Ordem de Lis escrita por synchro


Capítulo 3
A ilha da Lua- parte 2


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novinho, passei do papel pro pc agora, algumas correções do meu Beta ai. Agradeço ao favorito do EliminatorVenon, e ao comentario do Julio Vieira. Continuem ajudando na divulgação da fic. :D



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O navio não parecia nem um pouco tão bonito por fora quanto era por dentro. Simplesmente deslumbrante. A acomodação deles era ampla e tinha móveis de material raro como mogno, seda, e ainda uma estátua de mármore de um homem alto com um cristal de gelo na mão.

Assim que as bagagens estavam arrumadas, um homem entrou no quarto e se dirigiu a Set.

– Bom dia senhor, ótima manhã não?

– Ah, sim, ótima manhã. Trabalha para meu pai?

– Pode-se dizer que trabalho para a mesma pessoa para qual ele trabalha, mas estou aqui para garantir que chegue bem a Ilha e a Academia. Garantir que sua entrada e de sua criada sejam feitas normalmente. Meu nome é Altiv.

Inarin abaixou a cabeça e o garoto estreitou os olhos.

– Inarin não é uma criada. Ela é minha convidada nessa viagem. Além disso meu pai a pediu para me acompanhar.

A expressão do homem se tornou confusa por um momento, e pouco antes dele responder Set, a voz dela veio.

– Tudo bem Set, ele apenas se confundiu, não é? – Ela olhou expressivamente para o homem. – Fique aqui e veja se arranja alguma coisa para fazermos na viagem, enquanto eu aviso que estamos prontos para partir. E na volta trago algo para podermos comer no almoço.

– Tudo bem. – Ele virou para Altiv. – Mas não se esqueça que ela é minha convidada, e não uma criada.
–//-

Altiv a deteve no caminho, enquanto ela voltava para o quarto.

– Ele não sabe de nada?

– O senhor Ani me proibiu de contar qualquer coisa, tanto da Ordem de Lis, ou então sobre o que sou, e coisas desse gênero. Ele sabe tanto quanto qualquer garoto comum de sua idade. E mesmo Ani nunca deixou o filho descobrir mais do que o mundo cor de rosa de Set permitia. Para ele sou apenas uma amiga e companheira que por acaso mora com ele, e gostaria que isso fosse mantido assim até o fim da viagem.

– O que esse garoto significa pra você para defendê-lo tão veementemente? Você gosta dele? – Ele sorriu ao vê-la cair em sua jogada, mas ela tentou ainda disfarçar.

– Não, ele é meu mestre, e eu sou uma escrava, simples como preto no branco. – Com passos ruidosos ela voltou ao quarto, não tendo maneiras de ver o sorriso ainda maior na face do homem, e ainda menos maneiras de saber como ele planejava se utilizar dessas informações.
–//-

– Ha ha, sejam bem-vindos ao meu navio senhoras, e senhor. Fico feliz que tenham escolhido o meu serviço para levá-los a famosa escola dos nobres. Será a primeira vez que irei até lá, finalmente terei permissão para conhecer a Ilha. – O capitão do navio falou.

– Não se confunda, só o contratamos por falta de coisa melhor. Nós estaremos lá embaixo nas acomodações, apenas faça contato quando chegarmos. Temos comida o suficiente para esses dias então não se incomode com isso. – O capuz do meio, o homem, avançou e colocou uma bolsa na mão do homem, que agora tinha olhar um tanto triste e um tanto frio. – O resto você receberá quando chegarmos.

Os três então se dirigiram para a porta que daria acessa a seus aposentos dentro do navio. Quando fechavam a porta ainda conseguiram ouvir o capitão.

– Filhos de nobres, só porque são ricos e bem nascidos acham que são melhores que os outros. Espero que um dia toda essa corja de malfeitores venha a morrer.

A mulher que estava por último tornou a abrir a porta pela metade.

– Não se esqueça que seu rei é um nobre, capitão. Garanto que não seria difícil ele considerar esses termos traição se por acaso lhe fossem ditos. – Ela então fechou a porta, e o capitão então amaldiçoou, em pensamentos, os malditos ouvidos aguçados daqueles vagabundos.
–//-

Dois dias depois, navegando a alguns quilômetros da costa, já podia-se ver a Cordilheira dos lobos, onde o mundo acabava, ao menos para Set.

– Uau, é incrível, olha o tamanho daquela montanha, ou aquela? -Ele apontava para uma delas então a próxima e então a outra depois dessa. -Qual será a mais alta? Será que existe alguma coisa por trás delas?

