só por causa dele.

– Pare de mentir!

– Aah qual é Vivi!? Você sabe exatamente o que aconteceu! Quando finalmente estávamos nos acertando, ele resolveu me abandonar a pedido dos pais e ir com eles pra Escócia! E tudo por causa de um casamento arranjado!

– Dois anos se passaram Nami! Já era pra você ter esquecido essa história!

– Dois anos é muito pouco para um estrago tão grande... Eu não tenho a mínima ideia do porquê ele está voltando pra cá, mas eu não quero estar aqui pra saber.

– Isso é muito egoísmo, Nami...

– Ooh por favor, eu sei exatamente aonde você quer chegar com essa ceninha melosa... Eu te adoro e te considero como uma amiga, mas sei que você ama esse idiota de paixão, então se ele não for mais se casar, pode ficar com ele. Eu não dou a mínima. – Então Nami deu as costas à garota, lhe deixando sozinha.

Vivi estava se sentindo mal por Nami, mas ela estava certa.

Ela o amava. Sempre o amou, porém não queria magoar a amiga por causa de tal sentimento. Era clichê, ridículo e indigno demais. Não estava em seus planos fazer parte de um triângulo amoroso, mas ela ainda acreditava que com a volta dele, a ruiva pudesse simplesmente perdoá-lo e então os dois retornariam de onde pararam.

Porém, mesmo depois da resposta dela, a garota estava disposta a lutar se fosse preciso.

– Nami... Me desculpe...

A ruiva passou a caminhar lentamente rumo à saída do prédio. Enquanto andava, ela pensava sobre a conversa com Vivi.

Depois de tanto tempo, retornar aquele assunto tão doloroso era cruel. Ela permaneceu sentindo a dor da ferida por meses, até achar que havia superado, mas não era normal ficar tão nervosa só por tocar no nome daquele que lhe deixou por um motivo que ela julgara não tão importante.

Ela entendia que era uma pressão dos pais dele, mas ter de obedecê-los cegamente, deixando sua própria vontade de lado era algo desprezível aos olhos dela.

Mas Ace era louco por seus pais... Ele jamais os trocaria por qualquer pessoa...

A ruiva suspirou desanimada logo que cruzou a porta e saiu do prédio da república.

– Ânimo Nami! Você superou! Você superou! – A garota deu um tapa em seu próprio rosto para espantar a aura de melancolia.

Na calçada, ela olhou para os dois lados da Avenida movimentada, como se estivesse procurando por alguém e então...

Achou exatamente quem estava caçando, porém, o sujeito...

Estava em frente a uma barraca, bebendo cerveja.

HEY SEU IDIOTA!?

O berro de Nami pôde ser ouvido até o outro lado da rua, o suficiente para chamar atenção do rapaz de cabelos esverdeados com a lata de cerveja na mão.

– Nami...? – O rapaz fez uma careta após ver a carranca da ruiva.

Zoro!!! – Ela gritou novamente enquanto corria arrastando a mala de rodinhas.

– Tsc... Ela vai me socar horrores... – Disse a si mesmo com raiva.

– Você acha mesmo que vai dirigir alcoolizado!? A casa da minha irmã fica há mais de setenta quilômetros!

– Pare de gritar no meu ouvido! Foi você quem demorou! Eu só tomei algumas latinhas enquanto esperava e-

– CALA ESSA BOCA, SEU CAVALO PÉ DE CANA!!! – Ela gritou em bom e alto tom.

– PARA DE DAR A LOUCA NO MEIO DA RUA SUA BRUXA!!! – Ele gritou ainda mais em alto tom.

– Que seja... Vamos embora logo... E me lembre de nunca mais pedir carona pra você... – Ela pegou o capacete que estava pendurado no guidão da moto do rapaz e colocou na cabeça.

– Eu é que deveria cobrar por te carregar na minha garupa. – Ele dizia enquanto jogava a latinha na lixeira.

– Você me deve dinheiro, então cala logo essa boca e me leve pro apartamento da Nojiko.

– Mandona.

– Cachaceiro.

Zoro colocou o capacete e ligou o motor antes de dar partida. Estava extremamente frio naquele dia, mas ele parecia não sentir nada. Prova disso era o mesmo estar apenas com uma camiseta branca, calça jeans e coturno.

Porém, longe dali... Uma pessoa observava atentamente a cena esdrúxula...

...

Portgas D. Ace tinha acabado de ser deixado em frente ao prédio por um táxi e se espantou com o que vira.

...

Ele estava enganado ou aquela garota na garupa do rapaz musculoso era...

Nami...?

Ela estava muito diferente. Seus cabelos estavam compridos. Seu estilo também havia mudado. Ela estava mais bonita e adulta.

Um olhar confiante, ousado e intenso. Um sorriso confino, radiante e distinto.

Sem mesmo perceber, ele já se encontrava envolvido e totalmente preso na imagem da garota.

Nostalgia... Era nostálgico demais...

Depois de dois anos sem vê-la, era como reencontrar uma antiga pintura presa numa moldura ao qual se encontrava pendurada na parede da sala de sua casa desde que nascera.

Nami era uma amiga de infância e mesmo tendo vivido dezoito anos ao lado dela, depois de dois anos sem vê-la era como se nunca tivesse contemplado seu rosto antes.

A mesma sensação de rever a pintura em sua sala.

Uma sensação única e confortante.

Os olhos dela reluziam calorosamente, expressando um brilho puro e inocente.

Ela ainda esbanjava uma luz suave e límpida... Tão cristalina e alva...

Mas seus olhos se estreitaram quando o mesmo reparou que estava se sentindo extremamente estranho.

Nami ainda lhe causava efeitos catastróficos...

Por quê...? Ainda era cedo demais para ter essa série de sensações. E ele sequer havia chegado em sua frente e falado com ela, mas...

Ele reparou que o rapaz estava prendendo uma mala na parte de trás da moto.

Nami estava indo embora da república? Mas por quê? Desde que Bellemere partiu para a Bélgica, ela deixou claro que não iria morar com sua irmã, mas com Luffy e os demais.

Ela estava mesmo indo embora?

– Eu espero que você saiba onde fica o apartamento da minha irmã, senão eu vou te socar até a morte!

– Eu sei onde é, então pare de tagarelar no meu ouvido!

– Eu não vou pagar a gasolina.

– Eu já sei, seu ser mesquinho...

Nami sorriu ternamente. Mesmo se estressando com o esverdeado, ela adorava a companhia dele. Se sentia mais feliz ao seu lado. Ela jamais diria com todas as palavras, mas dentre todas as pessoas com quem gostava de estar junto, Zoro com toda a certeza era o primeiro de sua lista, por vários motivos, mas principalmente pelas reações hilárias de quando ela o batia e lhe xingava.

Pisa fundo. – Ela enlaçou o corpo dele com seus braços, segurando firme em sua cintura.

– Não precisa nem pedir. – Ele sorriu de modo audaz e então...

Deu partida, saindo há mil do local.

Ace continuo parado, observando a cena. Intrigado e também...

Um pouco nervoso.

Quem era aquele cara que estava com a ruiva? Por que ele parecia tão próximo dela? Sem nem mesmo se tocar sobre o que estava acontecendo, ele sentia que estava prestes a explodir de...

Ciúmes.

E longe dali, havia uma pessoa que também estava tendo sensações parecidas em relação ao sortudo rapaz de cabelos esverdeados, mas também...

Do ex-namorado de Nami.

– Então esses dois são meus adversários...?

Trafalgar Law perguntava para si mesmo enquanto observava tudo pela janela de seu carro.


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Notas finais do capítulo

Isso virou o quê? Um triângulo amoroso? Eu e minhas esquivadas estranhas nas fanfics xD Nem mesmo eu consigo prever o que vai acontecer :D

E siiim, o Ace é o ex-namorado da Nami. Eu nem tinha planejado isso quando comecei a fic, mas depois comecei a colocar mais maionese no meu cérebro, pra eu viajar com mais facilidade e deu nisso aí que vocês leram xD

No próximo capítulo teremos uma bagunça por parte dos amigos da Nami e também a aparição da Bonney. E claro, sei que muitos estão esperando um KidxBonney nessa fic e farei um esforço pra fazer. Também pode ter outros ships... Enfim, já estou vendo que essa história não renderá apenas oito capítulos, então esperem por mais do que isso 8D

Eu quero reviews u_ú/
Até o próximo ^/