Inarin estava a seu lado, perto o suficiente para que suas mãos se tocassem na amurada do navio em que se apoiavam.

– Eu não sei, mas talvez você descubra algum dia.

– Sim, acho que sim, mas por agora o que eu quero descobrir é o que teremos para o jantar.

Como a viagem tinha sido arranjada de forma muito rápido, eles não haviam carregado o navio com muitos suprimentos, e por isso os poucos que tinham haviam acabado no primeiro dia. Por sorte, dois marujos, que eram gêmeos, eram exímios pescadores, e o estoque de peixes cresceu de maneira abrupta, reestabelecendo o nível necessário de comida. Sendo assim, eles tinham tido duas refeições ótimas naquele dia, que incluíam alguns peixes raros que só podiam ser obtidos naquele mar.

– Você pode perguntar ao capitão, mas acho que teremos apenas peixes comuns agora. Também acho que deveria perguntar se estamos de acordo com o cronograma. Eu vou esperá-lo no quarto e preparar-nos duas banheiras. – Ela se virou e andou até os quartos, logo em seguida ele também rumou a cabine de comando.

Inarin estava certa de acordo com a alimentação, e o capitão ainda confirmou o cronograma.

Altiv estava na sala também, e sorriu ao saber que chegariam no tempo planejado.

– Isso é bom, ficaremos com as melhores acomodações naquela torre, finalmente poderei usar aquelas camas macias.
–//-

Ao abrir a porta do quarto, Set se deparou com Inarin terminando de se despir e entrando na banheira. Ele esperou seu corpo estar totalmente submerso para terminar de entrar no quarto.

– Voltei, e parece que estamos no tempo exato, chegaremos na Ilha amanhã à tarde.

Ele se absteve de olhar novamente para aquele corpo esbelto ou então não saberia como agir. Inarin era alta para sua idade; magra mas com proporções perfeitas, seus quadris não eram tão largos quanto os de outras meninas, mas ainda assim lhe proporcionava uma sensualidade que era completada por seios medianos. Sua pele era clara e o rosto afinado, com o nariz arrebitado e cabelos prateados quase inteiramente lisos, exceto por uma trança que caía por suas costas.

– Seu banho está pronto, aqui do lado, venha.

Ela se levantou e apontou para uma banheira ao lado da dela. Se aproximou dele, nua, e começou a ajudá-lo com suas roupas. Ele continuava sem olhar, mas se dirigiu para o local que ela havia apontado.

Inarin colocou-se atrás dele, e passou os braços por baixo dos do garoto, desamarrando sua camisa e então a calça.

O corpo dele era definido por anos arando as terras sob o sol, o que também lhe dava um tom levemente moreno, que contrastava com os cabelos ruivos. Os olhos eram verdes quase cinzas, e sempre possuíam um ar alegre. Seu rosto completava aquela cena com uma face quase infantil e inocente.

Assim que a última peça de roupa foi ao chão, Set sentiu-a se colar em seu corpo, com seus seios acariciando as costas dele e suas mãos ao redor do seu peito. Ela o virou e então ficaram frente a frente, suas partes íntimas tocando-se levemente.

– Ina? -Suas sobrancelhas levantadas, a voz falhando, ele conseguiu falar o nome dela entre uma das batidas agora muito rápidas do coração.

– Set eu...

– O jantar está pronto. – Altiv abriu a porta e olhou para os dois parados ao lado das banheiras. – Ah, me desculpa, eu não pensei que...

– Tudo bem, estaremos lá em dez minutos. – Set falou.

Inarin rapidamente se afastou dele envergonhada e os dois começaram a se vestir.

– Set, me desculpa, a culpa é minha, eu não deveria ter feito isso.

–Está tudo bem, não é como se eu não tivesse gostado afinal. Vamos apenas estar lá em dez minutos e pronto.

Cinco minutos depois eles já se dirigiam para o convés.
–//-

– O que foi, já chegamos? – O homem se levantou e abriu a porta. – Eu não disse para apenas chamar-nos quando chegássemos? A não ser que você tenha adiantado a viagem em cinco dias, é bom que tenha uma ótima desculpa para essa ação.

– Senhor, estamos passando por uma vila comercial próxima a capital e parece que fomos confundidos com um navio mercante, pois dois navios piratas estão nos seguindo e irão nos alcançar em algumas horas.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando do meu mundinho, em no maximo uma semana eu prometo colocar uma capa e um mapa pra voces entenderem melhor. Preferem só um mapa superficial ou com todos os detalhes?